Tumgik
cordelialopex · 4 years
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Delia estava apavorada para se dizer o mínimo, sua mente estava a mil tentando descobrir o que fazer, se era chamar a polícia, se era levar Remus direto ao hospital ou buscar ajuda. Ele não parecia gravemente ferido, apenas com marcas de quem havia corrido no meio da mata densa. Pelo menos aquelas eram as marcas recentes e que sangravam. O resto do torso dele era coberto por cicatrizes antigas, coisas de anos e pela coloração ela sabia que cada uma tinha um tempo diferente. Delia se recordava dos pais falando que os Lupin eram muito estranhos, nunca deixavam os vizinhos entrar muito além da sala de casa e também não conversavam sobre Remus. Falante como era, Consuela Lopez havia por diversas vezes especular onde era a escola que o rapaz frequentava no intuito de pesquisar sobre e até mesmo matricular Delia, mas a outra sempre falava ser uma instituição apenas para rapazes e que a menina não fazia o perfil de lá. Além de que o menino só vinha para casa no natal e para o verão. Os Lupin não pareciam ser pais abusivos, apesar de peculiares. Talvez aquilo fosse relacionado ao colégio onde estudava. No ano anterior a latina havia visto uma reportagem no jornal sobre um colégio católico que aplicava castigos físicos nos estudantes e talvez a escola de Remus fosse assim, por isso só deixava que o menino saísse de lá no verão.
Ele recobrou a consciência e a morena sorriu, ainda era cedo e fazia um pouco de frio. Delia pegou a jaqueta que usava e colocou sobre o corpo de Remus.  “Assalto? Agora de manhã? Os bandidos devem estar por perto, não vamos ficar aqui parados.” A explicação que ele deu fez com que a morena praticamente pulasse da frente dele para o banco do motorista, ligando o carro e dando meia volta no caminho, o hospital que seus pais trabalhavam ficava na direção oposta àquela que estava dirigindo quando encontrou seu vizinho. “Pode ir pra casa nada, vou te levar a um hospital e vamos chamar a polícia!” Não pensava mais no supermercado ou na verdureira, sua prioridade era cuidar da pessoa ferida em seu banco de trás. Acelerava o carro na direção de casa, foi quando notou o quanto estavam longe. Era pelo menos uns vinte minutos de carro para chegar até ali e a pé parecia quase impossível para uma pessoa, mesmo que com algum preparo físico. “Me conta mais desse assalto, você estava caminhando? Como veio parar aqui?”
Remus, are you fine?
Ficar sozinha em casa tinha suas vantagens e desvantagens. Pela primeira vez em muito tempo, Cordelia Lopez dispunha de silêncio e tempo de sobra para estudar. Mas tinha de ela mesma ir ao mercado comprar comida. Na noite anterior havia contestado que suas opções de refeição seria muito restrita caso não fosse logo cedo ao supermercado. O seu preferido ficava relativamente longe de casa e Delia saiu de casa um pouco antes de amanhecer para ser uma das primeiras clientes, tomar seu café da manhã com a comida recém-comprada e sair para fazer sua corrida. Também queria comprar verduras frescas e as melhores chegavam naquele dia logo nas primeiras horas da manhã, então quanto mais cedo chegasse, melhor.
Amanheceu na estrada, para sua sorte, cantarolando suas músicas preferidas e pensando no que poderia fazer para seu almoço com os legumes da lista. Estava distraída quando viu uma figura saindo de dentro da floresta de um dos lados da estrada, rastejando e caiu, por fim, contra o asfalto. Delia freou o carro a tempo de ficar pelo menos um metro da figura estranha. Deu ré, pensando em desviar e atenta aos lados imaginando aquilo ser alguma armadilha para um assalto. Seus olhos focaram na imagem que lhe parecia familiar e demorou alguns segundos para que a latina reconhecesse o filho dos vizinhos, Remus.
Não conseguia entender como o rapaz fora parar ali se ela mesmo o havia visto no dia anterior enquanto aguava as plantas do jardim. Mas não iria abandoná-lo ali, ela vinha dirigindo devagar, mas naquela reta, a maioria dos motoristas pisava forte no acelerador. Parou o carro ao lado do mais novo e abriu ambas as portas, a do motorista e a traseira e com dificuldade, puxou um Remus meio desacordado para o banco. Chamou o nome do rapaz pelo nome e tocou seu rosto, espalmando seu peito, o coração ainda batia e a respiração era fraca.
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cordelialopex · 4 years
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Remus, are you fine?
Ficar sozinha em casa tinha suas vantagens e desvantagens. Pela primeira vez em muito tempo, Cordelia Lopez dispunha de silêncio e tempo de sobra para estudar. Mas tinha de ela mesma ir ao mercado comprar comida. Na noite anterior havia contestado que suas opções de refeição seria muito restrita caso não fosse logo cedo ao supermercado. O seu preferido ficava relativamente longe de casa e Delia saiu de casa um pouco antes de amanhecer para ser uma das primeiras clientes, tomar seu café da manhã com a comida recém-comprada e sair para fazer sua corrida. Também queria comprar verduras frescas e as melhores chegavam naquele dia logo nas primeiras horas da manhã, então quanto mais cedo chegasse, melhor.
Amanheceu na estrada, para sua sorte, cantarolando suas músicas preferidas e pensando no que poderia fazer para seu almoço com os legumes da lista. Estava distraída quando viu uma figura saindo de dentro da floresta de um dos lados da estrada, rastejando e caiu, por fim, contra o asfalto. Delia freou o carro a tempo de ficar pelo menos um metro da figura estranha. Deu ré, pensando em desviar e atenta aos lados imaginando aquilo ser alguma armadilha para um assalto. Seus olhos focaram na imagem que lhe parecia familiar e demorou alguns segundos para que a latina reconhecesse o filho dos vizinhos, Remus.
Não conseguia entender como o rapaz fora parar ali se ela mesmo o havia visto no dia anterior enquanto aguava as plantas do jardim. Mas não iria abandoná-lo ali, ela vinha dirigindo devagar, mas naquela reta, a maioria dos motoristas pisava forte no acelerador. Parou o carro ao lado do mais novo e abriu ambas as portas, a do motorista e a traseira e com dificuldade, puxou um Remus meio desacordado para o banco. Chamou o nome do rapaz pelo nome e tocou seu rosto, espalmando seu peito, o coração ainda batia e a respiração era fraca.
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