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buracoonline-blog · 8 years ago
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Eu
Sempre quis escrever algo grande. Não precisa ser profundo, ou inteligente, ou novo. Só precisa ser grande. Escrever um monte de coisa, fazer um brain dump violento mas relativamente bem organizado. Talvez, pelo menos, um pouco bom de ler.
Nesse momento estou me sentindo meio mal, meio estranho. Não estou me sentindo confortável, no entanto, pra falar sobre os motivos de estar me sentindo assim. Então vou fazer uma série de reviravoltas nesse texto para rodear o meu problema sem falar sobre o meu problema.
Uma das regras que tenho para este texto é que ele seja sincero. Mas ser sincero não é a mesma coisa que ser detalhista.
Já faz um bom tempo que não escrevo...
Quando comecei a escrever, adolescente, havia uma criatividade misturada com uma sensação de descoberta e de fazer algo legal ou novo. Acho que posso dizer em nome da maioria dos ex-adolescentes que nessa idade é mais fácil ser criativo, porque os sentimentos são novos e porque o conhecimento do que já existe é pequeno.
Conforme fui ficando mais velho, passei por algumas fases. Por um tempo, escrevi sobre coisas mais práticas e menos instropectivas. Depois fui pra uma vibe mais filosófica, ou até um pouco "messiânica", falando sobre a vida, as coisas, o futuro. Quando percebi que minhas filosofias eram incompletas ou falhas, passei a escrever sobre mim e sobre a experiência da minha vida, j�� que dessa forma eu nunca estaria escrevendo algo inválido. Acontece que a minha vida não é tão legal assim, então esses textos muitas vezes não tinham graça nem propósito. Por fim, mais recentemente, passei a misturar um pouco as coisas, escrevendo desde o absolutamente aleatório, passando por reflexões mais sérias, até "sútras" e outros mini-textos baseados em insights.
Depois disso, parei de escrever e passei a me concentrar em aspectos da vida que pessoas de mais de 30 anos costumam se concentrar. Basicamente: dinheiro e poder.
Acho que quando você "descobre" realmente o que significa dinheiro e poder (especialmente poder), isso passa a ter uma relevância muito maior na sua vida. E talvez haja uma correlação no fato de pessoas com mais de 30 passarem a se interessar por essas coisas, já que nessa idade já deu pra extirpar a maior parte das inocências, já deu pra sentir os mais variados tipos de dores (e possivelmente prazeres), e já deu pra entender que esse período aqui na Terra é curto e frágil. Às vezes a vida até parece longa, mas na real se você tirar todo o tempo de bullshits, acaba sobrando pouca coisa.
Engraçado, essa semana era pra ser uma semana focada em saúde (uma das coisas que também ganha uma maior prioridade depois dos 30). Eu não ia beber, não ia comer carne, e iria andar de bicicleta alguns dias. Talvez até correr também. E agora, que fiquei triste, a primeira coisa que eu fiz foi abrir meu baú de bebidas (outra coisa que parece que só aparece depois dos 30), e peguei meu bom e velho Underberg. Pra quem não conhece, é um "extrato de ervas aromáticas", bastante alcoólico, bastante escuro. Tem um gosto amargo, e parece combinar perfeitamente com as horas "amargas" da minha vida. A não ser que exista algum tipo de "saúde" nessas ervas, o propósito dessa semana se desconfigurou profundamente.
Estou sim com vontade de tomar algumas ações no sentido de aliviar o que estou sentindo. Uma das opções seria me comunicar melhor e tentar "resolver" algumas incoerências e até possíveis enganos nas palavras de outra pessoa. Talvez falando melhor o que eu senti, criando um "canal de empatia", ou talvez ovelhamente pedindo desculpas e sendo dócil e tranquilo. Outra opção é beber, conforme já estou fazendo, e uma terceira seria ir dormir e ver se amanhã a cabeça está um pouco mais limpa. A quarta é escrever retardadamente, parágrafo após parágrafo, até que hipoteticamente a cabeça se esvazie e uma paz budista/hinduísta baseada em vacuidade e o-que-vem-além talvez surja. Às vezes acontece, normalmente não.
Normalmente ou eu fico bêbado demais e atinjo assim o meu "pseudo estado de gnose".
