bruluz
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Marte
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bruluz · 5 months ago
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bruluz · 7 months ago
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Pensamentos intrusos de uma pessoa insone
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1- meu cabelo está tão grande e eu emagreci um pouco mais.
2- Qual será a idade que terei câncer? Ou demência? Tão bom ser “jovem” e “saudável”.
3- Me sinto com sono, mas não o suficiente para dar o braço a torcer para a cama. Eu gosto de deitar nas horas e dormir quase que sem querer.
4- Meus pacientes estão estáveis em sua gravidade. Posso respirar com calma.
5- Amanhã, que na verdade, já é hoje, eu tenho certeza que não vou conseguir falar direito. A fala embolada é previsível pelas 48 horas regadas de energético. Devo me irritar facilmente com alguém feito já é de costume.
6 - Por que eu nunca mais parei para escrever?
7 - Será que nas minhas artérias tem mais culpa ou colesterol?
8 - Por que eu não sei me expressar verbalmente sem parecer um cão raivoso portador de Lyssavirus?
9 - Será que eu sou a versão de Winderson Nunes sem dinheiro?
10- Hoje é um dia que eu beijaria meu cérebro. Mas tem dias que ele parece um queijo suíço de tantas lacunas.
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bruluz · 8 months ago
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Queres ser médico, meu filho?
Essa aspiração é digna de uma alma generosa, de um espírito ávido pela ciência. Desejas que os homens te considerem um Deus que alivia seus males e lhes afugenta o medo. Mas, pensaste no que se transformará a tua vida? Terás que renunciar à vida privada: enquanto a maioria dos cidadãos pode, terminado o trabalho, distanciar-se dos inoportunos, a tua porta estará sempre aberta a todos.
A qualquer hora do dia e da noite virão perturbar o teu descanso, o teu lazer, a tua meditação; já não terás hora para dedicar à família, aos amigos, ao estudo... Já não te pertencerás. Os pobres, acostumados a sofrer, chamar-te-ão só em caso de urgência. Mas os ricos tratar-te-ão como escravo encarregado de remediar os seus excessos; seja porque têm uma simples indigestão, seja porque estão resfriados; farão com que te despertes e venhas a toda a pressa, logo que sintam alguma moléstia.
Terás que te mostrar interessado pelos detalhes mais comuns da sua existência; terás que lhes dizer se devem comer carne de boi ou peito de galinha, se lhes convém andar deste ou daquele modo.
Não poderás ir ao teatro nem ficar doente: terás que estar sempre pronto a acudir, quando chamado.Eras rígido na escolha de teus amigos. Procuravas o convívio de homens de talento, de almas delicadas e de bons conversadores. Agora não poderás descartar os chatos, os pouco inteligentes, os presunçosos, os desprezíveis. O mal feitor terá tanto direito à tua assistência como o homem honrado: prolongarás vidas nefastas e o sigilo da tua profissão proibir-te-á impedir ou denunciar ações indignas das quais serás testemunha.
Acreditas firmemente que com o trabalho honrado e o estudo atento poderás conquistar uma reputação: tem presente que te julgarão, não pela tua ciência, mas pela casualidade do destino, pelo corte da tua roupa, pela aparência da tua casa, pelo número dos teus criados pela atenção que dedicas às conversas informais e aos gostos dos teus clientes.
Haverá os que desconfiarão de ti se não usas barba, outros se não procedes da Ásia; outros se acreditas nos deuses; outros se és ateu. Gostas da simplicidade: terás que adotar a atitude de um profeta. És ativo, sabes quanto vale o tempo. Não poderás demonstrar cansaço ou impaciência: terás que escutar relatos que procedem do começo dos tempos, quando apenas se quer explicar a história de uma prisão de ventre.
Os ociosos virão ver-te pelo simples prazer de conversar: servirás de escoamento para as suas mínimas vaidades. Embora a medicina seja uma ciência incerta, que graças aos esforços de seus discípulos vai adquirindo pouco a pouco, um certo grau de certeza, não te será permitido duvidar , sob pena de perderes a confiança que em ti depositam. Se não afirmas que conheces a natureza da enfermidade, que possuis o remédio para curá-la, o povo te trocará pelos charlatães que vendem a mentira que eles necessitam.Não contes com o agradecimento de teus enfermos.
Quando se curam, terá sido por sua própria robustez; se morrem fostes tu o culpado. Enquanto estão em perigo, tratam-te como a um deus: suplicam-te, exaltam-te, enchem-te de elogios. Apenas começam a convalescer, já os estorvas. Quando se lhes fala dos honorários, aborrecem-se e denigrem-te.
Quanto mais egoístas são os homens mais solicitude exigem.
Não penses que esta profissão tão dura te tornará um homem rico. Asseguro-te: é um sacerdócio, e não seria decente que tivesses os ganhos de um comerciante de azeite ou de um político.
