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cartas que eu te mandaria caso estivéssemos nos falando— parte IX
Oi S.,
É a primeira vez no ano que paro e penso nas coisas que eu te escreveria caso estivéssemos nos falando porque sinceramente, o que você fez no ultimo dia do ano foi um divisor de água na minha vida. Eu sabia que você apareceria. Eu acordei e senti que você se faria presente, porque você tinha que pagar de bom samaritano e homem maduro.
E então as 17h38 do dia 31 de dezembro 2020, você tirou 1minuto e 10 segundos do seu dia pra me mandar um audio cretino me agradecendo por ter amadurecido, sendo que você sabe que amadureceu as custas do meu sofrimento e isso não é justo. Mas aconteceu. Ao invés de você me deixar quieta e respeitar meu espaço (coisa que eu te peço desde o dia que você me disse que era infeliz e precisava ir embora), você não conseguiu. Você nunca me entendeu. E também nada que eu vivi foi sobre mim, foi sempre sobre você: sobre suas urgências, seus transtornos, seu amor próprio, seu ego inflado, sua necessidade insaciável de estar sempre agradando todo mundo, sobre sua culpa e sobre sua vida. Você me disse pouco quando foi embora mas disse o suficiente pra eu entender no fim que você nunca se importou de verdade comigo. E eu sei que você precisa se importar primeiro com você porque se não ninguém faria isso, mas eu faria e isso agora não importa mais.
Você foi e tenta se fazer presente o tempo inteiro pra sustentar sua imagem de homem-de-esquerda-maduro-feminista-desconstruído, sendo que nem gente você é. Gente não faz o que você fez e nem o que você continua fazendo.
Eu vivo aqui escrevendo cartas pra você como num universo paralelo, onde você não é um idiota e de fato é tudo que você acredita piamente em ser, mas você sabe S, que hoje em dia acho que eu nem queria mais falar com você.
Mas ainda tenho muita coisa pela frente que sei que vou precisar vomitar. A gente se vê em breve. Com um amor próprio que aprendi a ter depois que você se foi, F.
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cartas que eu te mandaria caso estivéssemos nos falando— parte VIII
Oi S.,
Essa semana tem sido mais tranquila. To voltando pra um lugar da cura onde você virou mais um. Eu já estive nesse lugar, mas não desse jeito. Te vi numa foto na internet e você já nem era mais bonito, não sei se você foi ficando feio de verdade ou se só to te enxergando sem o véu da paixão. Olhei bem pra você e não te reconheci.
Talvez no fim das contas você não era tudo isso.
Com um amor próprio de quem não te encontra mais por aí,
F.
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cartas que eu te mandaria caso estivéssemos nos falando— parte VII
Dessa vez não vou começar com um oi. Vou começar assim porque tô sentada no mesmo lugar onde a um ano sentamos juntos e traçamos todas as metas pro nosso futuro. Olho pra frente e vejo você parado, apoiado na mureta da varanda falando pra mim que queria casar comigo. Que o casamento sempre esteve nos seus planos mas que nunca tinha feito sentido até me encontrar. Vejo você planejando tudo junto comigo com um sentimento de reencontro — e foi por isso que nunca duvidei do que você dizia. Nunca coloquei em cheque nada porque eu via o jeito que você me olhava e eu sabia que era exatamente como eu te olhava de volta. Ouvi ecoando aqui dentro a gente falando que queria casar na praia e na hora que nos perguntamos qual, os dois, ao mesmo tempo disseram a mesma. Os planos pra lua de mel, o roteiro da viagem e logística da guarda da criança enquanto estivéssemos fora. Fizemos plano concretos e eu sabia que eram verdade.
