O blog "Lélia em Nós" foi fundado com base na exposição temporária "Lélia em Nós: festas populares e amefricanidade", do Sesc Vila Mariana, em São Paulo (Brasil). Esse trabalho foi feito por discentes da Universidade Federal do ABC para a disciplina Identidade e Cultura, ministrada por Ana Maria Dietrich.
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VISITA MEDIADA!
Agora a exposição "Lélia em Nós: festas populares e amefricanidade" conta com uma visita mediada. A mediação com o público espontâneo acontece em dois horários distintos: das 11h às 12h e das 16h30 às 17h30, com capacidade até 15 pessoas.
Hellen Nicolau, mediadora, em vídeo publicado pelo Sesc Vila Mariana no Instagram.
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Obra: Mina de Ouro: Consciência e memória, 2024 (Hariel Revignet)
Instalação e acrílica sobre tela. Coleção da artista, obra comissionada para a exposição.

Hellen Nicolau e Ali Martins durante a visita guiada.
A obra "Mina de ouro: consciência e memória" foi criada em 2024, especialmente para a exposição "Lélia em nós: festas populares e amefricanidade" pela artista Hariel Revignet. A arte retrata Lélia como a personificação de Oxum. Ela é a mãe do amor e da fertilidade, além de representar a beleza, a juventude e a vaidade. Filha de Iemanjá, a orixá sempre é representada usando roupas e acessórios dourados para representar o ouro e as riquezas, o espelho aparece como símbolo de sua vaidade. Há um mito, relacionado a Oxum, que demonstra sua astúcia. A história relata que apenas os orixás masculinos discutiam sobre a vida dos mortais, as orixás femininas eram excluídas de qualquer decisão que fosse tomada. Oxum, irritada com essa atitude, faz com que todas as mulheres na terra ficassem estéreis e consequentemente deixa os orixás masculinos em desespero com o caos no mundo. Para resolver esse conflito, eles convidam Oxum para que participe com eles das reuniões e ajude nas decisões, ela aceita e torna as mulheres fecundas novamente. Esse mito mostra que Oxum é muito mais do que sua beleza e vaidade, ela é também muito astuta, o que torna o espelho um objeto de utilidade dupla, além de poder usar para se ver, a orixá consegue ver quem está vindo atrás dela, sendo assim um elemento de proteção.
Na obra de Hariel, podemos encontrar diversos elementos relacionados a Oxum como os espelhos, os búzios e os acessórios em dourado. Os pontos mais marcantes da obra são os espelhos ao redor da personagem central e o seu rosto incompleto, prevalecendo apenas o sorriso. Esses dois aspectos estão relacionados com a ideia de identidade e sensação de pertencimento. Os espelhos voltados para o público permitem que eles se enxerguem dentro da obra e a depender do ângulo, enxergarem quem está próximo dentro da arte também. A personagem central não possui os traços faciais completos, traz consigo apenas o sorriso marcante de Lélia, pois tem como objetivo para o público que eles identifiquem naquele retrato outras pessoas que também são oxum's e lélia's na vida, que tem como características o amor, a vaidade e a astúcia.

"Lélia faz uma dança entre a consciência e a memória para nos ensinar sobre a importância do orí se lembrar. A história única, com o discurso hegemônico dominante, constrói uma consciência subalterna e fragmentada para os corpos negros, pretos e indígenas. Cria imagens que só se reconhecem a partir da ótica do dominador, do colonizador, de uma sociedade eurocêntrica. Com isso, nossa consciência, entre o esquecimento e a alienação, é condicionada. A memória como fonte de uma nova consciência sobre si. A memória como um processo de reconhecimento em uma epistemologia de Osun, não é apenas um espelho para mirar a própria beleza; é um abebé, que movimenta águas internas e externas. O abebé é feitiço, arma e escudo. O abebé denota imagens entre o visível e o invisível, reflexo das águas profundas, não apenas como um objeto, mas como um símbolo. Assim, ao ler o texto, proponho criar esta imagem de Lélia como uma mulher de axé, uma filha de Osun Apará. Trago os abebés como instalação evocando o vasto arcabouço teórico que Gonzalez nos presenteou com o intuito de afirmar que, na nossa diáspora, temos imagens a criar, temos o poder da palavra, de nos autodeterminar, autonomear e de demarcar nossas territorialidades. Neste texto, ela nos deixa ver as imagens de uma América africana, que ela nomeará Améfrica, posteriormente. Ela com esta perspectiva abriu um caminho de águas para que eu, no meu trabalho nas artes visuais, vislumbrasse o encontro que é diaspórico, entre africanos e indígenas". - Depoimento da artista sobre sua obra comissionada.
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Obra: Entre ânsia e o hímeneu, 2024 (Rainha Favelada)
Técnica mista. Coleção da artista, obra comissionada para a exposição.