Agora, começo a sentir os primeiros efeitos do álcool. O primeiro efeito é engraçado, porque provavelmente ainda não deu tempo do meu organismo processar qualquer coisa, mas já existe aquela tonteirinha que me faz parar e ficar retardadamente olhando pra um objeto qualquer, ou aquele pensamento que toma conta e me faz dar risada sozinho. E pensar que isso ainda pode ir bem longe hoje… Enfim, vamos para o segundo Underberg. A garrafa já estava meio vazia, o que significa que o segundo também é o último, mas, fear not (!), existe um baú completo, que com certeza não vai se acabar hoje.
Me sinto um pouco invadido por uma sensação de vergonha, talvez por ter dedicado um parágrafo inteiro ao álcool. Aquela culpa talvez, de ter a consciência que estou tentando "resolver" (ou mais obviamente, postergar) um problema com uma bebida. Aquele clássico comportamento alcoólatra (bebendo sozinho em casa pra afogar as mágoas). Mas posso parar quando eu quiser, claro ;-)
Existe um quadro aqui na parede, sabe aqueles quadros que estão a vida inteira na sua casa e você nunca reparou direito? Por sinal, vale uma reflexão sobre todas as coisas tão importantes que estão na nossa frente e que deixamos passar todos os dias. Aí quando as percebemos, as chamamos de "sinais", "sincronicidades", "deus", etc. Enfim, o quadro. Uma bela sincronicidade. Uma daquelas cidadezinhas de litoral, com as casas todas meio "arruinadas" pela maresia, areia no chão… E bem no meio da rua entre as casas, um cachorro. Preto. Sem olhos, sem boca. Quase uma mancha preta.
A noite do Black Dog. Ele veio me visitar, afinal. As portas estão abertas. Entre e sente aqui ao meu lado.
A casa está muito silenciosa. Estou sozinho. Ouço lá no telhado o som da caixa d'água se enchendo. Parece com aqueles sons que você ouve quando encosta a cabeça na barriga de alguém. Eu gosto. Ficar aqui sozinho é ao mesmo tempo doloroso, por causa das circunstâncias da minha tristeza, e ao mesmo tempo prazeroso, porque aqui está o Meu Domínio. Foda-se tudo.
Ontem tive um momento de reflexão compartilhada na qual estava tentando compartilhar uma sensação triste que tenho. Uma coisa ruim que me faz desviar das soluções, que me faz olhar para o lado e para baixo, que me faz fazer qualquer outra coisa. E a imagem que apareceu na minha cabeça, inédita, mas não por isso inválida, foi de uma grande nuvem negra com espinhos. Ela me envolvia, mas não me encostava. Só que os menores movimentos me fariam tocá-la, e sentir dor. Acho que é uma representação quase perfeita desse momento. Qualquer ação, agora, vai doer.
Agora já sinto maiores efeitos. Qualquer droga tomada em silêncio é potencializada. Qualquer coisa que tenha a atenção de alguém é potencializada. Atenção potencializa qualquer coisa. Menos minha cognição. E agora vem aquela velha sensação de que tudo que estou fazendo agora, e escrevendo aqui, está uma bosta. Mas vou jogar isso lá longe. Vai voltar, mas enquanto isso posso falar sobre outras coisas.
Uma outra sensação que vem me acompanhando nas últimas horas é a de esperança. É engraçado, eu sei. Esperança que aconteça uma coisa muito, mas muito legal, que eu gostaria que acontecesse. Uma coisa extremamente egoísta, baseada puramente no meu prazer pessoal, que me traria "vitória" e poder sobre essa situação. Só de pensar nisso já me sinto melhor, e até mais sóbrio. O problema é que não vai acontecer, haha...
Existe um outro quadro aqui, de um índio, olhando bem nos meus olhos. Ele está sorrindo, numa mistura de alegria sincera com cumplicidade com os meus pensamentos. Ele tem uma pequena mecha de cabelos brancos, um pouco maior do que a minha. Isso me fez pensar em duas coisas. Primeiro, é claro, nos meus cabelos brancos, e segundo nos índios (e em um contato que terei com eles em breve e que me faz ter medo de piadas ou qualquer tipo de julgamento… a palavra é "respeito"). Mas vamos focar nos cabelos brancos.
Esses tempos eu li que pessoas em situação de stress extremo podem ficar rapidamente com cabelos brancos. Partindo disso foi fácil concluir que pessoas com mais de 30 anos que tem cabelos brancos, talvez excluindo algum tipo de fator genético, tem, talvez, em cada um desses cabelos, uma história de algum tipo de bosta da vida. É engraçado porque pareço algum tipo de "sábio pretensioso experiente cheio de pseudo-sabedoria", mas a real é que já tem mesmo algumas histórias aqui dentro. E mesmo que elas não tenham nada de extra-ordinário (com hífen mesmo), como provavelmente a maior parte das histórias da minha geração não tenham mesmo, elas tem sim relevância, pois elas me definem.
