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tudo está muito alto ao meu redor, pessoas gritam de alegria e pessoas choram e sangram tão perto que não consigo organizar minha cabeça, ao mesmo tempo estou anestesiada, alheia a tudo isso e fazendo parte de uma forma que me cansa tentar entender e somente a ideia já valeria um esforço de correr uma maratona. Sinto falta de muita coisa, mas o que mais sinto são as pessoas que não conheci e situações que não vivi e que me dói de uma forma tão visceral que me deixa tonta por um algum momento, essa espera está me deixando triste e angustiada e eu cansei de esperar a minha volta. Um dia me disseram que conheceram o amor através de mim mas aquela pessoa se foi a tanto tempo e eu sei que mostrei muito mais que isso, me falaram que eu era o motivo de alegria e que eu era a ruína e eu posso mesmo ser ambos. Mas eu estou tão cansada de mentir e fugir e me esconder e me impor e me ajudar e estar sempre, sempre, sempre nessa beira.
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já pareci muito interessante uns anos atrás, me sentia importante em vários aspectos e isso me fascinava porque saberia que poderia encontrar o modo certo de viver só por ser eu. Adolescentes são arrogantes e irreais.
Hoje perdi contato com o mundo, tudo está cinza e eu me sinto amortecida, vejo o vento no meu rosto e as buzinas ao meu redor e é como se estivesse vendo através de uma tela ou como se eu estivesse fora de mim, de certa forma estou. Me falta ânimo, me falta coragem, conviver com pessoas queridas me causa irritação e eu mesma não me aguento por vezes. Você consegue me ouvir? há alguém que possa me ajudar? pode se sentar aqui e me falar sobre a sua vida? como vai o trabalho?
Muitas coisas para arrumar e avaliar na minha casa, isso reflete em outras coisas? Qual o propósito de arrumar quando dentro está pior ainda? fazer esforço para arrumar e com isso passar aqui dentro, será que passa? me reviro na cama todos os dias e fico boa em deixar escondido em mim minhas emoções, com o tempo você acaba se incorporando nos outros, se perder pode ser uma consequência mas com isso a validação vem facilmente. Posso ser o que você quiser, e o que eu quero? eu não sei mais, talvez queira o que você quer.
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Passei muito tempo sem escrever pra mim mesma e nesse tempo tenho vivido coisas incriveis e tem acontecido tanta coisa ao meu redor e comigo mesma que me faltou tempo e motivação para contar.
De certa forma eu também parei de olhar pra mim mesma nesse tempo, tudo acontece fora demais e acabo ficando tão entretida que no interior permanece a mesma coisa só que dessa vez mais camuflado e coberto por uma fina camada de fumaça que de tão fina eu ainda sinto muito várias vezes o efeito do que ainda sou mas dessa vez um pouco mais feliz, não tenho me sentido tão só, tenho uma só pessoa nesse mundo inteiro mas ela supre tanto minhas necessidades que eu até me sinto egoísta por pedir mais. Ainda não sou amores pelo meu eu mas este passou a ser suportável e até trato com carinho de vez em quando, claro que sempre negligenciando suas necessidades mais básicas, tem sido assim desde sempre e eu preciso mudar isso. Chorei muito nesse tempo fora mas também sorri, descobri amor verdadeiro e como é fácil conviver com ele e se acostumar ser tratada com tanto cuidado, tenho manias antigas e que ainda não consegui me livrar delas e sinceramente não sei se poderia já que não tentei e sei que encarar esse processo vai ser um tanto doloroso então só deixo guardado pra quando tiver que realmente mudar na força, repetindo, tem sido assim sempre.
Descobri muita coisa também, viver é cansativo. Sempre acho algo pra mudar, sempre estou insatisfeita, meu gênio joga contra mim todas as vezes e agora sei que muitas das situações ruins pelas quais passei foram culpa minha mesmo, nada de injustiça (não que não tenha acontecido muitas) mas estou seguindo, bem até certo ponto, medicada totalmente e se não fosse pelas marcas e manias que ainda estão aqui eu poderia dizer que estou completamente feliz de estar viva.