Um ano depois eu estou aqui, sentada na mesma varanda, agora acompanhada de uma taça de vinho, um tabaco pela metade e sozinha. Você se foi dizendo que o casamento não fazia mais sentido pra você e uma semanas antes de partir disse pra mim que já estávamos casados e que não precisava disso tudo. Você reduziu os nossos planos e meu sonho a um mero capricho que eu “por ser muito roceira ainda me apegava de mais”. Mas você sabe S, essa sou eu. Roceira, que sonha e que em você tinha encontrada um Porto Seguro pra falar o que sentia no coração. Que em você encontrou conforto pra mostrar esse lado que pra muita gente não faz sentido.
Isso que a gente viveu, eu não vivi sozinha. Você estava lá, alimentando não só com palavras mas com gestos e ações. Não foi nenhum tipo de delírio ou surto e todo dia quando paro pra pensar ainda tento entender pra onde você foi que nem você se encontra mais. Mas também penso que talvez você tenha vivido um delírio, fugido de si e me encontrado pelo caminho. Sei que ao meu lado a vista é bonita e tem esperança e talvez era isso que você achava que estava procurando, mas no fim das contas era de mais pra você. A vida não pode ser tão boa assim.
Não espero que você se encontre porque no momento tô mais preocupada comigo. Você me bagunçou de um jeito que não sei como arrumar. Você transformou todo laço em nó e agora não consigo desatar.
Eu to sozinha nessa varanda, olhando pro céu e pedindo pra Deus que daqui a um ano, eu sente nessa mesma cadeira, olhando pra mesma mureta e que não me sinta só na minha companhia. Que eu me baste.
Com amor de alguém que está perdida, mas procurando o caminho de volta
F.
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Às vezes a gente esquece da gente sabe. E quando isso acontece tudo da errado, o café fica fraco, a piada fica ruim, você se queima tentando cozinhar, esquece de ligar pra mãe. E nem os gritos dela, no telefone te fazem lembrar de quem você era e você fica perdido dentro de si e nem Tebas venceria esse labirinto que é ser. Mas sinceramente, melhor do que café no ponto, piada boa e fazer a comida mais gostosa é lembrar de quem você era… E tomara que eu lembre, tomara que eu consiga lembrar de quem eu era antes de tudo ter acontecido. Porque é o que eu mais busco em mim mesma nesse labirinto chamado ser.
Biimartins
[inspirado nos textos de Gabisteca]
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cartas que eu te mandaria caso estivéssemos nos falando— parte VI
Oi S.,
Venho percebendo como toda sexta feira a noite eu chego em casa e penso: essa semana foi foda. E toda semana tem sido. É muito trabalho, tem a criança, o pai sem noção, meus pais, minhas próprias questões... tenho me dado prazos e marquei na agenda que vou descansar dia 1 de janeiro. Decidi desligar o celular dia 31 e ligar só dia 2 de janeiro e também que não vou responder pelo meu próprio nome, pra falar comigo tem que falar “ow você” que só assim vou responder.
Hoje cheguei tarde do trabalho, depois de uma reunião de duas horas, nessa casa que eu moro mas não é minha — e eu não aguento mais nem ter uma casa. Aparentemente todo mundo que mora aqui estava incomodado comigo e não ganhei nenhum “boa noite” e sabe, eu me senti tão sozinha... Acho que essa semana, esse foi o sentimento que mais permeou meu coração: de estar só. E isso pra mim um dia já fez sentido e eu gostava, mas agora isso doeu bem lá na fundo. Acho que hoje eu só queria ter alguém pra sentar, tomar um vinho, falar de amenidades, traçar planos pra um futuro pós pandemia que provavelmente nem saíram do papel, mas eu só queria ter esperança em alguma coisa sabe? Queria dar um abraço, assistir alguma série boba deitada no peito de alguém e dormir no meio do terceiro episódio. Pensando nisso tudo, vi que nessa vontade você já não se encontrava mais. Não era você que eu queria que estivesse aqui. E ao mesmo tempo que isso me deu um alivio me bateu um desespero, você ainda me dói tão forte que ainda não consigo ouvir minha música favorita porque você amaldiçoou com memórias de nós dois, mas ao mesmo tempo não consigo me imaginar mais do seu lado. Será que isso é seguir em frente e superar? Se você souber, você me fala?
