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“Oh so we’re just hanging out? Is that it?” perguntou ficando ainda mais próxima da bruxa, o suficiente para quase tocar seus lábios, mas não tanto para realmente fazê-lo. Estava apenas provocando-a, uma das coisas favoritas de Vittoria. Adorava ver as reações que conseguia causar sobre a mulher. “I’m curious to see where the next step will take us, then,” continuou enquanto lentamente se afastava, dando uma piscadela.

“I love it when you get feisty,” disse, se contendo para não levar a mulher de volta para dentro. Era difícil resisti-la, mas teria que conseguir, pelo menos por algumas horas, afinal, ainda tinham toda a eternidade pela frente, Vittoria podia muito bem esperar um pouco. Mesmo que Demi não precisasse fazer muita coisa para conquistar Vittoria.

Do lado de fora da casa da vampira estava estacionada uma limusine, e assim que estavam ambas confortáveis no banco de trás, o motorista partiu. Não tardou a chegarem na festa, onde Vittoria logo foi reconhecida e tratada como se fosse realeza. Ela adorava aquilo, a atenção e o luxo todo que tinha em suas mãos, que vinha com dois mil anos de vida e uma reputação bem cultivada. Passou alguns minutos arrastando Demdike consigo, passando pelo caminho de garçons que carregavam bandejas com taças que valiam mais do que o sangue O- contido nelas. Cumprimentou outros vampiros da alta “nobreza” vampírica — os imortais mais velhos, por mais que vivessem numa época moderna em que monarquias e nobrezas existiam em pouquíssimos países, ainda se ancoravam em seus títulos. Provavelmente nunca seriam capazes de abandonar suas tradições clássicas. E Vittoria não podia culpá-los, havia mesmo um charme em tudo aquilo. E seria mentira dizer que ela mesma não adoraria voltar a fazer parte de realeza, mas diferente de seus compadres imortais, vivia na realidade e sabia quando era hora de desapegar de certas familiaridades e luxos passados. Agora era outra era, muito distante e bem mais avançada do que as quais estes seres viveram antes de serem transformados. Claro que não podia falar por todos, afinal, restavam poucos tão velhos quanto ela, que agora viviam praticamente isolados dos vampiros mais novos. Os milenares simplesmente preferiam manter-se em seu círculo de semelhantes.

Os olhares sedentos sobre a bruxa eram óbvios, mas não havia uma alma ali capaz de enfrentar Vittoria Lucchese. Ela não era mais a mesma mulher violenta e destruidora de antes, mas isso não significava que ela havia perdido essa capacidade. Todos sabiam que nunca deveriam subestimá-la. Então ela andava com Demdike em seu braço e a cabeça erguida, exalando orgulho. Já cansada de andar e jogar conversa fora com vampiros que mal conhecia e interagia apenas em eventos como aquele, Vittoria finalmente virou-se para a mulher, “Would you do me the pleasure of dancing with me, my lady?”

— ❧ a tender love for eternity

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goldenwitchery:

                  Em Salem, onde aprendera tudo que estuda até hoje, Demdike conhecera mulheres que eram chamadas de bruxas e as viu morrer. Elas pendiam de cordas, os pés a metros do chão, o ar sendo arrancado de seus pulmões. Talvez os homens pensassem que aquilo os manteria seguros, matando mulheres simplesmente por matar. Era fácil arrancar uma confissão de uma pessoa enquanto a torturava, fácil fazer com que uma mulher assumisse praticar bruxaria enquanto a forçava a confessar um crime inexistente. Mas era difícil, e como era difícil adivinhar quais eram as verdadeiras bruxas. O verdadeiro perigo. Mas era mais difícil ainda capturá-las para que tivessem um fim.

                     O tempo passava, mas nem mesmo ele tinha a força necessária para matar uma bruxa como ela. Podia não ser a mais forte, mas com certeza era a mais crente em seu próprio poder  –  e o que seria a magia, se não autoconfiança? Anos iam e vinham, assim como pessoas e tecnologias. Mas Demdike ainda estava lá. Ora mais fraca, ora mais forte… sabia que outras décadas passariam e ela ainda estaria ali. Só conhecia outra pessoa no mundo com a capacidade de pensar da mesma maneira. Essa, era como os anos  –  ia e vinha, a deixava e então voltava, exatamente como deveria ser. Na exata medida, como uma droga controlada, o suficiente para deixá-la eufórica, mas não para perder o efeito.