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Eu já escrevi tanta coisa sobre a minha tristeza, é algo tão forte em mim que nela eu consigo encontrar conforto e eu não imagino como eu seria sem ela. Eu nunca me achei intensa, sempre me vi na borda e nunca dentro do rio, sempre me imaginei sozinha e isso sinceramente me apavorava, a ideia de não ter ninguém por mim me deixava raivosa, impotente e um tanto frustrada por achar que merecia algo dado mesmo sem entregar quase nada, e esse pensamento vem muito por eu ser uma pessoa extremamente carente e mimada (não sei como consigo ser essas duas coisas) mas todos que passaram na minha vida mostraram que elas podem estar comigo mas não vão segurar na minha mão e viver por mim, o caminho é individual e tá tudo bem(isso é um mantra ta?!) mas sabe o que me fez pensar todas essas coisas? eu sempre peguei na mão dos outros e caminhava junto, isso nunca foi um esforço pra mim, eu queria estar junto e ficava com raiva quando no pódio a pessoa subia sozinha, eu não estava fazendo o meu caminho, achei que iriam me ajudar a fazer o meu, mas eu me basto e por mais que essa ideia seja nova pra mim e ainda não totalmente aceita ela é inevitável, hoje sei o que quero, o que importa, valores inegociáveis e acho que esse é o primeiro passo.
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Por muito tempo eu fiquei correndo dos sentimentos ruins que eu guardo, eu tenho muitos e eu sempre soube que eles estavam comigo mas agora percebo que eu sou eles também, sem eles eu não estaria aqui e eu não seria eu :) estive perto de pessoas que não gostei e de pessoas que me mostraram como é bom estar viva, mas no final do dia eu enxergo só eu, e isso não quer dizer que sou solitária, isso acontece com tudo mundo. Você vai encontrar pessoas ruins e pessoas incríveis ao longo da sua vida mas por favor seja você sempre e nunca traia a si mesmo, no final do dia você só tem você.
Quando decidi mudar algumas coisas eu nunca imaginei que tanta coisa boa iria acontecer comigo e eu nunca fui tão feliz em toda a minha vida, mas com isso veio muito discernimento também e essa responsabilidade é um fardo pesado de carregar, mas faz parte da vida e o importante é aprender a lidar e aceitar o que não tem alternativa. Pode chegar
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Oi, faz um tempo que não venho aqui falar como me sinto. Eu achei que não voltaria mais aqui mas aqui estou.
Tenho vivido uma fase incrível, rodeada de pessoas que gostam de mim e um namorado que me ama tanto e faz tudo pra me ver feliz. Eu me sinto uma fraude.
Fui diagnóstica com depressão e agora as coisas começam a se encaixar, demorou pra eu ter a coragem de ir atrás disso. Eu não entendo como eu posso me sentir assim na melhor fase da minha vida. Eu estou cansada de viver dessa forma, estou cansada de me sentir cansada o tempo todo, de tentar sempre mostrar o melhor sorriso para que gostem de mim e esconder tudo o que se passa aqui dentro de mim, eu me sinto uma fraude porque não era pra eu estar vivendo isso, é como se eu não merecesse todas essas coisas e está sendo muito difícil disfarçar isso. Eu só quero ficar sozinha e chorar o tempo todo e eu sei que isso é muito injusto com as pessoas a minha volta.
Comecei a tomar medicamentos mês passado e esse mês passei por mudanças no remédio, espero tratar isso logo e finalmente ser feliz.
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Talvez eu seja egoísta demais pra entender qualquer lado que não seja o meu, talvez eu esteja errada e a minha teimosia e orgulho que eu digo a mim mesma serem inexistentes não me deixem ver o quão próxima eu estaria de mudar toda essa perspectiva que eu com tanto trabalho construí para mim mesma.
Eu não consigo colocar cada pessoa em seu lugar, acho que vejo tudo preto e branco e essa sensação imatura de que o mundo me deve algo é muito presente para que eu veja qualquer coisa que você tente me mostrar, não vai acontecer.