Com um amor de alguém que nessa sexta feira queria um carinho —mas não seu,
F.
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cartas que eu te mandaria caso estivéssemos nos falando— parte V
Oi S.,
Já fazem duas semanas que eu não durmo direito porque minha cabeça fica rondando em círculos e calculando todo e qualquer passo que eu vou dar. Essa noite consegui dormir um pouco depois de desabafar com alguns amigos e receber um conselho que era o seguinte “sempre que acordar, pensa que esse vai ser o melhor dia da sua vida”. Parece piegas e clichê né? Mas a essa altura é só isso que me restou.
Acordei hoje sem muita vontade de viver e me forcei a acreditar que o dia de hoje seria um dia bom. Não o melhor, mas seria bom. Tudo estava no lugar até que no caminho do trabalho, minha amiga me disse que tinha te visto naquele boteco que costumávamos ir juntos. Senti um frio na espinha e minha primeira pergunta foi se ela tinha certeza que era você, e ela disse que sim. A segunda, inevitavelmente, era se você estava sozinho. E estava. E isso ficou na minha cabeça, porque afinal, você tinha se mudado pra tão longe, nunca mais tinha voltado pro bairro e justo naquele dia que ela foi no boteco você tava lá. Que tipo de sinal é esse que Deus tá tentando me mandar?
Você certamente diria que nenhum, “porque Deus não existe”, mas você sabe que eu não sou cética como você. Mas porque bosta, justo no dia que eu decidi que seria bom, eu descubro que você tá rondando pelo bairro, correndo o risco da gente se trombar numa esquina qualquer?
Depois de tantos questionamentos internos, você sabe o que eu fiz? Decidi que o dia seria bom mesmo assim. Te dar esse poder de tirar alguma coisa de mim seria mais um triunfo pra você e isso você não vai ter mais.
Se hoje você me perguntasse como eu estou eu te diria que estou bem. Estou magoada e não acho que isso vai passar tão cedo, mas pra você, eu vou estar sempre bem porque no fim das contas, você não se importa com isso.
Com o amor próprio de alguém que sabe que vai ficar tudo bem,
F.
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cartas que eu te mandaria caso estivéssemos nos falando— parte IV
Sabe o que eu acho engraçado disso tudo?
Como se conhecer tem um gosto amargo. Como finalmente perceber os padrões que a gente segue tem um gosto estranho e diferente. E desde que você foi embora tenho cada vez mais reconhecido esse tipo de coisa em mim.
Descobri do meu jeito agressivo quando quero carinho. De como eu sempre tenho que estar no controle das situações e como tenho te procurado em outras pessoas. Pra conseguir me envolver com alguém, ela tem que ter pelo menos um traço seu: seja seu humor ácido, o pessimismo travestido de realismo, o veio politico latente, os papos filosóficos, o jeito carinhoso, as tatuagens nas mãos, o braço nem tão forte nem tão magro, a vontade de não viver mais... Alguma coisa sua tem que ter. E me peguei pensando até onde essas coisas são coisas que eu-realmente-gosto-numa-pessoa ou se é você que tô procurando por aí desde que te perdi.
Tudo tem sido meio nebuloso. Eu juro para você que quando a gente se encontrou eu sabia exatamente quem eu era e quem eu queria ser. Sabia do que eu gostava e do que eu não gostava e hoje, eu já não sei mais. Desde que você foi embora me vi reproduzindo esses padrões que eu já tinha quebrado. Me vi me reencontrando em relacionamentos passados e me relacionando com pessoas que hoje ja não fazem mais parte de quem eu sou. No fim de tudo isso, comecei a me questionar: Será que é você que eu tô procurando ou é a mim mesma? No fim das contas, tem sido solitário.
com um amor perdido no tempo e no espaço, de quem não é sua e nem minha,
F.