Definem a pessoa imperfeita que sou. E talvez isso seja libertador? Caralho, já fiz tanta coisa… A gente sabe que a experiência humana é limitada (embora envolta numa ilusão de "sem limites"). É engraçado… O sentido da vida já passou por uma série de variações para mim. Já passei por aquela pira de "o sentido da vida é evoluir", ou então "o sentido da vida é aprender o sentido da vida", ou então aquela pira mais niilista de "não existe sentido pra porra nenhuma e por isso preciso amar cada momento" (que por sinal é uma ideia tesão pra caralho), até uma coisa mais simples do tipo "o sentido da vida é ter experiências". E agora meio que matei isso. Porque a experiência humana é limitada. Eu posso fazer as coisas mais loucas e inimagináveis, mas (1) provavelmente alguém já fez (o que exclui o "argumento" do pioneirismo), ou (2) mesmo que eu seja um "pioneiro", grande coisa (?), e mesmo que eu faça as coisas que a maioria das pessoas também faz…
E meu sentido morre aqui. Primeiro porque falar em sentido é um erro que eu deveria ter evitado uns parágrafos atrás… deveria ter falado em propósito, talvez.
Enfim, experiências. O que temos além delas? Uma vontade de sobreviver? Uma vontade de segurança, e talvez a partir disso, uma vontade de controle? É estranho escrever essas coisas, e ser invadido em minhas memórias por experiências, desde dirigir de moto num campo de futebol, até ouvir um cara tocando violão e fumar maconha num albergue do Camboja. E agora aqui, numa casa na Barreirinha, em Curitiba, no Paraná, no Brasil, América do Sul, Planeta Terra, Sistema Solar, Via Láctea...
Papo de bêbado. Espero que você esteja pelo menos um pouco bêbado ao ler isso, senão vai ficar sem graça pra caralho. Vou fazer uma pausa para abrir o meu baú.
(...)
Stolichnaya. Essa é uma vodca (vodka?) que acho boa pra caralho. Dentro dos meus limites de apreciação, é uma das melhores vodkas que já tomei. A melhor foi a Zubrowka, uma vodka que nunca esqueci o nome, apesar de ter tomado apenas uma vez. Ela vem embalada num "pelego", e tem o "toque" de um pedaço de uma planta que parece uma grama comprida dentro dela. Descia que nem água… Enfim, vamos ficar na Stolichnaya, que já está bótimo…
...
Sério, muito boa.
Onde continua a vida, agora? Eu gostei dessa coisa de olhar os objetos à minha volta e ter algum tipo de insight pretensioso. O próximo são as flores aqui do meu lado. São lindas. Mas estão precisando de água. E ontem eu estava pensando nisso. Mas não dei água. E isso me faz lembrar de todas as coisas que precisam de água, que precisam ser regadas na minha vida, porque senão, começam a ficar meio feias e descuidadas. Talvez a vida seja, afinal, como um jardim. Se você não faz nada, começa a crescer um monte de mato, e tudo acaba virando uma massa "uniforme" de mediocridade e normalidade.
Quão normal, sou eu, agora, escrevendo essa merda e tomando vodka de gente "privilegiada" no meu Macbook? É… Se você achou que aqui existia um "artista boêmico" escrevendo num guardanapo, só lamento.
Ouço os roncos do meu cachorro dormindo, e me sinto um idiota escrevendo coisas irrelevantes. A minha esperança é que surjam pequenas faíscas que me permitam completar cada um desses parágrafos com uma mensagem minimamente útil. Putz, eu falei mesmo isso? Útil? É isso que quero? Ser útil? É isso que todos querem? Seria "ser útil" o sentido (ou melhor, o propósito) da vida? Esses tempos li uma espécie de auto-biografia do Einstein, onde ele dizia que a gente já nasce em dívida com a sociedade. Ainal, logo ao nascer, já somos amparados por uma estrutura de médicos, hospitais, e mães bem-informadas (pelo menos num contexto de classe média de país semi-desenvolvido).
Eu acho esse pensamento bem legal. O único problema é que eu praticamente não me sinto em dívida com quase ninguém. Ou seja, ele não me atinge como deveria, talvez.