Eu estou sempre lidando com todos da mesma forma agressiva e outras vezes assustada e distante, isso não vai fazer nenhum sentido pra você, mas eu fui moldando o meu jeito até chegar a isso aqui, não é o melhor mas é o que mais se encaixa na minha realidade e pra mudar só sendo algo muito além do que está acontecendo aqui, eu não quero. Ser tirada de má e egoísta são coisas naturais e talvez eu tenha feito isso também.
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Eu me cobro muito e só descobri isso agora. Olhando fotos recentes de parentes e amigos distantes e vendo como estão felizes com tão pouco eu me pergunto o porque de não ser assim, nada é o suficiente e quando parece bom eu acabo correndo, mas eu não lembro disso acontecer sequer uma vez. É como se eu valesse pouco, como se as pessoas não me olhassem com a complexidade com que me vejo e isso de certa forma acaba me irritando, porque eu quero ser especial, ser aquela pessoa para aquela pessoa e eu não sei onde ela está.
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sabe, eu nunca fui dada a alegria. Parece que a cada vez que ela aparece eu não acredito e acabo fugindo.
todos esses anos lidando sozinha, todos os olhados das pessoas que não me compreendem, todas as críticas sobre o modo como eu sou e me perdendo no meio de tanto julgamento, era pra ser confortável aqui dentro.
por muito tempo tentando entender o porque de não me encaixar, nada parece me caber mas será que eu me caibo em mim?
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pós
Acabei de tentar e me sinto pior por isso.
Eu venho tentando me livrar dessas barreiras que me impedem de alcançar o eu futuro, aquele eu que eu me orgulho, que é disposta a tudo, movida a desafios e Deus do céu, como eu queria ser essa pessoa agora.
Eu to me sentindo cansada de tudo, nada tem alegria e nada me dá vontade de tentar. Fiz esse esforço gigante por pura teimosia, mesmo uma parte de mim sabendo que de nada adiantaria, e ela estava certa, me sinto pior do que antes.
Eu não queria que esse texto fosse mais um desses em que reclamo da minha vida e como ela é tão absurdamente difícil, mas não posso evitar, é o que estou sentindo agora. Sinto como se estivesse sozinha e como dói me sentir assim.
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Não acho que entenderia
Eu estou presa nesse looping desde muito. Minha alma é calejada pelas situações tão diferentes e ao mesmo tempo tão iguais, eu sei o que me espera no final de cada uma delas mas uma parte de mim ainda quer acreditar que dessa vez vai dar certo, que essa pessoa vai olhar pra mim, entender o que está acontecendo e me explicar como faço pra resolver tudo isso. Essa pessoa nunca chega, sempre são as erradas, eu me abro e volto machucada já perdi a conta de quantas vezes foram. Eu sei que posso parecer egoísta querendo que alguém se importe tanto comigo quando todo mundo está enfrentando um inferno, cada um a sua maneira. Mas eu peço porque eu não sei lidar, já tentei entender como a minha cabeça funciona e cada vez fica pior, quando me dou conta já fiz e nem entendi o porque. Sempre estou a espera dessa pessoa, espero mesmo que quando ela apareça não seja tarde demais.
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Em tempos desesperadores eu me agarro a pequenos momentos de felicidade
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Construção do fim
Parece papo de autoajuda (ou só estou enrolando mesmo, divagando sobre um milhão de coisas e procrastinando tomar atitude) mas fica comigo até o fim e tenta acompanhar esse raciocínio. No final de todo um turbilhão de coisas eu levantei uma bandeira sinalizando: não estou disponível até que eu supere. Depois eu volto: projetos, conversas, encontros, tudo que me demandar mais que um suspiro de atenção.
Não vou me deter aqui o que foi esse turbilhão de coisas e como elas impactaram no modo como estava levando minha vida, poderia dizer que foi estrondosa mas isso só aconteceu nesse meu peito de manteiga. Uma quebra de conceitos bonita que, também precisa ser vivida.