"No limiar do compromisso eterno, onde os corações se entrelaçam como folhas dançantes ao vento, ergue-se o altar de casamento. Este santuário de amor, adornado com a tapeçaria das esperanças compartilhadas e sonhos entrelaçados, é o palco onde o amor escreve seus votos em páginas de promessas. Sob um arco de promessas, flores desabrocham como juras de eternidade, cada pétala uma nota na sinfonia do compromisso. Velas lançam seu brilho tênue, iluminando caminhos entrelaçados e testemunhando a chama ardente da paixão que arde nos corações dos amantes. Cadeiras alinhadas, não apenas para acomodar corpos, mas para dar lugar aos sorrisos cúmplices, lágrimas de alegria e olhares que transcendem o tempo. Cada assento é um testemunho silencioso daqueles que compartilham este sagrado momento, onde as almas se unem na jornada da vida. Desmistificar o amor, é o caminho que se pôs sob meus pés desde o entendimento do meu pertencimento no mundo, ou até mesmo, a falta dele. Usarei a falta, já que essa vem se fazendo minha companheira no caminho que encontrei pronto, com sinalizações de siga, onde se aponta a rua do desafeto, solidão e relações descartáveis, na cidade da cisgeneridade e país da brancura. O encontro com o afeto, já é algo que corpos negros não têm fácil acesso, adicionar a este corpo a travestilidade, elucida a solitude que escancaro e que me faz pavimentar caminhos possíveis, onde subverto a ideia universalista do amor romântico como padrão de relacionamento.
A instalação de um matrimônio protagonizado por uma travesti preta estabelece uma nova relação semiótica com a travestilidade. A partir da descrição de Lélia Gonzalez dos locais sociais previstos para as mulheres negras cisgêneras: a ama de leite, a doméstica e a passista de samba, a obra sustenta-se na construção de um sonho, de um local social ainda inexistente. O que se pretende é criar um cenário no qual uma travesti preta tenha a representação visual e material de um cenário do qual é sistematicamente descartada: o matrimônio. Gonzalez debate o casamento como uma instituição na qual mulheres negras são destituídas até mesmo de sua representação visual. Na grande mídia, filmes, músicas e demais instituições responsáveis pela propagação de imagens, não é usual vermos a figura de uma mulher negra com véu e grinalda sendo exaltada e assumida para família e amigos. O local da travestilidade, historicamente protagonizado por feminilidades negras, vem carregado de representações visuais e sociais que evocam a agressividade, a prostituição e a violência. A travestilidade negra não possui representação iconográfica do casamento, sequer existe um lugar de convite como meras espectadoras para cerimônias matrimoniais, uma vez que o ambiente familiar, a possibilidade de fazer parte de uma família, é automaticamente descartada. A interlocução que se pretende com esse trabalho é dialogar diretamente com as travestis negras, para que, deste modo, possamos construir juntas imagens ainda inexistentes de novos imaginários sociais. Interlocução essa que é fielmente inspirada no diálogo que Lélia constrói com mulheres negras cisgêneras em seus textos, esse trabalho é uma conversa, um presságio, um desejo íntimo meu às travestis pretas". - Depoimento da artista sobre sua obra comissionada.