E aí vem o silêncio, e com ele meu Acufeno, outra coisa que deve surgir depois dos 30, especialmente pra pessoas que ouvem música alta. E me sinto retardado, já bêbado, já preocupado de estar descontextualizando essa porra toda, e pensando que talvez já haja palavrões demais, e pensando que talvez seja hora de dar um ponto final enquanto ainda existe algum tipo de lucidez…
A esperança. Volte lá em cima, não vou explicar de novo. Ela está aqui ainda. Bem que poderia acontecer exatamente aquilo que eu queria… Mas no fundo, agora, a minha vontade maior é a de destruir. Não preciso quebrar a minha casa, não preciso jogar copos na parede. Cada pensamento meu se fragmentando, como aquelas peças de Lego, mas, de forma mais "poética", como num caleidoscópio em rotação contínua… Destruir todas essas ideias.
Uma vez que tomei ácido, depois de todas aquelas horas de visões e experiências e desconstruções de ideias, lá no final, na décima hora, enxerguei pequenos bloquinhos, deslizando, se juntando, contruindo blocos maiores… A realidade toda, talvez, voltando a existir como era, naquela forma simbólica… Foi belo, foi importante para mim.
Como esse texto todo é egoísta… E me sinto culpado por ser egoísta, mas qual é mesmo a minha culpa?
E agora, sinto cada batida do meu coração. Antes já sentia, mas agora, com aquela força que parece algo que quer ser percebido. Eu te percebo. Você aí, dentro de mim, sendo o que você precisa ser, sendo o que me faz continuar aqui...
Meus olhos vão se fechando. Compreendo e assimilo que não posso mais. Que é hora de encerrar. Que ninguém mais deve estar lendo até aqui. Que o meu "texto enorme" lá do começo, talvez esteja limitado pelo meu cansaço, pela minha tristeza, pelos Underbergs e Stolichnayas, pela minha juventude que se vai, por aquilo que se espera de mim e que não represento, pelas dores e prazeres.. Vão se fechando, porque o cansaço é maior do que tudo.
Dormir.
E, claro, menor do que eu queria, mas muito maior que o necessário.
-- Eu
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buracoonline-blog · 8 years ago
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Ritos de Dezembro II - Passagens Início de Ano
Quando as palavras mudam de perspectiva? De repente aquilo que já foi de muito significado passa a ser apenas mais uma palavra, com significados diferentes. Aquilo já não desperta sentimento. Perdeu a intensidade. Como aquele trabalho novo, que causa empolgação no início e depois esgota. As vezes fica só neutro mesmo, nem bom, nem mau, apenas indiferença. Acontece com trabalho, com pessoas, com lugares. Mas será que acontece com tudo mesmo? Esgotaremos cerveja? Esgotaremos amor? Esgotaremos prazer?  Esgotamos palavras?  Fases de transformações. As palavras ainda estão aí. Mas talvez precisem de novos caminhos.
 --Elisa
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buracoonline-blog · 8 years ago
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Sutras de Dezembro
A besta é muda. Não tem grana pra pagar a criação da marca.
Talvez a felicidade seja mesmo a destruição do ego. É o mais perto dela que cheguei.
Só estou pensando entre caminhos de sono e inabilidade e cansaço e doença e ansiedade e letargia. Provavelmente não vou conseguir pensar em coisas muito boas.
Estou inapto a viver mas ainda mais inapto para morrer.
Os caminhos que mais motivam as pessoas me parecem bobos, e os motivos que deveriam me motivar não funcionam direito.
Ficar procurando um propósito e como é estranhamente artificial isso.
Eu não queria que algumas coisas tivessem que ser condições. Sou mais feliz nos planos pré-aprovados. Mas talvez seja necessário aceitar as condições da vida para que se possa continuar vivendo, afinal.
Se nada faz sentido, eu devo fazer nada, ou devo fazer qualquer coisa?
Se a satisfação dos meus desejos na minha mente for apenas um pouco menor do que seria a satisfação "real", e como é muito mais fácil satisfazer apenas a mente, isso não acaba valendo bastante a pena?
Talvez eu esteja errado, talvez o mundo esteja. É mais provável que o errado seja eu, mas se tenho convicções, o correto mesmo me parece ser ajustar o mundo a mim.
A experiência de estar aqui, nesse momento, nessa noite, olhando essas avenidas, essas luzes, essas vidas que passam e que estão ao seu lado agora.
