Tumgik
Text
Estudos Culturais
Com foco no projeto político da correção política (aproximando da esquerda) e teoricamente focando na interdisciplinaridade dos futuros, se fundaram os Estudos Culturais. Considerando a sociedade moderna, a interdisciplinaridade caracteriza os Estudos Culturais. Como a constituição da sociedade e seus aspectos culturais, sociais e políticos, são complexos, uma disciplina não consegue abarcar todas as nuances dessa sociedade. Em primeiro momento, os estudos apresentam uma nova percepção de cultura: a cultura não é algo prescrito, mas sim construído. Construído nas relações sociais e dentro de um contexto histórico. Deixando assim, a perspectiva de uma sociedade engessada dentro das classes sociais. Aqui também acredita-se que as ações culturais estão interligadas com as outras ações sociais - como economia, política e ideologia. Nessa escola, os estudos negam que os meios de comunicação de massa são apenas manipuladores da massa alienada. Não considerando os indivíduos massificados, como meros seres manipuláveis, os estudos culturais enxergam a mídia como reprodutores sociais. Isso acontece quando a mídia se desenvolve para se adequar aos eventos sociais, logo a mídia cria uma estabilidade social e cultural. Na escola, Stuart Hall interpreta a mensagem televisiva de três formas. Sendo elas, a primeira: dominante ou preferencial, ocorre quando a decodificação acontece como o planejamento pelo emissor. A segunda: negociada, quando o receptor coloca seu repertório para negociar com a mensagem do emissor. E a terceira: oposição, quando o emissor decide compreender a mensagem de maneira diferente da resposta.
0 notes
Text
Escola Latino-Americana
Observando os estudos da comunicação, num contexto global, a América Latina não figurou uma parte muito relevante em relação aos outros estudos da área. Contudo, é bem importante para nós, enquanto comunicólogos latino-americanos, compreender como o processo comunicacional se deu no contexto social e geopolítico, o qual nos encontramos. Não existe um consenso quanto à divisão cronológica dos estudos da comunicação na América larina, contudo aqui vamos dividir esses estudos em três momentos. Sendo eles: 1ª Fase: Influência Estadunidense A partir do programa Aliança para o Progresso, em 1959, no Equador, foi criado, pelo governo Kennedy (EUA), o CIESPAL (Centro Internacional de Estudos Superiores de Periodismo para a América Latina) com o intuito de desenvolver os países subdesenvolvidos da América Latina. Esse programa tinha como intuito desenvolver o difusionismo nos países, pois acreditava-se que, para um avanço social / cultural, era necessário desenvolver essas nações a partir da teoria da modernização. O que é Difusionismo? O difusionismo é a junção da teoria funcionalista (comunicação de massa) + teoria da modernização (entende países subdesenvolvidos como não civilizados e carentes de uma “modernização” social e econômica). Em outras palavras: imperialismo.   2ª Fase: Protagonismo Latino-Americano A segunda fase da escola se inicia com as críticas feitas ao modelo difusionista, e com a mudança de direção do Ciespal (focando em uma comunicação popular e pesquisa participante).  “Pode se perceber, na dinâmica que marcou os anos 1970, duas vertentes distintas e articuladas:a) um trabalho de crítica tanto a presença e influência dos interesses norte-americanos nas práticas e nos produtos veiculados pelos meios de comunicação dos latinos-americanos, como a teoria funcionalista da comunicação e ao modelo transmissivo;b) o desenvolvimento de um marco teórico próprio, voltado para o estímulo de novas práticas comunicativas, de caráter horizontal.”(França, p168) Nessa fase são criados dois dos conceitos mais importantes dos estudos da escola Latino Americana. Sendo eles o Imperialismo Cultural e a Comunicação Horizontal. O que é o Imperialismo Cultural? Essa vertente visa criticar as ações estadunidenses dentro do campo comunicação, social e político. Observando que os Estados Unidos propagavam sua ideologia sem pudor algum, os estudiosos da escola latino-americana faziam fortes críticas à manipulação feita pelos EUA. Aqui também foi levantado a teoria da dependência onde explicava que, os países desenvolvidos, criando uma dependência econômica em países subdesenvolvidos, consequentemente conseguiam estabelecer uma dependência cultural e política. O que é Comunicação Horizontal? Em meados dos anos 80 e início dos anos 90, a escola latino-americana modificou suas perspectivas sobre a comunicação. A comunicação não é apenas sobre os meios de comunicação, rádio, tv, publicidade, entretenimento de massa. A comunicação é um campo gigantesco, onde os meios são, de fato, mediadores da comunicação. Aqui é diferenciado a comunicação (troca de informações) e informação (unilateral), onde compreende que a comunicação é o diálogo. Também é compreendido o conceito de incomunicação que se baseia na falta de acesso aos meios de comunicação e, logo, a comunicação. Depois dos estudos, era hora de colocar a comunicação horizontal em prática. Para isso os estudiosos voltaram os seus olhos para os meios de comunicação alternativos e independentes. 