A primeira obra que nos foi apresentada, é de autoria da artista Rainha F, mulher trans, negra e carioca que teve como inspiração o texto “Racismo e sexismo na cultura brasileira”, escrito por Lélia.
A obra possui como elementos fundamentais: um manequim apenas do torso, vestido com uma roupa de empregada doméstica, no centro; um salto de passista na parte inferior e atrás disso, um móvel com um simpatia característica da cultura popular, várias Imagens de Santo Antônio, colocadas de cabeça para baixo dentro de copos d’água, além da fotografia de uma mulher em um porta-retrato.
Assim, fez-se referências a conceitos abordados no artigo de Lélia, sobre os papéis atribuídos a mulheres negras cisgêneras no Brasil. O papel como empregada doméstica (dado pelo manequim vestido); o mito da democracia racial que se dá durante o rito carnavalesco, em que mulheres negras são postas como “protagonistas” e exaltadas durante essa época do ano, para depois voltarem ao estado de marginalidade (demonstrado pelo salto de passistas ao lado do manequim). Além da ausência do encontro com o afeto imposta a corpos negros (em especial femininos), abordando conceitos como a “mucama” (a mulher negra que trabalha como doméstica), a “mulata” (a mulher negra que é sexualizada) e a “mãe preta” (o papel atribuído a mulheres negra, de não só como doméstica, mas também de responsável pela criação das crianças brancas) denunciando a sexualização do corpo de mulheres negras, o acesso limitado (a essas mulheres) ao amor, os papéis sociais à elas atribuídos e os seus anseios por carinho (dado pelas diversas simpatias feitas com Santo Antônio, santo conhecido por ser casamenteiro, demonstrando o desejo dessas mulheres em encontrarem um espaço de amor e afetuosidade), e por fim, como todas essas questões são recentes (demonstrado pela fotografia, que apresenta a mãe da autora da obra, uma mulher negra cisgênera, doméstica e que nunca se casou).
Dessa maneira, a obra faz intersecção, também, com a questão da travestilidade negra, apresentando o modo como mulheres negras transgêneras têm ainda menor acesso ao amor e ao afeto. Além da pretensão de dialogar com essas mulheres travestis, para a construção de um novo imaginário, em que essas mulheres podem e devem ser amadas.
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Vídeo sobre a exposição "Lélia em Nós: festas populares e amefricanidade" publicado pelo Metrópolis, programa da TV Cultura, no Instagram.
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O que é amefricanidade?
O termo foi introduzido por Lélia Gonzalez em seu artigo A categoria político cultural de amefricanidade, de 1988, que busca olhar de forma nova e criativa para a formação histórico-cultural do Brasil, onde as formações do inconsciente coletivo são vistas como exclusivamente brancas e europeias. Lélia, contrariando esse imaginário, explora a construção da identidade negra e a busca pela “amefricanidade”, categoria que reconhece as raízes africanas da diáspora negra, além de reconhecer as experiências histórico-culturais da população negra nas Américas. Assim, abraça-se a ancestralidade africana, não se restringindo a negritude, e o contexto histórico local.

“Ao contrário, ele é uma América Africana cuja latinidade, por inexistente, teve trocado o t pelo d para, aí sim, ter o seu nome assumido com todas as letras: Améfrica Ladina (não é por acaso que a neurose cultural brasileira tem no racismo o seu sintoma por excelência). Nesse contexto, todos os brasileiros (e não apenas os "pretos" e os "pardos" do IBGE) são ladinoamefricanos. Para um bom entendimento das artimanhas do racismo acima caracterizado, vale a pena recordar a categoria freudiana de denegação (Verneinung): "processo pelo qual o indivíduo, embora formulando um de seus desejos, pensamentos ou sentimentos, até aí recalcado, continua a defender-se dele, negando que lhe pertença" (Laplance e Pontalis, 1970). Enquanto denegação de nossa ladinoamefricanidade, o racismo "à brasileira" se volta justamente contra aqueles que são o testemunho vivo da mesma (os negros), ao mesmo tempo que diz não o fazer ("democracia racial" brasileira).” - trecho retirado do artigo.

Zumbi - um dia de festa para a liberdade. O Globo, Rio de Janeiro, 19 de novembro de 1977. 22 x 34 cm. Acervo Mémoria Lage.
Lélia observou manifestações culturais de outros países do continente americano, como a região caribenha, e notou similaridade nos falares, músicas, danças, sistemas de crença, entre outros. Mais importante, observou como tudo isso é perpassado pelo embranquecimento, “recalcado por classificações eurocêntricas do tipo ‘cultura popular’, ‘folclore nacional’ etc, que minimizam a importância da contribuição negra”.
"Vale notar que tal processo se desenvolveu no terreno fértil de toda uma tradição etnocêntrica pré-colonialista (século XV - século XIX) que considerava absurdas, supersticiosas ou exóticas, as manifestações culturais dos povos "selvagens" (Leclerc, 1972) [...] Agora, em face da resistência dos colonizados, a violência assumirá novos contornos, mais sofisticados; chegando, às vezes, a não parecer violência, mas 'verdadeira superioridade'.” - trecho retirado do artigo.

