darianversion
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, 𝑛𝑒𝑣𝑒𝑟𝑚𝑜𝑟𝑒
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# 𝙳𝙰𝚁𝙸𝙰𝙽 𝚂𝙴𝙻𝚅𝙰𝙽 𝙻𝙰𝙽𝙸𝙴𝚁 , 𝐦𝐢𝐧𝐢𝐬𝐭𝐞𝐫 𝐨𝐟 𝗏͟𝖾͟𝗅͟𝗋͟𝖺͟𝗂͟𝗌͟𝗌͟𝖾.
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darianversion · 1 day ago
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  ✽  “às vezes eu desprezo, mas só um pouquinho.” mas não era assim que as coisas funcionavam na mente de darian. o desprezo que às vezes lançava ao príncipe não era absoluto. ele vinha entrelaçado a outras sensações, confusas, profundas, dessas que darian não sabia nomear, e talvez nem tivesse coragem de entender. o fato era que laurent dava dor de cabeça. de um ponto de vista pessoal e do ponto de vista de um ministro. darian era um político e um diplomata acima de tudo e ter que conviver com alguém como o outro era complicado. laurent quebrava todas as expectativas que darian tinha posto na política francesa quando ainda era um jovem estudante de relações internacionais. todas. e agora ele se encontrava nessa situação impossível onde, por maior loucura que fosse, tinha transado com o príncipe do reino que jurou prometer de todo o mal. duas vezes não era mais um erro, uma atitude impensada. era premeditado, era nojento. era entregar velraisse no mal que um dia ele quis tanto manter longe. e ainda tinha que botar na balança esses sentimentos? desprezo, ódio, desejo… todos pareciam andar de mãos dadas. qual iria prevalecer no final? ele não podia saber e nem queria ponderar. “eu não te desprezo completamente, mas isso não significa que você não seja essas coisas que acabou de falar. uma coisa não tem nada a ver com a outra.” sorriu, tentando manter um ar leve, mesmo com o peso em seu peito. podia estar tentando manter as coisas tranquilas entre os dois, mas havia ali um fundo de verdade. se realmente desprezasse laurent por ser um monstro insuportável de ego inflado e alma vazia, darian jamais teria se deitado com ele. jamais teria deixado laurent explorar seu corpo como bem entendesse, usado ele como se estivesse ali só para isso. era tarde demais agora. e como se a mente dos dois estivessem conectadas e pensando nas mesmas lembranças, laurent tocou seu rosto e de repente ele não soube mais reagir. a coisa certa a se fazer era disfarçar e fingir que era apenas um gesto fraternal ou então fazer alguma piada, chamar o príncipe de sentimental ou algo do tipo. ao invés disso, darian se inclinou em direção ao toque. deixou que seu rosto se movesse levemente, roçando sua bochecha contra a mão do outro, apenas por um leve segundo antes de virar o rosto delicadamente. teria alguém visto? seria óbvio para o mundo todo como laurent o tinha sobre total controle? “discussão ou não… ainda é terrivelmente triste. saber que… bem.” não quis terminar sua frase porque dizer 'saber que você vai ser infeliz' pareceu cruel demais naquele instante. havia uma pequena parte de darian que gostaria de dizer essas palavras em voz alta, de maneira condenatória. gostaria de garantir que o outro soubesse que enquanto darian viveria sua vida feliz e realmente vivendo, laurent estaria sempre preso a um trono que não queria nada mais do que uma versão idealizada. isso era o que o darian diria, caso não estivesse cada vez mais vendo o lado humano de laurent. procurando entender o seu lado da coisa. era difícil, mas um passo de cada vez talvez pudesse lhe garantir mais facilidade no seu cargo pelos próximos anos. “já vá pensando em maneiras de me xingar e me culpar por algo estúpido amanhã, ou vou achar que você está começando a gostar de mim.” e não havia segundas intenções na sua voz. a brincadeira foi tão inocente quanto podia ser, porque era uma verdade difícil de admitir. o desejo de ser gostado, era isso.
a pergunta cortou o ar inesperadamente. ele esperava que laurent o xingasse, o dissesse o quão insignificante era e como jamais entenderia o amor dele e de carissa, ou algo do tipo. era isso que era típico de laurent. uma bravata quando o ministro o lembrava o quão sonhador e idealista poderia ser. os dois eram impossíveis juntos, era o que ficava nas entrelinhas. “já, já me apaixonei. de diversas maneiras e em diversos níveis, mas a ponto de querer ficar com alguém para o resto da minha vida… foi só uma vez.” ele não gostava de tocar no assunto, pois foi um relacionamento repleto de altos e baixos. e, também, porque klaus estava ali no althara. tão perto que darian sentia que se tocasse em certas memórias, isso poderia abrir um buraco em seu peito que fosse impossível de tapar. mas o sentimento que acabou reinando em seu peito foi o óbvio sentimento de culpa, pois, afinal de contas, o príncipe havia sido sincero, até demais, e ele devia alguma coisa em troca. “foram seis anos. eu amava ele, de verdade. ele tinha um bom coração, disso eu sei, mas a família dele… eles eram psicóticos e isso prejudicaria a saúde mental de qualquer um. mesmo assim, eu achei que eu poderia ser o suficiente até que ele… sei lá, saísse de lá e construísse algo novo. é impossível ser feliz de onde ele vem. impossível.” percebeu o quão idiota soava. como ele queria ser o salvador de alguém, mesmo que essa pessoa não tivesse pedido por nada. “nós ficamos juntos dos dezessete aos vinte e três… olhando agora parece uma eternidade, mas para mim não foi. para ele deve ter sido, pois um dia ele decidiu que não me amava mais.” não tinha dor na sua voz, mas sim reminiscência. ele não odiava klaus, mas se perguntava o que eles estariam fazendo atualmente, caso a coisa entre eles tivesse dado certo. era impossível dizer, mas darian ainda tentava.
“seu corpo não é a melhor coisa que você tem.” sua voz saiu mais ríspida do que esperado. como se fosse um absurdo o futuro rei pensar assim, e talvez fosse. “laurent, depois de tudo o que você disse… eu acho que a pessoa se apaixonar por você não é o maior dos seus problemas.” era duro, sabia disso, mas era apenas a verdade. era um ato falho, talvez. “você pode não ter a melhor personalidade do mundo, alegre e encantador, mas você é genial. você poderia ser mais do que isso, também… mas não é o que você quer, ou é? se você quer se casar com a vaca mais gorda, tenho certeza que ela não vai se importar quando você começar a mostrar os sinais da velhice. talvez ela até comemore, pois isso significa que ela está mais perto de ficar viúva.” o tom da conversa havia mudado e agora, sim, ele estava sendo um pouco cruel, mas sabia que aquelas palavras não afetariam laurent. porque nada afetava. ele era gelado por dentro. e talvez essa fosse a maneira de darian de fazer psicologia reserva com ele mesmo, pois a fala do príncipe mexeu com ele. a insinuação sobre seu corpo fez ele tremer, algo entre a vontade de gostar de laurent por algo além de seu corpo e a confirmação de que o corpo do outro era incrível. e ele não podia focar em nenhuma dessas duas coisas, ou poderia cometer o impensável. então, ele pensou em outra. como seria o rosto do outro quando começasse a mostrar as primeiras rugas? seria alguém melhor do que é hoje, ou estaria cada vez mais perto de se transformar mais em seu pai? “então não se preocupe com seu corpo. você mesmo aceitou um casamento infeliz… tenho certeza de que o sexo vai ter morrido antes mesmo do seu tanquinho desaparecer.” darian completou, para não dizer algo mais vulgar ainda. deus, a realização de que pessoas do mundo inteiro estavam vendo ele aconselhar o príncipe de seu país da maneira mais podre possível era iminente. seria punido por aquilo? queria ser punido por laurent?
“eu não quero viver só por amor. não é apenas no amor onde minha felicidade vive, mas é um grande passo.” foi honesto. seus olhos vasculhavam algo no rosto de laurent porque ele ouviu a mudança na voz do outro. ouviu as palavras dele com todo o cuidado do mundo e ele soube, ali mesmo, que havia mais. 'eu queria…' ecoou em sua mente. e como darian queria também. queria tanto que achava que não poderia respirar se não o tivesse. mas o destino dos dois é marcado pela improbabilidade de qualquer coisa ajudando nessa felicidade. não era como as coisas funcionavam. “não foi nada, laurent. está tudo bem.” mas ele sentia. sentia o peso do anel ali, imóvel e insistente. sabia que, se virasse os olhos só um pouco, encontraria a sentença silenciosa de toda aquela conversa. laurent iria pedir villavencia em casamento. era a única explicação e ainda assim, ele não queria acreditar. os dois sabiam que ela não era a escolha certa. darian tinha feito de tudo para botar senso na mente de antoine e pela primeira vez em sua carreira, ele se sentiu um completo inútil. “nós não estamos brigando.” não, não estavam brigando e o ministro precisou tocar seu queixo na mão que encontrava o seu ombro para ter certeza disso. deixou que o toque entre seu queixo e a mão do outro fosse a conexão de suas peles que o permitisse usar seus poderes. deixou que ele transmitissem a sua aura de tranquilidade e confiança para laurent, pois sua maior vontade no momento era ver o outro bem. ele não podia brigar com o príncipe. não depois de tudo que tinha escutado, não depois de saber que laurent achava que não tinha nada o que pudesse fazer. não depois de saber que o outro estava aceitando seu futuro e que não queria ser salvo. ele não podia confundir as coisas novamente. “eu não me canso de você, laurent. você me exaure de várias maneiras, mas jamais eu me canso de você. mesmo quando estamos brigando, eu ainda estou sempre junto de você. eu escolho passar meu tempo ao seu lado. mesmo se eu pudesse escolher entre mil reinos, ainda seria velraisse.” ainda seria você. ele podia se cansar das brigas e do estresse, mas ainda estaria indo atrás de laurent. eles eram inevitáveis um para o outro.
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  ✽  “é claro que você precisa.” seu tom não era ríspido, por mais que estivesse carregado daquele sentimento de quem diz: 'eu te conheço muito bem'. ele até poderia não conhecer profundamente laurent, mas o exterior lhe era conhecido. aquilo que o príncipe deixava transparecer. e, sim, darian tinha certeza que até para isso ele teria que fazer uma boa avaliação. escolher quem humilhar no futuro não era nada fácil e laurent era uma pessoa dedicada a essa causa. teria ele as qualidades para ser o tipo de criado que fica nu abanando o outro? quaisquer fossem elas. darian sabia que se eles tivessem nascido no passado as coisas seriam muito diferentes, mas se perguntava até qual ponto conseguiria fazer laurent perder os modos a cabeça, além daquela moral falsamente inabalável. ele podia julgar o príncipe pelo seu jeito e o acusá-lo de ser insensível e ver tudo como um jogo, mas darian também era assim. não porque ele não tinha sentimentos pelo outro, era o contrário. não iria nomeá-los, mas eles estavam ali, vivos e ardendo como uma chama em seu peito.
nada na vida de laurent era simples e darian sabia disso. sabia a pressão em seus ombros, sabia da terrível personalidade de Antoine e como ele colocava as expectativas de um país inteiro nos ombros de quem deveria amar incondicionalmente. não iria entrar no mérito de se o homem amava ou não laurent, isso já era intromissão demais da parte dele, mas sendo uma coisa ou outra, no final do dia darian ainda se apavora com quem o príncipe tinha se tornado. pais podem amar seus filhos e dar todo o apoio do mundo e eles ainda se tornarem loucos psicopatas, mas darian sabe que não foi o caso. e ainda não é. laurent é um reflexo do seu pai e de suas expectativas e darian podia ter a melhor das intenções, mas jamais conseguiria libertar o outro das algemas que herdar uma coroa traziam. mesmo assim, era inevitável ser sonhador. ser livre. ser ele. era sua natureza. “eu não acho que seja simples. eu sei que não é simples.” sua voz era firme e suas palavras pausadas. ele queria que laurent entendesse que não era o seu ponto. nada nessa vida era simples e para ele menos ainda. “eu jamais vou saber o que é ser você. acredite, eu agradeço por isso, mas isso não significa que eu completamente o despreze como pessoa.” darian o odiava, isso era claro. ou pelo menos, odiava há poucos dias. odiar e desprezar eram duas coisas diferentes. ele queria arrebentar laurent, dar uma lição de moral nele e fazer com que ele sofra só por diversão. mas, ao mesmo tempo, não tinha desprezo, pois olhava para o outro e via a coisa mais perigosa do mundo: potencial. era uma faca de dois gumes. “eu não quero bater boca…” sussurrou, sua voz triste e embargada. seus olhos verdes agora estavam quase marejados, suas emoções sendo intensificadas pelo álcool. não era um choro por laurent, não era nem um choro em si e só uma inundação prestes a acontecer e o motivo era o cansaço. o cansaço de ver uma pessoa aceitar uma vida daquelas e não poder fazer nada para ajudar, porque ele não podia.