Compadeço-me de ti se te atrai o belo: verás o mais feio e repugnante que existe na espécie humana. Todos os teus sentidos serão maltratados. Terás que encostar o ouvido em peitos suados e sujos, respirar o odor das pobres favelas, os fortes perfumes das prostitutas; terás que palpar tumores, tratar de chagas verdes de pus, examinar urina, remexer em escarros, fixar o olhar e o olfato em imundícies, colocar o dedo em muitos lugares.
Quantas vezes, num belo dia ensolarado, ao sair de uma representação de Sófocles, te chamarão para atender alguém acometido de cólicas abdominais, que te apresentará um urinol nauseabundo, dizendo satisfeito: 'ainda bem que tive a precaução de não jogar fora'. Recordas então que terás que agradecer e mostrar todo o teu interesse por aquela dejeção.
Até a própria beleza das mulheres, consolo dos homens, se desvanecerá para ti. As verás pelas manhãs, desgrenhadas, desprovidas de maquilagem, com parte dos seus atrativos espalhados pelos móveis do quarto. Deixarão de ser deusas para se converterem em seres afligidos pela miséria, sem graça. Só sentirás por elas compaixão.O mundo parecer-te-á um grande hospital, uma assembléia de seres que se queixam.
A tua vida transcorrerá à sombra da morte, entre a dor dos corpos e das almas, assistindo algumas vezes ao luto de quem está destroçado por haver perdido o pai, e outras vezes, a hipocrisia daquele que, à cabeceira do agonizante, faz cálculos sobre a sua herança. Pensa bem enquanto há tempo.
Mas se, indiferente à fortuna, aos prazeres, à ingratidão e, sabendo que te verás, muitas vezes, só entre feras humanas, ainda tens a alma estoica o bastante para encontrar satisfação no dever cumprido; se te julgas suficientemente recompensado com a felicidade de uma mãe que acaba de dar a luz, com um rosto que sorri porque a dor passou, com a paz de um moribundo que acompanhaste até ao final; se anseias conhecer o Homem e penetrar na trágica grandeza de seu destino, então... TORNA-TE MÉDICO, MEU FILHO."
-Esculápio
deus romano da medicina e da cura
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bruluz · 10 months ago
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bruluz · 10 months ago
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O mar de roupas contrastando com a imensidão de silêncio, que eu resolvi não pôr como prioridades na minha lista de afazeres e de não-afazeres, ficará solto pela casa até que a dona daqui se dê por incomodada, no caso, eu.
O cigarro, que eu não consumo, estará lá, visível na estante, sem os dogmas de olhos alheios e religiosos. Ainda aceito a ciência da pneumologia com seu ar austero de crítica. Pois, claro, há razão. E, racionalmente, consigo ser minha melhor versão. E se ainda sinto? Sinto. Sinto muito, sinto tudo…
Pois, por predestinação, nasci assim: ambivalente. Consigo momentos de intensidade, velocidade e paixão.
Mas não há descompasso, eu não sou domada pelos meus próprios contextos, pelas minhas próprias emoções ou vontades em sua totalidade. É quando me vem a estranha sensação de que, dentro de mim, parece ter outro eu. Um eu mais lúcido, que não se entrega a causas impossíveis, a cenários insalubres e a saudade.
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bruluz · 1 year ago
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Volta outra hora ou não volta mais. É que não me importa mais quem tenta entrar, quem tenta sair. É tudo um grande tanto faz. Eu peço desculpas por isso, pelo meu jeito dolorido e defensivo de ser. É que não foi fácil superar. Talvez, eu já tenha assumido que tenha vivido um grande amor e, depois de então, nada floresce. Então, não se esforça, que eu não ando pensando em você. Eu sou um gelo desses que não derrete nem com a temperatura atual do Rio de Janeiro. E, dessa forma, a sinceridade nos poupa tempo.
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bruluz · 1 year ago
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O amor torna a vida menos cruel e menos vazia. Olho, da minha solitude, para a vida de terceiros. Olho suas doenças e olho o que a presença do amor significou/ significa. O amor, por certo, não foi a cura, nem o fim de tudo, o amor só está no meio. O amor faz questão de se fazer presente, é assim quando é de fato amor. O amor é intrometido.
Há quem compareça na UTI para prestar contas com a sociedade, ser moralmente aceito na convalescência do próximo, há quem não precise de validação ou da simpatia da médica em questão e esses enfermos são verdadeiramente amados por terem sido quem são/foram.
Há quem receba uma notícia triste do término da sua conjugue com alívio e conformação, há quem não queria mais viver a vida a partir de então.. e espera para que no outro plano a possa encontrar novamente.
Há quem culpabiliza o doente, julga e aumenta as feridas mesmo no leito de morte, há quem reforce os perdões e a partir de então aumenta-se os cuidados.
Há tantos tipos de pessoas, mas sobre o amor, só tem uma jeito de amar: se importando.
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bruluz · 1 year ago
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Ninguém pode construir em teu lugar as pontes que precisarás passar, para atravessar o rio da vida. - ninguém, exceto tu, só tu. Existem, por certo, atalhos sem números, e pontes, e semideuses que se oferecerão para levar-te além do rio; mas isso te custaria a tua própria pessoa; tu te hipotecarias e te perderias.
