caldodeafeto

[caldodeafeto]

a rádio da minha cabeça não apenas ouve músicas. ela também cria músicas. e é assim: o tempo todo. eu que forço a folga, que nunca é de fato uma folga. a folga mesmo eu só vou ter quando vencer. mas é um algo que foca no que precisa, que por vezes se irrita.

[caldodeafeto]

eu joguei toda a minha alegria nas minhas músicas.

e que saudade daquela alegria...

hoje, o que eu tenho é amargura.

jogo a minha raiva, a dor e a angústia e os arrependimentos e os medos e as dúvidas.

jogo o que me faz sangrar por dentro, porque sim, eu ainda sinto. ainda sinto tudo aquilo.

ás vezes, tenho saudade de não sentir.

e tento muito estar no presente.

e tento muito ser melhor.

enquanto tento aceitar que não preciso ser a melhor do mundo.

que tá tudo bem em errar.

tento me perdoar.

enquanto sinto demais.

enquanto me sinto à flor da pele.

enquanto estou aqui e ao mesmo tempo não.

não gosto de me repetir, mas me repito demais.

sinto o ecoar de uma guitarra.

o charme da distorção.

e sei que vou conseguir.

e sei que preciso continuar tentando.

e não posso desistir de nada.

e tento conciliar sonhos e desejos e possibilidades e metas e realismo e surrealismo e o intuitivo e o subjetivo e a mente maluca e os absurdos e a quietitude e o chamado a brilhar.

e a brutalidade da realidade.

e os berros maternos.

e o medo de errar.

e o peso, que pra tantos não é nada.

eu deveria agradecer.

e agradeço.

e desapareço.

e ás vezes me esqueço.

eu gosto das redes sociais (ou simplesmente minto dez mil vezes, até acreditar).

aqui é exatamente onde eu quero estar.

sendo ouvida, sendo lida, admirada e acolhida.

esse som tá foda.

que bom que me escuto.

ninguém pode me calar.

nem você, nem ele, nem ela, nem o medo, nem o tempo, nem a realidade.

eu insisto em cantar.

e vou cantar muito mais.

[caldodeafeto]

você foi a última vez que eu amei.

e eu me pergunto como é possível amar depois de você.

não sei se há como...

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pt 2

aí o outro vem dizer que eu "manipulo a situação pra sair como vítima", como se eu precisasse... kkkkk não, more, as histórias falam por si. carece manipular nada não, é feio mesmo. fui tratada que nem lixo no momento em que eu tava me sentindo pior comigo mesma em muito tempo. isso me faz lembrar da Rihanna dizendo "não deixa eles verem você sangrar", ela tava certa, a galera ao invés de estender a mão e mostrar acolhimento, faz é chutar e cuspir em cima. eu comecei a ler um livro que no primeiro capítulo já começa falando de amizades e o autor diz algo tipo "cuidado com os amigos! você não se decepciona com os inimigos, mas os amigos conhecem as suas vulnerabilidades" e ele joga uma enxurrada de informações sobre este formato de relacionamento que outrora tanto admirei e nutri, foi de cair o queixo, tive até que parar de ler pra processar as informações, porque foi doloroso de verdade ver o tanto que caí em armadilhas já esmiuçadas em livros. por um lado foi bom, isso me fez pensar que eles não são ruins, embora nada justifique a baixaria na hora de falar comigo e me fez, sim, sentir uma idiota. como pude suportar que os incômodos chegassem tão longe? como pude insistir numa pessoa depois de ela ter feito coisas que pra mim são inaceitáveis? como pude desrespeitar tanto os meus limites e insistir em remar barco furado? como pude confiar nessa gente? e tirar todos os meus filtros? isso não é sobre eles, de fato o querido tem razão. tudo isso é um problema meu. o problema sou eu, que dei todo esse espaço e que sofri e não consegui guardar pra mim. e que misturei histórias e achei que podia só ser eu, quando na verdade ninguém pode. o problema sou eu que, mesmo passado tanto tempo, ainda escuto no fundinho do ouvido uma voz que diz "cara, eu real não merecia isso kk". e não recebi acolhimento nem do futuro psicólogo. que doideira pensar que, de todo aquele grupo de pessoas, incluindo os agregados mais recentes, as duas pessoas que mais amei sempre foram o Erick e o Ícaro, pessoas com quem inclusive já tive várias divergências, mas o respeito sempre foi mantido, a admiração nunca nos permitiu cruzar a linha, não vamos concordar sempre, mas frutificamos ideias e honramos nossa história. amizades de verdade. podemos não nos falar sempre, mas sabemos que estamos ali. era só isso que eu esperava, mas de fato não é todo mundo que vai dar. ainda bem que tenho eles, a bárbara, duda e sofia. são 5. um empate justo. e francamente? tudo bem! podem ir! que deus abençoe e encha de luz e sabedoria. a todos nós. e que, por favor, esse seja o fim dessa história. eu realmente espero não ter acesso a mais nada. chega! que cada um possa seguir a sua vida e ter sucesso, porque a real é que é isso que eu desejo a todos nós. as relações podem ter mudado, mas os desejos são os mesmos.

