choishana
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choishana · 3 years ago
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Apesar de seguir uma rotina muito bem definida desde que se entendia por gente, poucas coisas na vida de Hana eram constantes. O cansaço pelo dia a dia rígido estava quase sempre presente, mas não era nisso que a jovem pensava enquanto andava o restante do caminho familiar até a cafeteria. Sua mente geralmente era uma amálgama complexa de balé e outros assuntos relacionados, sua rotina de treinos, novas formas de se aprimorar; quando saía para encontrar o melhor amigo, entretanto, todos esses tópicos pareciam viajar para um canto momentaneamente esquecido de sua mente, tornados insignificantes pelos momentos em que ficava suspensa na companhia alheia. Sua maior constante era Kyle, e saber que ele estava sempre a um número definido de passos de distância dava certa paz de espírito à Hana. Desnecessário dizer que os encontros eram um refúgio mais do que essencial para que a jovem ainda mantivesse qualquer traço de sanidade a esse ponto. 
Naturalmente, esboçou um sorriso assim que o avistou, daqueles abertos o suficiente para evidenciar as covinhas que Hana tinha em cada bochecha. O gesto automático ao vê-lo, no entanto, perdeu um pouco de intensidade quando chegou mais perto e os machucados no rosto alheio se fizeram mais nítidos. “Oi,” Respondeu enquanto se sentava de frente a ele, seu tom ainda demonstrando o balanço positivo da situação; estava preocupada, é claro, mas a alegria por encontrar o outro, mais ou menos inteiro, era suficiente para deixá-la de bom humor. “Tomara que esse seja um daqueles casos de ‘deveria ter visto como ficou o outro cara’.” Brincou, embora sentisse seu coração um pouco apertado no peito. Já havia visto Kyesang em estados piores, é claro, mas essa noção não ajudava a aliviar muito a sensação ruim de ver o amigo machucado.  “Comigo está tudo bem, só estou irritada com assuntos insignificantes.” Não elaborou por ora, já que não queria acrescentar ainda mais carga às costas do amigo; sabia que ele, exatamente como ela própria, tendia a tomar suas dores até mesmo nas situações mais triviais. Além disso, Hana era conhecida por ter um temperamento curto e até mesmo as menores ofensas às vezes eram suficientes para tirá-la do sério, então um relato de irritação não era nada fora do usual. “Tomou o remédio que te indiquei? Não pode esquecer, e precisa descansar depois daqui.” Embora os dois seguissem ramos diferentes em suas respectivas carreiras, Hana também possuía sua cota justa de experiência com dores desagradáveis e sabia bem o que funcionava e o que não era tão efetivo para erradicar certos incômodos. Nesse caso, não existia remédio potente o suficiente para descartar a importância de repouso. Claro que aquilo era hipocrisia de sua parte, afinal ela mesma raramente conhecia o conceito de descansar. “Será possível que tenho que te manter sob vigília constante para garantir que vai melhorar? Tsc.” Estalou a língua ao final, embora seu pequeno sorriso entregasse que ela não ficava descontente com a função que lhe havia sido incumbida; por ela própria, por sinal. “Mais... uma hora e meia de expediente e eu te arranco desse lugar. Juro que meu sofá já tem a forma marcada do seu corpo a esse ponto.”
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𝐭𝐡𝐫𝐞𝐚𝐝 𝟎𝟏: “todas as tardes, no mesmo horário, kyle recebe uma visita muito especial. nessa tarde, não é diferente.”
w. @choishana​
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Os sons da conversa da cafeteria enchiam seu ouvido e sua cabeça doía mais do que ele poderia imaginar ser possível na face da Terra, mas imaginava que isso se dava devido às várias pancadas que recebera diretamente em seu rosto na noite passada. Inclusive, não havia como esconder a derrota: cortes marcavam a sua sobrancelha e sua boca, fora os roxos recentes que contornavam o rosto bem definido. 
É, aquela não seria a vitória que queria compartilhar com Hana.
Ainda assim, estava animado para vê-la. 
O coração batia forte contra o peito enquanto ele servia algumas clientes, como de costume, quando a viu se aproximar da loja, observando-a pelas grandes janelas do estabelecimento. Uma olhadela rápida na direção de seu relógio confirmou o horário: seu intervalo. Então, não hesitou em retirar o avental, jogá-lo nos fundos do balcão e pegar o que sempre comiam quando se encontravam naquele mesmo horário. 
“Oi!”, encontrou-a no meio do caminho, sorrindo. 
Tinha seu café com achocolatado em uma mão e o pedido alheia na outra quando se aproximou da mesa afastada da maioria dos sons, fugindo um pouco da bagunça do cotidiano do café e conseguindo, assim, um tempinho a sós. “Minha cabeça vai me matar”, confessou rindo baixo de sua própria desgraça. A dor estava para roubar o melhor de si. “Como você está?”
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choishana · 3 years ago
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nome: choi hana
idade: 23 anos
ocupação: bailarina
formação: formada pela Escola de Dança da Universidade Nacional Coreana de Artes (National Korean University of Arts), em Seoul.
filha única, hana cresceu acostumada com ser o centro das atenções. como o alvo exclusivo do olhar de pais ricos demais e com tempo de sobra nas mãos, isso também significava que sua infância foi marcada por níveis de pressão inimagináveis para exceder expectativas (que eram sempre muito, muito altas). não tinha de se preocupar com dinheiro, conforto ou bem-estar, sempre frequentou as mais excelentes escolas, mas ao mesmo tempo precisava ser a melhor, o mais perfeito e imaculado dos exemplos em tudo que fazia. uma nota nove não era motivo de comemoração, e sim de um questionamento: “em que falhou para não conseguir dez?”; os hobbies (piano, debate, idiomas) nunca eram somente isso; não existiam passatempos, coisas com que apenas desestressar, somente oportunidades para crescer e assuntos para masterizar. é claro que com o ballet não seria diferente. aprendeu a internalizar e a reproduzir consigo mesma todos os hábitos doentios de cobrança de seus pais, o que frequentemente faz com que ela cruze limites e puna a si própria mentalmente ao menor sinal de fracasso. no cenário profissional há dois anos, já começa a fazer um nome considerável para si mesma, visto que nunca se permite falhar; é a melhor em todas as apresentações em que performa, embora também tenha cultivado certa fama de simplesmente não dançar em certos espetáculos: é tão obcecada com a própria maestria que prefere não se apresentar à falhar em frente aos olhos famintos dos críticos, prontos para devorá-la diante do menor deslize.
fora dos palcos, é outra pessoa. irreverente, despreocupada e até mesmo um pouco encrenqueira, frequentemente colecionamento desentendimentos por onde passa com a língua solta e ácida. em sua vida pessoal, teima e bate o pé para desenhar a linha de até onde aceita palpites de seus pais; é uma espécie de acordo mútuo e silencioso construído com o passar dos anos: hana dá seu sangue para ser sempre a melhor em tudo como eles desejam, mas não aceita que os progenitores interfiram em suas amizades. desde pequena, nunca se interessou pelas companhias metidas a besta dos colégios particulares, quem dirá do círculo social da família. entre isso e a rotina abarrotada quando crescia, não tinha muitos amigos na infância e começo da adolescência. na realidade, até hoje consegue contar nos dedos de uma mão suas amizades, sendo seu melhor amigo kyle, um lutador de MMA em ascensão que às vezes faz com que o coração de hana pareça que vai saltar pela boca quando estão juntos.
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