“como as rádios mineiras na Bolívia, os trabalhos de Mario Kaplún no Uruguai, de educação e comunicação popular tanto no rádio como na televisão, além de outros exemplos.”(França, p176)
Contudo essas duas perspectivas não surtiram os efeitos almejados. Levando alguns autores a proclamarem que todo esse esforço não serviu de nada, fora um completo fracasso.
“Todo este enorme trabalho deve ser qualificado hoje, com lucidez, como um fracasso”.(apud Berger, 2001,p 272).
  3º Fase: Mediações Entrando na terceira fase, a mediação e cultura; a perspectiva se aproxima do modelo praxiológico, descentraliza a comunicação, como referente aos meios de comunicação, e começa a se atentar para as interações sociais de maneira mais assertiva. Aqui tem como foco as mediações e a cultura híbrida, onde não se prende às críticas à cultura de massa. O que são as mediações? As mediações são as experiências das nossas vidas que constroem quem somos.  O que é a cultura híbrida? Já aqui, Nestor Garcia, acredita que as expressões culturais latino-americanas não simplesmente puras (sem influência colonial), nem popular / massiva demais (completamente colonizada) mas sim híbrida. 
0 notes
Photo
Tumblr media
Escola de Chicago
Item 1 - Vera França (2015) faz uma contextualização da Escola de Chicago. Nessa contextualização ela evidencia o olhar interacionista, como essa escola se voltava para os acontecimentos da cidade de Chicago e como isso se desenvolveu.
"Os estudos de Chicago foram marcados pela temática do urbano, da presença do imigrante, da desorganização/reorganização social e dos processos de aculturação. Um traço fundamental dessa sociologia é o tratamento da questão dos valores, a ênfase no significado da ação para os indivíduos."
Item 2 - Um grande contribuinte, para os estudos da escola de Chicago, é Robert Park. Ele tinha uma visão da cidade - visto que a escola observava o campo das interações dentro da cidade de Chicago - dentro de um grande contexto, como uma grande civilização. Observava o meio ambiente da cidade.
Dentro da perspectiva de Parker os meios de comunicação são mediadores. Os meios de comunicação deixam de ser apenas transmissores e passam a ser mediadores. Dentro desse pensamento os meios ajudam a construir a sociedade como ela é. São fios que completam a grande teia que é a sociedade.
Item 3 - Outro autor influente na escola de Chicago foi George Herbert Mead. Dentro de seus estudos ele aponta três conceitos que formam a sociedade em que vivemos. Esses três conceitos são: sociedade, self e mente.
- Sociedade: uma vida em conjunto humano, onde respondemos a ação de outros indivíduos. Dessa maneira a sociedade é uma grande interação humana. Não apenas simples respostas ao comportamento do outro, mas uma relação com o outro. E essa relação se dá quando partilhamos da mesma linguagem, conhecemos os mesmos símbolos. - Self: relação com o si. Dentro dessa perspectiva é conseguir se relacionar com você mesmo. Nesse âmbito existem dois tipos de self : “eu mesmo” e “mim”. O “eu mesmo” se refere ao espontâneo. Já o “mim” se refere a contextualização das expectativas exteriores a minha pessoa. - Mente: a ação de falar com o interior, a mistura do espontâneo com a expectativa exterior formulam a mente.
Itens 4 e 5 - Herbert Blumer, também da escola de Chicago, deu continuidade aos estudos do seu mestre Mead. Segundo Blumer, o interacionismo simbólico está sustentado em três pilares - os seres humanos agem no mundo fundamentando-se nos significados que estes lhe oferecem; os significados de tais elementos são provenientes ou provocados pela interação social que mantém com as demais pessoas; tais significados são manipulados por um processo interpretativo.