Ala das baianas no desfile das Escolas de Samba na Av. Rio Branco, Rio de Janeiro/RJ, 1972 (Januário Garcia). Fotografia. Coleção Instituto Moreira Salles (IMS), Rio de Janeiro. Contém edição em preto e branco, realizada por nós.
O racismo desempenha um papel fundamental na internalização da ‘superioridade’ dos colonizadores sobre os colonizados. No entanto, ele se apresenta de duas formas divergentes:
1. ‘Racismo aberto’: A miscigenação não é uma possibilidade (apesar do estupro e a exploração da mulher negra acontecerem), mantendo, assim, a ‘pureza’ da raça branca para reafirmar sua superioridade e justificar a segregação entre raças. É característico de sociedades de origem anglo-saxônica, germânica ou holandesa. Foi adotado na África do Sul, por exemplo, na imposição do apartheid. Ao contrário do racismo por denegação, reforça a identidade racial dos grupos segregados.
2. ‘Racismo disfarçado’ (ou ‘racismo por denegação’, segundo Lélia): prevalecem as teorias de miscigenação, assimilação e ‘democracia racial’. A alienação dos discriminados se dá de forma mais eficaz.
“O racismo latinoamericano é suficientemente sofisticado para manter negros e índios na condição de segmentos subordinados no interior das classes mais exploradas, graças à sua forma ideológica mais eficaz: a ideologia do branqueamento. Veiculada pelos meios de comunicação de massa e pelos aparelhos ideológicos tradicionais, ela reproduz e perpetua a crença de que as classificações e os valores do Ocidente branco são os únicos verdadeiros e universais. Uma vez estabelecido, o mito da superioridade branca demonstra sua eficácia pelos efeitos de estilhaçamento, de fragmentação da identidade racial que ele produz: o desejo de embranquecer (de “limpar o sangue”, como se diz no Brasil) é internalizado, com a simultânea negação da própria raça, da própria cultura (Gonzalez, 1988a).”

Festa dos Orixás, 1998 (Ivan da Silva Morais). Óleo sobre tela. Coleção Sesc Bertiga, São Paulo. Presente na exposição 'Lélia em Nós: festas populares e amefricanidade'.
Lélia afirma que nas sociedades de racismo por denegação a força do cultural é a melhor forma de resistência - apesar de vozes individuais se erguem para realizar denúncias ao sistema.
“Quanto a nós, negros, como podemos atingir uma consciência efetiva de nós mesmos, enquanto descendentes de africanos, se permanescemos prisioneiros, ‘cativos de uma linguagem racista’? Por isso mesmo, em contraposição aos termos supracitados [‘Afro-american’ e ‘African-american’], eu proponho o de amefricanos (‘Amefricans’) para designar a todos nós (Gonzales, 1988c).”
A categoria busca ultrapassar os limites territoriais, linguísticos e ideológicos, buscando entender o processo histórico e cultural afrocentrado que se manifesta em toda a América (Sul, Central, Norte e Insular). Assim, possibilita-se a criação de uma unidade de identidade cultural, valorizando a descendência africana e indígena.

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Como a exposição 'Lélia em nós: festas populares e amefricanidade' funciona?



Realizada no Sesc Vila Mariana, do dia 27 de julho a 24 de novembro de 2024, a exposição busca refletir sobre a importância estética, simbólica e política das festas populares, destacando a origem amefricana que possuem. Com a curadoria de Glaucea Britto e Raquel Barreto foram selecionados artistas e obras históricas e contemporâneas que dialogam com o pensamento da autora.
“Organizada em cinco núcleos - Festas populares no Brasil, o livro; Racismo e sexismo na cultura brasileira; Pele negra, máscaras negras, Beleza negra, ou: ora-yê-yê-ô! e De Palmares às escolas de samba, tamos aí - a mostra reúne a produção de dezenas de artistas e mais de cem itens históricos e artísticos, com destaque para três obras fonográficas e dois vídeos inéditos comissionados especialmente para a ocasião - iniciativa criada para a construção de uma abordagem mais acessível e contemporânea do tema. Assim, a seleção de obras busca contemplar os conteúdos que colaboram para o desenvolvimento de uma reflexão crítica sobre produção artística e cultural em interface com a realidade social do país, com atenção ao processo de institucionalização e mercantilização das festas que tem relegado aos seus produtores diretos, em sua maioria pessoas negras/racializadas, lugares subalternizados e pouco lucrativos.



