Don't wanna be here? Send us removal request.
Text
𝐓𝐇𝐄 𝐓𝐑𝐔𝐓𝐇 𝐔𝐍𝐓𝐎𝐋𝐃 ❞ 𝐓𝐇𝐄 𝐁𝐄𝐆𝐈𝐍𝐍𝐈𝐍𝐆 𝐎𝐅 𝐓𝐇𝐄 𝐄𝐍𝐃. 𝗌𝖾𝗅𝖿𝗉𝖺𝗋𝖺 ⿻ 𝗅𝗂𝗆𝖻𝗈, 𝟣𝗌𝗍 𝖽𝖺𝗒.
“…as notícias de hoje. Um ônibus de viagem escolar fretado colidiu essa manhã (29) com um caminhão de entregas, e em seguida, caiu de um barranco de 160 metros de altura. A escola informa que o ônibus levava 12 estudantes de nível médio e mais 4 professores parte da equipe técnica para uma competição esportiva no final de semana. Não foram encontrados sobreviventes. A empresa responsável….”
Como se tivesse dormido por um longo período como um urso em hibernação que acabava de acordar de um pesadelo, Choi Yobin teve seu primeiro despertar em uma praia desconhecida. Sua mente parecia um embaralhado de memórias e vozes, todas sem seguir uma linha do tempo contínua e vindo em uma enxurrada de sons e imagens, bombardeando o cérebro do garoto perdido.
Os olhos, semicerrados por causa da claridade repentina, procuravam por um ponto conhecido, onde pudessem se agarrar, mas em vão. Estava em uma praia que nunca vira antes, o que não era difícil — raramente ia à praia, tinha aversão ao sol. A paisagem seguia uma paleta de cores limitada, relembrando uma pintura, perfeita demais para parecer real. A areia branca e o céu azul límpido, quase sem nuvens, que no horizonte se misturava com o azul do oceano até se tornarem um só; machucavam as retinas de Yobin, que instintivamente ergueu uma das mãos sobre o rosto, bloqueando parte dos raios luminosos. Seu corpo, dolorido, parecia que tinha passado por um dos treinos intensos do time de vôlei no dia anterior, mas sua memória não conseguia se lembrar se isso, de fato, tinha acontecido.
O que mais o surpreendia é que, além de estar em uma praia, estava usando seu uniforme escolar. Tateou o bolso da calça procurando pelo aparelho telefonico, sua carteira ou seu vídeo game. Vazios. Teria sido um sequestro seguido de assalto? Não conseguia lembrar do que estava fazendo ou onde estava antes de aparecer ali por mais que se esforçasse. Estava tudo nebuloso demais em sua mente. — Talvez um pesadelo — sussurrou, beliscando a própria bochecha, sentindo um ardor incômodo no local. Nada aconteceu, nada mudou. A paisagem continuava a mesma e ele ainda era o único ali pelo menos num raio de três quilômetros.
Descalço, prosseguiu andando pela praia, bem perto da quebra das ondas, que vez ou outra levava um pouco da água do mar para os pés dele. O gosto salgado da maresia nos lábios secos de Yobin o fazia ansiar mais do que nunca por um copo de chá gelado e um pouco de sombra fresca. Definitivamente não gosta de praia e sol. — Ei, você aí, hagsaeng! — Surpreso, o adolescente girou os calcanhares imediatamente em direção a onde achava que vinha a voz, dando de cara com a silhueta de um homem mais velho, trajando algo que parecia ser um uniforme militar escuro, a um pouco mais de um metro de distância. Ele não estava ali antes quando passara, tinha quase certeza disso. Mas sua cabeça doía demais por causa do sol e das tentativas frustradas para relembrar o que tinha acontecido que ele não ligou, se aproximando do estranho. — Finalmente encontrei alguém. Onde estamos? Se não em Seul, como faço para voltar? Se tiver algum telefone posso ligar para os meus pais me pegar- — O estranho não poupou folêgo, cortando Yobin friamente — Você está na sua casa. — Como? — Os cenhos franzidos, em clara confusão. Estava em Gangwon-do? Não parecia com a praia de lá. — Êeh? Então você é mais um dos que não se lembram de nada? — O homem suspirou em frustração, levando os indicadores as têmporas, massageando o local. — Eu deveria imaginar, esse tipo de coisa sempre sobra para mim. Preste bem atenção — falou, cruzando os braços na altura do peitoral — eu só vou explicar uma vez. Não me interrompa até que eu diga que terminei, não importa o que, entendido?
As memórias voltaram com uma lufada a cada frase que o outro proferia. A despedida em frente ao ginásio da escola, a imagem de seus pais diminuindo a cada vez mais que o ônibus se distanciava rumo ao destino fatídico dos jovens, os flashs de luz, o barulho metálico e então o breu. Yobin se esforçou para não chorar, mas foi inevitável, sem perceber sua bochecha já estava molhada de copiosas lágrimas e as pernas fraquejavam, procurando por apoio. Antes que perguntasse, Dol Swe — como havia se apresentado seu receptor minutos antes — continuou a explicação, como se adivinhasse o que o recém chegado pensava. E de certa forma ele poderia, já faziam tantos anos que repetia aquele processo que já sabia de cor e salteado as reações, o desespero ao descobrir seu destino, as lamúrias e questionários de sempre.
— Não, você não está no céu, apesar de que aqui se parece com a ideia do paraíso que os humanos têm. Pelo menos quando se trata de paisagem. — Fez uma careta. A cidade era muito bonita, exceto pelos grandes muros que circundavam os limites dela, mas viver ali, por tanto tempo, sem saber o que ainda os mantinham ali, não era tão divertido para a maioria. Muito menos para o guia. — Também não é o inferno, se é o que pensou.
— Onde, então? — Interrompeu, recebendo uma carranca assustadora de repreensão. — Entre os dois. — Dol Swe respondeu a contra gosto, provavelmente por ter sido interrompido ou por ser um mal-humorado nato. — Porque você está aqui? Não sei. Como e quando vai sair daqui? Não dou a mínima. Sei tanto quanto você e, na verdade, depois de tantos anos aqui isso não me interessa mais. Estou aqui apenas para recebê-lo e guiá-lo até seu novo lar e alma gêmea. — A última palavra saiu ácida, como se tivesse uma pitada de inveja ali. A cabeça de Yobin deu voltas, era muita coisa para absorver em tão pouco tempo. Morreu. Repetiu mentalmente, como se aquilo fosse ajudar a aceitar a verdade cruel. E seus pais? Será que já haviam descoberto? Será que seu corpo já havia sido velado? Era filho único, aquilo, a sua morte, provavelmente deixaria cicatrizes profundas neles. Seus companheiros de time, alguém teria se salvado? A partida final de vôlei que os esperava no fim de semana, os exames do SAT que seriam daqui a cinco meses, o jogo que havia encomendado pela internet e que ainda não havia chegado, a viagem para Jeju de conclusão que iria com os amigos. Tantos planos e agora nenhum seria realizado. E ainda assim, apesar de não estar mais lá, sabia que o mundo iria continuar a funcionar como sempre funcionou. Que um dia, seus pais iriam voltar a trabalhar e seguir com a vida, talvez até adotassem um cachorrinho para preencher o vazio deixado, talvez se mudassem para não viver de memórias dolorosas no apartamento em que Yobin passou a sua vida inteira. E o que o ceifador — apelido nada carinhoso que ele dera a Dol Swe — queria dizer com alma gêmea?
— Está pronto? — Dol Swe perguntou após longos minutos em um silêncio esmagador, o qual havia deixado especialmente para que o garoto pensasse sobre a sua condição e, se tivesse sorte, aceitasse melhor que os outros que passaram ali antes dele.
— Unhun. — Yobin concordou com um aceno positivo de cabeça, enxugando as lágrimas com as costas da mão. Não é que havia aceitado a ideia completa de estar morto. Não se sentia morto. Mas por hora, tudo que queria era sair daquela praia maldita, e se isso implicava em um tour não requisitado pela nova cidade ao lado de uma companhia desanimadora, então assim seria.
Yobin seguiu o ceifador por todo lado, que proferia as regras da cidade e seus locais de forma ensaiada, quase como um robô, no modo automático. O espírito recém chegado estava ali em corpo, ou melhor, em alma, mas sua mente rodopiava a todo momento até a última memória em vida, que ficava cada vez menos turva perante aos seus olhos. Queria perguntar se mais algum de seus amigos havia parado ali também, mas se limitou a apenas concordar sempre que Dol Swe lhe perguntava se havia entendido o que havia acabado de falar, mesmo que, de fato, não houvesse escutado uma parcela daquilo.
5 notes
·
View notes
Text
𝐈 𝐒𝐇𝐎𝐔𝐓 𝐅𝐎𝐑 𝐀 𝐌𝐈𝐑𝐀𝐂𝐋𝐄 𝐈𝐍 𝐓𝐇𝐈𝐒 𝐑𝐄𝐀𝐋𝐈𝐓𝐘 ❞ 𝐈𝐓'𝐒 𝐓𝐎𝐎 𝐄𝐕𝐈𝐋. 𝗌𝖾𝗅𝖿𝗉𝖺𝗋𝖺 ⿻ 𝗅𝗂𝗆𝖻𝗈, 𝗉𝗋𝖺𝗂𝖺. A brisa cálida e anormal da praia o abraçava e o acalentava como uma mãe, trazendo a paz que havia ido buscar. Seus olhos aos poucos foram se ajustando a escuridão local, que era iluminado apenas pela falsa lua cheia que brilhava no topo do céu estrelado. Ah~. Era de fato diferente da terra. Em Seul jamais teve a oportunidade de ver um céu daqueles. Normalmente as luzes da cidade apagavam o brilho natural dos corpos celestes e deixava tudo escuro demais e monótono. Ou, talvez, aquilo só fosse possível ali com tanta maestria porque estava no meio-termo. O Limbo. Nada era real e ao mesmo tempo, era. Assim como todos ali naquela cidade. Não estavam vivos mas estavam vivendo. Yobin suspirou, deitado com os braços sob a cabeça, tentando não pensar tanto no que era agora e no que havia deixado de ser. Ou em quem havia deixado para trás. Havia muita coisa em jogo ali no Limbo também e nem tudo era ruim. Nas últimas semanas havia conquistado uma vaga no time titular de vôlei da sua região — mesmo que na posição de meio de rede, e não de atacante, como esperava; Havia conhecido também Mahoon, sua alma gêmea predestinada só Ele sabe desde quando, que o esperava a mais de 300 anos. Havia também aprendido mais sobre si do que nos últimos 19 anos em vida, sobre o que gostava, quem era e o que queria fazer de fato. Era como se todo o vazio existencial que costumava pensar ser crise da puberdade e adolescência antes de chegar ali tivesse sumido e fosse, magicamente, preenchido. A maior parte desse sentimento bom era causado por um único denominador comum que o jogador denominava como efeito Mahoon.
Mahoon era excepcionalmente bom em tudo e isso incluía como lidar com Yobin. Ele sabia sempre o que dizer, como acalentar, como abraçá-lo e como fazer ele se sentir mais vivo do que nunca. Uma piada, porque ambos estavam mortos. Mas ele o preenchia. Não, o transbordava. O seu sorriso radiante, o rosto sonolento logo após acordarem juntos, os fios azuis bagunçados depois de um longo e profundo beijo. Tudo aquilo era como um sonho que Yobin tinha medo de acordar e perder. Afinal, Dol Swe, seu “anjo” encarregado pelos relatórios (o qual o moreno havia apelidado de ceifador) havia lhe dito que ele havia ido ali com um único propósito, e após cumprido, talvez, pudesse seguir em frente, para o próximo… andar? Seja qual fosse esse motivo, não pretendia e nem queria descobrir nem tão cedo, não quando isso envolvia uma possibilidade de ficar longe do Ju.
Absorto em pensamentos e suspiros pesados, o Choi não viu quando um corpo, ou melhor, espírito, se materializou a dois metros a sua esquerda. A presença feminina só foi notada quando a mesma, com um resfolegar abrupto se pôs de pé em uma fração de segundos. Yobin imitou a ação, se levantando da areia pálida assustado, como se sua vida corresse perigo, a adrenalina correndo em seu sangue que ia diretamente para os músculos, se preparando para uma possível fuga se necessário. Ou talvez nem tanto assim, pois eram ambos apenas espectros dos corpos que tiveram na terra. Primeiro ele reconheceu os cabelos negros e curtos da mulher, depois o rosto pequeno, lábios carnudos e as vestes do colégio Kyunggi. — Yeoreum?... — Os olhos dela encontraram o seu, se ascendendo com um lampejo de reconhecimento. “Sim, é ela.” A garota pequena rapidamente correu em sua direção, o abraçando, lágrimas e catarro impregnando a camiseta branca de Yobin. — O-op-ppa! — O maior a envolveu em um abraço inconscientemente, suas olhos encarando o vazio, arregalados. Se ela estava no Limbo então… Então… Ele a segurou pelos ombros, afastando o rosto choroso das suas roupas, mirando-a, como se precisasse ter certeza daquilo. — O que você tá fazendo aqui? Você não devia estar aqui. Não. Yeoreum, o que aconteceu!? — Sua voz era rude e emergencial, suas orbes corriam rapidamente a olhando por completo, procurando pela razão para que ela estivesse ali. Mas a garota parecia completamente bem e inteira, não fosse pelo rosto choroso e vermelho. — Eu queria dar um fim a toda a dor. — Ela sussurrou por fim, os olhos mirando os pés.
1 note
·
View note
Text
O impacto do corpo de Mahoon com o seu fez com que Yobin grunhisse de dor e prazer. Por alguns segundos pôde sentir completamente o corpo do menor contra o seu, seus quadris colados sinalizando que ele não era o único com desejos ardentes. Deslizou suas mãos pela cintura fina do Ju, ansiando que pudesse tocar a pele desnuda dele mas se contentando com o selar de lábios inocente. A cada beijo, a cada toque, parecia que seu coração iria sair pela boca. Será que algum dia se acostumaria com aquilo? Sorriu de volta para o homem, que estava corado e fofo sobre si, apertando-lhe a bochecha antes que deslizasse para o lado da cama.
Yobin não pode evitar um suspiro de decepção e um biquinho, estava tão gostoso naquela posição. Acabou se rendendo e envolvendo o corpo de Mahoon com os braços e enlaçando sua perna com a que o Ju lhe agarrava, em um abraço de urso. Sua pele se arrepiou por completo, o aperto na calça do pijama apertando ainda mais, com a respiração quente do dono dos cabelos azuis contra seu pescoço. Seu ponto fraco. Suspirou de novo, dessa vez de prazer, tentando afastar qualquer pensamento impuro que insistia em rondar pela sua mente. “Ele ta sendo carinhoso, seu animal pervertido.” — Te bater? Porque achava isso? — Seu rosto fez uma careta, surpreso com o que ele pensava de si. O Choi afastou-se um pouco apenas paradar um beijo no topo da cabeça da sua alma gêmeas, voltando a se aconchegar juntinho a ele. — Eu gosto que faça isso. Apesar de me dar arrepios demais. — Assumiu também, sorrindo sozinho. Queria que as coisas ficassem assim para sempre. — Eu gosto que tenha me beijado também. — Adicionou, sua voz descendo algumas oitavas conforme se tornava mais e mais sonolento.
chyobin:
Hm? — Ouvi-lo falar daquele jeito, tão exposto para Yobin, como todo aquele junto envergonhado e atrevido era fofo e sexy demais. Aquilo foi o suficiente para desarmar o adolescente, que rapidamente ficou sem jeito. Limpou a garganta e levou a destra até os cabelos, jogando a franja longa demais para trás, livrando a testa dos fios lisos negros. — Então talvez a gente deva ir para cama agora? — Sugeriu, sem dizer de fato para que, uma sobrancelha arqueada, em provocação, o sorriso ladino brincando nos lábios. Queria puxá-lo, levá-lo consigo para o quarto e jogá-lo na cama. Deixar que o peso do seu corpo caísse sobre o dele, iniciando com uma trilha de beijos pelo pescoço até finalmente achar seus lábios, sentindo o gostinho único de Mahoon. Queria poder fazer tantas coisas, passear com as mãos espalmadas por todo o corpo do mais velho, explorando cada canto e deixando-os com sua marca, uma lembrança de sua alma gêmea. Queria sentí-lo por completo, possuí-lo e deixar que ele o possuísse também. Mas no momento não conseguia fazer mais do que dar alguns passos bambos para o lado sem perder o equilíbrio. O dono da loja de chás que era, na verdade, seu ponto de apoio e porto seguro no momento. E talvez, mesmo sóbrio, não conseguisse fazer nada além de travar de nervoso.
