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Caleb odiava não ter nada pra fazer. Apenas naquela manhã ele havia rolado na cama incontáveis vezes, na espera de conseguir voltar a dormir, mas não deu resultado. Acreditava que sair um pouco o ajudaria, afinal, o seu objetivo não era se acalmar e sim ficar agitado. O sentimento de calma e serenidade o perturbava da mesma maneira que um patrono perturbava um dementador. Já faziam três horas desde então, e com a maior expressão de felicidade que o moreno conseguia forçar, caminhava pelas ruas de Hogsmeade. Apenas conseguiu parar em uma praça onde uma de suas colegas, Amber, parecia inquieta enquanto rabiscava um caderno. Andando até ela e o banco onde estava sentada, ficou ali parado bons segundos em uma luta interna de sentar para conversar ou não. Por fim, acabou cedendo, ao mesmo tempo que ela reclamava sobre a aparente falta de inspiração. — Poor Amber. — Suspirou dramaticamente, passando um dos braços por cima do ombro da outra. — Já parou pra pensar que o problema é você estar se dedicando tanto? — Se ele mesmo, o Workaholic havia dado uma pausa para não enlouquecer com tantos projetos de física e tecnopatia, por que ela não poderia dar? Roubando o baseado da mão da ex-sonserina, esboçou um sorriso presunçoso. Tragou a substância lentamente, antes de soltar a fumaça. — Deixa eu ver o que já tem aí. 

Amber já tinha em mente de como seriam suas férias, passaria completamente focada em seus designs e croquis, ela vinha tendo algumas ideias incríveis para seus novos projetos, a maioria deles depois de uma noite de sexo com algum cara qualquer da universidade e boas doses de álcool, quem sabe com ajuda de algumas drogas também. Porém naquele dia, a morena tinha decidido que daria uma volta em Hogsmead, primeiro porque não aguentava mais o pai falando em sua cabeça e porque precisava de um pouco de inspiração. Com um cigarro nos lábios, ela estava sentada em um banco qualquer, apenas observando as pessoas e rabiscando em seu caderno, retocando os últimos croquis que tinha feito. 

“Isso ainda não está bom o suficiente, eu preciso ter uma ideia melhor.” suspirou murmurando para si mesmas, fechando o caderno, apagou o cigarro que fumava e acendeu um de maconha, isso a ajudaria a pensar melhor. 

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SHAMELESS ▾ FRELEB

                     She wears strength and darkness equally well,                      the girl has always been half goddess, half hell.

— Você é insuportável, Greenberg. Precisávamos tirar esse seu mau humor por pelo menos alguns minutinhos e pelo jeito q...  — Nem se deu o trabalho de ouvir o restante das palavras de Augustus, ou acabaria com a raça dele ali mesmo.

                    Sentado no sofá de couro, Caleb começou a pensar no que exatamente havia o levado até aquele lugar. Certamente não era o gostar dos colegas que vieram de Ilvermorny, tampouco uma vontade incontrolável de ver uma mulher nua. Não, ele sabia se controlar muito bem quando se tratava de sexo e isso não era novidade para nenhum dos americanos sentados ao seu lado, conversando freneticamente sobre a garota que haviam contratado para dançarem para eles em uma sala privada de uma boate trouxa. 

                    Chamaria de tédio. Seu apartamento já não parecia ser acolhedor assim quando todos os seus projetos estavam finalizados e ele tinha aquele sentimento desconhecido, que engolia cada centímetro do seu ser até que não sobrasse mais nada além do mal. O mal que o fazia cometer grandes erros, quais forçadamente eram processados pelo seu cérebro como atos comuns. E ali, naquele momento, já não ligava para nada além do desejo de retirar o tédio. 

                    Poderia contar as versões que havia previsto para o final daquela noite: na cama com alguma vadia, ou brigando com algum indivíduo porco e sujo na rua. Arranjaria um motivo para brigar se não se ocupasse rápido, ainda mais com aquela iluminação vermelha machucando seus olhos de forma violenta. Então, no momento em que ele decidiu encarar o palco as luzes diminuíram, dando foco à barra de metal presente no centro do lugar. Com a falta de luzes, veio um rosto conhecido. 