"As festas são espaços privilegiados de afirmação de existências, em narrativas múltiplas, complexas, poéticas e potencialmente subversivas. Espaço de ritualização da vida e da morte, de reorganização física e espiritual, de conexão entre as comunidades e de reconexão com a própria ancestralidade. A festa nos alimenta e nos ensina, a festa nos preserva e nos continua.”
“É justamente a partir da ideia de dinâmica cultural que tem sido possível compreender as festas populares brasileiras enquanto espaço fundamental de tensionamento, enfrentamento, inversões e assimilações mútuas que criaram novas formas de vida e sociabilidade. Isto é, a marca deixada na cultura do opressor (o colonizador europeu) imprimiu-se nas fronteiras que delineiam os limites impostos pelos modelos dominantes. Nesse espaço, foram inscritos/as quem de fato escreveu a história deste país: uma grande coletividade anônima composta por negros/as, indígenas e populares.”
Trechos retirados do livro disponibilizado pelo Sesc sobre a exposição.


Por sorte, chegamos no Sesc a tempo de acompanhar uma visita guiada, que havia sido marcada para as 11 horas da manhã. Ali Martins (educador/e) e Hellen Nicolau (educador/a/e) foram os responsáveis pela visita e nós apresentaram algumas obras. Como ressaltado por eles, essa visita guiada ainda estava em processo de teste e, portanto, pode ser diferente após nossa visita.



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Lélia González (sem data). Segundo Anna Maria Fellipe, uma das fotos preferidas da ativista.
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Diário de bordo III:
Nessa postagem, falaremos sobre o nosso trajeto de ida e volta até o SESC Vila Mariana (São Paulo), onde a exposição "Lélia Gonzalez: festas populares e amefricanidade" aconteceu.

Jéssica: Saí de casa às 09:00, estava atrasada e fiquei preocupada em não chegar no horário que tínhamos marcado, às 10 da manhã. Então acabei pegando um carro de aplicativo até a estação Jabaquara, cujo motorista estava animado sobre o fato do filho ter passado na faculdade. Ao pegar o metrô, coloquei meus fones e fiquei observando os passageiros. Em alguma parada, entrou um cara que começou a cantar. Observei-o até chegar o meu ponto de destino, Ana Rosa, onde encontrei com o Nicolas e Letícia esperando após a catraca e esperamos o resto do grupo.
No caminho de volta, ao nos despedirmos acabo encontrando com Ana no sentido contrário do metrô que eu pegaria, batemos papo e tiramos foto. Quando o metrô chegou, nos despedimos e fomos embora. No caminho escutei música e observei ao redor pensando como o dia foi divertido e surpreendente, ao chegar no Jabaquara pego o trólebus e sigo meu caminho para casa.



Mariana: Acordei às 8h, me arrumei e tomei meu café da manhã. Estava tranquila porque moro meio perto do metrô e pensei que chegaria pontualmente. Saí de casa às 9h10 e fui até o ponto de ônibus, como era domingo o transporte estava de graça, porém demorou muito para passar. Peguei o 607c-10 e fui até o brooklin na linha lilás, nesse momento notei que não chegaria no horário. Por ser de manhã havia muitas pessoas nos pontos, provavelmente indo passear, isso fez com que o trajeto demorasse ainda mais. Quando cheguei ao 1° metrô, todo o grupo já estava no ponto de encontro, pedi para que fossem na frente pois eu ia chegar depois. Fiz a baldeação na Santa Cruz, linha azul do metrô, e segui até a Ana Rosa. Fui até o Sesc a pé e me guiando pelo maps cheguei às 10h50 e o horário marcado era às 10h, fiquei com muita vergonha de chegar atrasada, mas no fim conseguimos aproveitar a exposição, o que me deixou bem feliz.
Na volta, peguei apenas um ônibus, o 577t-10, no terminal Ana Rosa que me deixa perto de casa. O trajeto dele demora quase 2h, por isso não peguei ele na ida. Fui sentada o caminho todo enquanto pensava no quão bom o dia tinha sido com o pessoal e depois tirei um cochilo, desci no meu ponto e fui andando até a minha casa. Chegando lá, almocei com a minha família e aproveitei o resto do domingo com eles.