quando laurent começou a falar sobre carissa, darian quis saltar em cima dele e cobrir sua boca com a mão. porque aquilo era exposição demais, era um tópico que podia causar danos irreparáveis. para a imagem de laurent e para a imagem de velraisse. darian sabia que a coisa certa a se fazer era parar laurent, trocar de assunto e fingir que nunca tocaram naquele tópico, mas mesmo assim ele não conseguiu. rapidamente, o ministro se viu hipnotizado pela história e curioso demais para desviar o olhar. ele sabia por cima como foi o passado romântico do príncipe. de maneira geral, o que todos sabiam e, também, o que o rei antoine quis lhe contar antes do althara. e isso incluía, sim, um romance trágico com uma moça… mas agora, sabendo os detalhes do próprio laurent, darian sabia que não tinha mais volta. quando o príncipe acordasse no outro dia, a ressaca moral certamente o atacaria, mas o ministro estaria preso em um novo obstáculo. como poderia ver o outro da mesma maneira depois de escutar tudo isso? ele o via agora com uma nova camada de humanidade, uma nova camada de humanidade difícil de ignorar. “eu sinto muito… por ela, pela forma como vocês dois acabaram.” darian era ciumento, ao extremo, mas não havia ciúmes ali. não era o momento. ele apenas apreciava que laurent estava sendo honesto e falando do coração, mesmo que por conta do álcool em seu sistema. “eu imagino como você deve ter se sentido, tendo idealizado tantas coisas para ter acabado de uma maneira insatisfatória. eu também já carreguei os cacos do que sobrou de mim, tentando parecer inteiro. e sei como é… esse medo que você sente de confiar de novo. esse medo de que, da próxima vez, talvez não haja conserto.” porque era isso, não era? pessoas que juravam pelos santos e o céus sobre nunca mais se apaixonarem eram impraticáveis. temer algo que ainda nem existe, temer que jamais vai poder ser o mesmo de antes. “mas vossa alteza… isso só precisa dar certo uma única vez. só uma. e quando der, você vai entender que tudo levou até aquele instante. e nesse instante, só… existir ao lado de alguém vai ser mais do que suficiente.” seus olhos buscavam no céu uma resposta. buscavam uma iluminação divina ou qualquer coisa do tipo. porque agora ele se sentia impotente perante o mundo, incapaz de fazer suas próprias escolhas e de traçar o seu próprio caminho. pela primeira vez na vida, darian não tinha tudo em seu completo controle. “você vai viver a sua vida, eu não quero ditar como você deve fazer, mas eu agradeço aos céus por lutar pelo que me faz feliz. eu posso ser mandado para uma masmorra, para a forca, exilado, mas os meus dias jamais vão ser repletos de coisas para me manter ocupado para ignorar a infelicidade que carrego.” agora sim, havia um novo desprezo em sua voz, mesmo que velado da melhor maneira que podia. algo em seu peito pareceu queimar com a ideia de ser uma mísera lembrança de noites sozinhas de laurent. um pensamento distante e nada mais. lembranças de um momento em que laurent se permitiu, se aventurou. não podia pedir nada a mais e, ao mesmo tempo, queria tudo. num pensamento profundamente egoísta, darian desejou que fosse, também, uma pessoa a quebrar laurent. alguém que ele pensaria toda vez que olhasse em seu rosto: 'eu sobrevivi a você'. esse pensamento foi o suficiente para fazer darian levantar o seu tronco do chão, buscando certa clareza ao criar essa breve distância entre os dois. sem sucesso. e ele ia falar alguma coisa. com certeza ia, pois ele virou seu rosto para laurent novamente. talvez fosse para fazer alguma piada, talvez para implorar por uma chance, mas quando virou seus olhos, viu que alguma coisa tinha caído ao lado do corpo do príncipe, perto do seu bolso. era uma caixa de veludo e darian não precisava pensar muito para saber o que era. seu rosto se virou com a rapidez de um raio, como se tivesse visto algo que não deveria. e talvez não devesse mesmo. não. não. não, como eu pude não perceber? sua mente repetia. tudo que tinha dito, tudo que tinha clamado, indo por água abaixo em uma realização.
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darianversion · 3 days ago
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✶        📰        ╱    𝑃𝐿𝑂𝑇 𝐶𝐴𝐿𝐿    [    darian   lanier    ]
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undercover romance (darian, ainda diplomata, foi enviado para o país de muse em busca de informações em nome da coroa de velraisse e ele se envolveu com muse)
bodyguard x protected
one-sided enemies
caretaker and injured
touch-starved x physically affectionate
found family (principalmente relações fraternas)
unrequited crush
amigos que viraram rivais
rivalidade política
villain x idealist
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darianversion · 4 days ago
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  ✽  notícias sobre ele exaltando azuis. aquilo era curioso, não porque não sabia do que acontecia, mas porque tão raramente se achava digno de algo assim. de uma notícia falando sobre como um vermelho estava o elogiando. seria ridículo se acontecesse, e, mesmo assim, ali estavam eles observando um leilão. “eu gosto de pensar que meu trabalho não necessita de maldade explícita.” deu de ombros. só com laurent, mas isso era outra coisa completamente. darian era um homem muito idealista e todos podiam ver isso. da forma como ele tratava os vermelhos até a maneira como ele sonhava indiscriminadamente. claro que isso acabava em tragédia, na maioria das vezes. “eu não disse que prostituição era. você disse que gostava de pensar que não precisava pagar por esse tipo de coisa e eu disse que o leilão não era sobre isso. não confunda as coisas.” isso foi o suficiente para irritar darian, porque ele jamais tinha feito a comparação que o outro implicou. seria isso uma forma de tentar manchar a imagem do ministro? mesmo com a história dos dois, era um golpe baixo. “nessas horas, agradeço por ser só um ministro. posso participar dessas dinâmicas, mas ainda sou um homem livre das amarras de uma coroa. posso pedir demissão a qualquer momento e ir embora para a minha casa. só me mantenho aqui por que é bom fazer negócios num lugar cheio de pessoas... importantes.”
❝Conseguiria sim... Não seria difícil elogiar sua aparência, ou sua sagacidade dentro do jogo social, afinal, é um excelente ministro. Porém, acho que não quero mais notícias sobre mim exaltando azuis.❞ Brincou em meio a um curto riso, não sabia como havia tido a capacidade de sair em mais manchetes que a princesa, mas o que poderia fazer se era gostoso ao ponto das câmeras não conseguirem o ignorar? ❝Uma pena, maldade quando bem empregada pode fazer toda a diferença.❞ Deu de ombros, ainda que não buscasse entrar em uma discussão sobre moralidade e ética, se julgava muito pouco adequado para esse tipo de coisa e também parecia uma conversa séria demais para alguém como ele. ❝Mas a prostituição costuma ser justamente sobre isso, a maioria não precisa pagar por isso, é uma escolha. Tem haver com poder, tem haver com a podridão existente dentro de cada, com a desumanização de outra pessoa muitas vezes.❞ Não era sua intenção soar tão sério, mas havia escutado relatos muito absurdos ao longo da vida, o suficiente para formarem a opinião que possuía nos dias atuais. ❝Em minha honesta reação, a ideia do reality em si é triste pra vocês... Estão se expondo como pavões em exibição, enquanto a população mundial ri, vocês sentem cada segundo do que acontece aqui dentro... Mas nenhum de vocês ri, por que vocês são a piada. Nessas horas, agradeço por ser apenas um vermelho.❞
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darianversion · 5 days ago
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  ✽  “muito bom humor!” darian falou um pouco alto e animado demais. na verdade, era ao contrário. tudo estava indo de mal a pior, mas o ministro era profissional quando o assunto era disfarçar seus sentimentos. bem, a maioria deles. beber foi a única válvula de escape que encontrou naquele inferno repleto de câmeras onde ele se meteu. viver não era possível e ser profundamente infeliz era o resultado. performático como sempre, darian se manteve com um sorriso no rosto. “com todo o respeito ao povo de valdumbra, mas nesse exato momento eu estou me permitindo pensar em outras coisas além de eventos diplomáticos e negociações. é algo raro, mas acho que por uma noite eu posso me permitir.” darian estava se permitindo demais, isso sim. ao terminar mais uma taça, darian trocou a vazia por outra cheia perto da mesa. darian pegou mais um dardo e atirou, acertando em cheio o centro do alvo. “até um pouco embriagado eu sigo invicto. talvez devesse mudar de carreira.” vinte e oito anos não era tão tarde para ingressar no exército, era o que queria dizer. ninguém em casa precisava saber dos detalhes do que era necessário para se tornar um ministro em velraisse.
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   ᘛ     featuring    :    @darianversion    ᘛ     scenary    :    dardos  &  alvo
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❛   pelo   visto,   estamos   de   bom   humor   hoje.   ❜         o   príncipe   ergue   uma   sobrancelhas   diante   o   semblante   alegre   de   lanier,   o   olhar   dançando   com   aquele   ar   de   provocação   que   parece   gravado   naturalmente   em   seus   traços,   mesmo   quando   o   tom   é   inofensivo.   bem,   genuinamente   inofensivo.   theo,   afinal,   não   tem   nada   em   particular   contra   lanier.   e   embora   isso   não   seja   um   critério   que   utiliza   na   hora   de   escolher   quem   atazanar,   não   há   como   negar   que   sente   uma   pontada   de   pena   por   ele.   seja   por   estar   junto   a   comitiva   velrana   desde   o   inicio   do   programa   ou   pelas   horas   extras   de   trabalho   que   suas   aventuras   diplomáticas   inevitavelmente   geram   ao   ministro   de   relações   externas.   seu   olhar   retorna   aos   alvos   por   um   breve   instante,   acertando   um   com   facilidade.         ❛   você   parece   até   mais   relaxado,   darian.   é   tudo   por   causa   da   festa   ou   será   que   que   valdumbra   finalmente   entrou   naquela   categoria   de   coisas   que   podemos   olhar   para   trás   e   rir   sobre?   ❜         pergunta   com   uma   inocencia   ensaiada,   de   quem   sabe   exatamente   a   resposta.
