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Albert Einstein e Walter White entram num bar...
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Filme: Youth (2015) Realizado e Escrito por: Paolo Sorrentino
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Emoção e Sentimento
Sem excepção, homens e mulheres de todas as idades, culturas, níveis de instrução e económicos têm emoções, atentam para as emoções dos outros, cultivam passatempos que manipulam as suas emoções e em grande medida governam as suas vidas procurando uma emoção, a felicidade, e procurando evitar emoções desagradáveis. À primeira vista, não existe nada caracteristicamente humano nas emoções, pois é claro que numerosas criaturas não humanas têm emoções em abundância; entretanto, existe algo acentuadamente característico no modo como as emoções vincularam-se as ideias, valores, princípios e juízos complexos que só os seres humanos podem ter, e é nessa vinculação que se baseia a nossa sensata percepção de que a emoção humana é especial. (…) Alguns leitores podem ficar intrigados com a distinção entre “sentir” e “saber que temos um sentimento”. O estado de sentir não implica, necessariamente, que o organismo que sente tem plena consciência da emoção e do sentimento que estão a acontecer? Estou a supor que não, que um organismo pode representar em padrões neurais e mentais o estado que nós, criaturas conscientes, denominamos sentimento, sem jamais saber que existe sentimento. É difícil conceber essa separação, não apenas porque os significados tradicionais das palavras bloqueiam a nossa visão, mas porque tendemos a ter consciência dos nossos sentimentos. Contudo, não há evidência alguma de que temos ciência de todos os nossos sentimentos, mas há muitos indícios de que não. Por exemplo, em determinada situação, com frequência damo-nos conta, de repente, de que estamos ansiosos ou inquietos, satisfeitos ou descontraídos, e é evidente que o estado de sentimento específico do qual tomamos conhecimento nesse instante não começou no momento em que foi conhecido, e sim algum tempo antes. Nem o estado de sentimento nem a emoção que conduziu a ele se tinham manifestado “na consciência”, e mesmo assim estavam a ocorrer como processos biológicos. Essas distinções podem parecer artificiais à primeira vista, embora o meu intuito não seja complicar algo simples, mas dividir algo muito complexo em partes mais facilmente abordáveis. Com o propósito de investigar esses fenómenos, separo três estágios de processamento que fazem parte de um continuum: um estado de emoção, que pode ser desencadeado e executado inconscientemente; um estado de sentimento, que pode ser representado inconscientemente, e um estado de sentimento tornado consciente, isto é, que é conhecido pelo organismo que está a ter emoção e sentimento. Creio que essas distinções são úteis quando tentamos imaginar os fundamentos neurais dessa cadeia de eventos que ocorrem nos seres humanos. Além disso, imagino que algumas criaturas não humanas que exibem emoções, mas que provavelmente não têm o tipo de consciência que possuímos, podem muito bem formar as representações que denominamos sentimentos sem saber que fazem isso. Alguém poderia sugerir que talvez devêssemos ter uma outra palavra para designar os “sentimentos que não são conscientes”, mas não temos nenhuma. A alternativa mais aproximada é explicar o que queremos dizer. Em suma, a consciência tem de estar presente para que os sentimentos influenciem o indivíduo que os tem, além do aqui e agora imediato. A relevância desse facto — de que as consequências supremas da emoção e do sentimento humano giram em torno da consciência — não foi adequadamente aquilatada (a estranha história das pesquisas sobre emoção e sentimento, mencionada adiante, possivelmente é a causa dessa negligência). A emoção provavelmente havia se estabelecido na evolução antes do aparecimento da consciência, e emerge em cada um de nós como resultado de indutores que com frequência não reconhecemos conscientemente; por outro lado, os sentimentos produzem os seus efeitos supremos e duradouros no teatro da mente consciente (…) António Damásio, neurologista e neurocientista in “O mistério da consciência: Do corpo e das emoções ao conhecimento de si”
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‘The Lobster’ estreia nos cinemas portugueses a 19 de Maio
Spoiler Alert
O novo filme do grego Yorgos Lanthimos esteve em ante-estreia no último dia do IndieLisboa 2016 e prepara-se agora para estrear oficialmente nas salas portuguesas, a 19 de Maio. O realizador grego tinha já ganho atenção internacional em 2011 quando o seu Dogtooth esteve na corrida para ganhar o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro. Ao contrário do seu último filme, que deixava grande espaço interpretativo à medida que também nos ia revelando o seu mistério, The Lobster prende-nos à tela logo à partida com uma premissa onde o bizarro e o absurdo se unem como o veículo de excelência para uma sátira aos relacionamentos modernos.
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O filme volta a ter como pano de fundo um contexto distópico, bem ao estilo do realizador. Nesta tragicomédia melodramática cheia de elegância e subtileza de escrita e performances, os solteiros são vistos como párias para a sociedade. Como tal, são enviados para um hotel onde têm 45 dias para encontrar um parceiro. Caso não consigam, transformar-se-ão num animal à sua escolha após esse período.