Fofo, fofo, droga. Era muito complicado lidar com o misto de sentimentos e pensamentos que tinha quando estava com Mahoon. MUITO. A um segundo atrás o desejava de outra forma, de preferência sobre a cama, com seus quadris se esfregando em uma fricção deliciosa enquanto seus lábios se deleitavam. Mas agora, com aquele abraço súbito, tudo que tinha em mente era um ninho quentinho, onde pudesse deitar com ele e lhe distribuir beijinhos por toda a face e muito cafuné. Era isso que era ser adolescente? Pensava que a puberdade tinha sido a pior época quando se tratava dos hormônios descontrolados que não só deixava sua pele repleta de acnes como também o fazia acordar.. er, animado até demais, se é que pode se falar assim. Passou os braços longos em volta dos ombros de Mahoon, abraçando-o forte enquanto o mesmo se encaixava perfeitamente em seu corpo. Yobin tentava a todo custo manter uma certa distância do seu quadril do corpo de Ju, para que ele não notasse que certas coisas começavam a esquentar na sua virilha, pedindo por atenção. Suspirou pesado antes de afastá-lo um pouco, a destra bagunçando os fios azuis suavemente. — Tá, prometo que vou me comportar. Mas só se você me deixar te dar mais alguns beijos antes de dormir. Vamos? — Sorriu, puxando-o pelo pulso para o quarto sem dar de fato uma opção de resposta. Aquele caminho foi o mais curto e difícil que fez em toda vida — ou morte. Ok, adorava essas piadas mórbidas agora. Lutava para se manter em linha reta, mentalizando um passo atrás do outro até que enfim, pôde deixar seu corpo cair sobre a cama de casal, puxando o corpo de Mahoon junto. Esperava que a gravidade fizesse seu trabalho e o derrubasse em cima de si. Não, não ia fazer nada, estava decidido, mas ainda o queria colado a si.
Se tinha uma certeza era de que Yobin era o único e maior culpado pelo descontrole de suas emoções. Em todos os anos que esteve naquele limbo, sempre fora conhecido pela personalidade serena e a rotina preguiçosa de quem vivia sob o efeitos dos próprios chás que preparava, paciente o bastante para ouvir as mágoas de todos os espíritos que decidiam aparecer na sua loja. Mas lá estava ele. Em uma única noite havia sentido ciúmes, raiva, alivio, satisfação, amor, tesão. Aquele novo companheiro, que tanto havia esperado, o fazia voltar as sensações da adolescência, o descontrole que, lá no fundo, amava. Ora, a adrenalina e as borboletas no estômago pouco lhe incomodavam, pelo contrário, parecia que cada uma das sensações que o outro lhe provocava, traziam a luz e a felicidade que tanto esperava. Yobin era sua salvação.
Os corpos juntos em um abraço caloroso como aquele fazia com que Mahoon sentisse uma vontade absurda de passar horas e horas agarradinho com o mais novo, trocando carícias, cafunés e beijinhos pela tez dele. Claro, isso não excluía as calças que tanto o incomodavam, mas ainda assim, sabia que se mantassem o cuddle por tempo o suficiente, talvez depois pudesse resolver o problema sozinho, sem precisar força-lo a fazer algo que sabia que talvez não estivesse pronto. O bagunçar dos fios o roubou um sorriso, um daqueles que só o jovem conseguia roubar, não conseguindo tira-lo do rosto por todo o curto caminho até o quarto. Como diabos ele conseguia ficar bonito até de costas? Como diabos ele conseguia continuar bonito até mesmo com toda aquela dificuldade de locomoção que o homem achava tão… Adorável?
O Ju deixou que o adolescente fizesse o que bem quisesse e ao ser praticamente puxado para a cama - e consequentemente para cima de seu corpo -, se envergonhou por saber que daquela forma, não tinha como esconder as reações naturais que o corpo teve mais cedo, sentindo seu rosto corar a ponto de transforma-lo em uma completa tomate. Riu baixinho, sem jeito, e decidiu deixar um longo e afetuoso selar nos lábios dele antes de sair de cima, pelo menos pela metade, já que deixou que uma das pernas o envolvesse, tal como seu braço, agarrado no corpo do maior como faria com um urso de pelúcia. Esfregou o nariz contra a curvatura de seu pescoço, os olhos fechando. Ele o acalmava. “Sabia que todo noite que dormimos juntos, eu ficava querendo sentir seu cheirinho assim? Achava que você me bateria se fizesse isso.” Acabou admitindo, começando a se abrir com o jovem.
23 notes
·
View notes
Text
Hm? — Ouvi-lo falar daquele jeito, tão exposto para Yobin, como todo aquele junto envergonhado e atrevido era fofo e sexy demais. Aquilo foi o suficiente para desarmar o adolescente, que rapidamente ficou sem jeito. Limpou a garganta e levou a destra até os cabelos, jogando a franja longa demais para trás, livrando a testa dos fios lisos negros. — Então talvez a gente deva ir para cama agora? — Sugeriu, sem dizer de fato para que, uma sobrancelha arqueada, em provocação, o sorriso ladino brincando nos lábios. Queria puxá-lo, levá-lo consigo para o quarto e jogá-lo na cama. Deixar que o peso do seu corpo caísse sobre o dele, iniciando com uma trilha de beijos pelo pescoço até finalmente achar seus lábios, sentindo o gostinho único de Mahoon. Queria poder fazer tantas coisas, passear com as mãos espalmadas por todo o corpo do mais velho, explorando cada canto e deixando-os com sua marca, uma lembrança de sua alma gêmea. Queria sentí-lo por completo, possuí-lo e deixar que ele o possuísse também. Mas no momento não conseguia fazer mais do que dar alguns passos bambos para o lado sem perder o equilíbrio. O dono da loja de chás que era, na verdade, seu ponto de apoio e porto seguro no momento. E talvez, mesmo sóbrio, não conseguisse fazer nada além de travar de nervoso.
Fofo, fofo, droga. Era muito complicado lidar com o misto de sentimentos e pensamentos que tinha quando estava com Mahoon. MUITO. A um segundo atrás o desejava de outra forma, de preferência sobre a cama, com seus quadris se esfregando em uma fricção deliciosa enquanto seus lábios se deleitavam. Mas agora, com aquele abraço súbito, tudo que tinha em mente era um ninho quentinho, onde pudesse deitar com ele e lhe distribuir beijinhos por toda a face e muito cafuné. Era isso que era ser adolescente? Pensava que a puberdade tinha sido a pior época quando se tratava dos hormônios descontrolados que não só deixava sua pele repleta de acnes como também o fazia acordar.. er, animado até demais, se é que pode se falar assim. Passou os braços longos em volta dos ombros de Mahoon, abraçando-o forte enquanto o mesmo se encaixava perfeitamente em seu corpo. Yobin tentava a todo custo manter uma certa distância do seu quadril do corpo de Ju, para que ele não notasse que certas coisas começavam a esquentar na sua virilha, pedindo por atenção. Suspirou pesado antes de afastá-lo um pouco, a destra bagunçando os fios azuis suavemente. — Tá, prometo que vou me comportar. Mas só se você me deixar te dar mais alguns beijos antes de dormir. Vamos? — Sorriu, puxando-o pelo pulso para o quarto sem dar de fato uma opção de resposta. Aquele caminho foi o mais curto e difícil que fez em toda vida — ou morte. Ok, adorava essas piadas mórbidas agora. Lutava para se manter em linha reta, mentalizando um passo atrás do outro até que enfim, pôde deixar seu corpo cair sobre a cama de casal, puxando o corpo de Mahoon junto. Esperava que a gravidade fizesse seu trabalho e o derrubasse em cima de si. Não, não ia fazer nada, estava decidido, mas ainda o queria colado a si.
chyobin:
Yobin arfou alto quando o ouviu falar quanto aos beijos… que descem mais um pouquinho. Certo, ele não poderia negar que havia pensado nisso, nem que fosse por dois breves segundos (ok, talvez mais) enquanto a língua de Mahoon invadia sua boca e podia sentir os músculos do corpo dele se retesarem contra os seus e o calor começar a se formar lá embaixo. Oras, nada que fosse fora do normal, estava no auge dos seus hormônios — ou estava, a uma semana atrás quando ainda não havia batido as botas — mas ainda assim… ainda assim se sentia inseguro em tomar mais esse passo. Tinha medo que ele não soubesse como fazer certo ou que Ju não gostasse do que visse em seu corpo desnudo e decidisse que ele não era bom o suficiente para si. Mas a ideia não deixava de ser tentadora.
E lá estava aquele pequeno demônio de cabelos azuis o provocando de novo, o deixando quente, fazendo Yobin gemer baixinho ao ter sua da nuca violada. Ali era, definitivamente, seu ponto fraco. Era bom, excitante e a pele se arrepiou conforme as pontas dos dedos de Mahoon a pressionava, traçando leves linhas avermelhadas por onde passavam. O adolescente não conseguia responder a pergunta, não conseguia pensar e muito menos respirar. Era tão bom, ali, juntinho, que quase poderia ronronar se fosse um felino. Esfregou o rosto na sua curva do pescoço, tentando absorver mais uma vez o seu aroma favorito, antes que fosse empurrado. Suas íris brilhavam enegrecidas de desejo e…felicidade? Sim, se sentia completamente feliz por finalmente ter seus mais fundos desejos realizados, por estar junto dele, tocando-o, abraçando-o. Queria experimentar seus beijos de novo.
Mahoon falava e falava, mas tudo que o ace conseguia notar eram os lábios vermelhos e inchados pós beijos se movendo de forma convidativa, suas mãos escorregando pelo seu peitoral e o rosto corado do espírito a sua frente. Estupidamente lindo. E provocativo. Decidiu aproveitar da última pitada de ousadia que ainda tinha no seu sangue e entrar no jogo. Se fosse muito vergonhoso, poderia jogar a culpa no álcool depois. — Você quer me levar pra cama desse jeito? — Indagou, um sorriso malicioso surgindo em seu rosto inocente enquanto dava alguns passos na direção ao rapaz, forçando-o a recuar um pouco, devido a próximidade absurda de ambos, até que homem topasse com a parede em suas costas. De fato estava enjoado mas o Ju daquele jeito, tão perto, tão convidativo, tão receptivo… o queria agora, mas não deveria. Gostaria de que, se fosse estarem juntos de fato, daquela forma, estivessem sóbrios. Principalmente Yobin que estava a ponto de ver estrelinhas brilharem dentro dos olhos de Mahoon. — Banho? — Fez uma careta, imaginando o gelo da água aquela hora. Não queria se desfazer daquela sensação morna gostosa. — Um remédio já ajuda. — Fez biquinho, aproximando seu rosto de novo do outro e lhe roubando um selar. — Esse remédio. — Sorriu, por fim depositando um beijo úmido na testa do hyung.
Queria matar Yobin naquele momento - de novo. Tudo bem, quem havia começado aquelas provocações havia sido o próprio homem, no entanto, sabia bem que conseguia se controlar, e pensava, só pensava que o jovem ficaria apenas… Envergonhado, corado. Bom, estava mesmo, mas junto a isso, parecia ter aflorado os hormônios que quando vivo, ele não teve a chance de fazer. Mahoon até abriu a boca para falar, mas travou no mesmo momento em que sentiu o corpo ser praticamente prensado contra a parede. Golpe baixo. Era contra uma superfície que se via longe de poder fugir dos próprios desejos, mesmo sabendo que não era a melhor ideia no momento. Quer dizer, era uma ótima ideia, só não com o Choi bêbado, não quando ele havia acabado e beijar e não com ele correndo o perigo de tropeçar nos próprios pés novamente enquanto eles pudessem estar fazendo aquela coisa em plena sala de jantar.
Sem jeito e perdido nos próprios pensamentos - nada puros, diga-se de passagem -, apenas assentiu a sua pergunta. Banho. Quem precisaria de um era ele, tinha completa certeza, sentindo a reação natural do seu corpo resultar em nada mais, nada menos, que um aperto incomodo nas calças. Se odiava no momento por não conseguir controlar realmente seus desejos. Mas cacete, Yobin mexia consigo de um jeito impossível de lidar. Desde os olhos brilhantes, a pele macia, os lábios rosados delineados naquele sorriso idiota que arrancava sensações esquisitas no estômago. E as covinhas. Deus, as covinhas. Queria catuca-las o dia inteiro. E não podia esquecer, é claro, suas mãos, aquelas que ansiava pelo toque na própria pele. “Deve ser muito bom ser tocado por você, meu Deus.” A voz saiu baixa, pensando alto demais. Mahoon sorriu, olhando para qualquer ponto que não fosse o mais novo. Se controle. Ok, um selinho, um selinho, não poderia passar daquilo. E o correspondeu de prontidão, querendo gravar na mente mais uma vez aquela sensação. “Yobin… Se não formos pra cama agora dormir, você e eu vamos nos arrepender.” Falou, mesmo que não fosse sua real vontade. “E se continuar me beijando, também não, hm? Não me provoca.” Suspirou, se deixando abraça-lo com força, uma tentativa falha de pensar em qualquer coisa mais inocente do que o que realmente se passava pela cabeça. Encostou o queixo em seu ombro, se deixando admirar o aroma característico dele.
23 notes
·
View notes
Text
Yobin arfou alto quando o ouviu falar quanto aos beijos... que descem mais um pouquinho. Certo, ele não poderia negar que havia pensado nisso, nem que fosse por dois breves segundos (ok, talvez mais) enquanto a língua de Mahoon invadia sua boca e podia sentir os músculos do corpo dele se retesarem contra os seus e o calor começar a se formar lá embaixo. Oras, nada que fosse fora do normal, estava no auge dos seus hormônios — ou estava, a uma semana atrás quando ainda não havia batido as botas — mas ainda assim… ainda assim se sentia inseguro em tomar mais esse passo. Tinha medo que ele não soubesse como fazer certo ou que Ju não gostasse do que visse em seu corpo desnudo e decidisse que ele não era bom o suficiente para si. Mas a ideia não deixava de ser tentadora.
E lá estava aquele pequeno demônio de cabelos azuis o provocando de novo, o deixando quente, fazendo Yobin gemer baixinho ao ter sua da nuca violada. Ali era, definitivamente, seu ponto fraco. Era bom, excitante e a pele se arrepiou conforme as pontas dos dedos de Mahoon a pressionava, traçando leves linhas avermelhadas por onde passavam. O adolescente não conseguia responder a pergunta, não conseguia pensar e muito menos respirar. Era tão bom, ali, juntinho, que quase poderia ronronar se fosse um felino. Esfregou o rosto na sua curva do pescoço, tentando absorver mais uma vez o seu aroma favorito, antes que fosse empurrado. Suas íris brilhavam enegrecidas de desejo e...felicidade? Sim, se sentia completamente feliz por finalmente ter seus mais fundos desejos realizados, por estar junto dele, tocando-o, abraçando-o. Queria experimentar seus beijos de novo.
Mahoon falava e falava, mas tudo que o ace conseguia notar eram os lábios vermelhos e inchados pós beijos se movendo de forma convidativa, suas mãos escorregando pelo seu peitoral e o rosto corado do espírito a sua frente. Estupidamente lindo. E provocativo. Decidiu aproveitar da última pitada de ousadia que ainda tinha no seu sangue e entrar no jogo. Se fosse muito vergonhoso, poderia jogar a culpa no álcool depois. — Você quer me levar pra cama desse jeito? — Indagou, um sorriso malicioso surgindo em seu rosto inocente enquanto dava alguns passos na direção ao rapaz, forçando-o a recuar um pouco, devido a próximidade absurda de ambos, até que homem topasse com a parede em suas costas. De fato estava enjoado mas o Ju daquele jeito, tão perto, tão convidativo, tão receptivo… o queria agora, mas não deveria. Gostaria de que, se fosse estarem juntos de fato, daquela forma, estivessem sóbrios. Principalmente Yobin que estava a ponto de ver estrelinhas brilharem dentro dos olhos de Mahoon. — Banho? — Fez uma careta, imaginando o gelo da água aquela hora. Não queria se desfazer daquela sensação morna gostosa. — Um remédio já ajuda. — Fez biquinho, aproximando seu rosto de novo do outro e lhe roubando um selar. — Esse remédio. — Sorriu, por fim depositando um beijo úmido na testa do hyung.
chyobin:
Tentava não pensar em nada, apenas em se concentrar no beijo e em Mahoon a sua frente, entre seus braços, seu cheiro se misturando ao dele — assim como sua saliva. Mas era impossível não deixar seus pensamentos vagarem para aquele cantinho escuro da mente que dizia “Wow seu primeiro beijo. E com um garoto!” Veja bem, não é que fosse preconceituoso, jamais. E nem que não soubesse que, bem, também se atraia por garotos. Sabia disso a muito tempo, desde que havia corado ao ver Taegyu, seu melhor amigo de infância, que havia acabado de entrar no ensino médio com ele se trocar no vestiário da quadra de vôlei. Ali tinha entendido finalmente porque que os garotos pareciam tão interessantes e complicados para ele quanto as garotas. Mas nunca tinha falado em voz alta, e nem nunca feito nada sobre isso. Beijar outro garoto então era fora de cogitação. Por mais que os tempos fossem atuais, a Coreia do Sul, bem, ainda era a Coreia do Sul tradicional de anos atrás e era difícil para qualquer um se assumir sem que recebesse alguns olhares duros de reprovação.
Yobin estremeceu, se entregando completamente ao calor de Mahoon e seus lábios, permitindo inebriar-se com seu beijo. O jogador sabia que, diferente da destreza do adulto, ele era desajeitado e inexperiente mas incrivelmente naquele momento tudo parecia se encaixar perfeitamente. Seus braços na cintura de Ju, os dele em seu pescoço, as mãos que brincavam com seus fios na nuca, lhe provocando arrepios e desejo por mais. Mais. Sua língua copiava cuidadosamente os movimentos ditados pela do mais velho, explorando a boca e misturando os gostos dos dois jovens. Era bom, muito bom. Se perguntava agora porque tinha demorado tanto para beijar alguém, mas aquela sensação não era por estar simplesmente beijando e sim por ser com Mahoon. Os movimentos eram calmos, cuidadosos, pisando uma área não explorada anteriormente por Yobin, que sentia seu corpo pegar fogo contra o outro. Seus dígitos foram da cintura para as costas do veterano, o apertando contra si de modo imperativo e acarinhando a pele por cima do tecido, como se temesse que ele fugisse dali. O maior suspirou baixinho contra a boca de Ju, aprofundando o beijo com desejo e volúpia apenas para perder um pouco o compasso da ação e bater os dentes contra os dele.