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cartas que eu te mandaria caso estivéssemos nos falando— parte III
Oi S,
Hoje eu acordei com o choro entalado na garganta, como um caroço de azeitona preso, que toda vez que eu tentava engolir, ele tava ali. Me tranquei no banheiro algumas vezes e me obriguei a desentalar mas não conseguia.
Eu ainda não sei o que dói: se foi o que você me fez passar, se é ter sido enganada, se é sentir sua falta ou se é saber que você não existe mais. Talvez seja tudo isso ou talvez não seja nada. Porque não sentir nada dói e não sentir nada por você é completamente devastador.
Já fazem 3 meses que você foi embora, tem dias que parece que faz um ano mas a uma semana, todo dia, parece que foi ontem. Não sei se um dia vou entender o que foi que aconteceu, não sei também se vai fazer de alguma diferença.
Com um amor de quem já se foi mas continua aqui,
F.
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cartas que eu te mandaria caso estivéssemos nos falando— parte II
Hoje criei um universo paralelo onde a gente se falava e eu tava tudo bem com isso.
A gente conversava e você perguntava como tinha sido minha semana. Nessa hora foi que comecei a chorar. Essa semana foi foda. Todo dia passou devagar e eu me enfiei no trabalho todos os dias pra não pensar em você. Tive jornadas de 12 horas e no fim do dia, esgotada ainda chegava em casa e sentava na cama e pensava que você se estivesse aqui diria que eu tava extrapolando e que precisava descansar. Peguei dois freelas, pra não ganhar nada. Trabalhei sábado 13horas e domingo mais 10h e no fim do dia, sentada no sofá sabia que se você estivesse aqui diria preu não fazer uma coisa dessas, que eu tenho que valorizar meu trabalho e parar de me sabotar. No telefone, você teria me dito as mesma coisas. Eu te perguntaria do seu trabalho e você me diria que tava tudo bem mas que tinha muita demanda. Eu sei que você estaria trabalhando como eu, inesgotavelmente porque o peso da vida é demais pra você e sempre foi.
Nessa viagem, lembrei de tudo que eu era antes de te conhecer. Na luz que eu tinha, nas minhas certezas, na segurança que eu tinha em saber quem eu era. Lembrei de todo pedacinho que deixei em você, lembrei da minha entrega, que pra você certamente não quis dizer muita coisa. Você nunca quis ouvir o que eu tinha pra dizer olhando no teu olho, você nunca me deu espaço pra surtar na sua cara e dizer o quanto era injusto e o quanto doía no lugar mais profundo que tem aqui dentro tudo que você me disse, tudo que você fez.
Eu te dei tanto S, tanto. E acho que foi aqui que eu me perdi. Mas você sabe, que ainda nessa viagem foi que cheguei a conclusão de que ninguém tem o poder de tirar da gente nada. E de que eu não podia acreditar nessa narrativa onde você, logo você, tirava de mim a capacidade de amar. Eu amo tanto. Amo muito. Amo minha filha, minha família, meus amigos, amo comer quando to com fome —e sem fome também, amo a brisa que bate no rosto quando a gente tá na estrada de vidro aberto, amo o barulho que a madeira faz de noite quando dilata, amo noites de verão que a gente pode andar sem casaco na rua, amo ouvir rocknroll dirigindo e cantar tão alto que fico sem voz e sabe? eu amo viver. Embora seja foda, difícil. Embora a vida dê umas rasteiras na gente, embora a gente não seja herdeiro e tenha que trabalhar muito pra ter uma vida minimamente estável, embora o destino nem sempre nos leve onde a gente queria ir, eu amo o privilégio de estar viva. E isso você nunca entenderia, porque você não sente prazer na vida. Você nunca seria feliz ao meu lado porque essa felicidade te incomoda.