Se o caminho trilhado por Lanthimos, co-escrito com Efthymis Filippou com quem Yorgos já tinha colaborado nas duas longas-metragens anteriores, neste surrealismo argumentativo não adivinhasse já algum humor à mistura, rapidamente ele se estabelece e dá o mote para todo o filme quando à chegada ao hotel, David (Colin Farrell), quando lhe perguntam pela sua preferência sexual contrapõe sorumbático com “a opção de bissexual está disponível?”.
Dentro desse grupo de idiossincráticos infortunados e solteirões que dão entrada no hotel estão, além de David, deixado após doze anos de relacionamento, John C. Reilly e Ben Wishaw num grupo que parece ter nas suas peculiaridades físicas as suas características mais distintivas. Nada mais propositado. Yorgos Lanthimos parece querer de alguma forma dar especial relevo, nesta sua critica social, à “nossa” busca permanente por outro alguém com quem partilhemos os mesmos gostos e características. Os personagens são propositadamente “catalogados” conforme as suas debilidades identificativas. Não somos todos rotulados um pouco pelas nossas subtilezas distintivas? Aqui esse ponto é reforçado pelas vozes narrativas que ao longo do filme nos levam obrigatoriamente a reparar nas mesmas.
A procura de parceiro romântico deixa de ser uma escolha arbitrária (se é que alguma vez o foi) para uma decisão forçada e dependente de atributos semelhantes aos nossos. Para ganharem dias extra na busca por um parceiro podem ir para a floresta caçar “solitários” (pessoas que se recusam por um ou outra razão a arranjar parceiros). Não conseguindo ser compatível com uma parceira, David dá por si a juntar-se ao grupo anárquico de “solitários” liderados pela actriz Léa Seydoux. Mas é aí que encontra uma fabulosa Rachel Weisz e é com ela que, um personagem tão “à parte” de tudo até então, cria laços e mostra finalmente alguma emotividade.
Tal como nos seus trabalhos anteriores com um condão fortemente satírico, é assinalável a capacidade de Yorgos Lanthimos para reinventar a forma de contar a história, deixando sempre o seu toque inconfundível. Mais uma vez, não há espaço reservado à sanidade e ponderação neste trabalho do realizador que não se coíbe de experimentar novas fórmulas narrativas. Em The Lobster, Lanthimos extravasa o minimalismo das obras anteriores ao desviar-se da atmosfera claustrofóbica criada em ambos para nos inserir com sucesso num tipo de filme distinto, mais ritmado e provocativo (mordaz até) com momentos de humor negro fabulosos. Se antes nunca tivemos a oportunidade de denotar esta veia mais humorística do realizador, ao sermos confrontados com ela conseguimos logo apontar de imediato o seu cunho inconfundível.
Um dos (muitos) pontes fortes do filme é sem dúvida o tímido e pouco atraente personagem de Colin Farrell. De bigode, inseguro e desmazelado na aparência, o actor irlandês desempenha na perfeição o romântico idealista e solitário, desprovido até certo ponto de qualquer prazer pela vida. Uma interpretação assinalável, que não se leva excessivamente a sério e que por isso ganha a nossa simpatia.
O desdém de Yorgos Lanthimos pelo convencional Hollywoodesco continua a oferecer-nos algumas das obras e conteúdos cinematográficos mais interessantes ao mesmo tempo que nos dá a explorar contextos bizarros que assustadoramente parecem não fugir a uma realidade que é apenas “exagerada”, a fazer lembrar algumas obras de Luís Buñuel. A riqueza de simbolismos escondidos nos gestos sobrepõe-se ao espaço interpretativo deixado em aberto nos filmes anteriores do realizador. Mas essa abertura de interpretações não desaparece por completo, em The Lobster aparece no final. Será o amor realmente cego ou é o que nos rodeia que nos consome na obrigação de arranjar um parceiro “ideal”? Certo é apenas que The Lobster é um outro tipo de “filme romântico” com estilo próprio chamado Yorgos Lanthimos. Texto de João Vieira
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Três filmes portugueses estreiam esta semana nos cinemas
"Axilas", a última longa-metragem de José Fonseca e Costa, o documentário "Mudar de vida", sobre José Mário Branco, e o filme "Rio Corgo", de Maya Kosa e Sérgio da Costa, têm estreia comercial na quinta-feira, nos cinemas.
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"Axilas" estreia-se seis meses depois da morte do realizador José Fonseca e Costa. O cineasta morreu em novembro, aos 82 anos, quando estava em rodagem esta adaptação de um conto de Rubem Fonseca.
Produzida por Paulo Branco, esta comédia foi concluída e montada por Paulo MilHomens e conta no elenco com Pedro Lacerda, no papel de Lázaro de Jesus, um homem que se deixa levar por uma obsessão sexual com uma violinista, ao mesmo tempo que lida com a morte da avó adoptiva, profundamente católica.
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Na quinta-feira, chega também aos cinemas o documentário "Mudar de vida", de Nelson Guerreiro e Pedro Fidalgo, sobre o músico José Mário Branco, dois anos depois de ter sido apresentado no festival IndieLisboa, de ter feito o circuito de festivais e de ter sido distinguido no MuviLisboa.