Giovanna Santos: Acordei às 8:00h empolgada para me preparar, tomei banho, café da manhã e saí de casa às 9:30h. Minha mãe me deixou de carro na estação Capuava, atravessei para o outro lado da estação sentido rua Rosa Kasinski e peguei o trem até a estação Celso Daniel - Santo André. Lá encontrei um pessoal, foi divertido enquanto esperávamos o trem, eu estava animada. A partir disso, fomos juntos o resto do percurso.



Mateus: Sai de casa cerca das 8:15 em Santo André, peguei um ônibus em direção à estação Prefeito Celso Daniel e fui fotografando e filmando o caminho, cheguei lá primeiro mas em pouco tempo a Gio chegou e ficamos aguardando juntos a chegada da Gi e da Ceci. Enquanto aguardávamos fui fotografando e reparando a estação à minha volta e tirando fotos da Gio (enquanto ela reclamava), quando as meninas chegaram tivemos que aguardar o trem pois tínhamos acabado de perder um (os trens de domingo demoram muito). Fomos de metrô até a estação Ana Rosa onde encontramos o resto do pessoal. Dali foi uma caminhada de cerca de 15 minutos até o SESC Vila Mariana, no caminho reparei um bairro bem vivo e movimentado, pessoas realizando diferentes atividades e ruas bem movimentadas, comparando com o bairro que moro, achei o local bem mais arborizado e alegre. Chegando no SESC já avistei uma placa da exposição e painéis bem grandes com fotografias sobre a exposição, os quais achei muito bonitos. Durante a exposição fomos super bem recebidos pelas monitoras, as obras eram lindas e sai encantado com tudo à minha volta. Quando acabou, alguns de nós foram embora, mas a maioria ficou para comer no próprio SESC. Na volta, fizemos o mesmo caminho da ida, cansados, mas com uma sensação legal de um dia muito divertido. Eu, a Gio, a Ceci e a Gi se separamos na estação de trem, peguei o ônibus para minha casa e cheguei já a noite, estava tão cansado que fui direto dormir.


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Diário de bordo II:
Nessa postagem, falaremos sobre o nosso trajeto de ida e volta até o Sesc Vila Mariana (São Paulo), onde a exposição "Lélia em Nós: festas populares e amefricanidade" aconteceu.

Nicolas: Acordei às 7:30 a.m (com uma cara que parecia que não dormia a 4 dias) para me preparar, tomei banho, café da manhã e saí da casa da minha namorada às 8h. Peguei a estação barra funda. Ao chegar na estação Sé, linha vermelha fiz baldeação para linha azul até chegar na Ana Rosa. Chegando na Ana Rosa, fui o segundo a chegar na estação (Letícia chegou voando na estação). Esperamos o resto do pessoal chegar e ao chegar todos, fomos para o SESC.
Após todo o trabalho da exposição, fotos, vídeos entre outros, às 16hrs encerramos nosso trabalho. Enquanto o resto do grupo foi almoçar lá no restaurante do SESC, eu fui imediatamente para o metrô Ana Rosa onde tinha compromisso (festa de aniversário da minha cunhada), fiz exatamente a mesma rota da ida. Ao chegar na barra funda, subi para festa e fizemos macarrão desde o preparo da massa, molho e frango foi comprado. Após comer, conversei com o pessoal sobre o trabalho e fiquei super feliz com o resultado e com os nossos esforços e criatividade conseguimos fazer um excelente trabalho.



Giovanna Passos: Saí de casa em Ribeirão Pires, ansiosa pelo o que seria do dia, por volta das 8h30, fui em direção a estação de trem da minha cidade e parei na estação Prefeito Celso Daniel em Santo André, onde encontrei em primeiro momento o Mateus, montamos a camera e tripé que ele levou, e logo em seguida a Giovanna, minha xará, e a Cecília chegaram. Pegamos o trem, e fomos até a estação de metro Ana Rosa onde estava o restante do grupo e fomos andando até o Sesc. Durante o caminho fomos conversando do que poderiamos recolher de material para o trabalho, e ficamos todos animados. Chegando lá fui surpreendida positivamente pelas belas imagens expostas logo na entrada do Sesc. Encontramos os monitores que iam nos mostrar exposição e logo me senti completamente representada e num ambiente muito agradavel. Todas as obras me encantaram, principalmente por se tratar de representações femininas, me emocionei, pois me lembraram da minha vó. No fim, paramos para comer e conversar sobre o que tinhamos achado e como poderiamos montar o restante do nosso trabalho. E na volta, fizemos o caminho inverso. Me despedi do grupo, e voltei para minha casa.