                    No momento em que a conhecera sabia que tinha algo estranho nela, certa impureza em seus olhos castanhos intensos, mas não imaginava que Blaire mostrava os peitos para caras aleatórios por dinheiro como faria agora. Por isso, encarou profundamente o rosto dela enquanto essa caminhava até a barra, seus saltos altos batendo no chão e o sobretudo de cor escura chamando atenção. Um sorriso discreto surgiu nos lábios de Caleb assim que ela olhou para frente. 

                    Tinha a capacidade de intimidar quem quer que fosse com seu olhar, mas aquela não era a garota que ele havia conhecido no baile. Aquela o encarava de maneira igualmente intensa, sem vergonha nenhuma por mais surpresa que pudesse estar pela presença dele. Tanto que tirou o sobretudo da forma mais provocante possível ao som da música de letra insinuativa que havia começado a tocar, expondo a lingerie minúscula que mal cobria o seu corpo.

                    Definitivamente, aquela não era Blaire McIntyre. 

@brknxngel

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A única coisa que parecia ser plausível no momento era assistir ao show daquela cantora. Odiava aquele tipo de música, simplesmente não era o que ele ouvia, entretanto o que mais poderia fazer? Até mesmo seus colegas de curso ficaram interessados em ir naquela porcaria de baile, e ele tinha a sensação de que iria ficar parado olhando pro teto caso não visitasse o salão principal pelo menos uma vez; havia evitado o lugar desde que se mudara para Hogwarts. Foi quando uma voz chamou a sua atenção. Desinteressado com as palavras alheias, revirou os olhos discretamente. Ele não estava nem aí pros direitos feministas bruxos, quem dirá os próprios direitos. Mesmo que as mulheres ganhassem mais poder, o mundo bruxo ainda seria totalmente controlado pelo Ministério. Preferiu ignorar, optando pela certeza de que a ruiva estava sob influência alcoólica. Mas ela continuava a falar, e ele deu risada. Era tão inocente assim ou apenas idiota? — É claro que não tem álcool. — Ironizou, os braços se cruzando acima do peito. — Se não quiser ficar bêbada, é melhor parar de beber isso. Dois garotos passaram dois minutos atrás com duas garrafas de vodka e jogaram aí dentro. — Surpreendeu-se consigo mesmo por avisar. Mas ainda bem que não sentia arrependimento, ou no momento estaria se torturando por aquilo. 

Rose tinha certeza de que o ponche que bebia tinha um gosto diferente, mas aquilo parecia ser a única coisa que não continha álcool em sua composição - e, por isso, já estava no seu quarto copo. Observava de longe o show da Beysilisk, e não sabia exatamente o motivo, mas queria rir ao olhar para a multidão dançando. Ao invés disso, soltou uma careta e comentou com a pessoa ao lado, mesmo sem prestar atenção de quem era:  “ —– Ela é maravilhosa, não é? A Bey. É ótimo termos exemplos feministas nessa sociedade. Bey deveria ser coroada. Ela merece uma coroa. Uma coroa dos direitos feministas bruxos” suas palavras não tinham muito nexo, mas para ela, faziam todo o sentido. No fim do seu quarto copo, pronta para avançar no quinto, Rose ofereceu para quem conversava:  “ —– Quer ponche? Está bom. Quer dizer, tem um gosto bom, mas depois que você toma dá uma ânsia de leve. Não sei por que. Mas é a única coisa não alcoolica que achei além de água, e não quero água. Quer um?”

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— Não me incomodo com a verdade, Alastair. Me incomodo com você ainda se importando com a verdade sendo que nenhum deles vai mudar em relação a tentar fazer com que a ida para a faculdade seja vista como algo maravilhoso e um alívio. É bom deixar as pessoas verem com seus próprios olhos, por mais que eu particularmente nunca tenha enxergado isso de forma positiva. Trouxe o que eu te pedi? Esse pessoal já está me irritando com essa mania de vir falar comigo a cada dois minutos sem necessidade. 

“Campos Elísios. Que poético, parece um sonho. Só um sonho mesmo, porque na realidade, um terço realmente vai pros Elísios da vida e se dar bem, e o resto vai apodrecer no Purgatório pelo resto da eternidade. Eles fazem tudo parecer tão democrático e bonito. Nem venha falar que eu estou amargo, eu só estou bêbado e falando a verdade.”