A existência às vezes te deixa triste, mas talvez ela não devesse te deixar de jeito algum... Nem feliz.
Você escreve nessa perspectiva de que alguma verdade seja expelida, de que algo se resolva, de que você se torne melhor ou mais completo ou simplesmente alguma coisa diferente. Mas talvez escrever só sirva para revelar aquilo que já está aí dentro. Escrever não te transforma. Escrever só te mostra o que você é e talvez aquilo que você deveria deixar de ser. Continue escrevendo então.
As vozes que estão na sua cabeça e que não param de falar. Deixe elas falarem quando você escreve. Não importa que estejam fora de contexto. Existe algo de real na vida que está correto ou "dentro de um contexto"?
Você abstrai e acaba criando uma série de regras e realidades ideais, explicáveis.
O que é mesmo aquilo que você quer fazer aqui? O quanto isso importa? O que mudaria se você soubesse?
O que você espera de qualquer coisa transforma as coisas que você espera. A solução? Não esperar nada, ou talvez esperar algo melhor.
O risco de se isentar de expectativas está em se isentar também de qualquer ação, especialmente da ideia que existe responsabilidade sobre cada ação.
Agir sem esperar algo em troca, não por altruísmo, mas por puro egoísmo. Menos distorções levam a mais paz de espírito.
Viagem. Aquela lembrança já meio antiga de como viajar me leva a uma nova bolha fora da minha realidade comum, uma nova bolha que facilita novas ideias e me deixa até mais otimista. Esse pensamento já meio antigo continua igualmente relevante. Vou viajar.
Me levo a um novo ano com novas ideias e algumas resoluções exatamente iguais. Acho que às vezes queremos na verdade uma "revolução de ano novo".
A idade me traz as verdadeiras dores da vida, da experiência humana pura e simples. Mas o conhecimento da dor me leva a uma espécie de tranquilidade, de saber que sou capaz de lutar contra qualquer coisa, e mais do que isso, posso vencer. Embora todas as teorias apontem que não há valor e que não há sentido, continuo por aqui. Talvez isso signifique que quero vencer, afinal. Vencer por vencer.
-- Michael
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buracoonline-blog · 9 years ago
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Ritos de Dezembro I - Depressivo Dramático Romântico do Século XVI
Foge
Escreve
Boêmia 
Existencialismo
Carpe Diem
Sofre
Arte
Arte?
Sofre
Foge
Escreve
Vive
Bebe
Traga
Fode
Fumaça
Morre aos 23
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buracoonline-blog · 9 years ago
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Minimal doesn’t exist  - A gente tem que se acostumar com a felicidade
Meio idiota, sorriso bobo na cara, mas é isso aí. Pode parecer ilusão, ignorância e conformismo. Mas talvez seja aprender a aceitar essa sensação boa.  Não ficar cavocando e procurando os erros mesmo. Texto meio estranho por aqui. Caminhar em direção da plenitude, aprender a aceitar as partes boas. Caminhar.
--Lucy
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buracoonline-blog · 9 years ago
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Epifania pessimista
Tá tão claro agora, que todo esse sentimento ruim, que acreditar que não é o suficiente e que vai dar errado, nos faz mal. Mas faz tão mal que nos faz “fugitivos”, provocando mais dor e destruição. É uma bola de merda. Estamos tão fracos mentalmente que outro projeto com umas cores diferentes já parece melhor e então é só largar esse. Outra perspectiva já nos faz largar o emprego. Que se outra pessoa nos dá um pouco mais de atenção já nos apaixonamos e largamos a atual. Estamos só fugindo de uma bosta para outra. Porque diante de tanto pessimismo o “novo” virou sinônimo de esperança. Felicidade temporária para se afundar na bosta novamente. Pessimismo. Acreditar para que? Vai dar errado.
–Lucy
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buracoonline-blog · 9 years ago
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Reflexos - Ciclos egoapaixonados
Quantos já se apaixonaram por você?
Paro e observo. O que eu fiz para se apaixonar por mim? Qual foi o momento? Qual foi a palavra? Faço uma estimativa de quanto essa pessoa sabe sobre mim, 1%. Talvez menos. Foi meia duzia de palavras trocadas que a seduziu? Ou deve ter algo mágico mesmo que atraem as pessoas? 