Separaram do beijo depois de alguns segundos, (ou minutos, havia perdido a noção do tempo) Yobin piscou para ele, confuso a respeito do que fazer ou dizer, sem jeito e envergonhado pelo erro, então se encararam em silêncio. No entanto seus corpos continuavam perigosamente colados, os rostos quentes e corados, os olhos de Mahoon com um brilho diferente que o moreno não conseguia decifrar o que era. — Desculpe, machucou? — Sua voz saiu rouca, tímida. Queria tentar de novo e de novo e de novo. Mas não queria se apressar e nem assustar o outro. Afinal, tinham a eternidade a seu favor.
Mahoon não era exatamente inexperiente, agradecendo por um momento pelas experiências forçadas que seus pais prepararam para si quando ainda vivo, em uma época onde homens não passavam de seus dezesseis anos sem passar uma noite com alguma cortesã. Talvez se não houvesse beijado antes, os dois sequer estivessem compartilhando as salivas naquele momento - provavelmente ninguém tomaria uma atitude de verdade, fosse por medo de admitir a atração ou pelo menos de passar vergonha. Ainda assim, pouco se importava com o quão desajeitado poderia ser o seu beijo, ainda era o beijo dele, de Yobin, ainda eram seus lábios e honestamente, a única vontade que o Ju tinha era de aproveitar mais e mais do seu sabor. Isso, no entanto, não apagava o nervosismo que sentia. Ainda era seu primeiro beijo com um cara. O cara.
O aperto do abraço do mais alto em seu corpo fez com que o espirito suspirasse contra seus lábios, um sorriso discreto o tomando entre o contato intimo que trocavam, imerso as sensações que o ósculo lhe trazia. Se sentia no céu, mesmo que ouvisse frequentemente que não era. Ali, com sua alma gêmea, sentindo seus toques, sequer sentia a necessidade de descobrir quais eram seus arrependimentos por um lugar no cujo dito, já estava mais do que satisfeito em apenas tê-lo consigo. Demoraram tanto para se encontrarem, mas depois de uma semana, aquele era o sentimento que o adolescente lhe passava. Isso sim é o conceito de alma gêmea. Mahoon estava tão imerso que nem contou quanto tempo passaram daquela forma, chegando a resmungar quando o choque dos dentes fez com que separassem os lábios. Não o culpava, pelo contrário, simplesmente queria mais. Mais e mais dele.
Fitando a face confusa do moreno, sentiu uma vontade imensa de rir. Yobin era adorável, completamente adorável. Estava estampado em sua cara o quão estava preocupado com a opinião dele quanto ao beijo e não conseguia parar de pensar o quanto aquilo o fazia gostar ainda mais dele. Chegou a se perder admirando seus traços, sentindo o rosto queimar a situação futura que criava em sua mente. Quantas vezes beijariam novamente, quantas vezes poderia se ter nos seus braços, tê-lo nos próprios. Uma das mãos moveu de sua nuca até a lateral de seu rosto, acariciando a tez macia. Mahoon selou os lábios dele novamente, massageando-os com uma calma que não combinava em nada com o calor que dominava seu corpo. Só queria sentir mais uma vez a sensação deles contra os próprios, e logo voltou a deixar repetidos selares por ali, afastando o rosto novamente para voltar a falar. “Acontece… Mas só vai aprender se continuar tentando, entende?” Delineou um sorriso brincalhão, uma risada baixa escapando antes de voltar a aproximar seus lábios dele, daquela vez, selando o maxilar do maior. “Existem outros tipos de beijo também, pode aprender se preferir.”
23 notes
·
View notes
Text
Era difícil de controlar seus sinais vitais quando estava assim tão próximo de Mahoon. Assim, a respiração e frequência cardíaca de Yobin estava disparando de tão rápida, a caixa torácica subindo e descendo com frequência depois do beijo que o havia deixado completamente sem fôlego. Ia acabar morrendo assim. Ah~, já tinha morrido. Sorriu, deixando a mostra os dentes alvos, sentindo-se pela primeira vez ali no limbo, de fato, completo. Inclinou sua cabeça um pouco para o lado, em direção a mão do outro, que deslizara até seu rosto. Um afago quentinho que lhe causava formigamentos e deixava as pernas bambas. Ou talvez fosse o álcool. Não, duvidava que fosse isso. Era o efeito de Mahoon.
Mal haviam se separado e já estavam com os lábios colados de novo, dessa vez por iniciativa do rapaz de cabelos azuis, que coordenava o beijo com calma até se separar de forma fofa, com vários beijinhos pequenos que fizeram flores desabrocharem no coração de Yobin. Então era assim que era ser correspondido? “Não, não, não pense demais, foi um beijo — ou dois, não estrague tudo.” — Hm, — arqueou as sobrancelhas, forjando um ar sério — mas para continuar tentando vou ter que continuar a ter um professor particular empenhado assim. — sorriu de volta, mais um dos efeitos Mahoon agindo sobre ele, um arrepio percorrendo sua coluna com o beijo suave em seu maxilar. — Outros tipos? Quais? — Indagou, tornando a se inclinar sobre o menor, mas dessa vez encaixando seu rosto na curva do pescoço dele, raspando com seus lábios vermelhos sobre a pele alva o que esperava que fosse ser um ato provocativo. Ao menos era o que faziam nos manhaws que lia antes de morrer.
Seu corpo procurava por um apoio, finalmente cedendo ao álcool e aos toques do Ju, que o deixaram completamente… bobo, desestabilizado, feliz. — Hyung você quer ir para cama? — Indagou, seus lábios contra o pescoço do coreano, inicialmente sem entender que a forma que havia falado poderia ser entendida como… outra coisa. Seus olhos se arregalaram segundos depois, em delay, empurrando Mahoon um pouco, procurando pelo rosto dele com medo do que iria encontrar. — Eu-eu não quis dizer daquela forma — gaguejou nervoso, já estava se tornando profissional naquilo. Culpa do espírito veterano. — Eu quis dizer- daquele jeito. — Arregalou os olhos de novo, fazendo beicinho. Não estava falando coisa com coisa, só piorando tudo. R e s p i r a. — QUERO DIZER, DORMIR JUNTO! Eu acho que não to me sentindo muito bem... MAS NÃO FOI O BEIJO, EU JURO. — Emendou rapidamente, para que o outro não pensasse errado de si, ou do que fizeram, porque queria repetir, queria repetir agora mesmo se fosse possível. Mas seu corpo parecia não cooperar, apesar de desejar ardentemente pelas mãos pesadas do ex-conselheiro por todo seu ser. Talvez ser entendido errado também não fosse ruim. — Eu nunca bebi antes também. — Sussurrou, voltando a esconder o rosto no pescoço do outro, abraçando-o forte demais, com medo de represálias. Bem, aparentemente aquela noite estava sendo uma noite de várias primeiras vezes para Yobin.
chyobin:
Tentava não pensar em nada, apenas em se concentrar no beijo e em Mahoon a sua frente, entre seus braços, seu cheiro se misturando ao dele — assim como sua saliva. Mas era impossível não deixar seus pensamentos vagarem para aquele cantinho escuro da mente que dizia “Wow seu primeiro beijo. E com um garoto!” Veja bem, não é que fosse preconceituoso, jamais. E nem que não soubesse que, bem, também se atraia por garotos. Sabia disso a muito tempo, desde que havia corado ao ver Taegyu, seu melhor amigo de infância, que havia acabado de entrar no ensino médio com ele se trocar no vestiário da quadra de vôlei. Ali tinha entendido finalmente porque que os garotos pareciam tão interessantes e complicados para ele quanto as garotas. Mas nunca tinha falado em voz alta, e nem nunca feito nada sobre isso. Beijar outro garoto então era fora de cogitação. Por mais que os tempos fossem atuais, a Coreia do Sul, bem, ainda era a Coreia do Sul tradicional de anos atrás e era difícil para qualquer um se assumir sem que recebesse alguns olhares duros de reprovação.
Yobin estremeceu, se entregando completamente ao calor de Mahoon e seus lábios, permitindo inebriar-se com seu beijo. O jogador sabia que, diferente da destreza do adulto, ele era desajeitado e inexperiente mas incrivelmente naquele momento tudo parecia se encaixar perfeitamente. Seus braços na cintura de Ju, os dele em seu pescoço, as mãos que brincavam com seus fios na nuca, lhe provocando arrepios e desejo por mais. Mais. Sua língua copiava cuidadosamente os movimentos ditados pela do mais velho, explorando a boca e misturando os gostos dos dois jovens. Era bom, muito bom. Se perguntava agora porque tinha demorado tanto para beijar alguém, mas aquela sensação não era por estar simplesmente beijando e sim por ser com Mahoon. Os movimentos eram calmos, cuidadosos, pisando uma área não explorada anteriormente por Yobin, que sentia seu corpo pegar fogo contra o outro. Seus dígitos foram da cintura para as costas do veterano, o apertando contra si de modo imperativo e acarinhando a pele por cima do tecido, como se temesse que ele fugisse dali. O maior suspirou baixinho contra a boca de Ju, aprofundando o beijo com desejo e volúpia apenas para perder um pouco o compasso da ação e bater os dentes contra os dele.
Separaram do beijo depois de alguns segundos, (ou minutos, havia perdido a noção do tempo) Yobin piscou para ele, confuso a respeito do que fazer ou dizer, sem jeito e envergonhado pelo erro, então se encararam em silêncio. No entanto seus corpos continuavam perigosamente colados, os rostos quentes e corados, os olhos de Mahoon com um brilho diferente que o moreno não conseguia decifrar o que era. — Desculpe, machucou? — Sua voz saiu rouca, tímida. Queria tentar de novo e de novo e de novo. Mas não queria se apressar e nem assustar o outro. Afinal, tinham a eternidade a seu favor.
Mahoon não era exatamente inexperiente, agradecendo por um momento pelas experiências forçadas que seus pais prepararam para si quando ainda vivo, em uma época onde homens não passavam de seus dezesseis anos sem passar uma noite com alguma cortesã. Talvez se não houvesse beijado antes, os dois sequer estivessem compartilhando as salivas naquele momento - provavelmente ninguém tomaria uma atitude de verdade, fosse por medo de admitir a atração ou pelo menos de passar vergonha. Ainda assim, pouco se importava com o quão desajeitado poderia ser o seu beijo, ainda era o beijo dele, de Yobin, ainda eram seus lábios e honestamente, a única vontade que o Ju tinha era de aproveitar mais e mais do seu sabor. Isso, no entanto, não apagava o nervosismo que sentia. Ainda era seu primeiro beijo com um cara. O cara.
O aperto do abraço do mais alto em seu corpo fez com que o espirito suspirasse contra seus lábios, um sorriso discreto o tomando entre o contato intimo que trocavam, imerso as sensações que o ósculo lhe trazia. Se sentia no céu, mesmo que ouvisse frequentemente que não era. Ali, com sua alma gêmea, sentindo seus toques, sequer sentia a necessidade de descobrir quais eram seus arrependimentos por um lugar no cujo dito, já estava mais do que satisfeito em apenas tê-lo consigo. Demoraram tanto para se encontrarem, mas depois de uma semana, aquele era o sentimento que o adolescente lhe passava. Isso sim é o conceito de alma gêmea. Mahoon estava tão imerso que nem contou quanto tempo passaram daquela forma, chegando a resmungar quando o choque dos dentes fez com que separassem os lábios. Não o culpava, pelo contrário, simplesmente queria mais. Mais e mais dele.
Fitando a face confusa do moreno, sentiu uma vontade imensa de rir. Yobin era adorável, completamente adorável. Estava estampado em sua cara o quão estava preocupado com a opinião dele quanto ao beijo e não conseguia parar de pensar o quanto aquilo o fazia gostar ainda mais dele. Chegou a se perder admirando seus traços, sentindo o rosto queimar a situação futura que criava em sua mente. Quantas vezes beijariam novamente, quantas vezes poderia se ter nos seus braços, tê-lo nos próprios. Uma das mãos moveu de sua nuca até a lateral de seu rosto, acariciando a tez macia. Mahoon selou os lábios dele novamente, massageando-os com uma calma que não combinava em nada com o calor que dominava seu corpo. Só queria sentir mais uma vez a sensação deles contra os próprios, e logo voltou a deixar repetidos selares por ali, afastando o rosto novamente para voltar a falar. “Acontece… Mas só vai aprender se continuar tentando, entende?” Delineou um sorriso brincalhão, uma risada baixa escapando antes de voltar a aproximar seus lábios dele, daquela vez, selando o maxilar do maior. “Existem outros tipos de beijo também, pode aprender se preferir.”
23 notes
·
View notes
Text
Tentava não pensar em nada, apenas em se concentrar no beijo e em Mahoon a sua frente, entre seus braços, seu cheiro se misturando ao dele — assim como sua saliva. Mas era impossível não deixar seus pensamentos vagarem para aquele cantinho escuro da mente que dizia “Wow seu primeiro beijo. E com um garoto!” Veja bem, não é que fosse preconceituoso, jamais. E nem que não soubesse que, bem, também se atraia por garotos. Sabia disso a muito tempo, desde que havia corado ao ver Taegyu, seu melhor amigo de infância, que havia acabado de entrar no ensino médio com ele se trocar no vestiário da quadra de vôlei. Ali tinha entendido finalmente porque que os garotos pareciam tão interessantes e complicados para ele quanto as garotas. Mas nunca tinha falado em voz alta, e nem nunca feito nada sobre isso. Beijar outro garoto então era fora de cogitação. Por mais que os tempos fossem atuais, a Coreia do Sul, bem, ainda era a Coreia do Sul tradicional de anos atrás e era difícil para qualquer um se assumir sem que recebesse alguns olhares duros de reprovação.
Yobin estremeceu, se entregando completamente ao calor de Mahoon e seus lábios, permitindo inebriar-se com seu beijo. O jogador sabia que, diferente da destreza do adulto, ele era desajeitado e inexperiente mas incrivelmente naquele momento tudo parecia se encaixar perfeitamente. Seus braços na cintura de Ju, os dele em seu pescoço, as mãos que brincavam com seus fios na nuca, lhe provocando arrepios e desejo por mais. Mais. Sua língua copiava cuidadosamente os movimentos ditados pela do mais velho, explorando a boca e misturando os gostos dos dois jovens. Era bom, muito bom. Se perguntava agora porque tinha demorado tanto para beijar alguém, mas aquela sensação não era por estar simplesmente beijando e sim por ser com Mahoon. Os movimentos eram calmos, cuidadosos, pisando uma área não explorada anteriormente por Yobin, que sentia seu corpo pegar fogo contra o outro. Seus dígitos foram da cintura para as costas do veterano, o apertando contra si de modo imperativo e acarinhando a pele por cima do tecido, como se temesse que ele fugisse dali. O maior suspirou baixinho contra a boca de Ju, aprofundando o beijo com desejo e volúpia apenas para perder um pouco o compasso da ação e bater os dentes contra os dele.
Separaram do beijo depois de alguns segundos, (ou minutos, havia perdido a noção do tempo) Yobin piscou para ele, confuso a respeito do que fazer ou dizer, sem jeito e envergonhado pelo erro, então se encararam em silêncio. No entanto seus corpos continuavam perigosamente colados, os rostos quentes e corados, os olhos de Mahoon com um brilho diferente que o moreno não conseguia decifrar o que era. — Desculpe, machucou? — Sua voz saiu rouca, tímida. Queria tentar de novo e de novo e de novo. Mas não queria se apressar e nem assustar o outro. Afinal, tinham a eternidade a seu favor.
chyobin:
Hn? — Yobin inclinou sua cabeça, confuso, parecendo mais como um filhotinho de cachorro de que como uma reação humana. Beijar? A cor do seu rosto sumiu rapidamente ao finalmente entender a pergunta, esquecendo-se do celular que havia vibrado a pouco e talvez até mesmo de como falar. Sentia os olhos pesados de Mahoon sobre seus lábios, tão intenso que inconscientemente passou a língua por eles, umedecendo o local, nervoso. “Beijar alguém que acabou de conhecer”, repetiu mentalmente, a conversa tomando um rumo completamente diferente do que esperava. Aquilo não significava o que ele pensava, né? Não, não, seria inocência demais pensar que o rapaz a sua frente nutria por ele os mesmo desejos secretos. Ele havia descoberto. Era isso. E agora devia tá puto da vida por outro homem desejar ele. Não estranharia e muito menos o julgaria, afinal, eles viveram em épocas completamente diferentes. Assumiu que a vermelhidão no rosto do Ju era por causa da raiva — e do álcool.