"Mudar de vida" começou a ser rodado em 2005, depois de os dois realizadores terem assistido a um concerto de José Mário Branco, na Guarda. Para o filme, o músico acedeu em abrir-lhes as portas de casa, do estúdio, dos concertos, da vida pública e privada.
Mais do que um documentário sobre José Mário Branco, o filme é um retrato sobre a música de intervenção portuguesa e sobre Portugal, como afirmou anteriormente Nelson Guerreiro à Lusa.
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Depois de ter sido premiado no DocLisboa e de ter passado no festival de Berlim, aos cinemas chega ainda "Rio Corgo", de Maya Kosa e Sérgio da Costa, sobre as deambulações de Silva, um forasteiro excêntrico, que anda de aldeia em aldeia.
Nesta caminhada solitária, o Espanhol, como também é conhecido, depara-se com visões que são "uma companhia para ele", disse Sérgio da Costa à Lusa, quando o filme passou em fevereiro em Berlim.
Maya Kosa acrescentou: "Ele falava das visões como se fosse uma coisa muito normal. Ele não tem um lado esquizofrénico, nem está a delirar. Ele gostava do que via, não era uma fonte de angústia".
Os cineastas alteraram o guião diversas vezes, à medida que encontravam novas personagens durante a rodagem.
"Rio Corgo" é o segundo trabalho da dupla que, em 2010, rodou a curta-metragem "Aux bains de la reine", premiada no DocLisboa 2012.
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Texto de Lusa
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Louis Garrel vai interpretar Jean-Luc Godard no cinema
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O realizador francês Michel Hazanavicius (The Artist) está a preparar o se novo filme: Redoubtable. Um romance baseado nas memórias da actriz alemã Anne Wiazemsky. A autobiografia da actriz, Un An Après, conta-nos a história do seu relacionamento amoroso com o cineasta Jean-Luc Godard. Os dois conheceram-se quando a jovem ainda era menor de idade, mas foi apenas em 1967, tinha então a actriz 20 anos, nas filmagens do filme La chinoise que a relação começou.
O actor Louis Garrel vai interpretar o icónico realizador franco-suíço e Stacy Martin (Nymphomaniac) será Anne. Os dois mantiveram a relação amorosa até 1979, mas o filme vai retratar principalmente o fim dos anos 1960, mostrando assim como o relação entre os dois foi influenciada pelas obras que o realizador produziu antes e durante de tudo acontecer. Foi em 1968 que Godard adoptou um discurso mais radical e entrou na chamada "fase revolucionária". Descrito como "uma homenagem a Godard e aos seus filmes" em forma de comédia dramática, Redoubtable já se encontra em pré-produção.
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Realizador de ‘Old Boy’ tem novo filme e vai à conquista do Festival de Cannes
Chama-se 'The Handmaiden' e vai competir no Festival de Cannes deste ano. Vê o primeiro trailer
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Pedro Almodóvar assume as suas responsabilidades no escândalo Panama Papers
Pedro Almodóvar disse que a presença do seu nome nos denominados Panama Papers é fruto da sua ignorância garantindo à TV Castilla-La Mancha sobre que a sua ignorância não deve servir de desculpa, e assume assim as suas responsabilidades.
Vê aqui o vídeo
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Foi divulgado o primeiro teaser da 2ª temporada de ‘Mr. Robot’
Graças ao óptimo desempenho da 1ª temporada, que obteve excelentes críticas e uma excelente recepção por parte do público, a 2ª temporada foi naturalmente anunciada. Sandrine Holt e Michael Maize são novos nomes no elenco. A nova temporada deve estrear entre Junho e Agosto deste ano.
vê aqui o teaser
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Andrew Salgado tem nova exposição em Nova Iorque, e respondeu a algumas das nossas perguntas
Andrew Salgado é um dos artistas dos tempos modernos que mostra que a arte está mais que viva e que a compra e venda de boa arte não é coisa do passado. Através da sua arte tenta mostrar partes do seu percurso de vida ou do seu próprio estado de espírito. Com ainda poucos anos de carreira, Andrew, um artista que para além de incrivelmente único em termos técnicos, sempre se preocupa com retribuir à comunidade o que ela lhe deu, prepara-se agora para inaugurar ‘The Fool Makes a Joke at Midnight’ na Thierry Goldberg Gallery na cidade que nunca dorme.
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Aproveitámos a ocasião para fazer algumas perguntas ao artista, podes ler uma seleção da nossa entrevista aqui.
Comunidade Cultura e Arte: Consideras esta a tua maior exposição até à data?
Andrew Salgado: Cada exposição que faço tem de ser a mais importante. Invisto tudo a cada nova exposição, porque como artistas, somos apenas tão relevantes como as nossas obras mais recentes. Já mapeei mentalmente as minhas exposições para os próximos dois anos, mas sim, neste momento esta exposição é tudo. E daqui a dois meses, a próxima será tudo.