                     Vittoria era algo mais. De uma natureza tão estranha, mas sem deixar de ser uma mulher fascinante por conta própria. Era capaz de convencê-la a praticamente qualquer coisa  – inclusive entrar em um covil de vampiros, por mais difícil que aquilo poderia parecer em outras épocas. Simplesmente estar ao seu lado, que indescritível prazer.  ❝ No words needed, fangs. Your face is quite speaking for itself how you feel about my dress.  ❞  anunciou, girando em torno do próprio corpo em honra à outra.  ❝ Oh, my. I must be incredibly beautiful, then, assuming it’s a long list on the matter. ❞  riu, mexendo com o próprio cabelo. Sua voz soava nervosa, apesar de sentir-se segura ao lado de Vittoria  –  era difícil ignorar que estava  em uma social de vampiros.  ❝ We’re such a pair. I’ve told you millions of times that you’re the prettiest woman… dead. ❞

Se fosse qualquer outra pessoa chamando-a de fangs, Vittoria mostraria exatamente do que suas presas eram capazes. Mas já estava acostumada com os apelidos que Demdike havia lhe dado muito tempo atrás, e vindos dela, Vittoria era até capaz de achar adorável. Deixou que seu sorriso tomasse conta de seu rosto, apenas pontuando a realidade as palavras de Demi. “It might be a long list, but baby, you’ll always be number one,” disse ao puxar a bruxa para mais perto de si, lentamente passando uma das mãos sobre o ombro de Demdike, lentamente trilhando um caminho frio sobre a pele quente da mulher, sentindo-a inevitavelmente ficar arrepiada.

“Oh, we’re gonna be the most beautiful couple there, that’s for sure.” sua fala foi seguida de uma curta risada, sem quebrar o contato visual com a bruxa. Vittoria não se sentia capaz de parar de olhar para ela, sentia até ciúmes de deixar que outras pessoas vissem sua mulher daquele jeito. Acabaria voltando para casa ainda mais cedo do que o planejado simplesmente porque não tinha muito auto controle quando estava com Demdike. Não havia pessoa no mundo inteiro capaz de causar nela a mesmas sensações que a bruxa. O que elas tinham era algo quase impossível de descrever, era algo que transcendia a realidade na qual viviam. Era mais do que simplesmente amor.

Uma mensagem de texto fez Vittoria ser levada embora de seus devaneios de volta para o presente, lembrando-a que já estava na hora de ir para festa, tinham pessoas esperando por ela. “Well, it looks like we have to go,” suspirou. “But if I’m being honest… I can’t wait for us to come back home,” disse sussurrando no ouvido de Demdike, depositando um beijo leve sobre seu pescoço para pontuar sua fala. Logo se recompôs, ajeitando o vestido e o cabelo, para estar perfeita quando saíssem. Vittoria pegou sua bolsa e a mão de Demi, a levando para fora de casa, na direção do carro que esperava por elas. “And you’re sure this is okay?” perguntou pois conhecia a mulher bem demais, sabia como não era a maior fã dos outros vampiros. “I promise you don’t have anything to worry about. They can’t touch you. I’d rip them apart if they did.”

— ❧ a tender love for eternity

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— ❧ a tender love for eternity

Em quase dois mil anos de existência, as coisas podiam tender a ficar monótonas, mas Vittoria sabia bem como quebrar essa monotonia. Se recusava a ficar entediada, mesmo quando Demdike não estava presente em sua vida. Mas não podia negar que as épocas em que desfrutava da companhia de Demi eram as melhores de sua não-vida. A bruxa já estava de volta em sua companhia há alguns meses, e Vittoria tratava de aproveitar cada momento que tinha, a paparicando, mimando e, é claro, a seduzindo. 

A mulher não era a maior fã das organizações vampíricas, mas não reclamava, participando da política quando lhe era necessário ou agradável, mas a melhor parte era, sem dúvida, as festas dadas pelos vampiros. E quando recebeu o convite para mais um baile anual, a mulher não hesitou em reservar seu lugar lá com uma acompanhante. Sabia que Demdike não gostava daquilo tanto quanto ela, mas não queria perder a oportunidade de vê-la toda montada. Além de que, mais tarde, Vittoria divertiria-se muito despindo-a. 

A maioria dos vampiros, independente da idade, e especialmente aqueles do círculo social de Vittoria amavam festas, então não era à toa que começavam assim que o sol se punha e acabavam pouco antes do sol nascer. Mas as mulheres tinham um combinado: chegariam mais tarde e sairiam mais cedo. E para ter Demdike só para si por mais tempo, Vittoria faria qualquer coisa. Ela mesma estava deslumbrante, mas ao ver Demi pronta para o baile, sabia que seria difícil tirar seus olhos da mulher durante a noite. Mais difícil ainda seria controlar sua vontade de levá-la para um quarto vazio. “You look... There aren’t even words, honestly,” disse, puxando Demdike pela mão, girando-a para que pudesse ter uma visão completa. “Have I ever told you you’re the most beautiful person I’ve ever laid my eyes and hands on?”

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there’s violence in her smile blood blooming on her lips don’t you know wolves protect their pack don’t you know dragons only breathe fire if dangers reckons and darling, she’s a queen,  one who wears a crown that glitters  but step closer when she beckons for the things that look like diamonds are in fact polished bones she’s the mayhem of the myths, the darling of the dead and the music of her laughter only inspires dread

This is How the Princess Becomes the Villain by Abby S (via fireandsteelofangels)

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