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Levemente descrente com a afirmação, Caleb colocou mais um copo de Firewhiskey pra dentro. Tinha sempre a sensação de que as pessoas estavam tentando passar-lhe a perna, mesmo sabendo que era ao contrário. Naquela festa ele havia tentado mais de quinhentas vezes vestir a máscara social que tinha, entretanto o stress havia tomado conta de si mais rápido do que esperava. Certamente não sabia o que diabos estava fazendo ali e se dependesse dele sua saída do local aconteceria bem mais rápido do que havia previsto. Só não esperava que ao elogiar um vestido, mais especificamente a garota que o trajava e modo exuberante que seus seios se encaixavam com o decote, iria se envolver em uma conversa. Tentaria mais uma vez, nem que pra isso precisasse se encher de bebida e drogas, as quais mais tarde ele procuraria com sua fonte. — Agradeço o elogio. — Murmurou, os cantos dos lábios se inclinando levemente pra cima e de forma breve. Iria fingir que não havia notado a forma indiscreta que ela o observara. Pelo que lembrava, seu nome era Blaire e ela tinha algo estranho em si, algo que muita gente não percebia. Ele também não perceberia se não fosse um maldito sociopata com o costume obsessivo de observar todos ao seu redor e seus comportamentos. — Não seja inocente, a essa altura já tem bebida o suficiente nos ponches pra derrubar dois Hagrid’s. Tudo bem que existem pessoas com garrafas por aí, andando livremente e duvido que você não os conheça. 

“— O que, essa coisa velha aqui? É só algo que eu tinha guardado no meu closet.  —” Apesar de ser verdade, Blaire tinha perfeita noção de que soou como se estivesse brincando, tanto pela frase mais que clichê, quanto ela pequena risadinha que ela deixou escapar. Mais sociável que o normal depois de alguns goles de firewhisky, Blaire exalava uma energia leve, menos introspectiva do que costumava ser no seu dia a dia. Trocando o peso de uma perna para a outra, ela alisou a saia do vestido uma vez mais, um pouco incomodada com as duas fendas laterais, que iam quase até o topo de suas coxas. O decote também era enorme, e ela admitia que gostava de como seu busto parecia nele, mas ainda assim trazia a ela certo desconforto. Aquele tipo de roupa nada tinha a ver com seu estilo diário e qualquer pessoa que a conhecesse o mínimo saberia disso, por isso ela podia entender aquele tipo de comentário. “— Tá tudo tão bonito, não é? Você, inclusive, também está. —” Aquela era Blaire falando, mas foram os olhos de Freya que percorreram a pessoa a sua frente de cima abaixo, até pararem no rosto novamente, e então ela era Blaire de novo. Usar as roupas dela não significava deixá-la sair. “— Você sabe onde eu posso conseguir mais de… Você sabe, bebida? Tinha prometido pra mim mesma que não beberia, but what the hell, right? É um baile, pessoas bebem em bailes.”

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I wanna see your animal side Let it all out I wanna see the dirt under your skin I need your broken promises

「THE ELYSIUM PARTY」BAILE DE FORMATURA     WELCOME TO THE HELL, FOOLS

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{flashback}

bxnnxx:

Milhares de coisinhas passavam pelos cabeça da loira, seus pais, o que seria de si depois que saísse da faculdade, se veria sua amiga de infância novamente… Bonnie não havia notado presença nenhuma ali, mesmo que ela estivesse de frente para a porta. A música e os pensamentos haviam tirado ela de seu corpo temporariamente, e ela gostava da sensação. A melodia era calma e seus dedos se encaixavam bem nas teclas, como se fossem feito sob medida para a loira. A garota se assustou ao ouvir a voz masculina que quase caiu do banco, desconcertada ela sorriu tímida agindo rapidamente para fechar o piano - Você prefere ficar vendo de longe ou mais de perto? - ela se arrastou no banco dando um espaço para ele afim de ele sentasse ao seu lado e ela pudesse ver o rosto do desconhecido - Acreditaria em mim se eu disse que eu apenas toquei sem prestar muita atenção?! Acho que isso faz de mim a compositora dela sim…