A raiva ficou ainda mais escancarada após o veterano checar o celular, que vibrava insistentemente sobre a madeira. Pronto. Sabia, sabia que não devia ter compartilhado um número que não era seu para outras pessoas. Ao mesmo tempo que queria se explicar e responder as perguntas, o moreno não conseguia achar as palavras certas. Não conseguia achar palavra nenhuma, parecia que o rato tinha comido sua língua. — N-n- SIM! — Disse por fim, mudando a resposta no último segundo para uma mentira. Não iria permitir se passar por um adolescente de dezenove anos completamente virgem. Mesmo que fosse verdade, não depois da sua morte e muito menos pro cara que desejava… beijar. O rosto voltou a queimar só por imaginá-lo com os lábios tão próximos ao seu. Pensando por esse lado era até deprimente, morreu e nunca se apaixonou. Morreu e nunca nem andou de mãos dadas com ninguém. — Claro que já beijei, que pergunta é essa? Heol… — Riu, tentando disfarçar o nervosismo, mas a voz saiu em um falseto forçado. — Desculpe pelo telefone, não devia ter passado o seu contato para outras pessoas. Vou pedir para que não mandem mais mensagens. — Sussurrou, se pondo de pé com muito esforço, na tentativa de fugir da segunda pergunta. — Quer mais bebida? — Tudo girava, até a iluminação caseira parecia ter um brilho extra, desfalcando a visão dele. Custava muito para Yobin ficar em pé sem cair sobre a mesa. Sem esperar por uma resposta positiva, ou negativa, o adolescente tentou seguir até a geladeira pela terceira vez aquela noite. Não ficava muito longe, menos de um metro e meio de onde estavam sentados, mas seus pés agora agiam com vontade própria e desordenada. E foi assim que, “no brilho”, o jogador tropeçou nos próprios pés. Por sorte — ou azar — passava por Mahoon no exato momento em que a gravidade o puxou para baixo, caindo sobre a cadeira do Ju.
Aquela resposta demorou mais do que esperava, e aquela pontada no coração que entregava a seu inconsciente o ciúme desnecessário pareceu o alfinetar mais ainda. Sim? Sim para que? Sim por já ter beijado, mas sim também pelo interesse no tal cara que não parava de enviar mensagens? Yobin estava com vergonha de falar que se interessava no tal colega ou o Ju estava deixando a inveja tão clara no rosto que assustou o jovem? Nenhuma das opções lhe agradava, no fim das contas. Jogou seu corpo contra o encosto da cadeira de madeira, chegando a pender a cabeça por alguns segundos para disfarçar os olhos que rolaram em uma atitude que nada combinava com sua personalidade. Mahoon nunca fora alguém impaciente, mas ali estava ele, sentindo uma vontade absurda de deixar a sala e se xingar pelo resto da noite por pensar que poderia ter alguma chance. Sempre existia alguém melhor.
“Hm, faça como quiser.” O respondeu quase que automaticamente, completamente desanimado ao que voltou a se ajeitar, cruzando os braços em frente ao peito e o fitando. Sério mesmo que havia perdido a chance com sua alma gêmea por um espiritosinho qualquer que havia conhecido por aí? Heol, era um completo azarado. Estava tão distraído em sua própria auto-depreciação que pouco prestou atenção quando o mais novo se levantou, irritado demais para o seguir com o olhar - mesmo que fosse o dono de uma beleza que para o Ju, poderia ser comparado a uma obra de arte -, o que lhe custou o uso completo do que chamavam de instinto. Primeiro percebeu a sombra do mais novo aumentar ao seu lado, e logo sentiu o peso de seu corpo caindo sobre o próprio, o que o fez levar as mãos rapidamente ao tronco do novato para evitar que ele se machucasse. Travou. Mahoon travou completamente quando percebeu a situação que se encontravam. Era clichê, mas talvez fosse algum tipo de sinal de Deus para que parasse com tanta enrolação? Nah, Deus nunca havia lhe ajudado ali.
Por minutos que pareciam horas, os seus olhos não saíram do rosto do jovem que, com toda certeza, faltava experiência com o álcool, sem saber o que fazer ou falar. Seria ousado demais fazer algo naquela posição? Ou o tal amigo dele se incomodaria? O homem de cabelos azuis chegou a instintivamente aproximar seu rosto do semelhante, e desistiu no último momento quando ouviu, novamente, o celular vibrar. Desviou o olhar, a cara fechada de quem não estava nada feliz com tais interrupções. Chegou até mesmo a encostar a testa no braço do outro, procurando esconder o quão idiota se sentia agindo daquela forma. Tornou a falar, sem mexer um músculo dali - o calor dos corpos pouco lhe incomodava, e por ele, ficariam daquela forma por horas, e repetiria aquela posição por quantos dias o limbo lhe desse. “Esse cara parece bem interessado em você, é melhor responder, Yobin.”
23 notes
·
View notes
Text
Yobin não olhou. Não levantou a cabeça nem mesmo quando ouviu a cadeira ranger no chão e os passos pesados de Mahoon vieram na sua direção. Podia ser um tapa, um cascudo ou… Seus olhos se arregalaram ao sentir o toque quente e suave no queixo. Ahn? Ora, o feitiço se virou contra o feiticeiro. — Eu… — não conseguiu concluir, porque naquele ponto Mahoon já estava tão perto dele que seus lábios por milímetros de distância não se tocavam. Woah, era incrível como seu coração batia diferente a cada simples proximidade do corpo dele, o tipo de reação que lhe causava. O ex-conselheiro não podia estar brincando como ele, né? Seria de muito mal gosto provocá-lo daquele jeito e… e… Seus pensamentos estavam conturbados demais, a mil, tentando encontrar um sentido para a situação que, na verdade, não precisava ter. Yobin mordeu seu próprio lábio inferior, atitude a qual quase os fez por fim selar os lábios. — Eu disse que quero aprender com o hyung. — Murmurrou, com mais coragem e atitude do que de fato tinha. Deslizou o celular para o bolso da calça do pijama, e, com as mãos livres, estendeu os braços envolta da cintura de Mahoon, sanando ainda mais a distância.
Bom, já havia começado, teria que continuar. O moreno fechou os olhos, inclinando-se contra seu hyung, colando as testas. Expirou profundamente, tentando manter sua respiração estável, com dificuldade, e sentindo o aroma amadeirado e familiar que nos últimos dias tanto ansiava e gostava. Destinados, sim, de fato. Ficou ali por alguns longos segundos, com medo de tomar qualquer iniciativa que fosse errada. “No seu tempo, você já viu isso em filmes, cuidado com os dentes, não babar demais” repassava mentalmente o passo a passo imaginário de como deveria ser um beijo ideal. Então inclinou mais um pouco seu rosto, descolando as testas de forma que seu nariz se encaixava no dele com perfeição. Tudo bem, com calma. Seus dígitos brincavam com a barra da camiseta de Mahoon inconscientemente, de forma ansiosa e nervosa. Choi abriu os olhos, procurando pelos de sua alma gêmea como um pedido mudo de permissão para continuar. Decidiu que deveria tentar ali do que se arrepender depois. Apertou os braços na cintura do menor, colando os corpos e os lábios em um selar. Sentia um quentinho no coração, uma alegria borbulhar dentro de si e seus músculos instintivamente relaxarem. Ao notar que o veterano não se afastara, tornou a fechar as pálpebras, pedindo passagem para sua língua contra os lábios róseos. Queria sentir o gosto dele, precisava, mesmo que fosse de forma desajeitada da primeira vez.
chyobin:
Hn? — Yobin inclinou sua cabeça, confuso, parecendo mais como um filhotinho de cachorro de que como uma reação humana. Beijar? A cor do seu rosto sumiu rapidamente ao finalmente entender a pergunta, esquecendo-se do celular que havia vibrado a pouco e talvez até mesmo de como falar. Sentia os olhos pesados de Mahoon sobre seus lábios, tão intenso que inconscientemente passou a língua por eles, umedecendo o local, nervoso. “Beijar alguém que acabou de conhecer”, repetiu mentalmente, a conversa tomando um rumo completamente diferente do que esperava. Aquilo não significava o que ele pensava, né? Não, não, seria inocência demais pensar que o rapaz a sua frente nutria por ele os mesmo desejos secretos. Ele havia descoberto. Era isso. E agora devia tá puto da vida por outro homem desejar ele. Não estranharia e muito menos o julgaria, afinal, eles viveram em épocas completamente diferentes. Assumiu que a vermelhidão no rosto do Ju era por causa da raiva — e do álcool.
A raiva ficou ainda mais escancarada após o veterano checar o celular, que vibrava insistentemente sobre a madeira. Pronto. Sabia, sabia que não devia ter compartilhado um número que não era seu para outras pessoas. Ao mesmo tempo que queria se explicar e responder as perguntas, o moreno não conseguia achar as palavras certas. Não conseguia achar palavra nenhuma, parecia que o rato tinha comido sua língua. — N-n- SIM! — Disse por fim, mudando a resposta no último segundo para uma mentira. Não iria permitir se passar por um adolescente de dezenove anos completamente virgem. Mesmo que fosse verdade, não depois da sua morte e muito menos pro cara que desejava… beijar. O rosto voltou a queimar só por imaginá-lo com os lábios tão próximos ao seu. Pensando por esse lado era até deprimente, morreu e nunca se apaixonou. Morreu e nunca nem andou de mãos dadas com ninguém. — Claro que já beijei, que pergunta é essa? Heol… — Riu, tentando disfarçar o nervosismo, mas a voz saiu em um falseto forçado. — Desculpe pelo telefone, não devia ter passado o seu contato para outras pessoas. Vou pedir para que não mandem mais mensagens. — Sussurrou, se pondo de pé com muito esforço, na tentativa de fugir da segunda pergunta. — Quer mais bebida? — Tudo girava, até a iluminação caseira parecia ter um brilho extra, desfalcando a visão dele. Custava muito para Yobin ficar em pé sem cair sobre a mesa. Sem esperar por uma resposta positiva, ou negativa, o adolescente tentou seguir até a geladeira pela terceira vez aquela noite. Não ficava muito longe, menos de um metro e meio de onde estavam sentados, mas seus pés agora agiam com vontade própria e desordenada. E foi assim que, “no brilho”, o jogador tropeçou nos próprios pés. Por sorte — ou azar — passava por Mahoon no exato momento em que a gravidade o puxou para baixo, caindo sobre a cadeira do Ju.
Aquela resposta demorou mais do que esperava, e aquela pontada no coração que entregava a seu inconsciente o ciúme desnecessário pareceu o alfinetar mais ainda. Sim? Sim para que? Sim por já ter beijado, mas sim também pelo interesse no tal cara que não parava de enviar mensagens? Yobin estava com vergonha de falar que se interessava no tal colega ou o Ju estava deixando a inveja tão clara no rosto que assustou o jovem? Nenhuma das opções lhe agradava, no fim das contas. Jogou seu corpo contra o encosto da cadeira de madeira, chegando a pender a cabeça por alguns segundos para disfarçar os olhos que rolaram em uma atitude que nada combinava com sua personalidade. Mahoon nunca fora alguém impaciente, mas ali estava ele, sentindo uma vontade absurda de deixar a sala e se xingar pelo resto da noite por pensar que poderia ter alguma chance. Sempre existia alguém melhor.
“Hm, faça como quiser.” O respondeu quase que automaticamente, completamente desanimado ao que voltou a se ajeitar, cruzando os braços em frente ao peito e o fitando. Sério mesmo que havia perdido a chance com sua alma gêmea por um espiritosinho qualquer que havia conhecido por aí? Heol, era um completo azarado. Estava tão distraído em sua própria auto-depreciação que pouco prestou atenção quando o mais novo se levantou, irritado demais para o seguir com o olhar - mesmo que fosse o dono de uma beleza que para o Ju, poderia ser comparado a uma obra de arte -, o que lhe custou o uso completo do que chamavam de instinto. Primeiro percebeu a sombra do mais novo aumentar ao seu lado, e logo sentiu o peso de seu corpo caindo sobre o próprio, o que o fez levar as mãos rapidamente ao tronco do novato para evitar que ele se machucasse. Travou. Mahoon travou completamente quando percebeu a situação que se encontravam. Era clichê, mas talvez fosse algum tipo de sinal de Deus para que parasse com tanta enrolação? Nah, Deus nunca havia lhe ajudado ali.
Por minutos que pareciam horas, os seus olhos não saíram do rosto do jovem que, com toda certeza, faltava experiência com o álcool, sem saber o que fazer ou falar. Seria ousado demais fazer algo naquela posição? Ou o tal amigo dele se incomodaria? O homem de cabelos azuis chegou a instintivamente aproximar seu rosto do semelhante, e desistiu no último momento quando ouviu, novamente, o celular vibrar. Desviou o olhar, a cara fechada de quem não estava nada feliz com tais interrupções. Chegou até mesmo a encostar a testa no braço do outro, procurando esconder o quão idiota se sentia agindo daquela forma. Tornou a falar, sem mexer um músculo dali - o calor dos corpos pouco lhe incomodava, e por ele, ficariam daquela forma por horas, e repetiria aquela posição por quantos dias o limbo lhe desse. “Esse cara parece bem interessado em você, é melhor responder, Yobin.”
23 notes
·
View notes
Text
Nunca duvidava que a situação poderia piorar para seu lado. Yobin era o mestre em fazer tudo virar uma bagunça e aquela situação por si só comprovava o fato. O efeito do álcool ainda corria em seu sangue mas a adrenalina do momento era maior. Suas orbes estavam mais negras que nunca, procuravam pelos olhos da sua alma gêmea, que agora lhe virava o rosto. Talvez estivesse realmente bravo com ele. Bin suspirou, seu estômago revirando como se borboletas fizessem ninho ali. Ou talvez fosse só a grande quantidade de comida ingerida em pouco tempo lutando por espaço. Preferia acreditar nessa última, mesmo sabendo que no fundo a culpa era de Mahoon. Ele quem lhe causava essas sensações estranhas que nunca tinha tido antes e isso porque sequer faziam duas semanas que se conheciam, não queria nem imaginar como seria depois. O moreno queria afagar os fios azuis dele, puxá-lo para um abraço e depois selar os lábios, como prova de que ele era o único que o interessava ali, que não ligava para as mensagens de Jaehoo. Mas não podia. Temia a reação do veterano, temia perder o pouco que tinha construído até agora com ele. O ex-conselheiro já era tudo para ele, era o que o fazia continuar a viver mesmo depois de ter morrido, não podia arriscar perder isso. Se na sua geração ainda se encontrava dificuldades em relações homossexuais não estava nem um pouco curioso em saber qual era a opinião do mais velho, que era da Dinastia Joseon, sobre isso.
Incerto, Yobin pôs a mão no queixo do outro, virando o rosto corado de Mahoonnie para si. Não sabia dizer se ainda era pela raiva ou pelo álcool, mas droga, ele ficava estupidamente bonito assim. Era uma tortura, sem sombra de dúvidas, estarem juntos daquele jeito mas não poder fazer nada para cortar o restante da curta distância que tinha entre os lábios. Quer dizer, poderia, mas não devia. Encararam-se novamente por alguns segundos, a mão forte de Ju em sua cintura fina lhe causando formigamentos no local, mesmo que por cima do tecido. — Hyung... — Começou, falando tão baixo que se não estivessem perto seria inaudível, sua respiração acariciando os lábios do menor. — Eu menti. — Assumiu, suas orbes tão escuras quanto o céu sem estrelas, as pupilas dilatadas. Tudo bem que ele soubesse de todas as suas fraquezas e defeitos, tudo bem, porque ele era Mahoon, era sua alma gêmea. Esperava que ele entendesse sem que precisasse explicar tin tin por tin tin, já era vergonhoso o suficiente admitir. Droga. Não conseguia se concentrar por mais de dez segundos. Tudo parecia puxá-lo para ele. Queria beijá-lo. Queria tanto beijá-lo!
“Foco Yobin, você é forte, lembrou a si mesmo.” Mas seu autocontrole parecia ter ido para o espaço depois a primeira garrafa de soju. Ele poderia… Não! Se deu um tapa mental, não, não era hora pra isso. E muito menos tinha prática para isso. O celular vibrou mais uma vez, agindo como um separador de águas, dessa vez irritando o adolescente. Jaehoo ia ver só quando o encontrasse de novo. Levantou-se, o rosto com uma carranca fechada tanto por se afastar do hyung quanto por causa das mensagens contínuas, pegando o aparelho com ódio. — Não ligo pro Jaehoo sunbaenim e sinceramente quero que ele se exploda nesse exato momento. — Disse, o boca formando um biquinho, digitando um “Sábado a gente se fala na partida, vou devolver o celular para o dono.” esperando que assim as notificações incômodas parassem de chegar. O ace respirou fundo, puxando coragem do seu íntimo antes de se virar de novo para Mahoon, que ainda o encarava mais lindo do que nunca, de rosto corado, cara emburrada e braços cruzados na cadeira. — E-eu... eu nunca beijei! Não sei como faz certo. — Disparou, tão rápida que a frase pareceu se fundir em uma palavra só. — Mas se você quiser me ensinar... eu... — A coragem se esvaindo. Seus olhos fitavam os próprios pés e as mãos, nervosas, brincavam com a case do celular que ainda segurava, tirando e botando. Droga, droga, droga. Que espécie de cantada era aquela? Tsc. Ele era, de fato, uma piada.
chyobin:
Hn? — Yobin inclinou sua cabeça, confuso, parecendo mais como um filhotinho de cachorro de que como uma reação humana. Beijar? A cor do seu rosto sumiu rapidamente ao finalmente entender a pergunta, esquecendo-se do celular que havia vibrado a pouco e talvez até mesmo de como falar. Sentia os olhos pesados de Mahoon sobre seus lábios, tão intenso que inconscientemente passou a língua por eles, umedecendo o local, nervoso. “Beijar alguém que acabou de conhecer”, repetiu mentalmente, a conversa tomando um rumo completamente diferente do que esperava. Aquilo não significava o que ele pensava, né? Não, não, seria inocência demais pensar que o rapaz a sua frente nutria por ele os mesmo desejos secretos. Ele havia descoberto. Era isso. E agora devia tá puto da vida por outro homem desejar ele. Não estranharia e muito menos o julgaria, afinal, eles viveram em épocas completamente diferentes. Assumiu que a vermelhidão no rosto do Ju era por causa da raiva — e do álcool.