- Os seres humanos agem no mundo fundamentando-se nos significados que estes lhe oferecem: “os significados dos elementos que nos cercam e nos afetem são fundamentais. São eles, os significados, que provocam os comportamentos. Nossa ação é pautada pelo sentido que atribuímos às coisas ou indivíduos com os quais atuamos.” ( França, Vera. p.97)
- Os significados de tais elementos são provenientes ou provocados pela interação social que mantém com as demais pessoas: “Nem os significados estão nas coisas, nem são produto de uma cabeça; eles são resultados das interações. São construídos no âmbito das relações estabelecidas entre os sujeitos - pelo embate das diferentes intervenções dos indivíduos, pelo choque e pelo entrelaçamento das múltiplas subjetividades.”(França, Vera. p.98)
- Tais significados são manipulados por um processo interpretativo: “Os indivíduos que agem no mundo baseados em significados não apenas constroem juntos, no âmbito das interações que se estabelecem, esse significados, como os submetem à interpretação. O processo nem está centrado nos indivíduos, nem no social - mas nos sujeitos em interação.”(França, Vera. p.98)
Além desses três pilares, para Blumer, o interacionismo simbólico está sistematizado em seis aspectos. Esses aspectos são especificidades dentro do quadro apresentados acima. A partir da percepção de Blumer o interacionismo simbólico é muito parecido com o paradigma praxiológico.
Item 6 - Outro pensador da escola de Chicago foi Goffman. Ele desenvolve uma percepção diferente. Onde os sujeitos se comportam como os padrões da sociedade determinam e  formam a sociedade a partir de interações. Porém essas interações não são totalmente livres e isentas.
- “ Nesse sentido, sua análise tem um cunho mais conservador(imobilista) das interações( elas são o lugar de reprodução, e não da produção da vida social), e os indivíduos-atores são menos “sujeitos” de sua ação. A concepção de construção mútua indivíduo-sociedade se perde na sua análise, e o que vem é o grande peso do social.” (França, Vera. p.106)
1 note · View note
Text
Paradigma Informacional
O paradigma informacional é um esquema organizador que foi utilizado para o desenvolvimento de teorias no campo cientifico da comunicação. (França, 2001)
O modelo informacional é um sistema baseado em estudos anteriores que tinham como comum objetivo: melhorar a velocidade de transmissão da mensagem, atenuar condições de distorções ou ruídos e promover o rendimento do processo de transmissão da informação.
Primeiramente, para se compreender o modelo comunicativo do paradigma da informação, é importante perceber que as origens desse esquema estão atreladas aos estudos técnicos das engenharias das telecomunicações anteriormente desenvolvidos. Um exemplo dos estudos que fundamentaram o modelo informacional são os tópicos desenvolvidos por Nysquit (1924), já que esse trabalho observava a velocidade de transmissão das mensagens telegráficas e possíveis estratégias para otimizar esse aspecto. Outros exemplos são os estudos de Hartley (1928) - que objetivava medir a quantidade de informação transmitida nos processos comunicativos disponíveis -, e a teoria matemática de Shannon e Whever (1948) que, posteriormente, se constitui como principal alicerce do paradigma informacional. Nesse contexto, vale verificar que o termo "comunicação", enquanto anterior aos estudos promovidos pelo paradigma informacional, exia da ideia de compartilhar. Esse cenário foi alterado, uma vez que a atribuição do sentido de transmitir foi vinculado e elaborado. Esse fato pode ser ilustrado com o distanciamento da percepção da comunicação como uma esfera sociológica, e isso, em virtude da promoção da visão técnica dos processos comunicativos. Desse modo, mais uma vez, é possível perceber a influência da concepção tecnológica do estudo sobre os sistemas de comunicação.