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darianversion · 5 days ago
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  ✽  “é claro que você precisa.” seu tom não era ríspido, por mais que estivesse carregado daquele sentimento de quem diz: 'eu te conheço muito bem'. ele até poderia não conhecer profundamente laurent, mas o exterior lhe era conhecido. aquilo que o príncipe deixava transparecer. e, sim, darian tinha certeza que até para isso ele teria que fazer uma boa avaliação. escolher quem humilhar no futuro não era nada fácil e laurent era uma pessoa dedicada a essa causa. teria ele as qualidades para ser o tipo de criado que fica nu abanando o outro? quaisquer fossem elas. darian sabia que se eles tivessem nascido no passado as coisas seriam muito diferentes, mas se perguntava até qual ponto conseguiria fazer laurent perder os modos a cabeça, além daquela moral falsamente inabalável. ele podia julgar o príncipe pelo seu jeito e o acusá-lo de ser insensível e ver tudo como um jogo, mas darian também era assim. não porque ele não tinha sentimentos pelo outro, era o contrário. não iria nomeá-los, mas eles estavam ali, vivos e ardendo como uma chama em seu peito.
nada na vida de laurent era simples e darian sabia disso. sabia a pressão em seus ombros, sabia da terrível personalidade de Antoine e como ele colocava as expectativas de um país inteiro nos ombros de quem deveria amar incondicionalmente. não iria entrar no mérito de se o homem amava ou não laurent, isso já era intromissão demais da parte dele, mas sendo uma coisa ou outra, no final do dia darian ainda se apavora com quem o príncipe tinha se tornado. pais podem amar seus filhos e dar todo o apoio do mundo e eles ainda se tornarem loucos psicopatas, mas darian sabe que não foi o caso. e ainda não é. laurent é um reflexo do seu pai e de suas expectativas e darian podia ter a melhor das intenções, mas jamais conseguiria libertar o outro das algemas que herdar uma coroa traziam. mesmo assim, era inevitável ser sonhador. ser livre. ser ele. era sua natureza. “eu não acho que seja simples. eu sei que não é simples.” sua voz era firme e suas palavras pausadas. ele queria que laurent entendesse que não era o seu ponto. nada nessa vida era simples e para ele menos ainda. “eu jamais vou saber o que é ser você. acredite, eu agradeço por isso, mas isso não significa que eu completamente o despreze como pessoa.” darian o odiava, isso era claro. ou pelo menos, odiava há poucos dias. odiar e desprezar eram duas coisas diferentes. ele queria arrebentar laurent, dar uma lição de moral nele e fazer com que ele sofra só por diversão. mas, ao mesmo tempo, não tinha desprezo, pois olhava para o outro e via a coisa mais perigosa do mundo: potencial. era uma faca de dois gumes. “eu não quero bater boca…” sussurrou, sua voz triste e embargada. seus olhos verdes agora estavam quase marejados, suas emoções sendo intensificadas pelo álcool. não era um choro por laurent, não era nem um choro em si e só uma inundação prestes a acontecer e o motivo era o cansaço. o cansaço de ver uma pessoa aceitar uma vida daquelas e não poder fazer nada para ajudar, porque ele não podia.
quando laurent começou a falar sobre carissa, darian quis saltar em cima dele e cobrir sua boca com a mão. porque aquilo era exposição demais, era um tópico que podia causar danos irreparáveis. para a imagem de laurent e para a imagem de velraisse. darian sabia que a coisa certa a se fazer era parar laurent, trocar de assunto e fingir que nunca tocaram naquele tópico, mas mesmo assim ele não conseguiu. rapidamente, o ministro se viu hipnotizado pela história e curioso demais para desviar o olhar. ele sabia por cima como foi o passado romântico do príncipe. de maneira geral, o que todos sabiam e, também, o que o rei antoine quis lhe contar antes do althara. e isso incluía, sim, um romance trágico com uma moça… mas agora, sabendo os detalhes do próprio laurent, darian sabia que não tinha mais volta. quando o príncipe acordasse no outro dia, a ressaca moral certamente o atacaria, mas o ministro estaria preso em um novo obstáculo. como poderia ver o outro da mesma maneira depois de escutar tudo isso? ele o via agora com uma nova camada de humanidade, uma nova camada de humanidade difícil de ignorar. “eu sinto muito… por ela, pela forma como vocês dois acabaram.” darian era ciumento, ao extremo, mas não havia ciúmes ali. não era o momento. ele apenas apreciava que laurent estava sendo honesto e falando do coração, mesmo que por conta do álcool em seu sistema. “eu imagino como você deve ter se sentido, tendo idealizado tantas coisas para ter acabado de uma maneira insatisfatória. eu também já carreguei os cacos do que sobrou de mim, tentando parecer inteiro. e sei como é… esse medo que você sente de confiar de novo. esse medo de que, da próxima vez, talvez não haja conserto.” porque era isso, não era? pessoas que juravam pelos santos e o céus sobre nunca mais se apaixonarem eram impraticáveis. temer algo que ainda nem existe, temer que jamais vai poder ser o mesmo de antes. “mas vossa alteza… isso só precisa dar certo uma única vez. só uma. e quando der, você vai entender que tudo levou até aquele instante. e nesse instante, só… existir ao lado de alguém vai ser mais do que suficiente.” seus olhos buscavam no céu uma resposta. buscavam uma iluminação divina ou qualquer coisa do tipo. porque agora ele se sentia impotente perante o mundo, incapaz de fazer suas próprias escolhas e de traçar o seu próprio caminho. pela primeira vez na vida, darian não tinha tudo em seu completo controle. “você vai viver a sua vida, eu não quero ditar como você deve fazer, mas eu agradeço aos céus por lutar pelo que me faz feliz. eu posso ser mandado para uma masmorra, para a forca, exilado, mas os meus dias jamais vão ser repletos de coisas para me manter ocupado para ignorar a infelicidade que carrego.” agora sim, havia um novo desprezo em sua voz, mesmo que velado da melhor maneira que podia. algo em seu peito pareceu queimar com a ideia de ser uma mísera lembrança de noites sozinhas de laurent. um pensamento distante e nada mais. lembranças de um momento em que laurent se permitiu, se aventurou. não podia pedir nada a mais e, ao mesmo tempo, queria tudo. num pensamento profundamente egoísta, darian desejou que fosse, também, uma pessoa a quebrar laurent. alguém que ele pensaria toda vez que olhasse em seu rosto: 'eu sobrevivi a você'. esse pensamento foi o suficiente para fazer darian levantar o seu tronco do chão, buscando certa clareza ao criar essa breve distância entre os dois. sem sucesso. e ele ia falar alguma coisa. com certeza ia, pois ele virou seu rosto para laurent novamente. talvez fosse para fazer alguma piada, talvez para implorar por uma chance, mas quando virou seus olhos, viu que alguma coisa tinha caído ao lado do corpo do príncipe, perto do seu bolso. era uma caixa de veludo e darian não precisava pensar muito para saber o que era. seu rosto se virou com a rapidez de um raio, como se tivesse visto algo que não deveria. e talvez não devesse mesmo. não. não. não, como eu pude não perceber? sua mente repetia. tudo que tinha dito, tudo que tinha clamado, indo por água abaixo em uma realização.
               o  mundo  parecia  ter  perdido  o  foco  por  um  segundo  .  ele  piscou  ,  lento  ,  como  quem  tentava  se  agarrar  a  uma  realidade  que  já  começava  a  escorregar  pelos  dedos  .  foi  ele  quem  tinha  dito  aquilo  ,  não  foi  ?  tinha  mesmo  insinuado  que  deixaria  darian  fodê-lo  ?  céus  .  a  ideia  era  absurda  .  talvez  porque  ,  nas  duas  últimas  vezes  ,  laurent  tinha  sido  o  dominante  .  ele  sempre  fazia  questão  de  ser  .  e  ainda  assim  ,  saia  da  cama  com  as  pernas  bambas  e  a  garganta  seca  ,  como  se  tivesse  implorado  por  mais  a  cada  segundo  .  e  agora  …  a  simples  ideia  de  ceder  ,  de  ser  o  corpo  tomado  ,  de  olhar  para  cima  e  ver  o  rosto  de  darian  enquanto  era  fodido  …  merda  .  laurent  estava  bêbado  .  isso  ele  sabia  .  mas  a  embriaguez  não  apagava  o  desejo  —  só  tirava  suas  amarras  .  era  sufocante  pensar  nisso  ,  mas  ainda  mais  sufocante  era  o  quanto  ele  queria  .  e  ele  sabia  que  darian  sabia  .  o  ministro  tinha  visto  antes  .  na  forma  como  laurent  tremia  levemente  depois  de  gozar  com  ele  ,  como  demorava  a  se  recompor  ,  como  evitava  contato  visual  depois  ,  mas  deixava  os  dedos  tocarem  os  dele  só  por  mais  um  segundo  .  queria  sentir  o  peso  de  darian  sobre  ele  .  queria  ver  os  olhos  do  outro  tomarem  o  dele  enquanto  o  penetrava  .  queria  que  ele  dissesse  o  que  fazer  .  queria  ver  até  onde  conseguiria  se  perder  antes  de  implorar  .  e  odiava  isso  .  odiava  o  latejar  entre  as  pernas  que  começava  só  de  imaginar  o  outro  puxando  seu  cabelo  ,  dizendo  que  ia  fazê-lo  implorar  .  odiava  .  odiava  .  mas  queria  agora  .  ainda  naquela  noite  .  queria  as  mãos  dele  o  puxando  pelos  quadris  .  queria  o  corpo  colado  ,  o  calor  ,  a  respiração  no  pescoço  .  queria  a  sensação  de  estar  à  mercê  —  completamente  .  queria  ficar  trancado  com  darian  em  seu  quarto  ,  o  resto  do  mundo  em  silêncio  ,  enquanto  era  fodido  até  esquecer  o  próprio  nome  .  laurent  se  mexeu  ,  inquieto  .  engoliu  seco  .  passou  a  língua  pelos  lábios  devagar  ,  como  se  isso  fosse  apagar  o  gosto  daquilo  que  pensava  .  depois  ,  sorriu  .  um  sorriso  de  canto  de  boca  ,  frouxo  ,  bêbado  e  perigoso  .       ‘   bom  saber  que  você  é  tão  ambicioso  ,  ministro  .   ’       
laurent  riu  novamente  .  baixo  ,  contido  ,  a  mão  roçando  devagar  os  próprios  lábios  como  se  estivesse  limpando  um  sorriso  que  não  queria  deixar  escapar  .  ele  não  se  lembrava  de  ter  rido  tanto  em  uma  noite  só  .  olhou  darian  de  soslaio  ,  o  canto  da  boca  ainda  puxado  para  cima  .       ‘   você  sabe  que  não  é  qualquer  um  que  tem  o  perfil  ideal  para  ficar  nu  abanando  um  rei  ,  não  é  ?  preciso  fazer  uma  boa  avaliação  antes  de  contratar  .   ’       o  pensamento  de  darian  ocupando  esse  cargo  o  fez  morder  o  lábio  ,  discretamente  .  um  olhar  mais  atento  teria  notado  o  pequeno  tremor  nos  dedos  ,  um  calor  inesperado  subindo  pela  espinha  .  mas  o  brilho  debochado  em  seu  olhar  não  durou  .  porque  as  palavras  que  vieram  depois  caíram  sobre  ele  como  água  fria  .  laurent  engoliu  seco  .  uma  parte  dele  quis  rir  .  fazer  pouco  caso  .  responder  com  qualquer  outra  coisa  que  não  fosse  verdade  .  mas  o  álcool  era  uma  desgraça  —  ele  tornava  as  verdades  mais  fáceis  de  cuspir  ,  mesmo  que  ainda  deixassem  gosto  de  sangue  na  garganta  .  ele  não  encarou  darian  de  imediato  ,  deixou  os  olhos  vagarem  pelo  céu  primeiro  .       ‘   você  fala  como  se  isso  fosse  simples  .   ’       disse  ,  por  fim  ,  a  voz  mais  baixa  ,  como  se  o  peso  das  palavras  fosse  mais  do  que  ele  queria  carregar  naquela  noite  .       ‘   eu  vou  ser  rei  .   ’       disse  isso  com  a  firmeza  de  quem  não  tinha  dúvidas  .  mas  havia  algo  amargo  naquela  certeza  .       ‘   isso  já  está  definido  .  a  parte  de  abrir  mão  …  também  está  .  não  é  trágico  .  é  só  ...  funcional  .   ’       repetiu  a  mesma  palavra  porque  era  no  que  laurent  se  agarrava  .  passou  os  dedos  pelo  cabelo  ,  tentando  contê-lo  como  se  pudesse  conter  também  os  próprios  pensamentos  .  quando  voltou  a  encará-lo  ,  havia  ali  um  traço  de  algo  quase  quebrado  .  um  traço  de  si  mesmo  que  ele  tentava  enterrar  ,  mas  que  ,  bêbado  como  estava  ,  teimava  em  escapar  pelas  frestas  .  ele  seria  feliz  governando  velraisse  .  isso  bastava  .