A raiva ficou ainda mais escancarada após o veterano checar o celular, que vibrava insistentemente sobre a madeira. Pronto. Sabia, sabia que não devia ter compartilhado um número que não era seu para outras pessoas. Ao mesmo tempo que queria se explicar e responder as perguntas, o moreno não conseguia achar as palavras certas. Não conseguia achar palavra nenhuma, parecia que o rato tinha comido sua língua. — N-n- SIM! — Disse por fim, mudando a resposta no último segundo para uma mentira. Não iria permitir se passar por um adolescente de dezenove anos completamente virgem. Mesmo que fosse verdade, não depois da sua morte e muito menos pro cara que desejava… beijar. O rosto voltou a queimar só por imaginá-lo com os lábios tão próximos ao seu. Pensando por esse lado era até deprimente, morreu e nunca se apaixonou. Morreu e nunca nem andou de mãos dadas com ninguém. — Claro que já beijei, que pergunta é essa? Heol… — Riu, tentando disfarçar o nervosismo, mas a voz saiu em um falseto forçado. — Desculpe pelo telefone, não devia ter passado o seu contato para outras pessoas. Vou pedir para que não mandem mais mensagens. — Sussurrou, se pondo de pé com muito esforço, na tentativa de fugir da segunda pergunta. — Quer mais bebida? — Tudo girava, até a iluminação caseira parecia ter um brilho extra, desfalcando a visão dele. Custava muito para Yobin ficar em pé sem cair sobre a mesa. Sem esperar por uma resposta positiva, ou negativa, o adolescente tentou seguir até a geladeira pela terceira vez aquela noite. Não ficava muito longe, menos de um metro e meio de onde estavam sentados, mas seus pés agora agiam com vontade própria e desordenada. E foi assim que, “no brilho”, o jogador tropeçou nos próprios pés. Por sorte — ou azar — passava por Mahoon no exato momento em que a gravidade o puxou para baixo, caindo sobre a cadeira do Ju.
Aquela resposta demorou mais do que esperava, e aquela pontada no coração que entregava a seu inconsciente o ciúme desnecessário pareceu o alfinetar mais ainda. Sim? Sim para que? Sim por já ter beijado, mas sim também pelo interesse no tal cara que não parava de enviar mensagens? Yobin estava com vergonha de falar que se interessava no tal colega ou o Ju estava deixando a inveja tão clara no rosto que assustou o jovem? Nenhuma das opções lhe agradava, no fim das contas. Jogou seu corpo contra o encosto da cadeira de madeira, chegando a pender a cabeça por alguns segundos para disfarçar os olhos que rolaram em uma atitude que nada combinava com sua personalidade. Mahoon nunca fora alguém impaciente, mas ali estava ele, sentindo uma vontade absurda de deixar a sala e se xingar pelo resto da noite por pensar que poderia ter alguma chance. Sempre existia alguém melhor.
“Hm, faça como quiser.” O respondeu quase que automaticamente, completamente desanimado ao que voltou a se ajeitar, cruzando os braços em frente ao peito e o fitando. Sério mesmo que havia perdido a chance com sua alma gêmea por um espiritosinho qualquer que havia conhecido por aí? Heol, era um completo azarado. Estava tão distraído em sua própria auto-depreciação que pouco prestou atenção quando o mais novo se levantou, irritado demais para o seguir com o olhar - mesmo que fosse o dono de uma beleza que para o Ju, poderia ser comparado a uma obra de arte -, o que lhe custou o uso completo do que chamavam de instinto. Primeiro percebeu a sombra do mais novo aumentar ao seu lado, e logo sentiu o peso de seu corpo caindo sobre o próprio, o que o fez levar as mãos rapidamente ao tronco do novato para evitar que ele se machucasse. Travou. Mahoon travou completamente quando percebeu a situação que se encontravam. Era clichê, mas talvez fosse algum tipo de sinal de Deus para que parasse com tanta enrolação? Nah, Deus nunca havia lhe ajudado ali.
Por minutos que pareciam horas, os seus olhos não saíram do rosto do jovem que, com toda certeza, faltava experiência com o álcool, sem saber o que fazer ou falar. Seria ousado demais fazer algo naquela posição? Ou o tal amigo dele se incomodaria? O homem de cabelos azuis chegou a instintivamente aproximar seu rosto do semelhante, e desistiu no último momento quando ouviu, novamente, o celular vibrar. Desviou o olhar, a cara fechada de quem não estava nada feliz com tais interrupções. Chegou até mesmo a encostar a testa no braço do outro, procurando esconder o quão idiota se sentia agindo daquela forma. Tornou a falar, sem mexer um músculo dali - o calor dos corpos pouco lhe incomodava, e por ele, ficariam daquela forma por horas, e repetiria aquela posição por quantos dias o limbo lhe desse. “Esse cara parece bem interessado em você, é melhor responder, Yobin.”
23 notes
·
View notes
Text
Hn? — Yobin inclinou sua cabeça, confuso, parecendo mais como um filhotinho de cachorro de que como uma reação humana. Beijar? A cor do seu rosto sumiu rapidamente ao finalmente entender a pergunta, esquecendo-se do celular que havia vibrado a pouco e talvez até mesmo de como falar. Sentia os olhos pesados de Mahoon sobre seus lábios, tão intenso que inconscientemente passou a língua por eles, umedecendo o local, nervoso. “Beijar alguém que acabou de conhecer”, repetiu mentalmente, a conversa tomando um rumo completamente diferente do que esperava. Aquilo não significava o que ele pensava, né? Não, não, seria inocência demais pensar que o rapaz a sua frente nutria por ele os mesmo desejos secretos. Ele havia descoberto. Era isso. E agora devia tá puto da vida por outro homem desejar ele. Não estranharia e muito menos o julgaria, afinal, eles viveram em épocas completamente diferentes. Assumiu que a vermelhidão no rosto do Ju era por causa da raiva — e do álcool.
A raiva ficou ainda mais escancarada após o veterano checar o celular, que vibrava insistentemente sobre a madeira. Pronto. Sabia, sabia que não devia ter compartilhado um número que não era seu para outras pessoas. Ao mesmo tempo que queria se explicar e responder as perguntas, o moreno não conseguia achar as palavras certas. Não conseguia achar palavra nenhuma, parecia que o rato tinha comido sua língua. — N-n- SIM! — Disse por fim, mudando a resposta no último segundo para uma mentira. Não iria permitir se passar por um adolescente de dezenove anos completamente virgem. Mesmo que fosse verdade, não depois da sua morte e muito menos pro cara que desejava… beijar. O rosto voltou a queimar só por imaginá-lo com os lábios tão próximos ao seu. Pensando por esse lado era até deprimente, morreu e nunca se apaixonou. Morreu e nunca nem andou de mãos dadas com ninguém. — Claro que já beijei, que pergunta é essa? Heol… — Riu, tentando disfarçar o nervosismo, mas a voz saiu em um falseto forçado. — Desculpe pelo telefone, não devia ter passado o seu contato para outras pessoas. Vou pedir para que não mandem mais mensagens. — Sussurrou, se pondo de pé com muito esforço, na tentativa de fugir da segunda pergunta. — Quer mais bebida? — Tudo girava, até a iluminação caseira parecia ter um brilho extra, desfalcando a visão dele. Custava muito para Yobin ficar em pé sem cair sobre a mesa. Sem esperar por uma resposta positiva, ou negativa, o adolescente tentou seguir até a geladeira pela terceira vez aquela noite. Não ficava muito longe, menos de um metro e meio de onde estavam sentados, mas seus pés agora agiam com vontade própria e desordenada. E foi assim que, “no brilho”, o jogador tropeçou nos próprios pés. Por sorte — ou azar — passava por Mahoon no exato momento em que a gravidade o puxou para baixo, caindo sobre a cadeira do Ju.
chyobin:
No seu terceiro dia ali no Limbo, Yobin já havia conseguido fazer amigos através de seus passeios pela cidade com Mahoon. De início tinha sido estranho, ficava observando de longe as partidas de vôlei na pequena quadra a céu aberto próxima ao chalé todas vezes que voltam de mais um dos maravilhosos restaurantes do limbo. Desejava fazer parte do jogo mas sempre que sua alma gêmea o perguntava se queria ir até lá, Yobin apenas discordava, dizendo que estava cansado demais por ter comido tanto. Na verdade, tinha medo de não ser aceito. Desde pequeno havia tido a sorte de sempre se manter nas escolas que seus amigos iam, por isso, nunca havia precisado passar pela sensação de ser o novato excluído, sempre tinha alguém por ele ali, que o fazia se integrar ao restante.
Durante uma manhã, quando havia saído sozinho para comprar alguns materiais de limpeza para a loja de chás, o espírito acabou conhecendo Jaeho.
Jaeho tinha os cabelos tingidos de loiro, era uns quinze centímetros mais baixo que ele e carregava uma expressão fria no rosto que Yobin veio descobrir mais tarde que não combinava em nada com a personalidade do garoto. Ele era caixa no supermercado e a conversa se iniciou pelo simples fato do trabalhador estar trajando uma camisa estampada com uma arte reinventada do limbo de um dos animes favoritos de Yobin. Aquele papo curto enquanto passava a mercadoria foi o suficiente para trocarem números — o número de Mahoon — e iniciarem pequenas trocas de mensagens eventualmente quando o moreno terminava o seu turno na loja de chás. O mais fantástico para Yobin, além do gosto em comum com aquele antigo anime, era que Jaeho era o capitão do time de vôlei daquela região, o que lhe gerou instantaneamente um convite para participar da próxima partida naquele fim de semana, pelo que esperava ansioso.
Os dias no Limbo se passaram rápidos e ao mesmo tempo arrastados. O recém chegado, no entanto, se habituou a rotina rapidamente e o quarto que havia sido destinado a ele tornou a ser, novamente, um escritório com a cama vazia. Depois da primeira noite que ele e Mahoon dormiram juntos era como se um acordo silencioso houvesse sido travado, todas a noites Yobin se esgueirava, com o lençol debaixo do braço para a cama do outro. Não houve uma noite desde que havia chegado que não tivesse tidos sonhos bons e reconfortantes.
De manhã era particularmente difícil para Yobin levantar. Fosse porque desde quando vivo não gostasse de acordar cedo ou porque observar o rapaz de cabelos azuis dormindo serenamente ao seu lado, com a respiração calma, era mais interessante do que abrir a loja de chás. Se desapegar do abraço sonolento era o pior, mas havia prometido — e mesmo com a boa hospitalidade de Ju e as repetidas vezes que lhe dizia que lhe abrigar não era obrigação ou um fardo, Yobin se esforçava mais do que o comum para ajudá-los em todas as tarefas da loja e de casa. Eventualmente, quando se pegava observando o dono da loja ocupado, fazendo qualquer coisa que lhe exigia a total atenção, o adolescente se encontrava admirando a beleza dele e desejando poder tocá-lo. Era um sentimento novo, algo estranho que borbulhava dentro do seu estômago, fazendo-o querer agir por impulso, dizendo que o toque que tinham ao dormir juntos não era o suficiente; mas ele não o fazia.
Naquela noite, sentado na cozinha, se viu fazendo o mesmo, encarando fixamente as costas de Mahoon e os movimentos dos músculos de seu braço enquanto ele cozinhava a refeição que tinha o aroma delicioso de molho de tomate. “Oh, ele consegue ficar bem de qualquer ângulo.” Sua mente despertou dos pensamentos (tais como se imaginar envolto por um braço entre aqueles braços) assim que a voz grave invadiu o ambiente, fazendo-o buscar o celular sobre a mesa na tentativa de fingir que estivera, esse tempo todo, fazendo algo que não fosse admirar as costas fortes de Ju. — Hn? S-sim. — Gaguejou, arrastando as pantufas até a geladeira, onde encontrou algumas garrafas de vidro esverdeadas. Seus olhos foram das costas Mahoon até o álcool, mentalmente se perguntando se era aquilo que ele se referia. Pelas leis da terra, poderia beber, mesmo que nunca o fizera, mas e no limbo? Pigarreou, pegando inicialmente uma só garrafinha, num impasse silencioso encarando a geladeira aberta. Por fim, decidiu pegar a segunda, apoiando as duas com um barulho úmido sobre a mesa de madeira da cozinha. — O que vamos jantar hoje? Tá com um cheiro muito bom. — Indagou contra o pescoço do rapaz, se pondo de pé atrás dele, tentando espiar o que tinha na panela. — Ainda bem que o hyung sabe cozinhar, eu só sei fazer noodles. Aposto que minha mãe está grata por você me alimentar com comida de verdade.
Não sabia se aquela havia sido sua melhor escolha com aquela especie tímida de encontro - como ele considerava no fundo -, talvez oferecer bebidas alcoólicas não fosse a preferência do jovem, ou simplesmente fosse parecer um tarado se, sob o efeito da bebida, acabasse admitindo alguns de seus desejos dos mais inocentes aos mais sórdidos ao jovem. Ainda assim, fora o álcool que comprou e o álcool que beberiam, e se por acaso aquilo lhe desse algum tipo de coragem, esperava que no minimo não assustasse a sua alma gêmea.
Espiou discretamente a silhueta masculina quando o sentiu se mover até a geladeira, um pequeno sorriso surgindo aos lábios e logo sendo cortado pela própria consciência. Óbvio demais, não faça isso. Se repreendeu, balançando a cabeça ao voltar sua concentração a panela onde mexia o molho, tentando se distrair com qualquer coisa que o fizesse esquecer um pouco do mais novo. Buscou no balcão pela pimenta, temperando o liquido vermelho sem sequer comedir realmente a quantidade de pó escuro que jogava ali. Soube logo após que teriam um jantar mais que apimentando, assustando-se com a aproximação do jovem e acabando por despejar mais que o necessário ali. Sentindo-se envergonhado, Mahoon respirou fundo ao se esforçar como ninguém para não deixar claro que aquilo havia sido um erro seu. Foi proposital, proposital.
“Ravióli de carne com molho de tomate apimentado, foi o prato que mais me empenhei em aprender durante meus anos por aqui.” Soltou uma risada baixa, a mão livre tocando a lateral da testa para coçar timidamente o local. “Eu ficava pensando que deveria ser bom fazer algo assim quando minha alma gêmea chegasse, então espero que goste.” Sem jeito, virou o rosto minimamente para fitar o moreno por alguns segundos, logo voltando o olhar a panela onde o molho fervia. Desligou o fogo com pressa, algo entre querer fugir da respiração de Yobin para não acabar o atacando e a vontade absurda que tinha em agrada-lo com um bom jantar - e consequentemente, poder admirar suas reações devidamente, frente a frente. Sem sair do lugar, pegou os pratos que descansavam no balcão ao lado do fogão e ali colocou uma quantidade generosa de raviólis para o outro, repetindo o mesmo com o próprio. Sentia seu coração acelerado, como se pressionasse a si mesmo a parecer perfeito na frente do Choi, procurando despejar o molho vivido com todo o cuidado possível por cima da massa.
“Quer queijo também?” Nervoso, Mahoon virou-se, ficando cara a cara com o seu parceiro de uma semana, um sorriso nervoso entregando o quanto estava animado para um simples jantar. Aquela seria a posição perfeita para se dar a chance de abraça-lo fora da cama e se possível, ter um contato mais intimo do que aquele; O desejo de sentir os lábios tocando os deles ou pelo menos deixa-lhe um selar na tez clara falava alto. Mas não fez nada, nada mais que admirar os olhos do outro. “Ou azeitona? Como sua mãe fazia sua comida? É melhor eu agradar ela, mesmo que daqui.”
23 notes
·
View notes
Text
Yobin quase se levantou, pensando que por um momento, Mahoon tinha se engasgado com a comida ao tossir. Ótimo, já era visto como uma criança chorona pelo outro, agora, provavelmente, os piores pensamentos e xingamentos devem ter passado pela cabeça do rapaz a sua frente. Não poderia julgá-lo, na verdade, condenava a si próprio por ter dito em voz alta. Não que fosse uma mentira, pelo contrário, estava cansado de se pegar apreciando a beleza e destreza da sua alma gêmea, mas também não precisava se revelar… Não assim e nem agora. Por Deus, o Ju era da dinastia Joseon, o que ele iria pensar de um homem elogiando outro? Seu rosto queimava cada vez mais que criava teorias em sua mente, tão quente. Não estranharia se a qualquer momento sua orelha começasse soltar fumaça que nem os personagens de desenho animado.