Consideras que Nova Iorque é o melhor sítio no mundo para expores a tua arte?
Certamente que é um sítio fenomenal para expor, e tem uma energia creativa próspera e genial. Mas não acho que devamos falar em termos tão superlativos. É a melhor? Melhor que qualquer outro sítio no mundo? Não necessariamente. Gostava de vir viver para Nova Iorque daqui por uns anos e respirar toda esta energia, mas também aprendi muito ao viver em Londres durante grande parte da última década. As tendências são diferentes em Nova Iorque do que são em grande parte da Europa e experienciei isso em primeira mão, e acho que isso me tornou num artista melhor. Claro que ainda tenho muito para aprender, mas sou uma pessoa porosa, gosto de aprender, não sou arrogante o suficiente para achar que já sei tudo. E depois há a questão da arte que se mostra em sítios específicos. No ano passado fiz uma exposição para Miami chamada ‘A Quiet Man’ e acho sinceramente que ela não teria funcionado em qualquer outro sítio que não Miami. Estou marcado para Lauba na Croácia em 2017 e estou muito expectante em relação a isso. É um espaço brilhante e um novo público e estou realmente ansioso para perceber como o meu trabalho se vai adaptar e mudar em resposta a isso. Estou também em negociações para voltar a expor no meu país natal, o Canadá. Será a minha primeira exposição no Canadá em anos, e vai ser um momento gigante para mim.
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Porque é que esta exposição se chama ‘The Fool Makes a Joke at Midnight’? E qual foi o principal tema ou objetivo que tentaste representar ou atingir com estas telas?
Houve algumas ideias que tive durante o processo criativo para este espetáculo. Mas é sempre estranho porque como artista, o título tem de ser criado antes das obras, e isso pode ser aterrorizador. Mas uma primeira ideia para a exposição foi a de alguém ou algo a operar por detrás de uma máscara, como no Feiticeiro de Oz. Isso desenvolveu-se para algo como uma fachada ou capa, tanto literal como figurativamente, em qual os objetos e pessoas que represento aparecem mascarados, mas também caem na distração por causa da dantesca quantidade de ‘barulho’ nas telas. Em certos aspetos estes trabalhos são sobre tantas outras coisas que não a figura nelas representada. Depois morreu David Bowie enquanto preparava os trabalhos, e encontrei um novo significado para eles, a ideia da tolice da natureza humana, os elementos tragicómicos das nossas vidas, o agridoce, e até ideias de máscaras mortuárias. Há nas obras vários palhaços como metáforas sobre aquilo que todos nós somos, o que soa um pouco banal e cliché mas acho que consegui fazer as coisas funcionar. O próprio título da exposição é uma brincadeira, e acho que a exposição levanta muitas mais perguntas do que as respostas que oferece. Acho que as pessoas se vão divertir muito a explorar as telas num número de níveis: conceptualmente, tecnicamente, formalmente... Será difícil mesmo apenas as pessoas deixarem os trabalhos assentar nas suas mente. Há muita coisa para onde olhar. Queria que fosse algo esmagador em termos de estímulos visuais, e acho que consegui atingir essa meta. É também uma ruptura a nível pessoal. Quem me acompanha sabe que estou sempre a tentar surpreender o público dos meus trabalhos. Não há duas exposições iguais. Estou orgulhoso desta exposição, mas é também a mais carnavalesca. Diverti-me muito a fazê-la, e acho que isso se mostra.
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As pessoas nos teus quadros são pessoas que tu conheces?
São quase todos exclusivamente estranhos. Quase.
Achas que a tua arte mudou nos últimos anos?
Absolutamente. Mas não tenho tempo para artistas que não evoluem. Isso não tem interesse para mim.
Contribuíste recentemente com uma quantidade considerável de dinheiro para caridades que combatem o vírus do HIV/Sida, nomeadamente a Terrence Higgins Trust. É algo que faças com regularidade? Conseguir angariar dinheiro para pessoas que realmente precisam dele é algo que te motiva a fazer o que fazes?
Trabalho com uma mão cheia de caridades internacionalmente, uma delas é a THT. Sou muito procurado por elas, mas só conseguimos ajudar até certo ponto, certo? A nova exposição vai trabalhar com uma caridade para crianças - vamos vender pipocas à entrada e vamos doar todo o dinheiro resultante a caridades, é como se estivesses num Carnaval ou numa feira, mas todos os fundos vão para crianças em necessidade. Gosto de pensar em maneiras inteligentes e criativas de doar, e sinto-me muito inspirado por elas. Em certas medidas, conseguir originar alguns milhares para uma caridade faz-me mais feliz do que vender toda a exposição. Acredito em retribuir... E tento sempre fazê-lo... Vamos ser sinceros, nós como artistas conseguimos juntar muito dinheiro para outros, portanto é ótimo conseguirmos fazer coisas que são menos auto-indulgentes. Às vezes vejo campanhas e promoções e penso ‘porque não doam algum dinheiro estas pessoas a caridade?’. É muito fácil esquecermo-nos de que há outros pelo mundo que estão a sofrer, e nós podemos ajudar bastante facilmente. Nos últimos quatro anos consegui contribuir com cerca de 50 000 dólares para a THT. Contributos pequenos acabam por se amontoar e fazer a diferença.