‘   você  acha  que  eu  não  queria  tudo  isso  também  ?  felicidade  ?  amor  ?  um  lugar  seguro  ?   ’       riu  ,  mas  o  som  saiu  torto  .       ‘   eu  me  apaixonei  uma  vez  ,  sabia  ?  de  verdade  .  a  única  vez  .  e  eu  tinha  certeza  que  era  com  ela  .  carissa  .   ’       laurent  não  falava  dela  .  não  quando  estava  sóbrio  .  não  quando  podia  evitar  .       ‘   eu  conseguia  ver  o  futuro  .  ela  do  meu  lado  .  nós  dois  governando  velraisse  juntos  .  um  reino  próspero  ,  filhos  lindos  ,  estabilidade  .  eu  lutei  por  isso  .   ’       sua  voz  vacilou  só  um  pouco  ,  quase  imperceptível  ,  mas  estava  lá  .       ‘   e  ela  me  destruiu  .   ’       ele  conseguiu  pegar  a  garrafa  dessa  vez  e  bebeu  mais  um  gole  ,  como  se  quisesse  lavar  o  gosto  da  memória  da  língua  .       ‘   desde  então  ,  entendi  que  não  preciso  disso  .  posso  ser  eficaz  .  posso  ser  rei  .  posso  até  ser  amado  por  um  povo  inteiro  ...  sem  precisar  ser  amado  por  uma  pessoa  só  .  e  cá  entre  nós  …  ser  infeliz  não  é  o  fim  do  mundo  .  você  aprende  a  conviver  .  a  se  manter  ocupado  .  eu  me  manterei  ocupado  governando  velraisse  .  eu  não  sei  se  sobrevivo  a  outra  carissa  .   ’       laurent  riu  ,  e  dessa  vez  o  som  era  melancólico  .  um  eco  oco  .  um  homem  rindo  de  si  mesmo  .  então  virou-se  um  pouco  mais  para  darian  ,  os  olhos  agora  mais  escuros  ,  mais  densos  ,  mas  ainda  embriagados  .       ‘   então  sim  .  eu  vou  casar  ,  vou  ter  filhos  ,  vou  cuidar  de  velraisse  até  meu  último  fôlego  .  e  nas  noites  vazias  eu  vou  me  lembrar  disso  aqui  .   ’       deixou  a  cabeça  tombar  para  o  lado  ,  com  um  sorrisinho  cansado  ,  e  murmurou  ,  como  se  confidenciasse  ao  vento  .       ‘   vou  me  lembrar  de  você  .   ’
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darianversion · 6 days ago
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  ✽  darian sorriu despreocupado. tanto por saber que não era o caso, quanto pelo comentário que se formava em sua mente. era iria culpar a bebida, claro, mas era apenas uma verdade que outrora se manteria presa em sua mente. “eu acho...” sua voz saiu lenta, enquanto mantinha seus olhos no palco e nas pessoas envolvidas naquilo tudo. “que você conseguiria surgir com um ou dois elogios para melhorar a minha autoestima.” a vida de darian estava repleta de baixos, sem altos, e ele precisava se divertir com algo. jamais procuraria em riccardo, de todas as pessoas, um refúgio para qualquer insegurança que existisse em sua mente. porque elas existiam, claro, como em qualquer ser humano. cada dia que passava, darian ficava mais confuso com isso. “maldade nunca é a minha intenção.” só um pouco. ele entendia como outro não podia concordar abertamente, então não iria pressionar. entendia o seu privilégio de apenas não gostar de algo. “mesmo que seu charme seja inegável,” seu tom era o de provocação, como se claro que darian só estivesse concordando por educação, mesmo que os dois soubessem que não era verdade. “eu acho que ninguém aqui precisa pagar por isso. eu odeio a ideia de prostituição, mesmo que não seja questão do meu departamento, mas isso aqui é outro nível. não é só triste, é pateticamente... bobo e perigoso ao mesmo tempo. eu fico me perguntando se vou ter que salvar alguém de uma situação desconfortável e acabar gastando o meu dinheiro.”
Riccardo achava a ideia do leilão patética, ainda que fosse engraçado rir da cara dos azuis se vendendo uns aos outros, sempre se usando como mercadoria quando gostavam tanto de se fazer parecer mais superiores do que realmente eram. Porém, o comentário que soou depreciativo vindo do outro lhe fez retrucar quase de imediato, ainda que não fossem exatamente próximos, também não queria ver o outro se depreciando no meio daquela gente e das câmeras. Talvez houvesse alguma simpatia por Darian por que ele não era um príncipe ou um duque, ele realmente tinha um trabalho. ❝Que bom, seria horrível pra mim como vermelho ter de melhorar sua autoestima.❞ Ofertou em tom brincalhão, os ombros ficando mais relaxados agora. Porém, acabou por rir ao ouvir a explicação dele. ❝Maldoso sim, do tipo de maldade que sou proibido de concordar publicamente.❞ Mas do qual deixava bem implícito a concordância nas entrelinhas. ❝Olha, posso dizer que pagar por pessoas não é incomum para muito gente, especialmente para muitos homens... Mas realmente não era o tipo de coisa que eu esperaria vindo a sagrado Igreja da Magia, sabe?❞ Uma pitada de provocação a toda aquela ordem religiosa que ele tanto detestava, jogando quase na cara da igreja que era quase um tipo de prostituição velada aquele leilão... E sendo sincero, ele já havia visto muitos leilões na corte que eram exatamente isso, prostituição disfarçada. ❝Bom, gosto de pensar que eu não preciso pagar pra esse tipo de coisa, sabe? Meu charme costuma ser o suficiente.❞
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darianversion · 6 days ago
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  ✽  a opinião sobre o possível reinado de laurent estava sempre mudando, assim como a opinião sobre laurent num geral sempre estava mudando. ao mesmo passo que às vezes parecia que o outro estava finalmente começando a aprender sentimentos reais humanos, em outros momentos darian sentia que o reinado de laurent mais era um mau presságio do que qualquer outra coisa. algo terrível que era absolutamente inevitável e, ao mesmo tempo… ele queria ver acontecer. então por mais que em seus sonhos mais estúpidos ele pudesse olhar para laurent nesse momento e dizer, com todo o carinho do mundo, 'eu sei', ele não podia se forçar a dizer algo apenas para confortar o próprio coração. ele não sabia, e isso assustava. ele sabe que acima de tudo, vai estar sempre lá. vendo laurent ser o melhor ou o mais cruel dos reis. e não tem nada que ele possa fazer para conter o leão dentro do peito do príncipe. era como tentar racionalizar com um animal selvagem de verdade, nada figurado. então ele se conteve, se manteve dentro da brincadeira e apenas revirou os olhos com um sorriso no rosto. ele estava ficando bom nesses. laurent era o melhor de seus inimigos, o melhor de seus aliados, e sua maior devoção estava na coroa que iria na cabeça dele dali não muito tempo. e como as coisas sempre funcionavam com laurent, depois o mais baixo dos baixos momentos, ele era levado ao mais alto dos altos. por que como ele poderia não deixar sua mente flutuar com a ideia de foder laurent? e era exatamente isso que o outro estava insinuando. darian arqueou uma sobrancelha, óbvio da maneira incrivelmente atípica. “eu vou fazer por onde… merecer isso.” ninguém sabia nada do que acontecia entre eles, e jamais poderiam saber, então ele nem ao menos cogitou que um dia esses momentos poderiam ser usados contra os dois. o mundo poderia ser feito apenas dele e de laurent e darian lanier nem ligaria. queria laurent pressionado contra uma cama, gemendo o seu nome como um pedido de súplica. será que o outro conseguia ler isso em sua expressão? não poder falar o estava matando.
por um segundo darian quis dizer que não ligava para os interesses que laurent queria que ele se interessasse, pois era muito fácil entrar no modo fight or flight com o outro. era como os dois funcionavam até não muito tempo. e agora? agora eles estavam ali, e darian estava vendo laurent sorrir e fazer brincadeiras. ele jamais imaginou, nem nos seus melhores sonhos (e completamente profissionais) que um dia chegariam a isso. uma pena que quando o álcool tiver cessado seu efeito, eles voltariam ao que eram antes. era quase como uma droga. darian sabia que o efeito desse laurent iria sumir do seu organismo e ele iria querer mais. e mais. e nunca mais ia querer viver em um mundo onde o príncipe não tinha motivos para rir. se perguntava se o outro um dia encontraria em alguém esse motivo. se perguntava se seria em alguém como villavencia ou se existia a mínima chance de estar em alguém como ele. o nome dela era como um veneno corroendo darian de dentro para fora. porque ele podia tentar raciocinar com antoine, mas era como se a teimosia tivesse passado de pai para filho. seu lado racional estava dando um aviso alto e claro: pare de entreter a ideia de um laurent bondoso. ele vai voltar a ser o mesmo carrasco de sempre e você vai sofrer. então ele se manteve calado. porque ser obcecado com as coisas e pessoas era do seu feitio, também. compartimentação ia até um certo ponto. e laurent não podia saber disso, nunca.
darian deixou o seu corpo cair, deitando-se na grama enquanto laurent dava o seu show e ele apenas assistia, com a cabeça inclinada para o lado. o ministro gargalhava com a convicção do outro. era quase encantador. eu sou laurent lefevre e eu acho que o mundo deve-se curvar aos meus pés. e talvez ele estivesse certo. “as frutas e o vinho são fáceis de arrumar, mas agora… as pessoas nuas te abanando?” darian se permitiu olhar o outro dos pés a cabeça. sabia como cada centímetro do corpo dele era, tinha beijado inúmeros pontos, tocado outros. e, mesmo assim, laurent ainda parecia um mistério em muitas vezes. como seria agradá-lo por completo? darian não se permitiu pensar muito nisso. “será que está aceitando currículos?” foi o que escapou de seus lábios antes que ele pudesse se controlar. mas, assim como o nome de laurent, ele não se deixou abalar pelo seu ato falho. apenas voltou seu olhar para as estrelas no céu, sorrindo. “tenho certeza que muitas pessoas estariam desesperadas por esse emprego.” eu… eu faria isso sem pensar duas vezes. ficaria nu te abanando, me ajoelharia aos seus pés, beijaria sua mão, aceitaria uma coleira no pescoço se isso significasse sua atenção incondicional. darian podia bradar pelos sete cantos do mundo o quanto amava a própria liberdade — e era verdade —, mas também queria mais quando olhava para laurent. e ainda não sabia nomear esse sentimento. era confuso, distante e, ao mesmo tempo, incontrolável. ele não queria se sentir inferior, queria ser bem tratado, digno. mas talvez nunca fosse conseguir isso de laurent. então desejava só o primeiro. podia ser maltratado, contanto que, no mundo real, laurent ainda o enxergasse com o mínimo de respeito. “você pode ter duas funções. focar em apenas uma função na sua vida me parece uma forma muito ineficiente de viver.” ele sabia o que laurent queria dizer e não iria bater boca por causa disso, mas ele também queria que o outro entendesse. queria que ele tivesse a realização de que pode ter duas coisas na vida. que pode… que pode. “sabe… um dia eu vou me cansar desse emprego. e eu não acho que vai demorar. quinze anos, vinte talvez. e eu vou olhar para momentos como esse como uma boa memória, mas eu quero ter certeza também de que fiz tudo que precisava fazer para ser feliz no futuro. você vai ser rei e vai morrer da mesma forma que viveu, infeliz? não quero dizer que você é infeliz agora, só estou dizendo que… que você não vai ter vivido para nada pessoal se não… comer frutar, beber vinhos e ter pessoas nuas te abanando. não estou dizendo para ser irracional com seus atos, você sabe o que eu acho sobre isso, só...” seu tom era de quem estava bêbado, mas ao mesmo tempo estava carregado de um carinho infinito e recentemente descoberto. “você vai casar, ter filhos, lutar para manter velraisse como o reino glorioso que é, então não se contente só com essa noite.” você merece mais do que eu e esse lugar, foi a péssima realização que darian teve.
               ele  balançou  a  cabeça  com  aquela  expressão  debochada  que  usava  sempre  que  queria  fingir  que  estava  sendo  insultado  ,  mesmo  que  o  sorriso  em  seus  lábios  o  traísse  .  o  lefevre  deu  um  leve  soco  no  ombro  do  ministro  ,  meio  que  se  jogando  sobre  ele  com  o  corpo  mole  .  foi  mais  um  encostar  de  ombro  do  que  uma  agressão  .        ‘   cala  essa  boca  ,  lanier  .  eu  vou  ser  um  excelente  rei  .   ’       murmurou  ,  entre  a  risada  e  a  língua  enrolada  .  depois  ergueu  o  queixo  ,  como  se  quisesse  provar  seu  ponto  .  por  trás  da  bebedeira  e  das  piadas  ,  havia  aquela  convicção  :  ele  foi  criado  para  isso  .  não  importava  se  o  povo  não  o  levava  a  sério  ,  se  a  corte  o  chamava  de  inconsequente  ou  se  o  próprio  darian  ,  no  início  ,  o  via  como  um  fardo  mimado  .  ele  sabia  o  seu  papel  .  sabia  que  seria  rei  ,  e  que  seria  bom  nisso  .  semicerrou  os  olhos  ,  fingindo  analisar  o  pedido  com  seriedade  .  a  verdade  é  que  não  conseguia  pensar  em  absolutamente  nada  —  sua  mente  era  um  nevoeiro  alcoólico  no  momento  .  ainda  assim  ,  sustentou  a  encenação  .       ‘   hmmm  ...  eu  posso  te  dar  ...    ’       falou  ,  arrastando  as  palavras  com  um  quê  de  malícia  ,  antes  de  completar  .       ‘   o  título  .  se  você  merecer  ,  é  claro  .   ’       fez  um  estalar  com  a  língua  ,  dando  de  ombros  .  mas  havia  algo  que  o  tirou  brevemente  da  performance  :  seu  nome  .  o  som  de  “laurent”  dito  daquela  forma  ,  solto  ,  íntimo  ,  pela  boca  de  darian  .  o  ministro  quase  nunca  o  usava  fora  de  quatro  paredes  .  era  estranho  e  bom  ouvir  .  mas  laurent  não  reagiu  .  não  de  forma  direta  .  só  apertou  os  lábios  num  sorriso  oblíquo  ,  meio  distraído  .
