coago

[coago]

Sou o mal que se avizinha noutra

Minha voz é ferida e rouca

E o que me sai da boca são lagartas

Larvas cómicas baratas

Que nem sabem em mim viver.

[coago]

Vivi na ignorância,

Na esperança da rotina

Agora vou ao meu próprio passo

E a escrita que eu traço

É só minha.

[coago]

O ar está quente

É difícil respirar.

[coago]

A solidão traz-me novos caminhos

Ausentes da tua voz

Saudades do teu cheiro.

[coago]

Sou só ansiedade Uma falsa parte De mim em mente Não sou diferente Não sendo mesmo.

[coago]

Tenho saudades de ser só eu no meu corpo.

[coago]

O mais aterrorizante

Será quando eu já não tiver

Mais nada a dizer.

[coago]

Já não sou o mesmo Sinto a diferença aos poucos Entre pareces maus e roucos. Eu morro aos poucos No meu próprio corpo Como se fosse um cadáver em mente Sem alguma vez ser ser diferente.

[coago]

Tenho saudades de ter controlo Não ser só marioneta do exterior Ser meu escritor de interior E viver o meu mundo só meu.

[coago]

O que lês nos versos é a minha dor.

[coago]

Tenho saudades minhas.

[coago]

E eu morro de uma espécie de vida, uma que nunca foi bem minha, para entender que nunca realmente a vivi.

[coago]

Vivo um mundo onde expressar o que sinto é bloqueador, mas em que a dor do outros não pode ser ignorada.

[coago]

Amei como respirei Agora respiro como amo: Aos soluços e com medo.

[coago]

Os meus arrepios são reflexo da minha dor.

[coago]

Não tenho cores alternadas Não guizo, não apito, não me esguicho. Eu sou apenas carne e ossos Perdido nos 'posso e não posso's Só pra te deixar entretida.

[coago]

Tenta tirar-me o génio, enterra-me até aos dentes. Eu respirarei mesmo debaixo do soalho, Eu sobreviverei, mesmo debaixo dos teus pés.