Em segundo lugar, podemos verificar que o esquema do paradigma informacional transita na transferência de informação de uma fonte para um destinatário. O cenário de aplicação desse esquema é vasto e possivelmente disseminado em diversas áreas. Esse aspecto da teoria matemática foi uma das características que permitiram seu desenvolvimento em um paradigma. Isso pode ser afirmado, já que esse modelo pode fundamentar configurações de comunicação entre máquinas, máquina e humano e entre humanos. A comunicação entre máquinas - ou aparato homeostásico -, pode ser exemplificada como medidores de temperatura. Cenários comunicativos entre seres humanos e máquinas são ilustrados, por exemplo, por painéis informativos. Esse modelo se concentrou nas questões da nitidez da transmissão da informação, "visto que a principal finalidade operativa da teoria de informação da comunicação era justamente a de fazer passar pelo canal o máximo de informação com o mínimo de distorção e a máxima economia de tempo e de energia" (Wolf, 1987, p111).
Alguns termos são importantes alicerces do paradigma informacional. Esses alicerces permitiram o distendimento do modelo e a progressão dos estudos. O ruído é um desses termos, e esse contexto pode interferir na nitidez da transmissão do conteúdo. As modificações nas cadeias de transmissão tinham como finalidade corrigir os defeitos e aperfeiçoar o rendimento da transmissão da informação. Outro termo importante é o código. Segundo Mauro Wolf (1987, p111) o código é um "sistema de regras que atribui a determinados sinais um determinado valor". É importante ressaltar que o termo "valor" é utilizado considerando configurações de comunicação entre máquinas, já que não é possível que uma máquina assimile o significado de um sinal. Ademais, o código está atrelado à possibilidade de decodificação, interpretação da informação.
Para o destinatário possa compreender o sinal no modo exato, é necessário que tanto no momento da emissão quanto no momento da destinação, se faça referência a um mesmo código. O código é um sistema de regras que atribui a determinados sinais um determinado valor. (Eco, 1972, p.11)
Diante disso, um indivíduo mais atento pode perceber que o teórico da informação está mais "interessado no modo mais econômico de transmitir os próprios sinais, sem criar ambiguidade e neutralizando ruídos no canal ou erros de transmissão" (Eco, 1984, p, 264). A predominância do paradigma da informação nas pesquisas em comunicação, segundo Mauro Wolf, transita primeiramente na fácil difusão e aplicabilidade do modelo - já que existe um afastamento das esferas conceituais e a possibilidade de análise de diversas situações comunicativas a partir do paradigma. Além disso, o análogo esquema transmissivo e linear desenvolvido também pela Escola Americana e o aproveitamento do paradigma informacional nos estudos dos efeitos desenvolvidos pela 'communication research' também contribuíram para a tendente utilização do modelo. Os estudos da Teoria Crítica e a elaboração do conceito de indústria cultural também podem ser analisados como contribuíntes nesse cenário, uma vez que através dessa esfera, a sociedade é vista como uma ferramenta representativa, a mimetização do que as classes dominantes exigiam.
Dessa maneira, a comunicação continua engessada dentro do campo transmissivo e linear. Visto que as massas apenas respondem a estímulos da indústria cultural. (Wolf, 2008)
Apesar da intensa adesão do modelo informacional e da extensa utilização do trabalho desenvolvido por essa esfera, falhas foram visualizadas e promovidas quando o paradigma era aplicado em cenários mais amplos. O modelo informacional não permitia a aplicação de seus sistemas em situações que se preocupavam também com questões intelectuais e significativas. O paradigma informacional deixa de lado a real perspectiva da comunicação: o significado das mensagens, a relação com outros indivíduos e quais efeitos provocam nas massas. Essas características alimentaram várias críticas direcionadas ao modelo. Entretanto, assim como afirma Vera França, a ineficiência desse paradigma em certas aplicações proporcionou o desenvolvimento de outros paradigmas subsequentes.
Em outras palavras, o caráter simplificador do modelo transmissivo da comunicação encontra sua positividade ao desencadear novas buscas; é a insatisfação com o instrumental teórico disponível (ou sua incapacidade para dar conta dos desafios doconhecimento) que suscita novas buscas. (França, 2003. p.39)
Por fim, podemos visualizar como o modelo informacional é extremamente importante para a compreensão de estudos e teorias desenvolvidos na esfera da comunicação. Como afirma Oliveira (2020), o paradigma informacional foi o primeiro paradigma do campo da comunicação. Por isso, a influência dos conteúdos desenvolvidos por esse modelo e através desse modelo, são extremamente importantes e aplicáveis no estudo das teorias vinculadas aos campos comunicacionais.
1 note · View note
Photo
Tumblr media
2 notes · View notes