— U-uhun! — Concordou, surpreso ao ouvi-lo falar tão envergonhado quanto ele se sentia também. O ar lhe faltou os pulmões quando o viu sorrir e por pouco, distraído com a beleza de Mahoon, quase não ouviu o que ele falou. — Q-que? E-eu? Não, não sou! — Gaguejou mais do que gostaria. Se sentia uma piada. Virou o restante do álcool da garrafa, como se buscasse por uma pitada de coragem para lidar com a situação e o frescor no corpo, mal sabendo que, uma das coisas que estavam fazendo se sentir tão quente e fora de si, além do rapaz de cabelo azuis a sua frente e a pimenta, eram efeitos da bebida. — Pode. — Respondeu quase sem coragem, imaginando que tipo de bronca levaria. O celular tornou a vibrar mais uma vez no meio da mesa, atraindo a atenção do estudante. A tela acendeu com uma notificação de mensagem de Jaeho, que dessa vez Yobin optou por ignorar. Seus olhos se voltaram do aparelho brilhante para os de Mahoon, ansioso e nervoso com o que ele queria lhe perguntar. “Aposto que vai perguntar se eu não posso dormir no meu quarto, invés do dele.” Pensou. Mordia os lábios de ansiedade com tanta força que podia começar a sentir o gostinho de ferro na boca. “Talvez pergunte se eu não posso sair da casa dele.”
chyobin:
No seu terceiro dia ali no Limbo, Yobin já havia conseguido fazer amigos através de seus passeios pela cidade com Mahoon. De início tinha sido estranho, ficava observando de longe as partidas de vôlei na pequena quadra a céu aberto próxima ao chalé todas vezes que voltam de mais um dos maravilhosos restaurantes do limbo. Desejava fazer parte do jogo mas sempre que sua alma gêmea o perguntava se queria ir até lá, Yobin apenas discordava, dizendo que estava cansado demais por ter comido tanto. Na verdade, tinha medo de não ser aceito. Desde pequeno havia tido a sorte de sempre se manter nas escolas que seus amigos iam, por isso, nunca havia precisado passar pela sensação de ser o novato excluído, sempre tinha alguém por ele ali, que o fazia se integrar ao restante.
Durante uma manhã, quando havia saído sozinho para comprar alguns materiais de limpeza para a loja de chás, o espírito acabou conhecendo Jaeho.
Jaeho tinha os cabelos tingidos de loiro, era uns quinze centímetros mais baixo que ele e carregava uma expressão fria no rosto que Yobin veio descobrir mais tarde que não combinava em nada com a personalidade do garoto. Ele era caixa no supermercado e a conversa se iniciou pelo simples fato do trabalhador estar trajando uma camisa estampada com uma arte reinventada do limbo de um dos animes favoritos de Yobin. Aquele papo curto enquanto passava a mercadoria foi o suficiente para trocarem números — o número de Mahoon — e iniciarem pequenas trocas de mensagens eventualmente quando o moreno terminava o seu turno na loja de chás. O mais fantástico para Yobin, além do gosto em comum com aquele antigo anime, era que Jaeho era o capitão do time de vôlei daquela região, o que lhe gerou instantaneamente um convite para participar da próxima partida naquele fim de semana, pelo que esperava ansioso.
Os dias no Limbo se passaram rápidos e ao mesmo tempo arrastados. O recém chegado, no entanto, se habituou a rotina rapidamente e o quarto que havia sido destinado a ele tornou a ser, novamente, um escritório com a cama vazia. Depois da primeira noite que ele e Mahoon dormiram juntos era como se um acordo silencioso houvesse sido travado, todas a noites Yobin se esgueirava, com o lençol debaixo do braço para a cama do outro. Não houve uma noite desde que havia chegado que não tivesse tidos sonhos bons e reconfortantes.
De manhã era particularmente difícil para Yobin levantar. Fosse porque desde quando vivo não gostasse de acordar cedo ou porque observar o rapaz de cabelos azuis dormindo serenamente ao seu lado, com a respiração calma, era mais interessante do que abrir a loja de chás. Se desapegar do abraço sonolento era o pior, mas havia prometido — e mesmo com a boa hospitalidade de Ju e as repetidas vezes que lhe dizia que lhe abrigar não era obrigação ou um fardo, Yobin se esforçava mais do que o comum para ajudá-los em todas as tarefas da loja e de casa. Eventualmente, quando se pegava observando o dono da loja ocupado, fazendo qualquer coisa que lhe exigia a total atenção, o adolescente se encontrava admirando a beleza dele e desejando poder tocá-lo. Era um sentimento novo, algo estranho que borbulhava dentro do seu estômago, fazendo-o querer agir por impulso, dizendo que o toque que tinham ao dormir juntos não era o suficiente; mas ele não o fazia.
Naquela noite, sentado na cozinha, se viu fazendo o mesmo, encarando fixamente as costas de Mahoon e os movimentos dos músculos de seu braço enquanto ele cozinhava a refeição que tinha o aroma delicioso de molho de tomate. “Oh, ele consegue ficar bem de qualquer ângulo.” Sua mente despertou dos pensamentos (tais como se imaginar envolto por um braço entre aqueles braços) assim que a voz grave invadiu o ambiente, fazendo-o buscar o celular sobre a mesa na tentativa de fingir que estivera, esse tempo todo, fazendo algo que não fosse admirar as costas fortes de Ju. — Hn? S-sim. — Gaguejou, arrastando as pantufas até a geladeira, onde encontrou algumas garrafas de vidro esverdeadas. Seus olhos foram das costas Mahoon até o álcool, mentalmente se perguntando se era aquilo que ele se referia. Pelas leis da terra, poderia beber, mesmo que nunca o fizera, mas e no limbo? Pigarreou, pegando inicialmente uma só garrafinha, num impasse silencioso encarando a geladeira aberta. Por fim, decidiu pegar a segunda, apoiando as duas com um barulho úmido sobre a mesa de madeira da cozinha. — O que vamos jantar hoje? Tá com um cheiro muito bom. — Indagou contra o pescoço do rapaz, se pondo de pé atrás dele, tentando espiar o que tinha na panela. — Ainda bem que o hyung sabe cozinhar, eu só sei fazer noodles. Aposto que minha mãe está grata por você me alimentar com comida de verdade.
Não sabia se aquela havia sido sua melhor escolha com aquela especie tímida de encontro - como ele considerava no fundo -, talvez oferecer bebidas alcoólicas não fosse a preferência do jovem, ou simplesmente fosse parecer um tarado se, sob o efeito da bebida, acabasse admitindo alguns de seus desejos dos mais inocentes aos mais sórdidos ao jovem. Ainda assim, fora o álcool que comprou e o álcool que beberiam, e se por acaso aquilo lhe desse algum tipo de coragem, esperava que no minimo não assustasse a sua alma gêmea.
Espiou discretamente a silhueta masculina quando o sentiu se mover até a geladeira, um pequeno sorriso surgindo aos lábios e logo sendo cortado pela própria consciência. Óbvio demais, não faça isso. Se repreendeu, balançando a cabeça ao voltar sua concentração a panela onde mexia o molho, tentando se distrair com qualquer coisa que o fizesse esquecer um pouco do mais novo. Buscou no balcão pela pimenta, temperando o liquido vermelho sem sequer comedir realmente a quantidade de pó escuro que jogava ali. Soube logo após que teriam um jantar mais que apimentando, assustando-se com a aproximação do jovem e acabando por despejar mais que o necessário ali. Sentindo-se envergonhado, Mahoon respirou fundo ao se esforçar como ninguém para não deixar claro que aquilo havia sido um erro seu. Foi proposital, proposital.
“Ravióli de carne com molho de tomate apimentado, foi o prato que mais me empenhei em aprender durante meus anos por aqui.” Soltou uma risada baixa, a mão livre tocando a lateral da testa para coçar timidamente o local. “Eu ficava pensando que deveria ser bom fazer algo assim quando minha alma gêmea chegasse, então espero que goste.” Sem jeito, virou o rosto minimamente para fitar o moreno por alguns segundos, logo voltando o olhar a panela onde o molho fervia. Desligou o fogo com pressa, algo entre querer fugir da respiração de Yobin para não acabar o atacando e a vontade absurda que tinha em agrada-lo com um bom jantar - e consequentemente, poder admirar suas reações devidamente, frente a frente. Sem sair do lugar, pegou os pratos que descansavam no balcão ao lado do fogão e ali colocou uma quantidade generosa de raviólis para o outro, repetindo o mesmo com o próprio. Sentia seu coração acelerado, como se pressionasse a si mesmo a parecer perfeito na frente do Choi, procurando despejar o molho vivido com todo o cuidado possível por cima da massa.
“Quer queijo também?” Nervoso, Mahoon virou-se, ficando cara a cara com o seu parceiro de uma semana, um sorriso nervoso entregando o quanto estava animado para um simples jantar. Aquela seria a posição perfeita para se dar a chance de abraça-lo fora da cama e se possível, ter um contato mais intimo do que aquele; O desejo de sentir os lábios tocando os deles ou pelo menos deixa-lhe um selar na tez clara falava alto. Mas não fez nada, nada mais que admirar os olhos do outro. “Ou azeitona? Como sua mãe fazia sua comida? É melhor eu agradar ela, mesmo que daqui.”
23 notes
·
View notes
Text
Ainda sem graça, Yobin olhava para o rapaz mas não o olhava de fato enquanto comiam a refeição. Evitava a todo custo que seus olhos se cruzassem de novo, criando aquele ar pesado com energia eletrizante que ele sabia que agora, talvez, não fosse conseguir ignorar. Imitou o comportamento de Mahoon, puxando a garrafa fechada para si, encarando a tampa sem saber ao certo como abri-la. Jamais tinha botado uma gota sequer de álcool na boca, mesmo quando as oportunidades se abriam durante as viagens de jogos interescolares, onde seus amigos enchiam a cara até apagar. Mas não queria parecer imaturo. Não mais do que já deveria ser aos olhos dele. Então bateu com a tampa no canto na mesa, orando para não quebrar a garrafa de vidro e nem para danificar a madeira.
Felizmente a ação saiu mais bonita do que se esperava. Expirou satisfeito, orgulhoso consigo mesmo, levando o vidro gelado pra boca e bebendo, de uma vez só, quase metade do seu conteúdo, esperando que aliviasse o ardor do tempero. De fora, parecia até que ele era acostumado com aquilo, mas a tontura repentina na cabeça de Yobin confirmava que não. Após um longo “AAH” de alívio refrescante, deu um sorriso débil para Mahoon, como se tudo estivesse normal e nada girando, tornando a comer o restante do jantar que havia sido carinhosamente preparado para si. — Uhn, minha mãe teria gostado. — respondeu entre uma garfada e outra, ainda de boca cheia. Na sua cabeça a ideia de que quanto mais rápido comesse, mais rápido passaria o efeito quente da pimenta ainda predominava. — Ela gosta de pasta. — Disse, dando uma última garfada e mais uma vez se entregando ao deleite do gelado da bebida. — Porque acha que ela não gostaria? — Indagou, arqueando uma das sobrancelhas, com os cenhos franzidos. Sendo sincero, a mãe do jogador adoraria que ele trouxesse mais amigos para casa, ou que se mostrasse, no mínimo, interessado em mais alguma coisa que não fosse vôlei ou vídeo games. — Eu acho que ela te mimaria mais do que me mimava, se te conhecesse. — Confessou, imaginando o quanto a personalidade dele e de sua mãe combinaria. Um sorriso brincou nos seus lábios ao imaginar o Ju chamando ela de “omma” também. Yobin, chega.
Havia comido tão rápido e bebido tão rápido, que sentia seu estômago revirar um pouco. Seu rosto, entretanto, ainda trazia o tom rosado, dessa vez pelo álcool aos poucos fazendo efeito. Quando sobrara um pouco mais de um dedo da sua garrafa Yobin voltou seu olhar para Mahoon, dessa vez permitindo que seu olho se prendesse ao dele. — Heol... como você consegue ficar bonito até simplesmente comendo? — Disparou, levando as mãos a própria a boca logo em seguida quando percebeu que seus pensamentos tinham saído em voz alta.
chyobin:
No seu terceiro dia ali no Limbo, Yobin já havia conseguido fazer amigos através de seus passeios pela cidade com Mahoon. De início tinha sido estranho, ficava observando de longe as partidas de vôlei na pequena quadra a céu aberto próxima ao chalé todas vezes que voltam de mais um dos maravilhosos restaurantes do limbo. Desejava fazer parte do jogo mas sempre que sua alma gêmea o perguntava se queria ir até lá, Yobin apenas discordava, dizendo que estava cansado demais por ter comido tanto. Na verdade, tinha medo de não ser aceito. Desde pequeno havia tido a sorte de sempre se manter nas escolas que seus amigos iam, por isso, nunca havia precisado passar pela sensação de ser o novato excluído, sempre tinha alguém por ele ali, que o fazia se integrar ao restante.
Durante uma manhã, quando havia saído sozinho para comprar alguns materiais de limpeza para a loja de chás, o espírito acabou conhecendo Jaeho.
Jaeho tinha os cabelos tingidos de loiro, era uns quinze centímetros mais baixo que ele e carregava uma expressão fria no rosto que Yobin veio descobrir mais tarde que não combinava em nada com a personalidade do garoto. Ele era caixa no supermercado e a conversa se iniciou pelo simples fato do trabalhador estar trajando uma camisa estampada com uma arte reinventada do limbo de um dos animes favoritos de Yobin. Aquele papo curto enquanto passava a mercadoria foi o suficiente para trocarem números — o número de Mahoon — e iniciarem pequenas trocas de mensagens eventualmente quando o moreno terminava o seu turno na loja de chás. O mais fantástico para Yobin, além do gosto em comum com aquele antigo anime, era que Jaeho era o capitão do time de vôlei daquela região, o que lhe gerou instantaneamente um convite para participar da próxima partida naquele fim de semana, pelo que esperava ansioso.
Os dias no Limbo se passaram rápidos e ao mesmo tempo arrastados. O recém chegado, no entanto, se habituou a rotina rapidamente e o quarto que havia sido destinado a ele tornou a ser, novamente, um escritório com a cama vazia. Depois da primeira noite que ele e Mahoon dormiram juntos era como se um acordo silencioso houvesse sido travado, todas a noites Yobin se esgueirava, com o lençol debaixo do braço para a cama do outro. Não houve uma noite desde que havia chegado que não tivesse tidos sonhos bons e reconfortantes.
De manhã era particularmente difícil para Yobin levantar. Fosse porque desde quando vivo não gostasse de acordar cedo ou porque observar o rapaz de cabelos azuis dormindo serenamente ao seu lado, com a respiração calma, era mais interessante do que abrir a loja de chás. Se desapegar do abraço sonolento era o pior, mas havia prometido — e mesmo com a boa hospitalidade de Ju e as repetidas vezes que lhe dizia que lhe abrigar não era obrigação ou um fardo, Yobin se esforçava mais do que o comum para ajudá-los em todas as tarefas da loja e de casa. Eventualmente, quando se pegava observando o dono da loja ocupado, fazendo qualquer coisa que lhe exigia a total atenção, o adolescente se encontrava admirando a beleza dele e desejando poder tocá-lo. Era um sentimento novo, algo estranho que borbulhava dentro do seu estômago, fazendo-o querer agir por impulso, dizendo que o toque que tinham ao dormir juntos não era o suficiente; mas ele não o fazia.
Naquela noite, sentado na cozinha, se viu fazendo o mesmo, encarando fixamente as costas de Mahoon e os movimentos dos músculos de seu braço enquanto ele cozinhava a refeição que tinha o aroma delicioso de molho de tomate. “Oh, ele consegue ficar bem de qualquer ângulo.” Sua mente despertou dos pensamentos (tais como se imaginar envolto por um braço entre aqueles braços) assim que a voz grave invadiu o ambiente, fazendo-o buscar o celular sobre a mesa na tentativa de fingir que estivera, esse tempo todo, fazendo algo que não fosse admirar as costas fortes de Ju. — Hn? S-sim. — Gaguejou, arrastando as pantufas até a geladeira, onde encontrou algumas garrafas de vidro esverdeadas. Seus olhos foram das costas Mahoon até o álcool, mentalmente se perguntando se era aquilo que ele se referia. Pelas leis da terra, poderia beber, mesmo que nunca o fizera, mas e no limbo? Pigarreou, pegando inicialmente uma só garrafinha, num impasse silencioso encarando a geladeira aberta. Por fim, decidiu pegar a segunda, apoiando as duas com um barulho úmido sobre a mesa de madeira da cozinha. — O que vamos jantar hoje? Tá com um cheiro muito bom. — Indagou contra o pescoço do rapaz, se pondo de pé atrás dele, tentando espiar o que tinha na panela. — Ainda bem que o hyung sabe cozinhar, eu só sei fazer noodles. Aposto que minha mãe está grata por você me alimentar com comida de verdade.
Não sabia se aquela havia sido sua melhor escolha com aquela especie tímida de encontro - como ele considerava no fundo -, talvez oferecer bebidas alcoólicas não fosse a preferência do jovem, ou simplesmente fosse parecer um tarado se, sob o efeito da bebida, acabasse admitindo alguns de seus desejos dos mais inocentes aos mais sórdidos ao jovem. Ainda assim, fora o álcool que comprou e o álcool que beberiam, e se por acaso aquilo lhe desse algum tipo de coragem, esperava que no minimo não assustasse a sua alma gêmea.