Nietzsche
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bruluz · 1 year ago
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Eu cansei de sangrar.
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bruluz · 2 years ago
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E então escapou uma lágrima, duas, três, quatro, cinco, seis… a sétima evadiu-se. A última que caiu escorregou imprecisa na face, escapou das minhas mãos, não a contive. Eu deixei evaporar, de forma singela no tempo, era um desaguar mais cauteloso do que os demais. Antes, ela se apoiava na cama, se apoiava no chão e agora essa lágrima evaporou no vazio. Eu não a vi mais. Melhor assim. O escape de hoje cessará hoje.
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bruluz · 2 years ago
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Se o outro não consegue prover o que te deixa feliz e leve. O problema não está em você, o problema não está no outro. O problema está apenas na conjuntura das coisas que quando juntas não mais funciona. Dessa forma, não há o que pensar mais no dito e vivido. Aquilo que não tem remédio, remediado está. Independente do sentimento, eu fiz uma escolha e quero seguir em frente.
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bruluz · 2 years ago
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“Marcela amou-me durante 15 meses e onze conto de réis”
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bruluz · 2 years ago
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Hoje, eu só quero simular um objeto inanimado, deitar nesse colchão, passar um lençol por cima do meu rosto e respirar até me sufocar de calor e dióxido de carbono.
Eu quero divagar sobre as milhares possibilidades de streaming e não optar por nada. Porque, sim, eu acabo achando tudo deveras desinteressante e bobo. Aos trinta anos, eu me tornei uma senhorinha ranzinza com um ar de superioridade pertinente a idade misturada com Clodovil, só faltou mesmo uma cadeira de balanço para colocar no meio do corredor do prédio e indignar os vizinhos com a estranheza do inusitado. Olha lá: o caso da menina que sentava ali.
Hoje, eu fiquei pensando, em como não furar com psicóloga
Fiquei pensando que se tudo bem eu ir pra ela e não falar nada, porque estou abusada o suficiente para não hablar.
Ou melhor… E se eu enviasse cartas?
“Cartas à psicóloga”. Eu achei bem bacana.
Acho que se ela me respondesse em cartas, eu ficaria bem satisfeita também.
“Cara, Bruna… tenha pensamentos e atitudes mais assertivas”
A minha cabeça traduzindo: “ela diz isso pra todo mundo e isso aqui é genérico demais para mim” . Fim do tratamento. Obrigada. De nada.
Eu me dando alta porque algumas coisas são intratáveis mesmo, algumas coisas só mudariam se eu nascesse de novo.
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bruluz · 2 years ago
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bruluz · 2 years ago
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mar morto
eu não tenho medo de ondas agitadas, baby eu tenho medo é do mar morto. entre altos e baixos o que me assusta é a possibilidade do nada é a vontade de coisa alguma onde nada é absolutamente ruim mas também nada é absolutamente bom você me entende? não são as emoções que me assustam o coração acelerado o aperto na garganta porque isso significa que eu vivo que o ar circula em meus pulmões que o meu coração bombeia sangue pro resto do corpo com um propósito, uma razão me assusta a ausência me assusta a sensação de que os dias passam e tudo continua a mesma coisa
[o grito preso na garganta]
voarias
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bruluz · 2 years ago
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O amor bate na porta
o amor bate na aorta,
fui abrir e me constipei.
Cardíaco e melancólico,
o amor ronca na horta
entre pés de laranjeira
entre uvas meio verdes
e desejos já maduros.
Entre uvas meio verdes,
meu amor, não te atormentes.
Certos ácidos adoçam
a boca murcha dos velhos
e quando os dentes não mordem
e quando os braços não prendem
o amor faz uma cócega
o amor desenha uma curva
propõe uma geometria.
Amor é bicho instruído.
Olha: o amor pulou o muro
o amor subiu na árvore
em tempo de se estrepar.
Pronto, o amor se estrepou.
Daqui estou vendo o sangue
que corre do corpo andrógino.
Essa ferida, meu bem,
às vezes não sara nunca
às vezes sara amanhã.
Daqui estou vendo o amor
irritado, desapontado,
mas também vejo outras coisas:
vejo beijos que se beijam
ouço mãos que se conversam
e que viajam sem mapa.
Vejo muitas outras coisas
que não ouso compreender...
Carlos Drumond de Andrade
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bruluz · 2 years ago
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Estapendectomia feita. A partir de hoje, eu me classifico por pessoa com deficiência ( PCD) e, agora, ao invés de 206 ossos, tenho 205, já que meu estribo desceu pelo ralo do bloco cirúrgico. Ficou um vazio nesse dia. Vazio, sem osteoporose, vazio do jejum de 18 horas, da depleção de sangue e de alguém, que salvo meus elos genéticos, todas obrigadas a me aguentar por amor fraterno, não podia estar lá.
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