[caldodeafeto]

caraca! eu tinha até esquecido que isso aqui existia... esse espaço vazio e infinito, esse lugarzinho só meu, tão cheio de história. e agora tudo tá tão diferente... tanta gente foi embora... engraçado que outro dia vieram passar na minha cara as pessoas que "se afastaram de mim" kk tentei lembrar quem foi a última pessoa que se afastou de mim, como se eu realmente me importasse... faz tempo, viu! todas as últimas pessoas que saíram da minha vida foi porque eu me afastei delas e em alguns casos ambas o fizeram. fui eu quem decidi ir embora, amor. kk agora eu tenho que pedir desculpas por ser profunda na minha fala. vou fazer assim: vou pedir desculpas por ter te dado importância. deveria ter feito que nem você, que mantém tudo no lugar mais superficial possível. isso sim é o certo. eu me importei a ponto de escrever textões, veja só isso! foram 5. cinco pessoas com quem me dispus a ter relações, em quem confiei, abri os braços e a intimidade, me expus, fui extra sincera, mas protegi como pude e, porque não, apoiei. e tudo vira sobre dinheiro. eu tô falando A e pessoa tá interpretando dinheiro, então de repente eu quero que vá pra casa do caralho e se tu tá falando sobre isso, então tá. como é fácil ignorar o afeto todo que te dei, né? porque tudo mudou pra você e agora é fácil só jogar fora e ainda ter a cara de pau de jogar a responsa em grana. mas quem falou de grana foi você. é a sociedade do descarte mesmo. e é claro que eu sei que posso só mandar tudo pra puta que o pariu e seguir a minha vida e conhecer pessoas e você pode me chamar de vitimista por falar de algo que me toca, já que isso também é uma rota de fuga, tão patética quanto terminar um relacionamento amoroso de anos por áudio. eu fui ferida e não foi uma, nem duas, nem três, nem quatro, foram várias, das formas mais diversas e bizarras até e não é que ninguém teve pena, eu ouso dizer que teve gente ali que sentiu prazer. eu tava chorando e o cara berrando comigo perguntando se eu já ia embora da casa dele amanhã. o cara que dias antes tava dizendo que não via a hora de eu chegar. claro, ele só queria a versão de mim que lambe as bolas dele, como todo mundo. eu tô de saco cheio! o cara gritou comigo e me chamou de tudo que é nome porque eu falei que achei um dos quatro machos que ele tava pegando antipático. o mesmo cara que não se dispôs a sair sozinho comigo um dia sequer, que toda saída comigo era um date com um macho diferente. esse cara era o mesmo que dizia pra todo mundo que era meu amigo. que diabo de amigo é esse? a verdade é que esse cara tinha uma imagem terrível de mim na cabeça e ao menor sinal de discordância, depois de tantos anos engolindo sabe-se lá porquê, perdeu o controle da máscara, não conseguiu mais esconder o ódio que sentia. mas a tapada fui eu mesmo, que fiz tanto e não financeiramente, emocionalmente! fui eu que dei colo e busquei soluções quando o queridão estava em apuros, fui eu que separei briga física! anos atrás. depois a galera esquece... fui eu que lidei com policial! e minha memória é bem boa! por isso que não faço mais. ah, mas não tem nem perigo! não me envolvo em mais nada de seu ninguém, porque eu não esperava uma retribuição. dinheiro as pessoas podem até pagar, mas tem coisa que não tem preço! a única coisa que eu esperava era um pouco de consideração, era que uma pessoa não descesse completamente o nível dentro de uma discussão apenas porque achei seu potencial macho antipático, ás vezes isso é só uma opinião e tudo bem, ninguém é obrigado a gostar de ninguém e isso não significa absolutamente nada. a proporção que essa discussão tomou foi surreal logo na primeira semana a ponto de eu considerar pegar um airbnb, porque não tava com energia pra isso, sabe-se lá quantas eu ainda ia ter que aguentar e aguentei! porque ainda decidi perdoar o absurdo só pra tomar mais no cu, porque o risco era iminente a todo momento, né? quem explode daquele jeito não gosta de você. é simples. você não tem que ficar perto. eu nunca tratei ninguém que eu amo daquele jeito! e o veneno depois...