Espiou discretamente a silhueta masculina quando o sentiu se mover até a geladeira, um pequeno sorriso surgindo aos lábios e logo sendo cortado pela própria consciência. Óbvio demais, não faça isso. Se repreendeu, balançando a cabeça ao voltar sua concentração a panela onde mexia o molho, tentando se distrair com qualquer coisa que o fizesse esquecer um pouco do mais novo. Buscou no balcão pela pimenta, temperando o liquido vermelho sem sequer comedir realmente a quantidade de pó escuro que jogava ali. Soube logo após que teriam um jantar mais que apimentando, assustando-se com a aproximação do jovem e acabando por despejar mais que o necessário ali. Sentindo-se envergonhado, Mahoon respirou fundo ao se esforçar como ninguém para não deixar claro que aquilo havia sido um erro seu. Foi proposital, proposital.
“Ravióli de carne com molho de tomate apimentado, foi o prato que mais me empenhei em aprender durante meus anos por aqui.” Soltou uma risada baixa, a mão livre tocando a lateral da testa para coçar timidamente o local. “Eu ficava pensando que deveria ser bom fazer algo assim quando minha alma gêmea chegasse, então espero que goste.” Sem jeito, virou o rosto minimamente para fitar o moreno por alguns segundos, logo voltando o olhar a panela onde o molho fervia. Desligou o fogo com pressa, algo entre querer fugir da respiração de Yobin para não acabar o atacando e a vontade absurda que tinha em agrada-lo com um bom jantar - e consequentemente, poder admirar suas reações devidamente, frente a frente. Sem sair do lugar, pegou os pratos que descansavam no balcão ao lado do fogão e ali colocou uma quantidade generosa de raviólis para o outro, repetindo o mesmo com o próprio. Sentia seu coração acelerado, como se pressionasse a si mesmo a parecer perfeito na frente do Choi, procurando despejar o molho vivido com todo o cuidado possível por cima da massa.
“Quer queijo também?” Nervoso, Mahoon virou-se, ficando cara a cara com o seu parceiro de uma semana, um sorriso nervoso entregando o quanto estava animado para um simples jantar. Aquela seria a posição perfeita para se dar a chance de abraça-lo fora da cama e se possível, ter um contato mais intimo do que aquele; O desejo de sentir os lábios tocando os deles ou pelo menos deixa-lhe um selar na tez clara falava alto. Mas não fez nada, nada mais que admirar os olhos do outro. “Ou azeitona? Como sua mãe fazia sua comida? É melhor eu agradar ela, mesmo que daqui.”
23 notes
·
View notes
Photo
𝐋𝐄𝐓'𝐒 𝐒𝐋𝐄𝐄𝐏 𝐓𝐎𝐆𝐄𝐓𝐇𝐄𝐑 𝐎𝐍𝐂𝐄 𝐀𝐆𝐀𝐈𝐍 — I'll admit it: I get butterflies in my stomach when I'm with you.
1 note
·
View note
Text
Pimenta. Seus olhos se esbugalharam ao ver o tempero nas mãos de Mahoon que foi bastante generoso ao despejar no molho de tomate. Yobin engoliu em seco. Não era capaz de comer pimenta, na verdade, sempre que tinha a oportunidade ao sair para comer com seus colegas de time acabava pegando a versão infantil do prato, mais suave. Tudo que aquele tempero parecia não ser. — Parece difícil de fazer. — Disse, recuperando a voz. Bom, já estava morto, que mal um pouco (ou muito) de pimenta poderia lhe fazer? Seu coração se encheu de alegria ao ouví-lo falar ao que parecia ser uma preparação em expectativa a sua chegada. Ao mesmo tempo que o imaginou sozinho durante todos aqueles anos, esperando por alguém chegar. Seu coração deu uma pequena apertada. Queria abraçá-lo. Precisava abraçá-lo. Assim perto, quase se tocando, o perfume característico de natureza de Mahoon preenchia o nariz de Yobin sobrepondo-se do apimentado do molho, fazendo seu coração mais uma vez bombear o sangue mais rápido do que deveria. Se é que tinha sangue ali.
Os olhos de Yobin não fugiam do perfil do rosto do rapaz de cabelos azuis, que parecia trabalhar compenetrado, servindo os pratos com destreza. Eish, como podia, tudo que ele fazia, fazia bem e parecia não lhe custar esforço algum. Distraído, tomou um susto quando o mais velho se virou. Suas orbes escuras, os lábios rosados, o cabelo caindo sobre a testa, tudo, tudo parecia convidativo para o moreno. O ar parecia pesado demais para que respirasse enquanto seus olhos estavam presos um ao outro. Muito próximos. Muito próximos. Mais um pouco e... O adolescente cortou o contato visual, sendo o primeiro a se afastar. — Queijo está bom. — Disse, virando-se de costas rumo a geladeira novamente, sentindo o rosto queimar em antecipação. Aquele era o autocontrole que não sabia que tinha. Podia tê-lo beijado ali mas também sabia que a sua experiência nula com beijos não o ajudaria em nada naquele momento. Aigoo, o que era aquilo. Precisava relaxar, sentia os ombros tensos sob a camiseta branca. Fingiu procurar pelo queijo ralado tempo o suficiente para que a brisa fria da geladeira atuasse na vermelhidão das bochechas antes de voltar a encarar o outro. — Oh, tenho certeza. Ela fica uma fera quando mexem com seu filhote. Mas não precisa se preocupar, acho que mesmo em anos ela não viria parar aqui. — Um lampejo de memória transpassou o olhar de Yobin, recordando da boa mulher que a mãe era, provavelmente quando morresse iria direto para o céu.
Por fim, ajudou-o com os pratos, levando o seu a mesa junto com o pequeno pote de queijo, puxando uma cadeira para se sentar, de forma que acabou ficando de frente para Mahoon. O prato quente fumegante a sua frente era o suficiente para fazer seus olhos arderem com a pimenta. Reprimiu um gemido sôfrego e tornou seu rosto para o hyung, com um sorriso. Afinal, ele havia praticado por muito tempo, não iria fazer desfeita. Antes que pudesse agradecer pela refeição e petiscar um pouco de seu Ravióli, o celular vibrou na mesa, o display contendo uma nova mensagem de Jaeho. O garoto rapidamente buscou o aparelho, abrindo um pequeno sorriso ao ler o conteúdo da mensagem — uma desenho mal feito e engraçado de dragon ball que o outro havia feito — e digitou uma risada, seguida de vários emojis, antes de bloquear e colocá-lo novamente sobre a mesa. — Então, vamos comer? Obrigada pela refeição, hyung — Falou animado, quando na verdade tentava esconder a preocupação com a pimenta. Com a destra, enrolou o macarrão no garfo como vira em filmes americanos, mas sem tanta prática, pois era acostumado com os bons e velhos hashis. Respirou fundo antes de levar a comida a boca, no entanto sempre sorrindo, agindo como deveria, pois sabia que o outro esperava com antecipação pela reação dele.
O sabor explodiu em sua boca. Apesar de quente e ardente demais para o paladar infantil, o molho estava maravilhoso, assim como o Ravióli de carne. Tinha gostinho de casa. Contudo, seu rosto pálido rapidamente assumiu um tom avermelhado a cada garfada que dava, e pequenas gotas de suor surgiram em sua testa, grudando alguns fios de cabelo nela com a umidade. — Daebak! Está muito gostoso, nota mil de dez! — Falou, subindo o polegar para Mahoon, sentindo a língua arder.
chyobin:
No seu terceiro dia ali no Limbo, Yobin já havia conseguido fazer amigos através de seus passeios pela cidade com Mahoon. De início tinha sido estranho, ficava observando de longe as partidas de vôlei na pequena quadra a céu aberto próxima ao chalé todas vezes que voltam de mais um dos maravilhosos restaurantes do limbo. Desejava fazer parte do jogo mas sempre que sua alma gêmea o perguntava se queria ir até lá, Yobin apenas discordava, dizendo que estava cansado demais por ter comido tanto. Na verdade, tinha medo de não ser aceito. Desde pequeno havia tido a sorte de sempre se manter nas escolas que seus amigos iam, por isso, nunca havia precisado passar pela sensação de ser o novato excluído, sempre tinha alguém por ele ali, que o fazia se integrar ao restante.
Durante uma manhã, quando havia saído sozinho para comprar alguns materiais de limpeza para a loja de chás, o espírito acabou conhecendo Jaeho.
Jaeho tinha os cabelos tingidos de loiro, era uns quinze centímetros mais baixo que ele e carregava uma expressão fria no rosto que Yobin veio descobrir mais tarde que não combinava em nada com a personalidade do garoto. Ele era caixa no supermercado e a conversa se iniciou pelo simples fato do trabalhador estar trajando uma camisa estampada com uma arte reinventada do limbo de um dos animes favoritos de Yobin. Aquele papo curto enquanto passava a mercadoria foi o suficiente para trocarem números — o número de Mahoon — e iniciarem pequenas trocas de mensagens eventualmente quando o moreno terminava o seu turno na loja de chás. O mais fantástico para Yobin, além do gosto em comum com aquele antigo anime, era que Jaeho era o capitão do time de vôlei daquela região, o que lhe gerou instantaneamente um convite para participar da próxima partida naquele fim de semana, pelo que esperava ansioso.
Os dias no Limbo se passaram rápidos e ao mesmo tempo arrastados. O recém chegado, no entanto, se habituou a rotina rapidamente e o quarto que havia sido destinado a ele tornou a ser, novamente, um escritório com a cama vazia. Depois da primeira noite que ele e Mahoon dormiram juntos era como se um acordo silencioso houvesse sido travado, todas a noites Yobin se esgueirava, com o lençol debaixo do braço para a cama do outro. Não houve uma noite desde que havia chegado que não tivesse tidos sonhos bons e reconfortantes.
De manhã era particularmente difícil para Yobin levantar. Fosse porque desde quando vivo não gostasse de acordar cedo ou porque observar o rapaz de cabelos azuis dormindo serenamente ao seu lado, com a respiração calma, era mais interessante do que abrir a loja de chás. Se desapegar do abraço sonolento era o pior, mas havia prometido — e mesmo com a boa hospitalidade de Ju e as repetidas vezes que lhe dizia que lhe abrigar não era obrigação ou um fardo, Yobin se esforçava mais do que o comum para ajudá-los em todas as tarefas da loja e de casa. Eventualmente, quando se pegava observando o dono da loja ocupado, fazendo qualquer coisa que lhe exigia a total atenção, o adolescente se encontrava admirando a beleza dele e desejando poder tocá-lo. Era um sentimento novo, algo estranho que borbulhava dentro do seu estômago, fazendo-o querer agir por impulso, dizendo que o toque que tinham ao dormir juntos não era o suficiente; mas ele não o fazia.
Naquela noite, sentado na cozinha, se viu fazendo o mesmo, encarando fixamente as costas de Mahoon e os movimentos dos músculos de seu braço enquanto ele cozinhava a refeição que tinha o aroma delicioso de molho de tomate. “Oh, ele consegue ficar bem de qualquer ângulo.” Sua mente despertou dos pensamentos (tais como se imaginar envolto por um braço entre aqueles braços) assim que a voz grave invadiu o ambiente, fazendo-o buscar o celular sobre a mesa na tentativa de fingir que estivera, esse tempo todo, fazendo algo que não fosse admirar as costas fortes de Ju. — Hn? S-sim. — Gaguejou, arrastando as pantufas até a geladeira, onde encontrou algumas garrafas de vidro esverdeadas. Seus olhos foram das costas Mahoon até o álcool, mentalmente se perguntando se era aquilo que ele se referia. Pelas leis da terra, poderia beber, mesmo que nunca o fizera, mas e no limbo? Pigarreou, pegando inicialmente uma só garrafinha, num impasse silencioso encarando a geladeira aberta. Por fim, decidiu pegar a segunda, apoiando as duas com um barulho úmido sobre a mesa de madeira da cozinha. — O que vamos jantar hoje? Tá com um cheiro muito bom. — Indagou contra o pescoço do rapaz, se pondo de pé atrás dele, tentando espiar o que tinha na panela. — Ainda bem que o hyung sabe cozinhar, eu só sei fazer noodles. Aposto que minha mãe está grata por você me alimentar com comida de verdade.
Não sabia se aquela havia sido sua melhor escolha com aquela especie tímida de encontro - como ele considerava no fundo -, talvez oferecer bebidas alcoólicas não fosse a preferência do jovem, ou simplesmente fosse parecer um tarado se, sob o efeito da bebida, acabasse admitindo alguns de seus desejos dos mais inocentes aos mais sórdidos ao jovem. Ainda assim, fora o álcool que comprou e o álcool que beberiam, e se por acaso aquilo lhe desse algum tipo de coragem, esperava que no minimo não assustasse a sua alma gêmea.
Espiou discretamente a silhueta masculina quando o sentiu se mover até a geladeira, um pequeno sorriso surgindo aos lábios e logo sendo cortado pela própria consciência. Óbvio demais, não faça isso. Se repreendeu, balançando a cabeça ao voltar sua concentração a panela onde mexia o molho, tentando se distrair com qualquer coisa que o fizesse esquecer um pouco do mais novo. Buscou no balcão pela pimenta, temperando o liquido vermelho sem sequer comedir realmente a quantidade de pó escuro que jogava ali. Soube logo após que teriam um jantar mais que apimentando, assustando-se com a aproximação do jovem e acabando por despejar mais que o necessário ali. Sentindo-se envergonhado, Mahoon respirou fundo ao se esforçar como ninguém para não deixar claro que aquilo havia sido um erro seu. Foi proposital, proposital.
“Ravióli de carne com molho de tomate apimentado, foi o prato que mais me empenhei em aprender durante meus anos por aqui.” Soltou uma risada baixa, a mão livre tocando a lateral da testa para coçar timidamente o local. “Eu ficava pensando que deveria ser bom fazer algo assim quando minha alma gêmea chegasse, então espero que goste.” Sem jeito, virou o rosto minimamente para fitar o moreno por alguns segundos, logo voltando o olhar a panela onde o molho fervia. Desligou o fogo com pressa, algo entre querer fugir da respiração de Yobin para não acabar o atacando e a vontade absurda que tinha em agrada-lo com um bom jantar - e consequentemente, poder admirar suas reações devidamente, frente a frente. Sem sair do lugar, pegou os pratos que descansavam no balcão ao lado do fogão e ali colocou uma quantidade generosa de raviólis para o outro, repetindo o mesmo com o próprio. Sentia seu coração acelerado, como se pressionasse a si mesmo a parecer perfeito na frente do Choi, procurando despejar o molho vivido com todo o cuidado possível por cima da massa.
“Quer queijo também?” Nervoso, Mahoon virou-se, ficando cara a cara com o seu parceiro de uma semana, um sorriso nervoso entregando o quanto estava animado para um simples jantar. Aquela seria a posição perfeita para se dar a chance de abraça-lo fora da cama e se possível, ter um contato mais intimo do que aquele; O desejo de sentir os lábios tocando os deles ou pelo menos deixa-lhe um selar na tez clara falava alto. Mas não fez nada, nada mais que admirar os olhos do outro. “Ou azeitona? Como sua mãe fazia sua comida? É melhor eu agradar ela, mesmo que daqui.”
23 notes
·
View notes
Text
No seu terceiro dia ali no Limbo, Yobin já havia conseguido fazer amigos através de seus passeios pela cidade com Mahoon. De início tinha sido estranho, ficava observando de longe as partidas de vôlei na pequena quadra a céu aberto próxima ao chalé todas vezes que voltam de mais um dos maravilhosos restaurantes do limbo. Desejava fazer parte do jogo mas sempre que sua alma gêmea o perguntava se queria ir até lá, Yobin apenas discordava, dizendo que estava cansado demais por ter comido tanto. Na verdade, tinha medo de não ser aceito. Desde pequeno havia tido a sorte de sempre se manter nas escolas que seus amigos iam, por isso, nunca havia precisado passar pela sensação de ser o novato excluído, sempre tinha alguém por ele ali, que o fazia se integrar ao restante.
Durante uma manhã, quando havia saído sozinho para comprar alguns materiais de limpeza para a loja de chás, o espírito acabou conhecendo Jaeho.
Jaeho tinha os cabelos tingidos de loiro, era uns quinze centímetros mais baixo que ele e carregava uma expressão fria no rosto que Yobin veio descobrir mais tarde que não combinava em nada com a personalidade do garoto. Ele era caixa no supermercado e a conversa se iniciou pelo simples fato do trabalhador estar trajando uma camisa estampada com uma arte reinventada do limbo de um dos animes favoritos de Yobin. Aquele papo curto enquanto passava a mercadoria foi o suficiente para trocarem números — o número de Mahoon — e iniciarem pequenas trocas de mensagens eventualmente quando o moreno terminava o seu turno na loja de chás. O mais fantástico para Yobin, além do gosto em comum com aquele antigo anime, era que Jaeho era o capitão do time de vôlei daquela região, o que lhe gerou instantaneamente um convite para participar da próxima partida naquele fim de semana, pelo que esperava ansioso.
Os dias no Limbo se passaram rápidos e ao mesmo tempo arrastados. O recém chegado, no entanto, se habituou a rotina rapidamente e o quarto que havia sido destinado a ele tornou a ser, novamente, um escritório com a cama vazia. Depois da primeira noite que ele e Mahoon dormiram juntos era como se um acordo silencioso houvesse sido travado, todas a noites Yobin se esgueirava, com o lençol debaixo do braço para a cama do outro. Não houve uma noite desde que havia chegado que não tivesse tidos sonhos bons e reconfortantes.