Você não tem o poder de tirar nada de mim, como não tirou. Hoje eu sou outra pessoa. E eu vou viver esse novo eu e agradecer todos os dias por estar viva porque no fim é só isso que importa. Com amor de alguém que sabe o que é isso,
F.
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cartas que eu te mandaria caso estivéssemos nos falando— parte I
Essa semana senti teu cheiro na hora que sai do banho. Fechei os olhos e lembrei de você chegando: tocando a campainha, eu abrindo a porta, você olhando pra baixo e assim que levantava seu olhar me sorria como quem dizia "que bom que você existe". Cutuquei umas memórias pra testar até onde doía. Não sei mais que tipo de dor é essa, não é como antes mas ainda incomoda.
Fui pro meu quarto e vi minha calça jogada no chão e te vi sentado na cama olhando para mim e dizendo como eu era bagunceira mas que estava tudo bem, você recolheria minha calça quantas vezes fosse preciso. Pisquei o olho e calça ainda tava ali no chão. Peguei, dobrei e guardei.
Essa semana passou com uma saudade que estava sempre ali, batendo quando eu parava de trabalhar, pra fumar um cigarro ou ao ouvir uma música.
As vezes sinto como você tivesse morrido.
To sentindo sua falta. Com um amor dolorido de alguém que já foi completamente sua e hoje não é mais.
F.
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Antes de te encontrar
Eu era dona de mim
Dona do meu destino
Das minhas vontades
Quando você chegou
Você abriu a porta e te deixei entrar
Você sorrindo de lado
Parado ali tentando me impressionar
Sabia que não precisava dizer não
Você pode tirar sua armadura, eu disse
Não precisa me falar sobre os livros de filosofia que você lê
E nem sobre como a economia pós moderna vai nos matar
Queria saber quem era você
Por trás de tudo aquilo
Qual música você ouvia quando estava triste
Qual filme você assistiu e te emocionou
O que foi que fez você ser quem você era
Sua história
Onde você foi feliz e onde foi triste
Fui tirando camada
Por camada
E tirando as minhas também
Nunca quis ser alguém que eu não fosse
Eu gosto de neurociência
Mas assisto reality show
Leio sobre política
Mas também assino a Glamour
Eu sou um pouquinho de tudo
Te entreguei toda minha história
Onde passei os últimos anos
Das prisões que vivi
Das angústias que eu sofria
E você abraçou tudo aquilo
Me amou por quem eu era
Com uma filha crescida
Uma família mineira
Um ex abusivo
Você me deu espaço
Me deu uma perspectiva de futuro
Juntos começamos a construir
Tijolo por tijolo
Sonho por sonho
Nosso casamento em Prumirim
(Em Janeiro porque queríamos que fosse calor)
A lua de mel na costa amalfitana
A música que tocaria quando nós beijássemos no altar
A decoração boho da nossa casa
As viagens de fim de ano
O nosso carro com ar condicionado
Sonho por sonho
E de repente
Do dia pra noite
Você não me ama mais
A gente já não tem mais nada em comum
Nossos planos pro futuro não são mais os mesmos
Aquele prato que eu fazia que você gostava
Ja não tinha mais o mesmo sabor
Na segunda feira você sentia saudade
Na quinta feira você me pediu pra ir embora
Levando todos os meus sonhos
Minhas certezas
Minha armadura
Que com tanto carinho
Tirei pra você
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De todas as coisas que você me tirou: minha casa, minha estabilidade, meus planos pro futuro, minha habilidade de confiar em alguém, meu espaço de fala e de sofrimento... a que mais dói foi a paz de poder ser quem eu sou sem ser uma projeção do que você queria que eu fosse.
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Cada palavra que você me disse estão presas em mim, como uma farpinha no dedo. As vezes eu esqueço, mas quando eu menos espero, eu esbarro em alguma coisa e a dor aparece. É como se ela nunca fosse embora.
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