quando  darian  começou  a  listar  suas  qualidades  ,  laurent  assentia  de  maneira  exagerada  ,  como  um  boneco  desregulado  ,  balançando  a  cabeça  de  cima  para  baixo  várias  vezes  seguidas  —  o  que  foi  um  erro  ,  porque  o  mundo  girou  um  pouco  mais  rápido  depois  disso  .  levou  a  mão  à  testa  ,  rindo  sozinho  ,  antes  de  se  fingir  surpreso  .       ‘   uau  ,  que  currículo  impressionante  .  estou impressionado  .    ’       a  única  qualidade  de  lanier  que  se  lembrava  era  de  como  ele  era  gostoso  sem  camisa  .  mas  claro  ,  aquelas  características  também  eram  importantes  .       ‘   eu  tenho  uma  lista  bem  criativa  de  interesses  em  que  você  pode  se  dedicar  .  te  passo  ela  mais  tarde  .   ’       com  mais  tarde  ,  quis  se  referir  depois  do  evento  .  laurent  estava  determinado  em  levar  aquele  homem  para  cama  .  o  lefevre  virou  o  rosto  devagar  ,  encarando-o  como  se  tivesse  sido  desafiado  .  seu  sorriso  sumiu  por  um  segundo  .  depois  voltou  ,  mas  mais  brando  .       ‘   talvez  .  mas  regras  também  podem  ser  quebradas  .  eu  quebro  as  minhas  o  tempo  todo  .   ’       e  era  verdade  .  vivia  se  contradizendo  .  vivia  no  limite  daquilo  que  deveria  ser  e  do  que  queria  .      ‘   talvez  eu  deva  aprender  a  fazer  isso  .  quando  algo  começa  a  importar  pra  mim  …  me  consome  por  inteiro  .  eu  diria  que  sou  um  pouco  obcecado  .   ’   
a  grama  sob  seu  corpo  era  úmida  e  áspera  ,  mas  naquela  altura  da  noite  ,  parecia  até  acolhedora  .  o  riso  de  darian  o  fez  virar  o  rosto  na  direção  do  ministro  .  laurent  tinha  os  olhos  semiabertos  ,  um  brilho  bobo  de  álcool  .  o  toque  sutil  nos  ombros  ,  os  dedos  distraídos  de  darian  escorregando  por  sua  pele  de  modo  quase  imperceptível  ,  quase  o  fizeram  arrepiar  .  mas  ele  se  conteve  .       ‘   claro  que  merecemos  .    ’       disse  ,  e  sua  voz  soou  quase  convencida  demais  ,  como  se  quisesse  muito  acreditar  naquilo  ,  mas  não  conseguisse  .       ‘   eu  sou  laurent  lefevre  .   ’       ele  esticou  os  braços  para  o  céu  e  sorriu  para  cima  ,  de  forma  exagerada  .       ‘   é  óbvio  que  eu  mereço  felicidade  .  eu  deveria  ter  uma  fila  de  prazeres  me  esperando  todo  dia  no  quarto  .  frutas  ,  vinhos  ,  pessoas  nuas  me  abanando  com  leques  de  penas  .   ’       soltou  uma  gargalhada  alta  ,  imaginando  a  cena  .  mas  quando  seu  olhar  voltou  para  darian  ,  estava  escurecido  .      ‘   mas  não  tenho  .  sabe  por  quê  ?  porque  no  meu  caso  ,  merecer  não  significa  nada  .  minha  função  não  é  ser  feliz  .  é  ser  funcional  .   ’       o  riso  escapou  aos  poucos  ,  como  se  estivesse  se  esvaindo  .  estendeu  o  braço  para  alcançar  a  garrafa  ,  mas  errou  por  alguns  centímetros  e  desistiu  com  um  resmungo  preguiçoso  .  precisava  de  outra  distração  ,  então  esticou  a  perna  ,  com  a  pontinha  do  sapato  encostando  sutilmente  na  perna  de  darian  e  depois  o  encarou  .       ‘   estou  me  contentando  com  essa  noite  .  é  mais  do  que  tive  nos  últimos  meses  .   ’
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darianversion · 9 days ago
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  ✽  darian estava bêbado e podia acreditar no que quisesse, então ele acreditaria que havia mais para aquelas palavras. que a frase terminou apenas em 'eu não quero que você vá a lugar nenhum.' e tinha mais ali, um sentimento quase que impossível de definir. dar um nome era perigoso, então ele apenas aceitaria aquela coisa horrível e tenebrosa que se apossava do seu coração. ele sentia falta de velraisse e isso ficava mais óbvio a cada dia que passa. ele queria a sua casa, as ruas por onde ele andava, o seu carro, os seus colegas de trabalho, seus amigos, sua mãe. ele queria a familiaridade e a segurança do seu próprio país. até isso laurent tinha tirado dele. “uma bagunça se dependesse de você.” tinha um sorriso brincalhão enquanto ele sussurrava as palavras perto demais do outro. ele pagaria por aquela em algum outro dia. por enquanto, o momento lhe bastava. “ministro da dedicação… oh, laurent, você não seria tão bondoso a ponto de me dar tamanho título, seria?” sua voz era doce e melodiosa, como uma pessoa pega de surpresa por um buquê de flores ou uma carta de amor. quase a mesma coisa para ele. foi pego na brincadeira de tamanha maneira que nem ao menos percebeu que havia largado o título, que havia chamado o outro de laurent. quando percebeu, houve uma mudança leve na sua expressão, mas apenas o suficiente. uma nuance em seus olhos. teria laurent percebido?
“eu sou muito interessante! eu sou engraçado, eu sei tocar instrumentos, eu sei falar muitas línguas, eu sei atirar muito bem, eu tenho um doutorado, eu tenho prêmios e um salário bom… eu sou dono de uma das maiores empresas do ramo tecnológico do mundo! a maioria das pessoas fica impressionada com essas coisas. isso só não acontece com você porque você é um príncipe!” não tinha raiva em sua voz, mas sim um divertimento com o fato de que laurent provavelmente não percebia isso. talvez fosse esse o motivo pelo qual não achava que darian poderia conseguir uma noiva: pelo fato de que tudo de atraente no ministro, tirando o seu corpo, era pouco perto dele. “mas eu prometo me… dedicar em ser cada vez mais interessante para o seu gosto… vossa alteza.” suas palavras ainda eram arrastadas, mesmo com o breve momento de sobriedade onde teve que lembrar dos seus pontos positivos. uma atividade e tanto para a mente. “exceções demais criam uma regra, não acha?” de repente, darian sentiu um cansaço tomar conta de si. não de laurent, mas de tentar conversar através de códigos. ele era uma pessoa muito intensa para isso. “mas eu estou aprendendo a compartimentar.” complementou, porque era a mais pura verdade. ele era um bom ministro e fazia o seu trabalho. ele queria desesperadamente beijar e transar e dormir abraçado no príncipe que deveria ser nada mais do que uma dor de cabeça burocrática. compartimentação. as mãos no outro nos seus ombros queimavam através da seda da sua camisa. ele não lutou contra a vontade de joga sua cabeça para trás e até caminhou alguns segundos assim, olhando as estrelas o céu, mas isso também durou pouco. darian bebeu um grande gole da bebida antes de ver o outro se jogando no chão. logo, havia perdido a sua garrafa, porque era assim que as coisas funcionavam com eles agora. darian roubava copo e cigarro. laurent roubava sua garrafa e, sinceramente, sua sanidade. parecia justo. 'vem cá' foi o suficiente para derreter o ministro, quase que literalmente. suas pernas falharam e logo ele estava no chão ao lado do príncipe, e ambos estavam rindo. aquilo era felicidade, algo raro entre os dois. era diversão, era leveza e irresponsabilidade. ele aproveitou para tocar discretamente em laurent, sentindo seus braços, seus ombros. era uma pequena migalha, mas era o que eles podiam fazer. em velraisse não seria assim. talvez, em velraisse, não fosse existir nada entre eles, mas se existisse a única coisa que seria testemunha dos dois seria o ar e as estrelas de um país que os amava. “nós somos mais do que homens influentes e respeitáveis. nós somos seres humanos, também.” darian bebeu mais um longo gole da bebida. laurent podia achar horrível, mas era coragem líquida para o ministro. “nós merecemos felicidade, mesmo que rápida. merecemos… a melhor noite das nossas vidas.” ele estava rindo, gargalhando na verdade.
               ‘   eu  não  quero  que  você  vá  a  lugar  nenhum  .  você  é  um  ótimo  ministro  e  não  consigo  imaginar  velraisse  sem  você  .  viraria  uma  bagunça  !   ’       estava  sendo  sincero  em  relação  à  parte  governamental  .  darian  realmente  era  um  bom  ministro  ,  e  inteligente  ,  e  proativo  ...  mas  não  estava  se  referindo  apenas  à  função  dele  .  laurent  ,  mesmo  bêbado  ,  sabia  reconhecer  o  início  de  uma  obsessão  .  e  darian  estava  se  tornando  isso  .  laurent  era  possessivo  .  sempre  foi  ,  seja  com  coisas  ou  com  pessoas  .  mas  naquele  momento  ,  percebeu  que  ser  possessivo  com  darian  seria  um  problema  .  queria  tudo  que  era  dele  perto  .  submisso  ,  leal  e  silencioso  .  só  que  darian  não  era  nenhuma  dessas  coisas  —  e  ainda  assim  ,  laurent  o  queria  .  ele  já  conseguia  imaginar  os  ciúmes  que  viria  a  sentir  .  as  noites  em  que  se  obrigaria  a  não  olhar  quando  o  ministro  dançasse  com  outra  pessoa  .  as  ocasiões  em  que  o  veria  sendo  cordial  demais  com  alguém  da  corte  .  ele  sabia  como  aquilo  o  corroeria  por  dentro  .  como  poderia  pedir  que  darian  não  respirasse  perto  de  ninguém  …  enquanto  ,  ao  mesmo  tempo  ,  laurent  seria  noivo  de  outra  ?  pensou  em  villavencia  ,  e  o  nome  vinha  com  um  gosto  amargo  .  ele  nunca  gostou  de  traição  .  já  tinha  sido  a  parte  traída  e  ainda  sentia  ódio  daquela  pessoa  até  hoje  .  mesmo  que  não  amasse  villavencia  ,  ela  não  merecia  aquilo  .  é  isso  que  um  rei  deveria  fazer  ,  certo  ?  desistir  da  própria  felicidade  pelo  bem  do  reino  .  mas  quando  olhava  para  darian  …  laurent  queria  ser  egoísta  .        ‘   você  é  o  ministro  da  dedicação  ,  já  entendemos  .   ’       ele  riu  ,  fazendo  um  gesto  amplo  com  os  braços  para  simbolizar  as  câmeras  e  as  pessoas  que  os  assistiam  .  ele  odiava  aquelas  pessoas  agora  .  o  lefevre  revirou  os  olhos  com  a  pergunta  dele  ,  mas  estava  sorrindo  .  era  o  tipo  de  sorriso  que  vinha  meio  de  lado  ,  enviesado  ,  como  se  estivesse  sendo  arrancado  dele  contra  a  própria  vontade  .       ‘   você  não  é  tão  interessante  assim  .    ’       fingiu  desdém  ,  desviando  o  olhar  como  se  estivesse  fazendo  cena  .  e  estava  .  quem  ele  queria  enganar  ?       ‘   mas  suponhamos  que  você  tenha  razão  .   ’       continuou  ,  com  a  voz  arrastada  pela  embriaguez  e  pela  intimidade  crescente  .       ‘   suponhamos  que  conhecer  você  não  seja  ...  tão  ruim  assim  .   ’       o  olhar  voltou  a  encontrar  o  de  darian  .  estava  mesmo  admitindo  aquilo  ?