De manhã era particularmente difícil para Yobin levantar. Fosse porque desde quando vivo não gostasse de acordar cedo ou porque observar o rapaz de cabelos azuis dormindo serenamente ao seu lado, com a respiração calma, era mais interessante do que abrir a loja de chás. Se desapegar do abraço sonolento era o pior, mas havia prometido — e mesmo com a boa hospitalidade de Ju e as repetidas vezes que lhe dizia que lhe abrigar não era obrigação ou um fardo, Yobin se esforçava mais do que o comum para ajudá-los em todas as tarefas da loja e de casa. Eventualmente, quando se pegava observando o dono da loja ocupado, fazendo qualquer coisa que lhe exigia a total atenção, o adolescente se encontrava admirando a beleza dele e desejando poder tocá-lo. Era um sentimento novo, algo estranho que borbulhava dentro do seu estômago, fazendo-o querer agir por impulso, dizendo que o toque que tinham ao dormir juntos não era o suficiente; mas ele não o fazia.
Naquela noite, sentado na cozinha, se viu fazendo o mesmo, encarando fixamente as costas de Mahoon e os movimentos dos músculos de seu braço enquanto ele cozinhava a refeição que tinha o aroma delicioso de molho de tomate. “Oh, ele consegue ficar bem de qualquer ângulo.” Sua mente despertou dos pensamentos (tais como se imaginar envolto por um braço entre aqueles braços) assim que a voz grave invadiu o ambiente, fazendo-o buscar o celular sobre a mesa na tentativa de fingir que estivera, esse tempo todo, fazendo algo que não fosse admirar as costas fortes de Ju. — Hn? S-sim. — Gaguejou, arrastando as pantufas até a geladeira, onde encontrou algumas garrafas de vidro esverdeadas. Seus olhos foram das costas Mahoon até o álcool, mentalmente se perguntando se era aquilo que ele se referia. Pelas leis da terra, poderia beber, mesmo que nunca o fizera, mas e no limbo? Pigarreou, pegando inicialmente uma só garrafinha, num impasse silencioso encarando a geladeira aberta. Por fim, decidiu pegar a segunda, apoiando as duas com um barulho úmido sobre a mesa de madeira da cozinha. — O que vamos jantar hoje? Tá com um cheiro muito bom. — Indagou contra o pescoço do rapaz, se pondo de pé atrás dele, tentando espiar o que tinha na panela. — Ainda bem que o hyung sabe cozinhar, eu só sei fazer noodles. Aposto que minha mãe está grata por você me alimentar com comida de verdade.
𝔬𝔲𝔯 𝔳𝔢𝔯𝑦 𝔣𝔦𝔯𝔰𝔱 𝔱𝔦𝔪𝔢
⿻ limbo, chalés residenciais. w. @chyobin
Não fazia mais que uma semana desde que Mahoon havia finalmente recebido sua alma gêmea em casa. Logo na primeira noite juntos, o homem sentiu-se mais vivo que morto, o limbo lhe provando que se cometia erros, não havia o cometido com o Ju. Graças a Deus, estava exausto daquela pós-vida tediosa e as desculpas recorrentes quanto a seu soulmate. “Ele ainda não chegou., "Não consigo encontrar informações dele” e "Tenha paciência” foram as frases que mais ouvira durante os séculos ali. Já havia perdido a esperança quando Yobin chegou, se tornando um dos poucos motivos para voltar a sentir alguma esperança em continuar vivendo a eternidade.
A semana havia passado lentamente entre impulsos para manter-se ao lado do novato e a consciência lhe mandado não ir tão rápido quando se tratava de seus desejos, o coração a cada troca de olhares lhe falhando uma batida. Eles pareciam um misto de vergonha e conforto, e não sabia por Yobin, mas pelo garoto de cabelos azuis, precisava frequentemente controlar-se para não parecer um completo atirado. Ainda estava se perguntando a mesma coisa. Era carência, um efeito natural entre almas gêmeas ou simplesmente estava se apaixonando? Talvez tudo junto, o que parecia lhe assustar cinco vezes mais. O medo da rejeição continuava firme desde que havia falecido, e com tão pouco tempo vivendo juntos, se sentia ridículo por criar tantas situações em sua cabeça - e mesmo assim lá estava ele em frente ao fogão terminando um prato caprichado de massa italiana para o mais novo.
Parecia imerso no trabalho com o molho de tomate caseiro, na verdade apenas tentando evitar a todo custo ter contato visual com o jovem que o esperava. Será que parecia muito desesperado com toda aquela preparação? Era o primeiro jantar que realmente se esforçava para fazer algo diferente, depois de dias o levando para conhecer os restaurantes do limbo. O silêncio o incomodava, o fazendo limpar a garganta ao buscar coragem para quebrar o som dos grilhos que vinha de fora do chalé.
“Quer beber algo?” Perguntou, sem tirar os olhos da panela quente, mexendo o molho com uma calma que não combinava com os sentimentos embrulhados no peito. “Eu comprei algumas coisas mais cedo, estão na geladeira.”
23 notes
·
View notes
Text
A carícia de Mahoon em seu braço era como faíscas pinicando a pele, deixando o local por onde seus dígitos passavam formigando de energia. Algo entre um toque a muito esperado por Yobin e uma sensação familiar. Fechou os olhos, permitindo que a sensação boa, o acalento, o levasse para longe, suspirando em agradecimento. Era apenas... natural ficar ao lado dele.
Ofegou surpreso quando seu corpo foi puxado para um abraço, sentindo o calor do corpo dele contra o seu. Seu coração voltou a bater alto e por um segundo, seus músculos se tensionaram, nervoso. Limitou-se a responder apenas com um aceno positivo de cabeça, temendo que se falasse, perderia de novo o controle de suas emoções e começaria a chorar mais uma vez. Se sentia exposto, sensível e ao mesmo tempo protegido, calmo. Afundou seu rosto no pescoço da sua alma gêmea, o aroma amadeirado da mistura dos chás invadindo sua mente, o corpo dele naturalmente quente. Era quente e reconfortante ficar ao lado dele. Lentamente, os braços finos do jogador criaram coragem e envolveram o tronco de Mahoon em um abraço tímido e desajeitado. Talvez ficassem dormentes depois de um tempo, principalmente o que ficava entre o corpo a sua frente e o colchão, mas no momento era a posição mais aconchegante.
Deitado na cama, Yobin podia jurar que podia ouvir o coração de Mahoon bater na mesma sintonia ansiosa que o seu. Deixou que um pequeno sorriso surgisse em seus lábios, ainda escondidos da visão do veterano tanto pelo escuro quanto por seu rosto ainda estar enterrado contra o corpo dele. — Tudo bem dormir assim. — Respondeu, repetindo as palavras dele. Sua voz saiu mais firme do que esperava e achava possível. Mais uma vez sentiu o rosto corando, envergonhado por ter ido até ali como um garotinho de cinco anos que tem medo do escuro mas também feliz, por ter sido recebido e acolhido. Aos poucos seu corpo e respiração começaram a se acalmar, o cafuné lhe fazia quase ronronar de prazer. Yobin ficou deitado ali, o segurando em um abraço apertado e ouvindo a respiração de Mahoon, como um cântico calmante que fosse capaz de mandá-lo para o mundo do sonhos, protegendo-o dos pesadelos que o espreitavam na escuridão da mente. Aquele era um sonho muito bom. Ah sim, não queria que a manhã chegasse nunca. — Tudo bem dormir assim. — Repetiu, dessa vez baixinho como se falasse para si, seu hálito quente próximo a orelha do homem, se aninhando ainda mais a ele, e depois, a escuridão engoliu tudo, levando-o para o mais doce dos sonhos.
chyobin:
A resposta positiva fez com que o ar voltasse a encher os “pulmões” de Yobin, que sequer havia notado que tinha prendido a respiração até o momento. Arrastou o lençol, que carregava embaixo do braço e timidamente, buscou um espaço ao lado de Mahoon, que afastou-se um pouco para que o corpo esguio coubesse ali. — Não consegui dormir sozinho. — Assumiu, a voz falha, em um sussurro. O mais novo se aninhou na cama, puxando o cobertor para cima e deitando a cabeça no travesseiro vazio, seu rosto de frente para o do Ju. Os olhos inchados denunciavam que havia passado as duas últimas horas chorando, coisa que havia tentado evitar durante o dia inteiro. — Também temos pesadelos? — Perguntou, uma careta se formando no rosto, pensava que morrer já fosse um por si só. Seus olhares se cruzaram, fazendo Yobin notar o quão próximos estavam. Seu coração errou um compasso, batendo tão alto dentro da caixa torácica que podia apostar que o homem à sua frente poderia ouví-lo. Estava mas ao mesmo tempo seu corpo com os músculos agora relaxados lhe diziam que seu lugar era ali. Entendia que Mahoon era um… belo rapaz… e que era sua outra metade, mas nunca havia se sentido assim com ninguém. Fossem garotos ou garotas. Não era incomum durante as pausas do treino o contato com os meninos, skinship — como chamavam nos dias de hoje — situação a qual que jamais havia lhe criado alguma reação. Mas sequer havia tocado Mahoon e seu rosto já queimava em resposta ao rubor, só por estarem juntos o suficiente para sentir o hálito mentolado dele. “É só que hoje foi um dia difícil, lembre de respirar, lembre de como se respira” adicionou essa nota mental, tentado ignorar todo o resto. — Desculpa, eu te acordei. Estou te dando trabalho, né? — Disse baixinho, seus olhos evitando encontrarem os dele de novo.
Demorou, mas a visão turva fora aos poucos sendo substituída por uma mais clara em detalhes, vendo de cara o inchaço na face bela de Yobin. Havia chorado. Normalmente levaria aquilo como algo normal, no entanto, sentiu seu coração lhe beliscar um taco. Não queria um Yobin triste e choroso, aquilo, de alguma forma, o machucava. Os rostos próximos fizeram com que a respiração exaltasse, misturando-se com a do mais novo. Mal se conheciam, mas seria uma lastima dizer que não sentiu uma vontade de beijar-lhe os lábios finos. Não, controle-se!
Sem jeito, levou a destra ao braço do companheiro, acariciando a pele em uma forma de conforta-lo. Sentia-se nervoso, envergonhado, mas Yobin parecia precisar. Com um tanto de coragem, largou as carícias para puxa-lo em um abraço. “Prefere dormir assim?” Perguntou, hesitante, encostando a face do novato na dobra de seu ombro. Era sua primeira vez com um homem. Primeira vez dormindo com um. E no fundo, senti-se feliz. O coração então? Mal se satisfazia em ficar no peito, batendo tão forte que sentirá que explodiria. “Tudo bem dormir assim? Não está me dando trabalho. E-eu na verdade gostei de ter vindo.” A voz falhou, envergonhado com as próprias palavras, mesmo não tendo nenhuma mentira nelas. Foram tantos séculos sozinho que, apesar de estranhar a companhia, não via nada mais pós naquilo - contras estavam fora dos seus pensamentos. Talvez sentir-se daquela forma fazia parte do fato de serem almas gêmeas, mas também sabia que todo aquele conceito não se encaixava apenas a romance. Estaria Mahoon sendo carente demais? Ou Yobin realmente era o que lhe faltava para sentir o coração agir por si só novamente? Depois de Injong, ninguém fora capaz daquilo.
Respirou fundo, procurando o ar que parecia faltar os pulmões. Tinha certeza que era claro o quão nervoso estava e mesmo assim, nem pensou em se afastar do mais novo, deixando que a canhota alcançasse as suas madeichas e mergulhasse os dígitos ali, lhe fazendo um calmo cafuné.
16 notes
·
View notes
Text
A resposta positiva fez com que o ar voltasse a encher os “pulmões” de Yobin, que sequer havia notado que tinha prendido a respiração até o momento. Arrastou o lençol, que carregava embaixo do braço e timidamente, buscou um espaço ao lado de Mahoon, que afastou-se um pouco para que o corpo esguio coubesse ali. — Não consegui dormir sozinho. — Assumiu, a voz falha, em um sussurro. O mais novo se aninhou na cama, puxando o cobertor para cima e deitando a cabeça no travesseiro vazio, seu rosto de frente para o do Ju. Os olhos inchados denunciavam que havia passado as duas últimas horas chorando, coisa que havia tentado evitar durante o dia inteiro. — Também temos pesadelos? — Perguntou, uma careta se formando no rosto, pensava que morrer já fosse um por si só. Seus olhares se cruzaram, fazendo Yobin notar o quão próximos estavam. Seu coração errou um compasso, batendo tão alto dentro da caixa torácica que podia apostar que o homem à sua frente poderia ouví-lo. Estava mas ao mesmo tempo seu corpo com os músculos agora relaxados lhe diziam que seu lugar era ali. Entendia que Mahoon era um... belo rapaz... e que era sua outra metade, mas nunca havia se sentido assim com ninguém. Fossem garotos ou garotas. Não era incomum durante as pausas do treino o contato com os meninos, skinship — como chamavam nos dias de hoje — situação a qual que jamais havia lhe criado alguma reação. Mas sequer havia tocado Mahoon e seu rosto já queimava em resposta ao rubor, só por estarem juntos o suficiente para sentir o hálito mentolado dele. “É só que hoje foi um dia difícil, lembre de respirar, lembre de como se respira” adicionou essa nota mental, tentado ignorar todo o resto. — Desculpa, eu te acordei. Estou te dando trabalho, né? — Disse baixinho, seus olhos evitando encontrarem os dele de novo.
𝐓𝐇𝐄 𝐕𝐈𝐒𝐈𝐓𝐎𝐑 ❞ 𝐀𝐑𝐄 𝐖𝐄… 𝐒𝐎𝐔𝐋𝐌𝐀𝐓𝐄𝐒? ⿻ 𝗅𝗂𝗆𝖻𝗈, 𝖼𝗁𝖺𝗅𝖾́𝗌 𝗋𝖾𝗌𝗂𝖽𝖾𝗇𝖼𝗂𝖺𝗂𝗌.
Seus pensamentos vagavam para a última memória que teve em vida. Yobin parecia assistir a tudo como um mero espectador invisível. Queria poder gritar para todos colocarem os cintos de segurança, para o motorista ter cuidado porque um caminhão com o condutor desacordado estava vindo em sua direção… queria ter, na verdade, impedido todos de entrarem no ônibus naquela manhã fatídica. Mas agora não podia fazer nada além de aceitar o seu destino e de provavelmente todos o do seu time. Mas Yobin não se sentia morto. Ainda respirava e sentia seu coração doer ao lembrar dos seus amigos e, principalmente, de sua mãe. Enquanto caminhava atrás de Dol Swe, o ceifador-anjo-militar que o havia dado a mais frias das recepções no limbo, Yobin encarava a paisagem do que seria seu novo lar sem muitas expectativas.
O homem mais velho lhe explicava as regras do local, que não eram muitas, e apresentava boa parte da pequena cidade. Os muros, o mar infinito da praia branca, o jardim que poderia se tornar um labirinto no mais simples piscar de olhos e o centro repleto de outras almas perdidas como a dele, mas que tinham uma aparência muito menos deplorável que a de Yobin que tinha o rosto manchado de lágrimas, areia e catarro; as roupas desalinhadas e os olhos vazios sem esperança. Todo o conjunto deixava claro, a quem quer que olhasse, que ele era um dos mais novos moradores do limbo. De toda forma, o adolescente não absorvia nada do que Dol Swe falava, acenava positivamente para qualquer pergunta que fosse, sem se importar se com aquilo poderia estar concordando em jantar com ele ou vender sua alma para ele. “Tanto faz, já morri mesmo.”
— E aqui é a sua nova casa. — Concluiu o guia, virando-se para Yobin com o que parecia ser um minúsculo sorriso no canto dos lábios. O adolescente se chocou com a capacidade de Dol Swe de expressar qualquer sentimento que fosse. Assim como o restante da cidade, o pequeno chalé parecia ser um local agradável e aconchegante, mas aos olhos de Yobin ainda não era a sua casa, não tinha a sua mãe e muito menos as suas coisas. Com um suspiro pesado e um abano de mão, o coreano dispensou o acompanhante indesejado, ignorando o que ele explicava. — Hnmm, tá, valeu Grim Reaper. —Respondeu ácido, tomando a frente na pequena trilha até a entrada.
Sem se preocupar em bater na porta, afinal, era a sua casa, Yobin adentrou na residência sem relutância. O local parecia mais como uma casa de verdade do que ele esperava, mesmo que as mobílias da mesma ainda parecessem ser um pouco ultrapassadas e de época. Quando estava prestes a se jogar no sofá e deixar que seus sentimentos tomassem conta de si, Choi deu de cara com um outro rapaz, que parecia ter uma idade próxima da sua, o encarando parado do corredor. Com um pulo e um grito, Yobin correu para a porta, chocando seu corpo magro contra o de Dol Swe que havia acabado de entrar, resultando em um baque doloroso.
— Fantasma. TEM UM FANTASMA NA CASA. — Gritou, se levantando tão rápido quanto tinha caído, apontando para o garoto no corredor, esquecendo-se da sua própria condição como morto.
— Era o que eu estava tentando explicar antes de você me interromper. Ele é a sua alma gêmea e vocês vão dividir a casa, é claro, se ele te aceitar nela. Você não ouviu nada que eu falei nas últimas duas horas? — Indagou incrédulo.
@jumahoon
16 notes
·
View notes