Viver o fim tem sido um tema recorrente do que me acompanha, assim como também tem sido recorrente o tema do viver agora, e eu não tinha prestado muita atenção nisso até ser cobrada uma postura mais inflexível (não sou). E não é sempre assim que acontece? tem sido há algum tempo: Uma urgência que rende textos bonitos no instagram sobre a necessidade de se encerrar ciclos. Deixar pra trás. Recomeçar. Fico me martirizando todos os dias, tenho que superar, mas aí nesse processo maluco que todo mundo está passando e tentando se (re)construir, não é sobre isso também?
Talves nisso da gente exigir o fim das coisas, dos ciclos, das dores algo de profundamente revelador, uma ideia de progresso como se deixássemos pra trás o que teve de ruim não faz mais sentido. É preciso que seja leve e se eu cheguei até aqui acreditando que esse mundo uma hora vai acabar, por que exijo de forma tão determinada esse encerramento e novos começos? Não seria melhor o termo “estou sendo” do que essa busca inquieta pelo fim? Não sei. Esse processo de “viver o fim” como algo com prazo estipulado, totalmente difinitivo, não é uma maneira de ignorar que ele se arrasta e se mistura com tantas outras coisas: fim de uma música, fim de um passeio, fim de uma ideia de que não estou tão bonita.
No final é sobre isso não é? Que outra vida a gente tem para viver, senão essa, agora? e me desculpe se você pensa diferente, mas eu me agarro a cheiro de gato, músicas sensíveis, e sorrisos de estranhos pra sobreviver.
Então vou levantar a bandeira e dizer: já já. Não vou esperar resolver cada coisinha pendente, arrumar cada caixote de coisas para aí então começar. Deixa eu arrumar aqui e aí a gente vê. Só mais um minutinho e aí eu vou. Não sei se vai dar pra chegar. Não tem mistério, nem plano, não tem uma revelação imensa nem fogos de artifício nem ponto de partida nem linha de chegada. Eu não faço ideia de como vai ser e, no final, que bom.
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Eu só não vou mais me esforçar tanto pra permanecer na vida das pessoas, porque não há lugar nenhum em que alguém se esforce pra permanecer na minha. E eu sobrevivi.
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Se todos ouvissem sua mente, o que elas escutariam?
Como iriam se sentir sabendo a forma apática que você enxerga eles? o que te impede de afastar? o mundo tem tantas coisas e tantas possibilidades então por que você hesita?
Tua mente te impede? conviver com a rejeição te assusta a tal ponto? é isso.
Mesmo não fazendo diferença nenhuma e tendo a consciência disso você ainda teme, isso te levou a muitas duvidas, sua segurança é abalada e perdeu o sentido.
Pode ser diferente, se apenas você compreender que o mundo tem tantas coisas, do futuro essa outra versão de si mesma te espera feliz, muita coisa te separa dela e nesse momento é o medo, as pessoas, o ambiente. Liberte-se
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O meu corpo pressiona de uma forma estranha, como se eu fosse uma intrusa que não deveria estar aqui. Pressiona por seu futuro e sua descoberta de ambições que só ele quer descobrir. tem tanto mais por aí.
A sensação de plenitude é algo presente tão tímido que não ousaria comentar com ninguém. Você não iria entender a complexidade do sentimento de orgulho que no fundo minha alma emana e como isso afeta toda a matéria que circula a minha volta, como se eu cavasse um buraco tão fundo que se por esperança ou pressentimento já não sei dizer houvesse algo tão puro que desconsidera tudo que é concreto e palpável, tenho feito isso por tempo demais para não considerar algo meu, algo com que me agarro tanto para escapar de opiniões feitas por outros. No final de tudo eu sei quem eu sou, o que eu quero e o que tenho desesperadamente procurado e tudo aqui de fora não me serve, não me encaixo na praticidade e no ritmo constante da realidade, todo esse trabalho árduo é para colocar isso pra fora, algo para se expressar e mostrar de uma forma que não deixe dúvidas que aqui é o meu lugar também, ao contrário do que dizem o mundo não se cansou disso.
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