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Como começaste a carreira? Como conseguiste meter o teu nome nos ouvidos das pessoas?
Passos de bebé, não é? Houve muitas atividades pequenas no início. Tenho pouca paciência para artistas que se tornam amargos e invejosos, que pensam que de alguma maneira consegui chegar onde cheguei através de sorte ou nepotismo, ou que me foi ‘dado’ tudo o que tenho agora. Quando era mais novo, fiz as coisas acontecerem para mim. Trabalhei muito e continuei a trabalhar muito durante anos. Nunca se consegue obter sucesso facilmente, mas ele sabe muito melhor e torna-se mais merecido se o atingirmos desta forma.
Que concelho darias a jovens artistas?
Trabalha o dobro, preocupa-te pela metade!
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Quem é Joseph Pulitzer?
Embora o apelido Pulitzer nos suscite uma associação de ideias com um prémio literário, tudo começou no jornalismo. O prémio, que ainda hoje galardoa figuras de proa em diversas componentes artísticas, teve origem num jornalista. Este, de nome Joseph Pulitzer, destacou-se pela sua prática jornalística inovadora, explorando a componente mediática e negocial do jornal e potenciando a circulação em massa do mesmo. Nascido a 10 de abril de 1847, o norte-americano primou pela sua posição política crítica e anti-corrupção, visando, nos seus órgãos de comunicação, combater toda a controvérsia em que os EUA se enquadravam.
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Nascido Pulitzer József na Hungria, foi neste país que cresceu e que viveu com alguma sustentabilidade financeira, fruto da reforma choruda que o seu pai adquiriu após ser bem-sucedido no que toca aos seus negócios. No entanto, a morte deste ditou a falência dos seus negócios e, por conseguinte, motivou a emigração forçada do jovem magiar. Tinha ele 17 anos quando chegou a Boston, isto em 1864, ano em que decorria o recrutamento para a guerra civil, onde foi membro de cavalaria nas forças de Abraham Lincoln durante oito meses.
Após o término desta e exercendo alguns ofícios avulsos, o emigrante húngaro estudou a língua inglesa e, na sucessão disto, foi lendo as obras recomendadas pelos intelectuais que frequentavam o café no qual era empregado de mesa. A sua primeira aventura jornalística viria quando desmascarou um esquema de aliciamento de mão-de-obra para o trabalho em plantações de açúcar, apontando o seu caráter fraudulento. Esta foi aceite pelo periódico Westliche Post, de Saint Louis. Entre os seus colegas de trabalho neste posto foi designado como "Shakespeare" pelo seu caráter virtuoso. Estudou advocacia na esperança de a exercer, sem, no entanto, ser bem-sucedido como tal, mesmo tendo renunciado o seu vínculo em relação ao Império Austro-Húngaro e tendo-se tornado um cidadão norte-americano.
No entanto, a sua paixão estava já descoberta. O americo-húngaro dedicava-se afincadamente à prática jornalística e, como tal, trabalhava 16 horas por dia. Juntou-se à Sociedade da Filosofia e frequentou livrarias alemãs onde os intelectuais de então costumavam circular. Também por 1869 consolidou a sua consciência política ativa, afiliando-se ao partido republicano e servindo durante vários anos como delegado em vários estados. Em 1872, com somente 25 anos, comprou uma parte do jornal onde trabalhava, valorizando-a e lucrando com a mesma. Com esse lucro, adquiriu os dois outros periódicos do estado de Missouri, sendo eles o St. Louis Dispatch e o St. Louis Post, fundindo-os e nomeando o seu resultado como "St. Louis Post-Dispatch". O caráter populista, despudorado e expositivo dos artigos do órgão levaram-no a tornar-se rapidamente num dos mais notórios a nível nacional.
Uma década depois, consolidando o seu exercício jornalístico, negocial e até político, comprou a Jay Gould o ilustre New York World. Em notório decréscimo, Pulitzer aplicou a sua abordagem na circulação deste jornal, apostando nas histórias escandalosas, sensacionais e puxando ao íntimo e à curiosidade do comum leitor. Para além disso, deu ênfase às vicissitudes dos operários e à prepotência dos magnatas monopolistas, estando na origem da regulamentação das empresas de seguros e da legislação antitrust (esta que impedia a formação de monopólios e que fomentava a livre concorrência e a economia de mercado). Estas particularidades fizeram de Pulitzer um jornalista das massas, um daqueles que compreendia as necessidades do leitor comum e, acima de tudo, que exortava para as anomalias de um país normalmente concebido como paradisíaco.