Achava extremamente cômico o modo como as pessoas costumavam se assustar quando distraídas. Claro que era porque ele não se distraía, nunca. Sua mente era ativa demais para que isso pudesse acontecer, sempre trabalhava a mil entre os seus pensamentos sem mesmo deixar de focar na vida real. Então, era de se imaginar que ele precisaria prender uma risada ao observar a loira quase caindo do banco assim que ouvira a sua voz; uma vez que não a achava tão estrondosa assim. Com um suspiro, começou a se aproximar. Achava desnecessário responder as perguntas em palavras quando poderia agir detalhadamente. Em silêncio, sentou-se no banco ao lado da loira, que aparentemente havia perdido a quantidade de timidez que ele achava que ela tinha apenas por aquele episódio anterior. — Acredito. Não me surpreendo com o nível de distração que maioria das pessoas daqui conseguem adquirir. Bom, é uma pena que não tenha anotado... seria uma bela melodia para escutar ou até mesmo tocar depois. — Suspirou dramaticamente, o semblante inexpressivo de frente para o piano que ela sem querer havia fechado. — Caleb Greenberg. E eu não sei conversar, embora consiga me expressar de vez em quando. Claro que da maneira incorreta, mas isso com certeza não é do interesse de ninguém. Toca violino? Violoncelo? 

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Parabéns, você acabou de falir. E eu não sou um lobo solitário, muito menos um lobo. Não preciso de uma matilha ou como você falou, um squad, obrigada. 

aposto todos os meus galões que o caleb vai acabar arranjando um squad pra ele quando ele menos esperar. vai lá, lobo solitário kkkkkkkkkkkkkkkkk s2

@caleboca #confissõesdamadrugada

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todosereio:

Há, quem me dera. —– Deu de ombros, revirando os olhos pelo comentário sobre o cabelo. —– Quem em sã consciência deixaria o cabelo assim por livre e espontânea vontade? É um remédio que estou tomando. Own, sinto muito por isso, pena que eu não tenho o que fazer.

— Oh, I don’t know. Não acho que todas as pessoas sejam previsíveis, e digamos que uma revolta interior pode fazer qualquer um cometer atos... um tanto estúpidos ou imaturos, se quer saber. E que remédio é esse? É uma reação química rara a mudança de cor dos fios capilares, sem contar que isso deveria mudar a cor de todos os fios de cabelo do seu corpo, mas suas sobrancelhas continuam na cor original.

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etpotter:

Ele dava arrepios nela. Arrepios muito sérios, e não do tipo “você-é-gostoso” arrepios, mas do tipo “you creep me out” arrepios. Não que ele não fosse bonito, ele era até bonito demais para estar perto de um Esther com pouca sanidade, mas a parte da introspecção social, os olhos assassinos e a voz num tom passivo-agressivo faziam ela esquecer o quão o rapaz parecia bonito. Isso, é claro, se ela não estivesse bêbada. Estar bêbada mudava muito suas reações. Para alguém que certamente teria deixado ele em paz quando sóbria, ela agora dava uma risada confusa por vê-lo juntando-se assim. Teve de semicerrar os olhos, e acabou fazendo um bico. “Eu poderia, mas você está me assustando. Você bravo me assusta, você cantando também me assusta. Se eu ficar quieta e te pagar um drinque, você para?”

Achava engraçado o modo como as pessoas tinham medo dele. Tudo bem que tecnicamente tinham motivos pra isso, todavia a falta de coragem ou persistência de indivíduos que o rodeavam era algo que o deixava intrigado. Sem muita noção do que é certo ou errado, maioria de seus atos eram levados pelo impulso. Breves pensamentos geravam ideias elaboradas, e ver que outros levavam horas e até dias pensando para não chegar a resultado nenhum o oferecia a incompreensão. A garota em sua frente não era diferente. Talvez estivesse sendo idiota por não levar em conta o fato de ela estar totalmente bêbada, no entanto, sua mente estava concentrada demais no plano que havia criado em dois segundos para ligar pra isso. — Mas eu não estou fazendo nada! — Exclamou forçadamente, os olhos adquirindo uma faceta perversa que qualquer ser humano seria capaz de notar, acompanhados pela leve inclinação no canto de seus lábios em um quase sorriso que o tornava uma imagem semelhante à Norman Bates, claro que com uma quantidade maior de charme e sutileza. — Por que não vai embora? Se sou tão assustador assim, não devo ser digno de sua companhia. — Daquela vez a voz fora ainda mais direcionada ao objetivo de assustá-la, o que não era de grande esforço uma vez que seu timbre rouco facilitava o trabalho. 