Nessa órbita de projetos mal sucedidos, cobranças, trabalhos incompletos, atender padrões, com tudo isso, nos sentimos um lixo. Todos se sentem um lixo. Ai chega alguém novo, te faz sentir-se incrível. Fala umas palavras inocentes. Uns elogios. E pá. A gente começa a se gostar de volta. É massa. A gente se sente bem. Como uma renovação de fé em nós mesmos impulsionado por aqueles olhos apaixonados. 
Então vem a rotina, o descuido, os projetos mal sucedidos, cobranças, trabalhos incompletos, atender padrões …. E aí parece outrem nos fazendo sentir incrível novamente… Há os que vão dizer que isso é magia, que é amor.
–Lucy 
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buracoonline-blog · 9 years ago
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Reflexos - Buraco II
Entorpecido, mergulhado num infinito oceano negro. Um oceano de som etéreo, introspectivo, menor. Estou, apenas aqui. Não pareço afundar. Pareço imerso numa densidade que não me permite descer nem subir. Apenas sinto o toque dessa força que ao mesmo tempo me convida e me reprime.
Sou o próprio oceano. Sou também o negro que entra e que sai pelos meus poros, pela minha boca, pelos meus próprios pensamentos e emoções. O ar é negro, o som é negro, matéria, energia, o próprio universo é negro, obscuro. Imerso na viscosidade negra.
Cada vez que inspiro, mais turvo me torno. Cada partícula de melancolia menos visível me torna, menos sentido me dá nesse mar (qual é o sentido de uma gota no mar, além de ser o próprio mar). Ironicamente, preciso respirar para continuar a existir, e também para desaparecer.
Não nutro o desejo de sair daqui. Não existe esperança, não há luz para qualquer direção. Estou tranquilo, talvez "derrotado", mas tranquilo por saber que nunca houve chance alguma. Se um dia acreditei que havia luz, foi apenas pela ignorância da magnitude negra imensurável. Além de que, se houvesse luz, o que mesmo eu faria com ela?
Os olhos mais nada veem (apenas a escuridão). As narinas mais nada cheiram (apenas a escuridão). A pele mais nada toca (apenas a escuridão). A língua mais nada sente (apenas a escuridão). Os ouvidos mais nada ouvem... Apenas o som negro, introspectivo, menor.
Me torno o som. Sou o som. E desapareço.
-- Ratzio
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buracoonline-blog · 9 years ago
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Reflexos - Buraco I
Nada de importante. Apenas palavras soltas. Sinceridade presa. Muita confusão. Pouca vontade de muitas coisas. Muita vontade de uma coisa que eu acho que sei melhor do que sei.
Pensamentos presos. Atitudes falhas. Confusão. Falta de clareza. Falta de clareza. No que penso, no que sinto, no que digo, em como ajo.
Fugas. Todo tipo de fuga. Distância daquilo e daqueles que mais precisam de mim. Muita dedicação àquilo que menos importa, àquilo que é ausente de valor.
Silêncio. Silêncio quando querem palavras, voz quando devo me calar. Uma insuportável, antiga, poderosa, nebulosa confusão. Tema de toda minha arte, minha vida. Dominadora do meu tempo, minha voz, minha razão. Superficial. Impede meu progresso em direção a sei lá o que. Contagia quem se encanta por ela. Pois sou o seu porta-voz.
Trago as boas novas de que ninguém sabe direito de nada, que todo mundo finge ter seus objetivos, que as regras que seguimos são todas efêmeras criações...
Não temos tempo algum. É isso. Não temos tempo algum. Então cada um faz o que bem entender. Cada um segue as suas ilusões de caminhos. Cada um busca atingir umas coisas que na verdade nem queria. Mas não sabia que não queria. Nunca saberia. Pois também aqueles que escrevem que sabem, de fato não sabem. Só achavam. São mestres em achar.
Meus amigos: não existe resposta. Não existem caminhos. Não existe verdade. Tudo isso que está na sua frente, e tudo que está aí na sua cabeçinha, são construções. De um monte de gente. Gente como você.
O caminho, quem faz, é cada um de nós que escolhe viver mais um dia. Querendo ou não fazer o seu caminho. 
Querendo ou não transformar, a gente transforma.
-- Ratzio
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buracoonline-blog · 9 years ago
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Reflexos - Idiossincrasias
Detalhes. Nuances. Degradês. Aquele ruidinho no fundo quando se faz silêncio. Não aquela superfície lisa, perfeitamente alinhada, mas aquela deformação saliente ali, bem no meio, lá onde sua atenção se prende. Saliências, entranhas e deformidades estranhas. Nelas que me perco, que me apaixono.