Foi com a sua tutoria que foi lançado o primeiro jornal em jeito de banda-desenhada a cores (“The Yellow Kid”, 1895) Foi também durante esta fase da sua vida, já como democrata (mudou de partido por se desencantar com a corrupção que tanto denunciou) que alcançou o seu maior posto político, fazendo parte da Casa dos Representantes do país a partir de Nova Iorque, acabando por sair por pressões advindas da sua vertente profissional. Com o seu prestígio em altas e tendo quadriplicado as unidades do periódico circuladas, as críticas não tardaram, com a sua origem judeia a ser o mais fácil alvo. As rivalidades que foi estabelecendo foram designadas como "yellow journalism" pelo pendor colorido, personalizado e satírico que as editorias escolhiam abranger na sua abordagem. Esta designação era também aplicada ao estilo de Pulitzer, apontado por muitos como espalhafatoso e como excessivamente gráfico. No auge do seu reconhecimento, Joseph Pulitzer foi vítima de uma deterioração do seu estado de saúde, o que lhe forçou a deixar de ter uma postura tão ativa no que toca ao seu jornal. No seu lugar afirmou-se Frank J. Cobb, com o qual de início possuía animosidades pela incompatibilidade de filosofias.
Joseph Pulitzer partiu a 29 de outubro de 1911, com 64 anos. Foi no seu testamento que perpetuou o seu legado, deixando por escrito a vontade de, com os seus fundos, criar uma escola de jornalismo e um prémio que galardoasse o mérito jornalístico. À letra, o americo-húngaro desejava reconhecer quatro jornalistas, outros tantos no que toca à produção literária e um em educação. Para além disto, foi também com o seu dinheiro que decidiu conceder bolsas de estudo aos aspirantes à arte do jornalismo. Porque também o jornalismo é arte, especialmente no que toca à conjugação dos diversos instrumentos num dado contexto espácio-temporal. É aquele que é mais ousado, mais diferente e mais irreverente que projeta a sociedade para uma perspetiva mais à frente. Nos tempos de hoje, consolida-se o jornalismo como tal. É a partir do mérito infocomunicacional que se gera um ilustre memorial. Dos nossos dias, dos nossos tempos, destacando do que é feita a realidade. De tudo isto foi feito Joseph Pulitzer. Para além de uma condecoração, eis um homem-sensação.   Luke Brandão Comunidade Cultura e Arte
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O poeta moderno
Baudelaire e modernidade são indissociáveis. Tido como o primeiro a cunhar modernité, no seu uso como uma experiência de vida urbana, define-a como “o transitório, o fugitivo, o contingente”, a experiência efémera da vida numa metrópole urbana, assim como a responsabilidade da arte em a capturar. Manteve, tanto em vida como postumamente, uma grande fama de dândi e flâneur, com elevados consumos de ópio à mistura, e é aclamado como um dos poetas maiores da literatura francófona e mundial, não só por introduzir os temas da vida urbana na produção literária, mas também a poesia em prosa.
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O escritor, também reconhecido como crítico literário, tem como temas fundamentais a rejeição da superioridade da natureza, muito expressadas pelos poetas românticos, e uma elevação da vida urbana, com tudo o que de bom e mau esta traz, ao estar intimamente relacionada com a natureza humana. A cidade, como espaço e como conceito, com os seus vícios, multidões e individualidades, é o perfeito símbolo de uma poesia assente no homem e na sua vida ao mesmo tempo mundana e extraordinária, obtida através dos longos passeios de um flâneur que percorre as cidades e tenta extrair dela “o eterno do transitório”.
Evocamos Baudelaire neste dia que marca o seu nascimento há 195 anos, no dia 9 de abril de 1921, realçando a qualidade e importância do mesmo, quer através da sua obra máxima em vida, Les fleurs du mal (As Flores do Mal), que lhe trouxe grande fama e perseguição por parte da justiça pelos seus temas ousados, mas também de Le Spleen de Paris (O Spleen de Paris), obra editada postumamente, que marca, de certa forma, o início da poesia em prosa e do Simbolismo, já presente nas Flores do Mal, que tanto viria a influenciar poetas vindouros como Arthur Rimbaud ou Paul Verlaine.
Morre apenas com 46 anos, após ter sofrido um colapso que o deixou com afasia e paralisado durante dois anos, com o golpe final causado pela sífilis que o mata em Paris, a 31 de Agosto de 1867.
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Charles Baudelaire, retrato por Gustave Courbet As Janelas
Aquele que lá fora olha através de uma janela aberta nunca vê tantas coisas como aquele que olha para uma janela fechada. Não existe objecto mais profundo, mais misterioso, mais fecundo, mais tenebroso, mais deslumbrante, do que uma janela iluminada por uma candeia. Aquilo que se pode ver à luz do Sol é sempre menos interessante do que aquilo que acontece por detrás de um vidro. Nesse buraco negro ou luminoso, vive a vida, sonha a vida, sofre a vida.
Para além das ondas dos telhados, avisto uma mulher madura, enrugada já, pobre, debruçada sempre sobre alguma coisa, e que nunca sai. Com o seu rosto, com a sua roupa, com os seus gestos, com pouquíssimos elementos, refiz a história desta mulher, ou antes, a sua lenda, e as vezes conto-as a mim mesmo chorando.
Se fosse um pobre velho, teria refeito a sua facilmente também.