‘   quer  dizer  que  tem  coisas  ...  que  escapam  da  sua  lista  de  arrependimentos  .  é  bom  ter  exceções  ,  lanier  .  nem  tudo  precisa  ser  preto  no  branco  .   ’       aquelas  entrelinhas  estavam  o  matando  .  não  via  a  hora  daquele  evento  acabar  para  levar  darian  até  seu  quarto  .  faria  com  que  o  ministro  pagasse  por  cada  uma  daquelas  palavras  .  mal  darian  se  virou  com  a  garrafa  em  mãos  ,  ele  já  estava  de  pé  .  queria  segui-lo  como  um  vício  .  as  mãos  do  príncipe  encontraram  os  ombros  do  ministro  no  caminho  ,  pousando  ali  como  quem  buscava  direção  .  os  dedos  apertaram  de  leve  ,  brincalhões  ,  mas  havia  uma  posse  velada  naquele  gesto  .  ele  seguiu  darian  com  passos  descompassados  até  chegar  no  jardim  .  naquele  momento  ,  laurent  simplesmente  …  desistiu  da  postura  .  caiu  sentado  no  chão  ,  sem  aviso  .       ‘   ugh  ,  muito  melhor  .    ’       com  o  corpo  meio  tombado  ,  os  cotovelos  apoiados  nos  joelhos  dobrados  ,  ele  estendeu  a  mão  para  darian  e  ,  sem  pedir  permissão  ,  arrancou  a  garrafa  com  um  gesto  preguiçoso  .  virou  um  gole  direto  na  garganta  e  soltou  um  "ahh"  satisfeito  .  fez  uma  careta  depois  .       ‘   isso  é  horrível  .   ’       tomou  mais  um  gole  antes  de  deixar  a  bebida  de  lado  e  esticar  o  braço  novamente  na  direção  do  lanier  .       ‘   vem  cá  .   ’       disse  ,  e  assim  que  o  ministro  aceitou  ,  laurent  o  puxou  para  baixo  com  força  desnecessária  ,  caindo  com  ele  numa  risada  desengonçada  ,  mais  alta  do  que  deveria  ser  para  aquela  hora  .  deitou  a  cabeça  no  chão  ,  os  cabelos  bagunçados  contra  a  grama  ,  os  olhos  vagando  pelo  céu  falso  acima  deles  .       ‘   estamos  deploráveis  .  dois  homens  influentes  e  respeitáveis  ,  caídos  no  jardim  como  dois  adolescentes  bêbados  .  e  está  sendo  a  melhor  noite  da  minha  vida  .   ’   
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darianversion · 9 days ago
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  ✽  darian sabia disso. na verdade, o darian sóbrio sabia disso. o darian bêbado, porém, podia muito bem esquecer tudo isso com um piscar de olhos daquele que assombrava todos os seus pensamentos. ele não podia se prender a isso, então só sorriu. ele quis se inclinar e roubar um beijo do outro, como quem diz 'não diga isso. não se preocupe com isso'. queria que fosse real, também. quando estava do lado do príncipe a realidade se distorcia. “eu sempre falo assim, mesmo que tecnicamente não exista no meu plano de carreira uma possível promoção. você já deveria saber nessa altura de nossa relação.” darian gostava de agradar, gostava de ser gostado e gostava quando as pessoas percebiam o quão dedicado ele era. então ele estava acostumado a ter um certo discurso preparado, mas não era isso que ele quis dizer. o ministro fez um bico, uma manha causada pela bebida e pela sua fala que não tinha sido entendida. e nunca poderia ver a luz do dia. você é muito único desejo, laurent. você fez a minha vida virar de pernas para o ar e eu não consigo viver sabendo que você e eu somos destinados a ficar há cinco passos de distância! aquela ilha era sufocante porque laurent iria ficar noivo, iria voltar para velraisse para um final feliz em um casamento e quando finalmente ele pudesse ser honesto sobre tudo que sentia, já seria tarde demais. darian sempre estava tarde demais quando o assunto era seus sentimentos. para alguém que tinha conseguido atingir todas as metas profissionais aos vinte e oito anos, ele tinha muitas lacunas na sua vida. ele se pergunta se o fantasma de seu pai está rindo dele agora, sabendo que sempre esteve certo sobre ele. “dedicação é o que me trouxe até aqui.” até o cargo de ministro, até essa relação ridiculamente polêmica entre os dois. o que fosse. dedicado, incapaz, inconsequente. a lista de adjetivos para darian só aumentava a cada segundo, mas engraçado foi uma nova. ele nunca foi particularmente engraçado, mas tentava se julgava que isso pudesse ajudar em alguma conexão. agora, se as coisas que ele diziam saíam como tal para laurent ele genuinamente não sabia se era por uma possível chacota vinda do outro ou se era porque ele era capaz de alimentar uma parte do ministro que as outras pessoas falhavam, qualquer fosse a resposta certa, darian resolveu dizer a opção que mais provocaria o outro: “tá vendo? quando você me deixa respirar, você começa a descobrir quem eu sou e isso não deve ser tão ruim. ou é?” era uma provocação barata, isso era claro. queria saber até onde laurent iria, até onde aquele álcool tinha libertado a parte bondosa de sua personalidade. se é que fosse realmente isso que ele estava deixando transbordar.
“eu me arrependo de quase cada passo errado que eu dou. e isso incluí tudo que não engloba meus deveres como ministro.” essa era sua resposta robótica, aquela que ele responderia há algumas semanas. se ele fosse ser verdadeiro, era uma mentira agora. e o álcool estava o tornando a pessoa mais verdadeira do mundo. “mas eu ando fazendo coisas nessas últimas semanas que não cabem nessa categoria, necessariamente. e eu não me arrependo.” suas últimas palavras foram fortes. eu não me arrependo de você. o seu lado racional dizia que era seu dever recuar, se arrepender e repensar seus próximos passos, mas o seu coração… esse queria uma vida inteira de atos inconsequentes ao lado de laurent. as próximas palavras do príncipe foram o suficiente para calarem darian. ele ficou sem saber o que responder, porque era inevitável uma voz em algum canto do seu cérebro sussurrando 'você está falando de mim?', mas é claro que não. como poderia? darian não nasceu para ser amante de ninguém. e ele jamais seria. ele podia falar algo para irritar o outro, mas acabar com a leveza daquele momento pareceu errado. era errado. darian se levantou, meio tonto ainda, ao ver um garçom passando ali perto com uma garrafa de alguma coisa. não fez cerimônia ao roubar a garrafa, sabendo que precisava de mais pois aquela conversa estava ficando séria demais. “vem?” o ministro fez um movimento com o queixo, indicando o jardim.
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  ✽  “isso é um aviso?” confusão se alastrou no rosto de darian. ele sabia que laurent estava estranho e aquilo só poderia ser uma confirmação. ele não confiava cegamente em laurent, pois isso seria uma burrice sem tamanho. o outro era imprevisível e muitas vezes cruel. o ministro podia ser fiel, mas não era cego. só que ele não podia pensar nisso. não queria confrontar laurent. o que quer que fosse, podia esperar até amanhã. só podia ser, não é? o príncipe não o levaria até esse nível de tranquilidade para destruí-lo logo depois. a ansiedade insistia em querer pedir passagem, mas darian se mantinha firme. ou o nível de álcool no seu sistema fazia isso. “eu sei, eu sei...” seu tom era doce, como o de quem acalma uma criança prestes a fazer birra. o ministro não podia ir contra laurent agora, mas era uma coisa curiosa, como mesmo bêbado ele ainda pensava assim. darian o conhecia desde criança, lembrava de quase todas as fases de laurent. ele sabia que o outro não lembrava de si, mas darian lembrava. mesmo sendo quatro anos mais novo, darian lembra de uma época em que o outro era apenas uma criança normal como qualquer outra. na verdade, como qualquer outro príncipe. mesmo novo, vossa alteza real príncipe laurent lefevre já tinha um fogo e uma fúria em seus olhos. o ministro tinha uma curiosidade grande de estudar assuntos relacionados a psicologia e ele às vezes pensava no príncipe nesses momentos. teria o outro um dia sido apenas uma pessoa, não um título? seria possível que no futuro ele voltasse a ser? mesmo bêbado e deixando sua mente divagar, ele olhava laurent nos olhos e se perguntava isso. “meu único desejo é você... satisfeito com o meu trabalho. e é bom que você aprecie a minha compreensão e sensibilidade, isso apenas torna nossa relação mais fácil.” o flerte e duplo sentido se perderam conforme ele adicionava mais coisas, com uma certa vergonha tomando conta de si. ele já não sabia se o calor em seu pescoço e suas bochechas vinha do álcool ou das coisas que eles estavam dizendo. “eu falo verdadeiramente quando digo que você assim... é melhor do que qualquer... acordo que tenhamos feito em nossas reuniões.” não sabe se aquilo cruzou alguma linha entre eles, mas era a verdade. era bom ter alguém que o entendesse entre quatro paredes, mas ele não via laurent só daquela maneira. de repente, ele se arrependeu de ter dito tal absurdo. linha cruzada, definitivamente. “aulas particulares para aprender a fumar... huh, deve ser algo realmente muito difícil.” provocou, sabendo que isso iria tirar o príncipe do seu eixo. seu sorriso fácil voltou, se agarrando desesperadamente na possibilidade de mudar o foco da conversa. de não ter assustado laurent. “os santos não estão me escutando ultimamente. acho que não tenho rezado com tanto afinco como deveria.” foi honesto, mesmo que não direto. ultimamente ele só rezava solicitando ajuda para os acordos, solicitando ajuda para a família real prosperar e que laurent faça a escolha certa. seu pai também. “eu acho que as coisas que estamos insinuando que eu faça hoje eu não devo pedir para acontecerem, mas sim perdão quando acontecerem.” sussurrou, como se isso fosse o suficiente para ninguém escutar. que o julguem. darian tinha fé nos santos, mas tinha fé em outras coisas também. “e essa,” deixou a ponta de seus dedos tocaram a água. “não é uma fonte de desejos. é uma fonte de pecados.”
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darianversion · 10 days ago
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  ✽  “isso é um aviso?” confusão se alastrou no rosto de darian. ele sabia que laurent estava estranho e aquilo só poderia ser uma confirmação. ele não confiava cegamente em laurent, pois isso seria uma burrice sem tamanho. o outro era imprevisível e muitas vezes cruel. o ministro podia ser fiel, mas não era cego. só que ele não podia pensar nisso. não queria confrontar laurent. o que quer que fosse, podia esperar até amanhã. só podia ser, não é? o príncipe não o levaria até esse nível de tranquilidade para destruí-lo logo depois. a ansiedade insistia em querer pedir passagem, mas darian se mantinha firme. ou o nível de álcool no seu sistema fazia isso. “eu sei, eu sei...” seu tom era doce, como o de quem acalma uma criança prestes a fazer birra. o ministro não podia ir contra laurent agora, mas era uma coisa curiosa, como mesmo bêbado ele ainda pensava assim. darian o conhecia desde criança, lembrava de quase todas as fases de laurent. ele sabia que o outro não lembrava de si, mas darian lembrava. mesmo sendo quatro anos mais novo, darian lembra de uma época em que o outro era apenas uma criança normal como qualquer outra. na verdade, como qualquer outro príncipe. mesmo novo, vossa alteza real príncipe laurent lefevre já tinha um fogo e uma fúria em seus olhos. o ministro tinha uma curiosidade grande de estudar assuntos relacionados a psicologia e ele às vezes pensava no príncipe nesses momentos. teria o outro um dia sido apenas uma pessoa, não um título? seria possível que no futuro ele voltasse a ser? mesmo bêbado e deixando sua mente divagar, ele olhava laurent nos olhos e se perguntava isso. “meu único desejo é você... satisfeito com o meu trabalho. e é bom que você aprecie a minha compreensão e sensibilidade, isso apenas torna nossa relação mais fácil.” o flerte e duplo sentido se perderam conforme ele adicionava mais coisas, com uma certa vergonha tomando conta de si. ele já não sabia se o calor em seu pescoço e suas bochechas vinha do álcool ou das coisas que eles estavam dizendo. “eu falo verdadeiramente quando digo que você assim... é melhor do que qualquer... acordo que tenhamos feito em nossas reuniões.” não sabe se aquilo cruzou alguma linha entre eles, mas era a verdade. era bom ter alguém que o entendesse entre quatro paredes, mas ele não via laurent só daquela maneira. de repente, ele se arrependeu de ter dito tal absurdo. linha cruzada, definitivamente. “aulas particulares para aprender a fumar... huh, deve ser algo realmente muito difícil.” provocou, sabendo que isso iria tirar o príncipe do seu eixo. seu sorriso fácil voltou, se agarrando desesperadamente na possibilidade de mudar o foco da conversa. de não ter assustado laurent. “os santos não estão me escutando ultimamente. acho que não tenho rezado com tanto afinco como deveria.” foi honesto, mesmo que não direto. ultimamente ele só rezava solicitando ajuda para os acordos, solicitando ajuda para a família real prosperar e que laurent faça a escolha certa. seu pai também. “eu acho que as coisas que estamos insinuando que eu faça hoje eu não devo pedir para acontecerem, mas sim perdão quando acontecerem.” sussurrou, como se isso fosse o suficiente para ninguém escutar. que o julguem. darian tinha fé nos santos, mas tinha fé em outras coisas também. “e essa,” deixou a ponta de seus dedos tocaram a água. “não é uma fonte de desejos. é uma fonte de pecados.”