Rafael: Eu sai de minha casa às 8h30 da manhã em São Bernardo do Campo e fui de carro até o Sesc, me encontrando com o grupo de maneira inesperada - enquanto o restante do grupo estava caminhando na rua em direção a entrada da instituição. No local encontrei, em conjunto do meu grupo, um belíssimo lugar, com instrutores que me fizeram sentir bem-vindo. Graças a minha blusa da faculdade nós encontramos uma turma da pós-graduação. Fui apresentado a uma biblioteca metafórica de informações e uma literal de músicas. Sai do Sesc revigorado a fazer o trabalho escrito, ouvindo a minha playlist de músicas.



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Diário de Bordo I:
Nessa postagem, falaremos sobre o nosso trajeto de ida e volta até o Sesc Vila Mariana (São Paulo), onde a exposição "Lélia em Nós: festas populares e amefricanidade" aconteceu.

Cecília: Sai de casa às 8h40 da manhã, em São Bernardo do Campo, e me desloquei de uber até a Estação Prefeito Celso Daniel, em Santo André. Lá, encontrei com as duas Giovanna's e Mateus. Enquanto aguardávamos, pois tínhamos perdido um trem, vimos alguns passarinhos juntos, pulando no chão, buscando algo para comer. Quando conseguimos, fomos de trem até a Estação de Metrô Ana Rosa, onde encontramos o restante do grupo. A partir desse ponto, fomos andando até o Sesc, passando pelas ruas: Av. Conselheiro Rodrigo Alves, Humberto I e Pelotas. Durante todo o trajeto de ida me senti ansiosa para descobrir como seria a exposição e, enfim, nosso trabalho.
Chegando lá, fiquei surpresa com a riqueza da exposição e encantada com o acolhimento que recebemos por parte dos monitores, que nos apresentaram algumas obras presentes no acervo. Para a volta, Letícia se juntou a nós no metrô e fiz o caminho reverso, me sentindo tranquila, com a sensação de que nosso trabalho havia sido realizado! No metrô, um homem de meia-idade estava tocando violino e pudemos apreciar a música. No uber voltando para casa, fiquei pensando no jogo do Corinthians contra o Bahia, que estava por acontecendo - ganhamos!



Ana: Saí de casa às 9h20, já um pouco atrasada, porque havíamos combinado de nos encontrar às 10h, na Ana Rosa. Desci a rua e cheguei ao metrô Artur Alvim. Fui até a Sé, onde fiz baldeação para a linha azul, até a estação Ana Rosa. Escutei música durante todo o trajeto de ida e conversei com uma senhora, na linha azul. Encontrei com todo mundo às 10h, onde estavam me esperando na catraca. Ficamos esperando a Mari, mas como ela se atrasou um pouco, fomos andando até a exposição. Após o evento, durante o trajeto de volta, fiz o mesmo caminho, conversando pelo telefone com a minha madrasta.



Letícia: Acordei às 8 horas da e enquanto fazia minha rotina matinal, me senti animada para ir ao Sesc, esperando conseguir bastante material e aprender mais sobre o tópico do trabalho. Estava meio apreensiva se íamos conseguir se organizar e utilizar o material de forma proveitosa.
Sai de casa ás 9 horas e peguei um ônibus para a estação Vila Prudente. Ao chegar no metrô, peguei em direção a Vila Madalena para poder chegar na estação da Ana Rosa. No meio do caminho, me senti nostalgica, pois o Sesc fica perto do cursinho que eu fazia para entrar na UFABC. Então fiz o mesmo caminho que fazia todos os dias para o cursinho depois de um tempo.
Eu fui a primeira a chegar na estação e fiquei esperando uns 20 minutos até todo mundo chegar. Durante o trajeto de 15 minutos de caminhada, conversamos sobre a dificuldade de ficar tirando fotos.
Saimos do Sesc às 16h e, durante o trajeto da volta, parecia que a caminhada foi mais curta para chegar na estação, pegamos o metrô em direção a Vila Prudente, onde a Cecília, Mateus e as duas Giovanna desceram no Tamanduateí e eu segui trajeto sozinha. Depois que cheguei na Vila Prudente, fiz baldeação para monotrilho e fui até a estação São Lucas, onde precisei ir para o ponto e pegar um ônibus até a minha casa.
Após a volta, fiquei feliz com o rumo que o projeto estava tomando e com esperanças que o trabalho ia ficar muito bom.