-- Lucy
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buracoonline-blog · 9 years ago
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Reflexos - Melancolia I
Caminhando. Grandes espaços. Concreto. Pé-direito alto. Me lembra uma espécie de templo. Talvez seja. Um certo silêncio. Sons da noite. Luzes brancas. Aperto levemente os músculos dos olhos. Uma pessoa passa. Outra pessoa passa. Vamos nos cruzando. Quase esbarrando. Em modo automático. Cada um segue sua vida. Cada um enxerga no outro, mediocridade. Médios. Vivendo mais um dia. Um pouco mais perto da morte. Estamos continuando. Ele, eu. Ela. Afinal, por que não continuar? Corredores. Escolhas. Sinto o meu coração bater. Escolho continuar. Mesmo que não faça sentido algum.
-- Ratzio
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buracoonline-blog · 9 years ago
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Sarjeta - Lixo
Não querer focar. Todos falam em foco, são guias para concentração, "turbinando a sua mente", ser mais produtivo, ser mais eficiente, enriquecer, conquistar seus sonhos. Tem dia que nem isso e nem nada. E toda essa conversa sobre foco e ser mais produtivo não faz sentido. Focar em que? Nesse lixo todo que fico reciclando e chamando de futuro. É tempo demais para pensar, para parar de pensar e pensar sobre pensar. 
As vezes esse lixo fede. A decomposição da alma. Fede.
Vou me dedicar hoje só a esse texto aqui. E talvez beber no fim do dia.
--Kris
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buracoonline-blog · 9 years ago
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Reflexos - Baldes Vazios
Acho que tenho um bom equilíbrio. Fisicamente, emocionalmente, mentalmente. Sou um cara equilibrado. Ou melhor, posso ser um cara equilibrado. Só que estou sempre escolhendo o desequilíbrio.
Sim, é uma escolha. Se vivo fazendo isso, se isso não é algum tipo de compulsão, e se estou consciente, só pode ser uma escolha.
Eu escolho me desequilibrar.
Já nem lembro mais quando a minha vida esteve "certinha". Todos os aspectos, amigos, família, trabalho, relacionamentos, todos eles na mesma proporção, e numa proporção suficiente. Não lembro. Sempre tem algo torto, algo fraco, algo abandonado. Algum aspecto sempre está errado. Se melhoro um, outro piora. Se trabalho mais, namoro menos. Se relaxo mais, trabalho menos. Se estou mais com os amigos, estou menos com a família.
E pelo jeito vai continuar assim, sei lá até quando. Mesmo porque no fim das contas, não sei se estou realmente procurando esse equilíbrio. Estou aqui fazendo minhas coisas, escrevendo um texto. O que eu quero saber de equilíbrio?
Esses aspectos da vida são como baldes furados que vivo tentando encher. Às vezes deixo um bem cheio, mas nesse tempo os outros já estão quase vazios. E quando ficam quase vazios, tocam alarmes, e eu percebo, e saio correndo tentando encher o pior, até que fique aceitável.
Esses baldes, quando ficam vazios, essas pessoas, sentem que estou longe. Talvez algumas fiquem tristes. Outras não estão nem aí. Eu queria que elas sempre pudessem ter da minha água, mas não é sempre que consigo dar.
...
Ah, eu sei lá. Essas reflexões tendem a exigir uma solução. Como resolver isso? Reduzir o número de baldes? Ligar mais a torneira? Ter processos melhores que deixem a água igual em cada balde? Todas as anteriores?
Sei que o tempo passa, algumas coisas melhoram, outras pioram... o coração dói mais, e a mente se preocupa enquanto aprende a relaxar.
-- Ratzio
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buracoonline-blog · 9 years ago
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Sarjeta - Tirando do papel
Porque não existe verdade 
e nenhuma certeza
Porque tudo pode ser, talvez, eu acho
Porque não há sentido, o eterno retorno, cíclico e caótico.
Porque não é sobre respostas
Porque ainda vai doer e vamos sofrer
Porque juntos somos mais perguntas 
Expansão
--Elisa
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buracoonline-blog · 9 years ago
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CFCCFC - Para conservar e destruir sentimentos
​Bem-Vindo ao Centro de Filosofia Cíclica Caótica das Frestas do Cosmos- (CFC)² 
Resumo: Instruções para as pessoas que possuem conhecimento supremo dos ciclos caóticos do universo, que nada é verdade e tudo é permitido, que conhecem as Energias que Não foram ainda Modeladas Matematicamente (ENMMs), nem cientificamente comprovadas, também não consideradas como esoterismo, nem como crenças religiosas, e mesmo assim querem usar tais energias em sua vida terrestre. Para isso indica-se o uso do Sistema para Variáveis Aleatórias por Elevação a Quadrados Imperfeitos SVAEQI.