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itsweetieangel:

A loira semicerrou seus olhos diante da risada alheia, olhando para o garoto um tanto confusa. Ela realmente não entendia porque ele estava rindo assim do nada. — Hum…ninguém sabe, é? — perguntou, rolando seus olhos azuis em seguida ao observar o garoto dar um gole em sua bebida. Um sorriso irónico se formou nos lábios da sonserina. — Você sabia que é feio negar algo a uma senhorita? — provocou dando uma leve piscadinha em direção ao garoto que se encontrava na sua frente. Angélique era mesmo assim, odiava provocar. O sorrisinho irónico continuava presente em seus lábios, porém o mesmo aparentava um certo tom de verdade. — E se eu por magia roubar o seu?

— Sabia. Já me disseram várias vezes que é falta de educação. — A inexpressão habitual tomava conta de sua face e voz naquele momento. Seu problema era acima de tudo o extremo egoísmo. Desde o jardim de infância essa característica se destacava em si. Algo o deixava desconfortável com a ideia de alguém tocando em seus objetos pessoais, os usando como se fosse deles quando na verdade isso pertencia unicamente a Caleb. Não o tirava do sério como maioria das coisas, entretanto, ele poderia ser agressivo se já tivesse dito “não vou te dar” e mesmo assim tivesse que arrancar seu item das mãos alheias. — Se você roubar, eu não me responsabilizo pelos meus atos. Além de que segundo as leis do mundo bruxo e do mundo trouxa, o roubo é crime. Desiste do meu cantil, vai ser mais fácil pra você.

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— Você toca bem. — Comentou Caleb depois de muito tempo em silêncio, encostado no batente da porta. Anteriormente estava no Clube dos Tecnopatas, trabalhando em outro projeto que segundo o resto dos integrantes ficaria pronto até o meio do ano letivo seguinte. Embora sua cabeça doesse naquele momento, ele tinha certa preferência por música clássica. Foi quase impossível não parar na porta para escutar a habitual melodia da sonata para piano número quatorze, de Beethoven. Era uma atitude muito rara vindo dele puxar assunto com alguém; normalmente apenas escutaria a música sem dizer uma palavra e iria embora quando terminasse. Entretanto quando a desconhecida havia desviado as notas para uma coisa que ele nunca tinha ouvido antes, ficou com preguiça de mover suas pernas novamente para sair dali. — O que começou a tocar depois da sonata... é uma composição sua?

Bonnie estava na sala de música da Dumbledore’s sentada no piano, seus dedos dedilhavam com preguiça as teclas do instrumento que liberavam notas suaves dando graça a som aleatório que a loira estava fazendo, ela nem estava prestando atenção do que estava fazendo. Era hábito seu se perder em seus pensamentos.

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— Baile... pff. Vamos fingir que para noventa por cento dos alunos de Hogwarts ele não seja uma desculpa para foder o acompanhante no fim da noite ou colocar alguma roupa chamativa, talvez os dois. Algo me diz que alguma coisa interessante vai acontecer, então se eu por minha cara lá provavelmente vai ser por curiosidade.

Ao menos esse ano as pessoas estão mais preocupadas com as pegadinhas do que com o par que devem levar no baile. Não sei o que é pior, no final das contas.

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— Eu já vi você usando uma blusa vermelha, aveludada e grande. — Comentou inicialmente, levemente desinteressado. Mas já que sua paciência no dia parecia estar com uma boa porcentagem, se permitiria ser gentil. Claro que gentileza do jeito dele; o real sentido de palavras desse tipo não conseguiam alcançar sua mente. — Seja inteligente e compre um ou dois tecidos de uma textura diferente para transfigurar esses juntos em um vestido. A blusa pode servir exatamente no tronco, se cortar para ficar em seus ombros até a cintura de maneira correta. Um laço na cintura feito de cetim, dando início a saia de mesmo tecido da blusa caso queira algo curto, e se quiser longo pode usar também o cetim ou seda. Cubra a parte de baixo com chiffon com glitter e pronto, seu vestido. — É claro que havia falado tudo sem nem perceber o quanto se especializava no assunto. Havia adquirido aquele conhecimento através de suas tias costureiras que constantemente aproximavam-se de sua mãe para que essa mostrasse seus modelos exclusivos em festas com jornalistas famosos. O nome delas? Ele não fazia questão de gravar, preferia chamá-las de interesseiras. Coisa que dependendo da situação, ele também era. — Mas por que veio falar isso comigo mesmo?

Será que teria problema em usar jeans e camiseta no baile de formatura? Veja bem, diferente da maioria das pessoas, eu não tenho muito mais do que isso no meu baú. Não é como se eu me importasse muito, de qualquer maneira, já que nem tenho um par.