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Local onde ocorreu a exposição, o SESC é uma instituição privada dedicada à promoção do bem-estar e da qualidade de vida para a população em geral. Embora seja uma entidade privada, o acesso aos seus serviços é gratuito, e a instituição oferece refeições em sua comedoria a preços acessíveis, garantindo que todos possam se alimentar adequadamente. Como incentivador cultural, o SESC realiza exposições, shows e peças teatrais gratuitos, abertos a todos os públicos.


Na exposição "Lélia em Nós: Festas Populares e Amefricanidades", foi observada a presença de um público diversificado. No entanto, nem todos os visitantes tinham como objetivo principal a visita à exposição, visto que o local também é utilizado para lazer, especialmente em uma manhã de domingo. As vestimentas eram predominantemente confortáveis, e a faixa etária do público estava majoritariamente composta por jovens adultos.

A exposição acontece no período de 27 de junho à 24 de novembro de 2024 e conta com o lançamento da nova edição do livro "Festas populares no Brasil" pela editora Boitempo. Anteriormente a obra nunca havia sido lançada no mercado livreiro, apesar de ser o único livro que Lélia Gonzalez lançou como autora exclusivamente.
A mostra conta com obras históricas e contemporâneas em diferentes formatos de arte (fotografia, performance, instalação, vídeo, pintura, músicas). O objetivo é destacar o pensamento de Lélia Gonzalez sobre as festas e tradições como dispositivos formadores da identidade e cultura brasileira. A curadoria foi realizada por Glaucea Britto e Raquel Barreto.
O horário de visitação é das 10h às 21h de terça à sexta-feira. No sábado, das 10h às 20h. Em domingos e feriados, o horário é reduzido, das 10h às 18h.
Saiba mais em sescsp.org.br/vilamariana

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Lélia Gonzalez em Dacar (Senegal), 1979.
Nascida no dia 1º de fevereiro de 1935, Lélia Gonzalez é uma intelectual e ativista belorizontina. Pioneira nas discussões sobre as relações entre raça e gênero, propôs uma visão de afro-latino-americana do feminismo.
Lélia Gonzalez em 1951, 1966 e 1968 (da esquerda para a direita). Fotos: Acervo Lélia Gonzalez, Projeto Memória.
Pertencente a uma família numerosa, ela era a penúltima de treze filhos e cresceu em meio a limitações financeiras. Seu pai, um homem negro que trabalhava como ferroviário, faleceu quando Lélia ainda era uma criança. Sua mãe, uma mulher com ascendência indígena, desempenhava atividades domésticas para sustentar a família.
Em 1942, Lélia e sua família mudaram-se para o Rio de Janeiro, após seu irmão, Jaime de Almeida, ser contratado pelo Flamengo para jogar futebol. Essa mudança possibilitou a Lélia concluir seus estudos na Universidade do Estado da Guanabara, atualmente conhecida como Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Na universidade, formou-se em História e Geografia em 1958 e em Filosofia em 1962. Durante esse período, Lélia também trabalhou como babá, enfrentando os desafios impostos pelas estatísticas sociais brasileiras, devido à sua condição de mulher, negra e de origem humilde.

Rio de Janeiro, 1968. Foto: Acervo Lélia Gonzalez, Projeto Mémoria.
Autora dos livros “Lugar de negro” (1982), “Festas Populares no Brasil” (1987) e diversos artigos, fundou o Movimento Negro Unificado contra a Discriminação Racial e foi pioneira em estudos sobre raça e gênero, ao questionar o caráter racista do feminismo hegemônico. Teórica de conceitos como o “pretoguês” e “amefricanidade”, também questionou os papeis dados às mulheres negras no Brasil, o da “mãe negra” responsável pelos trabalhos de cuidado (em especial, pelos trabalhos de cuidado às famílias brancas); ao da mulher negra como símbolo do Carnaval, ao ter o seu corpo objetificado, e assim, “cultuado” nessa festa; além da objetificação de mulheres negras e da invisibilidade de suas histórias/trabalhos e lutas.
Considerada “mãe” do feminismo antirracista no Brasil,a faleceu em 1994, aos 59 anos de idade.
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