Possíveis causas: Existe um conjunto de energias terrestres (Preguiça, Tristeza, Felicidade, Amor..) as ENMMs, que o pouco avanço científico se deve a propriedade aleatória de tais energias - movimento browniano, random number - já enunciada por Einstein no início de 1900. Entretanto os humanos ainda não descobriram como inibir a geração de tais energias e vivem cotidianamente sofrendo com mal uso das ENMMs. Contingência: Alta
Utilidade: Moderada Com aplicação do SVAEQI, Sistema para Variáveis Aleatórias de Elevação a Quadrados Imperfeitos, observou-se que ao elevar ao quadrado uma energia aleatória, a soma de dois aleatórios tende a uma conservação e ou uma nova conjunção aleatória. Por exemplo seja "preguiça" a variável humana do momento (preguiça)=0 Ou seja você continuará com preguiça, nada mudará. Uma anulação humana. Mas se elevado ao quadrado: (preguiça)(preguiça)= (preguiça)^2 Ter preguiça de ter preguiça é igual uma energia de geração de mudanças ou conservação. Afinal se você tem preguiça de ter preguiça a sua tendência é trocar de variável. Outro exemplo é a variável "feliz", não basta apenas ser/estar "feliz", tem que estar feliz por estar feliz: (feliz)(feliz)=(feliz)^2 Não elevar as variáveis ao quadrado sempre fará que as tenda a zero com o tempo. Com o uso do sistema você poderá estabelecer redundâncias cíclicas nas variáveis e deixá-las perdidas nelas mesmas, assim perpetuando a energia que almejar e estabelecer um domínio sobre a energia aleatória. Outra energia que já abordamos em outro tópico como talvez necessária a extinção na esfera terrestre,o amor, tem reagido bem aos testes do sistema de elevação de quadrados imperfeitos. (amar)(amar)=(amor)^2 Amar estar amando. Cuidados na aplicação do SVAEQI:  O sistema só pode ser aplicado às variáveis de uma pessoa, ou seja só aplicado pela pessoa e em suas próprias variáveis. 
(amar)(amado) = BUM
A somatização das variáveis de duas pessoas apesentou alto percentual de periculosidade devido o aumento absurdo de colisões e choques no movimento aleatório das variáveis, causando, assim, impactos bruscos até mesmo nos cientistas enquanto faziam suas pesquisas, o que acabou limitando o avanço científico em tal área. --Tzoy
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buracoonline-blog · 9 years ago
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Minimal doesn’t exist - Tropeço
Aquela coisa estranha. Concentra. Trabalha. Não pensa. Parece que tá tudo bem. Porque não estaria também? Alienação da alma. Preenchendo os vácuos. Parar de sofrer. Mas é naqueles contratempos. Na busca por mais um café. No suspiro. No caminho. Por descuido. Esteve ali fugindo o dia inteiro. De repente você, sem querer, tropeça em você.
-Lucy
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buracoonline-blog · 9 years ago
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Sarjeta - Bosta
Não sei por onde começar. Essas mãos absurdamente relaxadas ornamentando as letras, esse lugar novo, tão nostálgico, tão igual e tão diferente (sob nova direção). Mas está mais diferente do que igual. Mudou, e eu não queria que mudasse. Esse som alto demais. Todos lá fora e só eu aqui dentro, passando calor. Isso não pode dar certo! Qualquer coisa que eu escrever aqui vai ficar uma bosta. Mas foda-se. Ah, essa TV ligada... Foda-se, só isso. Foda-se. Uma cerveja só, e talvez nunca mais esse lugar. Nunca mais sozinho e aqui dentro, pelo menos. E essas lutas na TV. Legendadas ainda. Vou dedicar todo esse texto a esse lugar, a essa bosta de momento. Um parágrafo só. Pra ficar ruim de ler também. Vou ficar aqui, escrevendo até acabar a cerveja. Nessa pira idiota. Escrevendo essa coisa idiota. Esgotar as palavras, a página, foda-se. Nossa, que bosta. Será que isso tem fim? Que bosta. Chega, só chega.
-- Ratzio
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