               laurent  sentiu  uma  fisgada  no  peito  —  e  não  foi  culpa  da  bebida  .  quando  darian  disse  que  confiaria  nele  ,  o  riso  permaneceu  em  seus  lábios  ,  mas  alguma  coisa  dentro  dele  se  retraiu  .  ele  ia  decepcioná-lo  .  não  porque  queria  ,  mas  porque  era  inevitável  .  porque  o  noivado  com  villavencia  já  era  uma  sentença  .  nos  últimos  dias  ,  o  ministro  e  o  darian  tinham  começado  a  se  dividir  em  dois  .  aquela  era  uma  informação  que  o  ministro  de  velraisse  deveria  saber  ,  ao  mesmo  tempo  que  era  algo  que  queria  esconder  de  darian  .  era  uma  ilusão  ,  ele  sabia  —  darian  era  só  um  .  talvez  por  isso  ele  quis  suavizar  com  humor  .       ‘   personne  ne  t'a  jamais  dit  que  não  se  deve  confiar  em  um  bêbado  ?   ’       murmurou  ,  a  voz  pastosa  num  francês  misturado  ,  enquanto  tocava  de  leve  com  o  indicador  na  ponta  do  nariz  do  outro  ,  como  se  estivesse  repreendendo  uma  criança  .  era  o  tipo  de  gesto  que  fazia  com  devine  .  o  que  será  que  devine  estava  fazendo  ?  divagou  sobre  isso  por  alguns  segundos  .  o  sorriso  dele  não  desapareceu  ,  nem  quando  darian  disse  ,  com  aquele  ar  quase  envergonhado  ,  que  gostava  daquela  versão  dele  .  aquela  versão  irresponsável  ,  divertida  ,  distante  do  príncipe  sempre  tenso  e  controlado  .  ele  sabia  que  ,  em  breve  ,  teria  que  decepcionar  darian  .  novamente  .  aquele  sorriso  alegre  era  apenas  um  momento  de  fuga  ,  e  a  verdade  que  ele  escondia  ,  essa  sim  ,  era  cruel  .  quando  sentiu  os  dedos  do  lanier  tocarem  seu  rosto  ,  delineando  a  linha  entre  suas  sobrancelhas  ,  deixou  a  cabeça  pender  ligeiramente  para  trás  .  não  fugiu  do  toque  .  só  deixou  acontecer  .  de  olhos  semicerrados  ,  observou  o  rosto  do  outro  ,  com  a  expressão  preguiçosa  de  quem  não  queria  sair  daquele  instante  .       ‘   você  sabe  que  isso  não  é  culpa  minha  ,  não  é  ?  se  as  pessoas  não  fossem  tão  estúpidas  ,  eu  não  franziria  tanto  o  cenho  .   ’       aquilo  era  algo  que  o  laurent  sóbrio  também  diria  .       ‘   eu  sei  que  ,  com  você  ,  eu  posso  me  permitir  mais  do  que  com  qualquer  um  .  por  isso  você  é  um  ótimo  …  ministro  .  um  ministro  muito  compreensivo  .   ’       precisou  comprimir  os  lábios  para  não  soltar  uma  risada  .  aquilo  era  engraçado  .  estavam  mesmo  flertando  por  códigos  ?  as  palavras  de  darian  se  repetiam  em  sua  mente  e  ele  quase  tossiu  de  rir  .  maldito  .       ‘   espero  que  esteja  pronto  para  aulas  particulares  ,  então  .   ’       ele  se  ajeitou  na  borda  da  fonte  ,  tragando  o  cigarro  uma  última  vez  antes  de  apagá-lo  contra  a  pedra  fria  .  o  sorriso  surgiu  no  canto  dos  lábios  como  quem  tentava  contê-lo  e  falhava  ,  um  reflexo  espontâneo  do  prazer  que  sentia  em  ver  darian  provocá-lo  .       ‘   os  santos  costumam  ser  generosos  com  quem  sabe  pedir  com  jeitinho  .   ’       ele  baixou  o  olhar  por  um  segundo  ,  só  para  não  parecer  tão  óbvio  .  quando  voltou  a  encarar  darian  ,  seus  olhos  tinham  aquele  brilho  levemente  escuro  ,  quase  travesso  .       ‘   você  pediu  ?   ’       laurent  não  saberia  dizer  com  precisão  o  que  era  —  estava  bêbado  demais  para  ser  racional  ,  mas  sóbrio  o  suficiente  para  saber  que  ,  se  tivesse  a  chance  ,  aquela  noite  acabaria  com  ele  despido  de  todos  os  títulos  .       ‘   essa  é  uma  fonte  do  desejo  ,  não  é  ?  você  pode  pedir  para  ela  .   ’ 
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darianversion · 10 days ago
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  ✽  “me desculpe...” era um pedido de desculpas não pelo o que havia dito, mas sim pelo fato de que seguiria dizendo. seguiria chamando o outro de 'vossa alteza', pois era o que ele devia fazer. o quão errado seria o ministro de velraisse chamando o príncipe pelo nome? talvez fosse ser errado o suficiente para alguém notar o que há entre eles. não podia arriscar. mesmo assim, com todas essas preocupações, algo ainda o incomodava. o futuro. o tempo dos dois estava acabando, isso era óbvio, e darian nem sabia que estava contando. era uma tragédia anunciada. quanto tempo teria? até que laurent fosse irrevogavelmente de outra pessoa? “irei confiar em você.” tinha um sorriso tímido nos lábios. algo tinha mudado, ele só não sabia o que. o que quer que tivesse causado aquela vontade de beber em laurent, ele se permitiu agradecer. será que o outro lembraria daquele momento? darian sabia que sim. nem se ele quisesse esquecer poderia esquecer da oportunidade rara de ver o outro rindo. “sim, eu gosto...” sua confissão veio com uma risada boba, efeito do álcool. sim, eu gosto de te ver leve. gosto de não ter uma pressão óbvia na sua expressão. “mas não é tanto sobre mim, quanto sobre você. é bom te ver assim, independente do que eu acho... faz bem. estar assim...” levou sua mão até o espaço entre as sobrancelhas do outro. franziu o cenho, para demonstrar como laurent sempre estava e como não estava agora. o espaço ali sem estar franzido. recolheu a mão novamente, tirando a expressão do próprio rosto com o dedo que tocava laurent. a menção do pai de laurent fez o ministro deixar seus olhos caírem sobre a água da fonte, apenas para não ter que olhar o príncipe. pela primeira vez na vida, darian quis dizer que não importava o que o rei pensava. porém, é claro que ele não podia dizer isso de maneira clara. as câmeras ainda estavam ali. então, ele achou sua maneira. “diferentes pessoas levam coisas diferentes em consideração. eu não sou o seu pai, então você pode agir como quiser comigo.” lembrou-se da primeira vez e como disse para laurent que ele podia fazer o que quisesse consigo. era a breve e aterrorizante realização de que darian sempre aceitaria tudo do outro. o que laurent quisesse dar, ele aceitaria. “então não deu muito certo, porque as coisas seguem... intoleráveis.” não tinha tristeza em sua voz, apenas mansidão. ele estava cansado de lutar. “me ensine, então. nunca se sabe quando eu vou precisar, e eu prometo que sou um aluno muito dedicado.” seu tom de voz era o mais inocente possível, mas era inegável onde a sua mente foi. depois de algum segundo, soltou uma risada. sabia que laurent entenderia. só os dois, no seu mundo. como sempre. “talvez envolva.” o ministro deu de ombros. na verdade não iria envolver, muito provavelmente. ele não estava afim de piorar a situação toda, mas algo dentro dele queria ver a reação de laurent. ele sabia que iria conseguir ver nos olhos do outro se isso o afetaria minimamente. “vamos ver se a noite vai ser generosa comigo.” por favor, por favor, por favor.
               ‘   não  me  chame  assim  .   ’       soltou  ,  quase  no  automático  ,  quando  ouviu  o  vossa  alteza  .  não  era  irritação  .  era  a  memória  da  primeira  vez  deles  .  e  desejo  .  álcool  costumava  deixar  o  lefevre  ainda  mais  excitado  ,  se  isso  era  possível  .  coisas  que  não  podia  ter  naquele  momento  ,  com  aquelas  malditas  câmeras  apontadas  para  eles  como  aves  de  rapina  .  laurent  estava  tentando  não  pensar  no  fato  de  que  ,  naquela  manhã  ,  havia  sido  empurrado  até  o  limite  mais  ridículo  de  sua  liberdade  .  tinha  dito  sim  .  não  com  a  boca  ,  mas  com  o  silêncio  que  o  pai  sempre  interpretava  como  obediência  .  ele  ia  casar  .  e  provavelmente  ,  amanhã  de  manhã  ,  todo  mundo  saberia  .  inclusive  darian  .  não  queria  estragar  aquele  momento  .       ‘   nada  com  que  deva  se  preocupar  ,  é sério  .   ’       ficava  imaginando  qual  seria  a  reação  de  darian  ,  e  sinceramente  ...  nenhuma  era  boa  .       ‘   o  vinho  ...  é  uma  das  únicas  coisas  que  ainda  fazem  sentido  nessa  ilha  .   ’       repetiu  ,  com  os  olhos  brilhando  .  ele  virou  o  rosto  devagar  ,  encarando  darian  com  uma  expressão  difícil  de  decifrar  .       ‘   você  gosta  de  mim  assim  ?   ’       perguntou  ,  e  havia  algo  genuíno  ali  .  algo  que  laurent  não  costumava  permitir  que  escapasse  por  sua  boca  .  um  tom  mais  baixo  ,  mais  denso  ,  como  se  a  pergunta  tivesse  escorregado  antes  que  ele  pudesse  medir  .       ‘   aposto  que  meu  pai  não  concorda  com  você  .   ’       o  toque  no  ombro  foi  o  suficiente  para  aquecer  um  ponto  do  seu  corpo  que  ele  preferia  deixar  dormente  .  seu  olhar  desceu  para  a  mão  do  ministro  ,  demorou  ali  —  e  então  subiu  outra  vez  ,  vagando  para  a  boca  dele  .  por  pouco  tempo  .  umedecer  os  próprios  lábios  foi  um  gesto  mecânico  .  quase  um  freio  .  as  câmeras  ,  idiota  .       ‘   claramente  você  estava  errado  .  beber  nunca  deixa  as  coisas  mais  claras  .  só  mais  ...  toleráveis  .   ’       respondeu  com  um  meio  sorriso  torto  ,  tentando  distrair-se  da  confissão  oculta  nela  .  laurent  voltou  a  segurar  o  cigarro  ,  tragando  outra  vez  ,  a  fumaça  envolvendo  seu  rosto  enquanto  apontava  o  filtro  em  direção  ao  ministro  .       ‘   então  ,  eu  vou  te  ensinar  a  fumar  ,  lanier  .   ’       aquilo  era  uma  promessa  ?  por  um  breve  instante  ,  seu  semblante  fechou  ,  um  lampejo  de  seriedade  cortando  a  leveza  do  momento  ,  antes  de  ele  disfarçar  com  um  sorriso  curvo  .       ‘   o  que  mais  você  vai  se  permitir  essa  noite  ,  ministro  ?  isso  envolve  outras  pessoas  ?   ’       a  pergunta  não  soou  acusatória  ,  mas  sim  inquisitiva  ,  como  se  fossem  grandes  amigos  curiosos  sobre  a  vida  um  do  outro  .
