dabelucci

[dabelucci]

as coisas pareciam um pouco mais calmas.

após o encontro, david não tinha muita certeza se não ter sido enviado à cabine com amelia havia se mostrado a melhor opção dentre as alternativas de casais, mas claramente chegara a conclusão de que o lado bom da dúvida e do desconhecido era justamente a semana inteira que poderia passar ao lado da blanco sem sentir a a incomodação de estar prejudicando alguém.

sabia que teria sido muito cobrado se houvessem descoberto antecipadamente a temida falta de compatibilidade no jogo que muitos casais acabavam passando por. não por ter insistido tanto nas primeiras três semanas, mas sim porque independentemente do resultado da cabine, naquele momento o belucci não tinha pretensão de desistir do que sentia estar criando com amelia. e ele sabia. sabia que parecia precipitação, que aos olhos de todos poderia estar parecendo um homem estúpido mais teimoso que um cavalo xucro ao não dar o braço a torcer sobre sua própria crença cega na atração que sentia pela mulher, e que tinha grande chance de acabar se magoando ou magoando mais pessoas no processo, mas se esse era o preço por vê-la dar um sorriso toda vez que seus olhares se encontravam, sentia-se disposto a pagar. ele gostava demais das maçãs do rosto dela subindo, das covinhas compridas e dos olhos claros apertando-se em um brilho pueril toda vez que ela sorria pra no final ter medo de palavras de terceiros, então sentia que, dessa vez, ser egoísta sobre isso não era um pecado tão grande assim, e ele poderia viver com isso.

e tinha total certeza de que poderia, se assim ela quisesse. muito dependia de amelia também, e não só da determinação do moreno em certificar-se de beijá-la toda vez que encontrava um momento propício para isso – afinal, recriar a sensação pura e contraditoriamente avassaladora da primeira vez que a beijara na praia não era tão fácil assim, mas divertia-se muito tentando. aquela mulher era capaz de provocar muitas sensações diferentes a cada dançar de lábios, e dave via-se cada vez mais comprometido em explorar cada um deles. tanto que agora, em mais uma das tantas festas que viveriam naquele lugar paradisíaco, seus passos o levavam mais uma vez até a blanco.

abraçando-a por trás em um claro sinal de que a única busca que faria dali em diante era pelo abraço dela de volta. e ele parecia muito bem sobre isso. "acho que bebi um pouco demais." o moreno comentou, curvando-se de leve sob o corpo feminino ao recostar a bochecha na parte de trás da cabeça de amelia enquanto os braços compridos envolviam seu torso, carinhoso. não estava bêbado, mas havia bebido o suficiente pra sentir uma leve sonolência e a língua um pouco mais solta. ele costumava permanecer muito tempo em festas (afinal, a experiência o deixara resistente), entretanto, sabendo que amelia acabava não se dando tão bem com elas, imaginou que ela também quisesse descansar em algum momento. beijando os cabelos curtos e logo depois o ombro bronzeado da garota, dave descansou o rosto na curvatura do pescoço feminino, sentindo o perfume que emanava dos fios e da pele macia de amy. se havia outro lugar na face da terra tão confortável quanto o que ele visitava agora, o belucci não saberia dizer no momento.

"quer ficar? se sim, fico mais tempo com você, a gente dança, bebe mais um pouco ou joga algo. mas se não, te roubo daqui e fingimos uma dor de barriga ou uma queda de pressão juntos pra escapar das reclamações sobre sermos chatos. casal que desmaia unido permanece unido."

brincou e riu ao levantar o rosto, encarando-a por alguns segundos e olhando ao redor, no intuito de analisar o cenário. certamente estavam se divertindo demais pra prestarem atenção no casalzinho vinte da vez, então nem se preocupava. "deus, como você é cheirosa." o moreno soltou um novo murmúrio contra o pescoço dela ao esconder o rosto novamente. "são nesses momentos que eu acredito que eu devo ter feito feito algo muito bom no mundo na minha outra vida."