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O dia em que fui líquida

Recomendações aos leitores assíduos: Leiam esse texto ouvindo “Be the Song”, de Foy Vance. Prometo sensações sinestésicas.  No dia em que fui líquida, me descobri sólida.  No dia em que fui líquida, não consegui o ser.  Percebi que mesmo na tentativa de ser rasa mergulhei, mergulhei profundo no que tentou se mostrar raso também, mas não o era. Tocar pessoas fisiologicamente é também tocar suas almas. O sabor do beijo não é suficiente quando se quer sentir a maleabilidade da alma, o peso que carrega, as dores, o cheiro, como se comprime e se exprime (…) E toquei sua alma, e quando o fiz já não era mais raso, era tão profundo quanto eu. No dia em que fui líquida, senti que haviam raízes mais profundas que as da árvore fícus nos dentes de leão da minha alma antes dispersa e livre demais. Senti-me estável em algo, senti-me presa a algo, não tão mais dispersa assim, e me percebi definindo minha primeira característica concreta: eu definitivamente não sou líquida.

A liquidez desvendou o primeiro traço sólido da minha personalidade. Senti que minha alma agiu como um salgueiro chorão, destruindo todas as barreiras da liquidez, cavando, até encontrar na maior profundidade algo sólido, que saciasse sua sede.  Quais os seus sonhos?  Metas?  Medos?  Seus traumas?  O que faz de você, você?  Já leu Bauman?  Conhece as nebulosas?  Já dançou na chuva?  Vislumbrou o rio durante a noite? Viu o paradoxo que ele trás? Parece te engolir de possibilidades, mas, também, de perigos. Como foi seu primeiro beijo?  Quais histórias de amor já viveu?  Deixe que eu te escute, pare para me ouvir. Não quero tocá-lo superficialmente, quero sentir a intensidade da sua alma, como ela dança e porquê.  Quero sentir algo além do gosto da sua saliva, quero observar como suas expressões mudam quando fala de coisas que te machucam e de como sua língua baila contando seus projetos. Quero que veja além das minhas curvas e cicatrizes fisiológicas, quero que perpasse essa barreira e encontre as curvas e cicatrizes da minha alma.

Quero fechar meus olhos e criar um cenário mental em que dançamos num salão aberto com chuva, auréolas e a música “Be the Song” vindo dos céus. Quero que sejamos arquitetos das nossas ideias, que elas sejam, às vezes, a nossa casa – o lugar de fuga para onde vamos quando não temos um ao outro fisicamente. Quero que faça analogias da intensidade do nosso amor com a lenda de Aristófanes sobre metades que se perderam e buscam desesperadamente se reencontrarem.  Quero que nosso encontro traga uma sensação nostálgica de que estivemos juntos em outras vidas.

Existem princípios pessoais que nos é ensinado desde muito cedo – alguns deles se vão com a nossa construção pessoal, outros permanecem. Eu ainda não havia encontrado aqueles que ficaram em mim… E tenho prazer de dizer: os encontrei na liquidez!

Ps: Querido Bauman, foi na liquidez que encontrei minha mais dura solidez.

Referências:

1. ISA, “Mitologia grega: Alma gêmea”, disponível em <https://aminoapps.com/c/explicando-inexplicavel/page/blog/mitologia-grega-alma-gemea/d3mq_xwQhbuE4vXzEqN42d8Qq5ZZEKVkRlN>.

2. SOMENZI, G.S, “AMOR DE OUTRAS VIDAS: Quem não teve a…”, disponível em <https://www.pensador.com/frase/MTQ0ODk0Nw/>.

3. BAUMAN, Z.B, “Amor Líquido: Sobre a Fragilidade dos Laços Humanos”.

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Pequena carta escrita por Hades à Perséfone

Era apenas mais um dia normal que eu havia decidido passear pelo mundo colorido novamente. Por meio de tantas andadas o teu olhar esbarra no meu. Sinto-me como se tivesse sido atingido por uma flecha do Cupido, meu coração foi completamente laçado por ti. Ao meio de tantas flores você era a rosa que mais me chamava atenção.

Como eu conseguiria me aproximar de uma flor tão bela sem machuca-la? Você deve entender que as trevas sufocam e a última coisa que eu queria era te sufocar.

Eu gostaria que você viesse comigo, por vontade própria, eu gostaria que você aceitasse uma de minhas rosas tão escuras. Eu gostaria de olhar em seus olhos mais uma vez, bela Perséfone.

— DiAngelox.

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O mundo todo lá fora, toca o som que ela mais gosta, a gente goza e transa, samba

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@screaminoutfits

+ outfits.  style.   fashion here

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Eu o amava tanto Zé, mas ele conseguia me machucar de maneiras indizíveis. Eu chorava copiosamente por alguém que nunca foi meu, eu só queria esquecer Zé, eu só queria que as lembranças sumissem […]

- Sobre a dor de amar alguém

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O importante é reconhecer que somos falhos e, que não somos o nosso passado ou o que dizem sobre nós.

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“Você é como uma estrela, te aprecio de longe mas não posso te tocar, não posso te ter. Você já pertence a uma constelação.”

— Stupid heart, nobody wants you. Lis Tavares.

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eu tô feliz porque sei que você vai ser muito feliz na vida

eu tô triste porque não vai ser comigo.

voarias

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amar também é deixar ir.

a gente faz loucuras por amor e uma das maiores é reconhecer quando a pessoa pode ser mais feliz sem nós.

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