E deito-me, orgulhoso de ter vivido e sofrido noutros que não eu.
Talvez me digam: “Tens a certeza de que seja essa a lenda verdadeira?” Que importo o que pode ser a realidade posta diante de mim, se ela me ajudou a viver, a sentir que sou e aquilo que sou?
O Spleen de Paris, em tradução de Jorge Fazenda Lourenço. Miguel Fernandes Duarte Comunidade Cultura e Arte
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Os 14 filmes da vida de Tom Waits
Tom Waits pertence àquela rara fornada de artistas que encaixam em todo o lado. Desde galerias de arte a estádios cheios, de bares de hotel a coliseus, o cantor sabe como entreter todos os tipos de público. Seja num concerto intimista numa sala de um museu ou num bar cheio a tocar punk rock, Tom Waits consegue como poucos outros ser sempre aceite.
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Como acontece com todos estes artistas universalmente tidos como geniais, a arte da qual fazem vida é apenas uma das suas paixões, e como tal Tom Waits não foge à regra e mostra-se um entendedor de cinema invejável.
No website Criterion foi revelada a lista dos filmes favoritos do cantor, e são 14 filmes tidos como obras-primas da arte no geral, produções que transcendem o ecrã onde são mostrados e toda a indústria do cinema, tornando-se lemas e algo como linhas guia.
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Desde Federico Fellini, passado por Carl Theodor Dreyer ou Robert Downey Sr. até Monte Hellman, maior parte dos filmes na lista fazem sentido para quem conhece o itinerário de Waits, e facilmente o artista poderia ter escrito algo como uma banda sonora para cada um destes filmes. Fica aqui com a lista dos filmes da vida de Tom Waits:
La Strada, Federico Fellini
Zatoichi: The Blind Swordsman
Putney Swope, Robert Downey, Sr.
Everything, Carl Theodor Dreyer
Amarcord, Federico Fellini
8 1/2, Federico Fellini
The Night of the Hunter, Charles Laughton
Wise Blood, John Huston
Two-Lane Blacktop, Monte Hellman
Eraserhead, David Lynch
Pickup on South Street, Samuel Fuller
Ikiru, Akira Kurosawa
Vernon, Florida, Errol Morris
In a Lonely Place, Nicholas Ray
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‘Lo Chiamavano Jeeg Robot’ foi o grande vencedor da Festa do Cinema Italiano
A Festa do Cinema Italiano acabou, e na hora de atribuir prémios, ‘Lo Chiamavano Jeeg Robot’ foi duplamente aclamado vencedor, tanto pelo público como pelo júri. O júri desta edição tinha como membros o jornalista e crítico de cinema Tiago Alves, o co-diretor do festival de cinema de terror de Lisboa MOTELx João Monteiro, e o ator italiano Ronaldo Bonacchi, colaborador de Roberto Benigni e residente em Portugal há mais de 20 anos.
Foi na sessão de encerramento da Festa, palco para a estreia em Portugal do filme ‘Quo Vado?’, recordista de bilheteiras em Itália (triplicou as receitas do último capítulo da saga ‘Star Wars’) que ‘Lo Chiamavano Jeeg Robot’ foi premiado com os dois prémios mais importantes da Festa.
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‘Lo Chiamavano Jeeg Robot’ traz à vida o primeiro super-herói italiano, e prova que nem só em Hollywood existem super poderes. Realizado por Gabriele Mainetti, este filme apresenta-nos resultados excecionalmente arenosos e agradáveis. Contando com as prestações de Claudio Santamaria e Luca Marinelli (ambos presentes em sessões selecionadas da Festa do Cinema Italiano), este é um filme focado nas personagens e ambientes da história, em vez de nas cenas de ação e grandes explosões (talvez fruto do limitado orçamento da produção).
Balançando sempre no limite da credibilidade (fora, claro, os poderes do protagonista Enzo), o filme é baseado nas há muito famosas e aclamadas bandas desenhadas e séries de animação de ‘Steel Jeeg’, dos anos 70, o que pode explicar o tão bom funcionamento do filme. Não sendo de todo um género de cinema tipicamente associado aos italianos, este filme mostra que o público está aberto a tudo, e que com as pessoas certas como timoneiras, quase tudo pode dar certo.
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É um tanto ou quanto desinteressante a forma como Enzo ganha os seus poderes (caindo num barril de detritos tóxicos no rio Tibre), mas por comparação, mesmo alguns dos super heróis aos quais já estamos habituados nos contam histórias de origem de igual forma enfadonhas (Hulk ou Spider-Man são exemplos). Ainda debilitado pelos efeitos secundários da toxicidade da gosma do barril, Enzo  junta forças ao seu vizinho Sergio (Stefano Ambrogi) para roubar pertences a dois dealers, mas o negócio corre mal e Sergio é morto enquanto Enzo é atirado para fora de um edifício de 9 andares. Como seria de esperar, apenas se sente um pouco zonzo e caminha como se nada se passasse.