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alô, paixão

essa é a primeira vez que escrevo pra você e sinceramente espero que não tenham muitas outras... fazia tanto tempo que eu não sentia isso... esse lapso de vida, esse brilho idiota. eu odeio isso. eu procuro isso, quando tô entediada, mas a verdade é que eu detesto isso. hoje eu tinha um monte de coisa pra fazer e não consegui fazer quase nada. eu fico presa no pensamento do que não pode ser, como se o poder ser fosse realmente me trazer algo de bom... olha, eu não acredito. eu não acredito, diante de tudo que eu já passei, que a paixão possa realmente me conduzir a algo bacana. eu não gosto de mim quando tô apaixonada. não gosto dos planos pro futuro que nunca se realizam, não gosto de ficar presa num pensamento que não se dilui e que só vai pra algum lugar do passado ou à uma ilusão, não gosto da vontade de falar o tempo todo, que é imediatamente suprimida pelo medo do outro achar que eu estou sendo demais, não suporto o ciúme, não suporto! esse ciúme doentio que eu sinto, conforme a coisa vai crescendo. e o medo de perder e a falta de paciência pra ser respondido. me adoece. a paixão me adoece. não é a toa que tantos escreveram sobre isso.

eu prefiro o amor. a calmaria. a segurança. ou talvez o amor seja tudo que eu consigo suportar. mesmo que ele não me sacuda as entranhas.

ter minhas entranhas sacudidas me dá enjôo. 

eu gosto da despreocupação com a resposta, gosto de perceber um flerte e comentar, gosto da abertura pra flertar, gosto do espaço pra falar o que quer que seja e aquilo me causar um incômodo absolutamente controlável, do qual eu até mesmo debocho, gosto de tal hora não me importar tanto, nem sentir tanta saudade, porque eu sei que é meu e vai voltar. talvez isso não me encha de tesão, mas me traz um sentimento que eu ouso elencar como muito mais gostoso do que o tesão, porque é todo dia, é rotina, é um porto seguro. é como o suco verde, que eu insisto em bater diariamente, porque sei que me faz bem e tomo com um sorriso. eu gosto disso. gosto de ter controle, mandar e desmandar na situação e da certeza de que não estou na mão de ninguém, apenas compartilho o momento presente. isso é tudo pra mim e eu não troco por nada.

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yes, I released a video!

https://www.youtube.com/watch?v=6eFeBkyZqds

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yes, I released a video!

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anos de terapia

a priori, eu pensava que, pra ser quem eu sou, era pura e simplesmente estar. e por muito tempo foi. mas simplesmente estar não foi o suficiente, não vingou, perdeu até o sentido, foi quando precisei deixar de ser eu. daí comecei a achar que eu só precisava me mudar e me mudei e tudo mudou e eu fui muitas coisas, mas no fundo não era nada. até que comecei uma jornada linda de me reencontrar comigo, com quem eu sempre fui, independente do lugar onde estivesse, ou com quem estivesse, afinal, eu não sou a minha história, não sou os afetos que tive, as alegrias, ou decepções, existe algo mais essencial, que chamam de criança. precisei lembrar daquela pessoinha e sentir aquela pessoinha pra viver o que ela projetou pra mim, pra ser a pessoa que visita pra dizer que tá tudo bem. não precisei só mudar de cidade, precisei mudar as crenças, o comportamento, as roupas, o jeito de cantar, os desejos, mudei até de nome, porque finalmente me tornei alguém que pode ser o que quiser.

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crazy

via weheartit

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by soninka

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