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A verdadeira vocação de Enzo surge quando se vê obrigado a salvar a filha de Sergio, uma mulher perturbada que vive no estado mental de uma criança de 12 anos. Enzo vê-se compelido a resgatar a filha de Sergio das mãos do barão da droga Fabio, protagonizado por Luca Marinelli, que tem vivido um ano de sonho, protagonizando também este ano ‘Non Essere Cativo’, que esteve em cena na Festa do Cinema Italiano. No seu estado debilitado, a filha de Sergio compara Enzo ao famoso herói dos anos 70 Jeeg. Tudo isto dá lugar a uma panóplia de acontecimentos que nos mostram o verdadeiro super herói escondido dentro de Enzo, e não apenas alguém com muita força, deixando (claro) as portas abertas a uma mais que possível sequela.
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Mostrando-nos uma espécie de cruzamento entre os filmes da Marvel, ‘Assassin’s Creed’ e a fotografia do jogo ‘Watchdogs’, este é um filme de super heróis mais do que interessante passado numa das mais belas cidades do planeta, se bem que essa não é uma das razões cruciais pela qual o filme tem feito tanto sucesso. Com uma personalidade similar à de Elliot Anderson de ‘Mr. Robot’, um elenco onde todas as prestações principais são comparáveis às dos atores mais capazes de Hollywood, e com um guião que mistura atos heróicos com bastante crítica social («Basta Bombe, Basta Violenza»), ‘Lo Chiamavano Jeeg Robot’ não acusa a pressão da falta de experiência do realizador e justifica completamente todo o alarido que tem feito e prémios que tem arrecadado.
Gabriel Margarido Pais Comunidade Cultura e Arte
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‘Suburra’
‘Suburra’ foi um dos filmes mais esperados da Festa do Cinema Italiano, com presença da actriz Greta Scarano. A obra tem estreia comercial marcada para 21 de Abril
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 É um filme baseado no Romance homónimo, escrito por Giocarlo De Cataldo (também autor do livro Romanzo Criminale) e Carlo Bononi, e realizado por Stefano Sollima, um cineasta que tem vindo a ganhar terreno no panorama do cinema italiano contemporâneo.
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Stefano Sollima premeia-nos mais uma vez com temas que ficam entre a criminalidade e as profundezas do mundo político. Em semelhança à série Gomorrah, também realizada por ele, Suburra traz-nos de volta a uma atmosfera densa, entre meias verdades e realidades em constante mudança. Curiosamente Sollima insere a narrativa numa realidade actual, sendo esta a realidade vivida em Itália.
O filme conta-nos a história de uma Roma ilícita/clandestina, onde os jogos de poder emergem à superfície, envolvendo a correlação entre um político do parlamento (Malgradi), figuras eclesiásticas (Cardinal Berchet, Padre di Sebastiano), e figuras líderes de grupos da máfia, como  Número 8, Samurai, Anacleti. Todas estas relações transformam Roma em algo corrupto, fora da lei, em prol de ligações duvidosas que envolvem jogos de dinheiro e poder.
Em 2011, Silvio Berlusconi renuncia o cargo de primeiro-ministro, tal como o Papa Bento XVI (Ratzinger) toma a decisão história de também abandonar o papel eclesiástico. Estes factos também surgem neste filme de forma a mostrar a envolvência dos grandes cargos de poder. As referências a pessoas ou eventos reais não são de certo fruto do acaso. 
Coincidência ou não, este filme não só abre horizontes mas também denuncia as falhas que existem no sistema, estas noções da realidade são dadas ao espectador numa panorâmica do ilícito e que preenche quase na totalidade a paisagem visual do filme. Há um carácter forte, com imagens duras e com realidades violentas, quase como um western metropolitano actual. 
A maioria das personagens do filme são masculinas, embora Viola, uma das personagens femininas (interpretada por Greta Scarano) domine completamente o terceiro acto da narrativa, uma personagem forte, determinada, que alimenta uma relação venenosa com um dos líderes da máfia e que se deixa dominar pelo mundo das drogas e do crime. Esta personagem tem o papel mais importante para o encerramento da narrativa.
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Suburra tem uma narrativa que movimenta o espectador nunca o deixando à deriva, tem uma forma interessante de contar a história e de mostrar a mudança de discurso a que cada personagem subscreve consoante a pessoa que lhe interessa chegar. Uma opção estética bastante interessante, encontra-se não só no tempo da narrativa, tempo fílmico, como também no tempo meteorológico. A constante chuva que atravessa toda a narrativa, chega a dar a quantidade certa de mistério, densidade e realidade que o filme tanto precisava. 
Outra opção estética está na banda sonora, que vai buscar os emblemáticos M83, mantendo o espectador na actualidade, um som bem conhecido e familiar, que por vezes se sobrepõe aos diálogos das personagens.
O cinema italiano continua bastante forte, e este é um filme que o prova, é um cinema inovador que esta em novamente em voga. Não só Nanni Moretti ou Paolo Sorrentino, mas também Sollima chega a este patamar, com um retrato social de uma Roma em decadência numa Itália actual.     
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S.K. Camilo Comunidade Cultura e Arte
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