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darianversion · 10 days ago
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  ✽  ele logo sentiu uma pontada em seu peito, porque darian nunca podia ser só darian. ele sempre tinha que estar por dentro de tudo e isso não era nem o que laurent o cobrava. darian sabia se cobrar o suficiente. e o fazia com maestria. “eu não sei... não sei o que, vossa alteza?” as palavras ao mesmo tempo que tinham curiosidade, também carregavam vergonha de ter se deixado levar por uma noite. “todas coisas muito dignas de comemoração, é claro... o vinho principalmente.” ele ainda sentia o gosto da mistura de bebidas em sua boca. champagne, vinho, vodca e o que mais fosse. sua ironia em resposta a do outro era prova viva disso. “mas, é que... isso não é muito você. no bom sentido.” falou a última parte chegando mais perto de laurent, batendo seu ombro no dele. o sorriso fácil, o toque de ombros, o olhar demorado. qualquer um poderia ver. e, ao mesmo tempo, não tinha nada ali. “o meu motivo... o meu motivo foi que eu achei que se eu bebesse, as coisas ficariam mais claras. claramente eu estava errado.” ele não podia falar o motivo real, então falou o falso. o motivo real era sua óbvia confusão. era a incerteza sobre sua posição e seu dever. laurent era a única coisa que ficava entre darian e o futuro que tinha traçado para si. o príncipe era a única coisa de pé entre o ministro e a razão. e como prova tão viva e tão pungente, laurent riu. uma gargalhada real, de dobrar o corpo. darian se viu hipnotizado por alguns segundos. queria eternizar aquele momento. queria a certeza de que sempre veria o outro assim, feliz, e não aquela carranca que o príncipe sempre carregava. quem o havia quebrado a tamanho ponto que uma risada era capaz de deixar darian sem chão? sem chão era a palavra certa, pois agora a leveza que ele sentia não tinha nada a ver com o álcool. e, ao mesmo tempo, como se flutuasse num oceano e tivesse um peso atado aos pés, darian se viu preso. incapaz de se mover para cima, de sair daquilo tudo. ele só se afundaria naquele sentimento. “para a sua informação,” darian tentou um sorriso em meio ao tumulto que tomou conta de si, um dedo no ar enquanto a outra mão devolvia o cigarro para o outro. “eu sei fumar. eu só não tenho o costume, mas acho que hoje é um dia para fazer essas coisas. as coisas as quais eu não me permito.”
               laurent  soltou  uma  risada  baixa  e  balançou  a  cabeça  ,  como  se  não  acreditasse  no  que  estava  vendo  .  e  talvez  não  acreditasse  mesmo  .  seu  reflexo  não  estava  bom  o  suficiente  para  ter  avisado  o  ministro  sobre  a  fonte  antes  .  quer  dizer  ,  ele  precisava  ?  pensava  que  era  óbvio  .  ela  estava  ali  .  até  virou-se  rapidamente  para  confirmar  se  ainda  estava  .  a  resposta  era  sim  .  piscou  com  a  pergunta  dele  ,  o  cenho  franzido  enquanto  encarava-o  ,  a  incredulidade  embebida  no  olhar  turvo  pela  bebida  .       ‘   você  ainda  não  sabe  ?   ’       a  pergunta  saiu  mais  como  uma  instigação  ,  como  se  fosse  impossível  que  seu  ministro  —  seu  ministro  !  —  não  estivesse  a  par  da  coisa  mais  importante  daquele  dia  .  ele  balançou  a  cabeça  ,  uma  risada  baixa  e  arrastada  escapando  enquanto  dava  uma  tragada  mais  longa  no  cigarro  ,  sentindo  o  calor  do  fogo  subir  pela  garganta  .       ‘   estou  comemorando  a  caridade  ,  evidentemente  !   ’       declarou  ,  abrindo  os  braços  como  se  brindasse  ao  mundo  .       ‘   essa  festa  beneficente  maravilhosa  .  o  altruísmo  dos  nobres  .  o  vinho  de  graça  .   ’       estava  sendo  irônico  ,  obviamente  .       ‘   estou  me  sentindo  particularmente  generoso  essa  noite  .   ’       os  olhos  percorreram  o  rosto  de  darian  por  tempo  demais  para  ser  considerado  apropriado  .  por  tempo  demais  para  alguém  com  uma  aliança  prestes  a  ser  firmada  .  mas  laurent  não  se  importava  .  o  álcool  misturado  com  o  amargor  da  manhã  tornava  qualquer  limite  borrado  .       ‘   e  você  ?  qual  foi  o  seu  motivo  ,  lanier  ?   ’       o  nome  soou  íntimo  na  boca  dele  e  ele  aproveitou  o  gosto  .  era  apenas  o  que  teria  aquela  noite  .  ele  não  perguntou  diretamente  se  era  ele  .  mas  queria  .  queria  ser  o  motivo  de  darian  estar  bêbado  .  e  quando  ele  puxou  o  cigarro  da  sua  mão  sem  pedir  ,  laurent  fez  uma  careta  indignada  —  a  do  tipo  que  só  gente  muito  mimada  ou  muito  bêbada  faz  .  estendeu  a  mão  para  pegar  de  volta  ,  quase  infantil  ,  mas  parou  quando  viu  o  engasgo  .  o  susto  inicial  durou  meio  segundo  …  e  então  explodiu  em  uma  gargalhada  escancarada  ,  o  corpo  tombando  levemente  para  frente  com  o  riso  ,  o  cigarro  esquecido  .       ‘   par  les  saints  ,  que  tipo  de  francês  não  sabe  fumar  ?   ’ 
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darianversion · 10 days ago
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  ✽  darian sorriu ao escutar aquelas duas palavras doces. atípicas. 'meu ministro', mas não vinham carregadas de ódio. 'meu ministro', mas não estavam manchadas de deprezo. 'meu ministro', mas não era apenas desejo sexual. era familiaridade. era lembrança da última noite que passaram juntos. darian não era de laurent e ele jamais poderia entreter aquela ideia, mas por um momento, entre os dois, ele foi. ele manteve o seu sorriso embreagado, misturando uma risada nasalar, conforme tentava se levantar sem deixar com que seu corpo caísse por completo na água. desajeitado, mas logo ele estava sentado de vez. “um pouco tarde demais para o aviso.” não tinha raiva em sua voz, coisa que normalmente teria. normalmente já não era um termo que poderia ser utilizado entre os dois. conforme laurent devaneava, darian permitiu-se só admirar ele por uns segundos. não era um olhar de paixão, era um olhar de curiosidade. ele sente que só recentemente conseguiu distinguir certas coisas no rosto do outro. era como se antes ele fosse só um borrão, uma nuvem escura em sua vida. “comemorando? comemorando o que?” ele perguntou, de cenho franzido e fazendo um bico enquanto tentava lembrar o que tinha perdido. a noite tinha passado como um borrão e ele definitivamente não estava fazendo o seu trabalho. então, sim: ele estava inegavelmente bêbado. “recentemente encontrei motivos para beber. um pouco raro, não é?” ele riu, dando de ombros. seus olhos foram para o cigarro na mão de laurent, roubando ele para si. da mesma maneira como tinha roubado o copo naquela primeira noite. o fato era que darian não fumava. ele sabia, claro, fumar. fumar já foi grande parte de manter as aparências entre velhos políticos. saber apreciar um bom cigarro cubano, ou qualquer porcaria dessas. mas, de modo geral, darian lanier não fumava. não foi surpresa nenhuma quando depois da primeira tragada ele engasgou e engoliu uma boa quantidade de fumaça. ele deu uma tossida e depois outra, mas não se viu vencido. tragou de novo, tragou certo.
               o  gosto  amargo  da  bebida  ainda  descia  pela  garganta  ,  e  ele  nem  lembrava  mais  qual  tinha  sido  o  último  copo  .  só  sabia  que  estava  bom  .  estava  sentado  na  borda  de  pedra  da  fonte  ,  com  as  costas  levemente  curvadas  e  as  pernas  cruzadas  na  altura  dos  tornozelos  .  não  era  a  sua  melhor  postura  ,  admitia  .  o  príncipe  puxou  um  cigarro  do  maço  de  forma  impaciente  .  nunca  fumava  em  público  ,  mas  que  se  fodam  todos  .  ele  também  odiava  ser  forçado  a  casar  com  uma  mulher  que  não  escolheu  ,  então  os  parâmetros  de  comportamento  aceitável  já  tinham  sido  largamente  ultrapassados  naquele  dia  .  acendeu  o  cigarro  com  o  isqueiro  de  prata  que  costumava  carregar  escondido  no  bolso  interno  do  paletó  ,  o  mesmo  que  o  pai  mandara  costurar  —  “homens  não  carregam  isqueiro  no  paletó  ,  laurent”  .  foda-se  isso  também  .  deu  uma  tragada  longa  ,  fechando  os  olhos  .  o  som  de  passos  irregulares  se  aproximando  não  foi  exatamente  uma  surpresa  .  mas  a  voz  ,  sim  .  laurent  ergueu  o  olhar  ,  e  a  visão  de  darian  lanier  arrancou  um  sorriso  tão  largo  de  seu  rosto  que  era  quase  indecente  .  um  sorriso  que  não  combinava  com  ele  .  mas  era  sincero  .  e  embriagado  .       ‘   meu  ministro  .   ’       repetiu  ,  tentando  parecer  sóbrio  por  um  segundo  inteiro  antes  de  soltar  uma  risada  baixa  .  era  difícil  dar  um  peso  formal  para aquelas palavras sabendo que  não  cabia  mais  entre  os  dois  .  a  mão  livre  passou  pelo  cabelo  ,  bagunçando  mais  os  fios  já  desgrenhados  .  o  som  do  corpo  de  darian  quase  mergulhando  na  fonte  o  fez  virar  o  rosto  .       ‘   oh  ,  lanier  .  cuidado  ,  tem  uma  fonte  atrás  de  você  .   ’       aquela  cena  tinha  sido  engraçada  .       ‘   o  que  estou  fazendo  ?   ’       repetiu  a  pergunta  para o além ,  como  se  estivesse  considerando  a  resposta  de  verdade  .       ‘   fumando  .  bebendo  .  comemorando  .  e  fazendo  caridade  ...  eu  acho  .   ’       talvez  laurent  tivesse  doado  uma  boa  grana  para  aquela  palhaçada  ,  mas  não  se  lembrava  .  se  inclinou  levemente  para  frente  ,  os  olhos  meio  cerrados  fixos  nos  de  darian  .       ‘   você  bebeu  .   ’       a  constatação  saiu  mais  como  uma  surpresa  pessoal  do  que  como  uma  crítica  .       ‘   você  ,  lanier  ...  você  está  bêbado  .   ’ 
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darianversion · 10 days ago
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  ✽  𝑜𝑛𝑑𝑒: banquete.
  ✽  𝐜𝐨𝐦: @berenmequer
  ✽  “you're doing so well today!”
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tinha uma lista de coisas, na mente de darian. uma lista de motivos para seguir em frente, mesmo em meio a todo... a todo o caos dos últimos dias. essa lista já existe, na verdade, há muito tempo, mas vem se tornando cada vez mais turva. como se uma névoa o impedisse de ver claramente. era uma explicação barata para o que estava acontecendo, é claro. ele se permitiu mais do que deveria, então depois de algumas taças, ele agora se encontrava tentando comer algo para não cair duro para trás. foi, é claro, nesse momento que escutou a voz da mulher. sempre nas melhores horas, os piores comentários. “which... definitely implies that i wasn't. which is fine, by the way.” não tinha ofensa em sua voz, e sim certo divertimento. ele não conseguia encontrar a motivação para tal comentário, que soava mais como um elogio às avessas. tanto pelo fato dele não saber o que ela achava dele antes, quanto pelo claro fato dele não estar bem hoje. “mas eu não vou ceder as ofensas hoje. quer dividir esse pedaço de torta comigo? e talvez me explicar quando foi a última vez que você me viu nesse estado. pesquisa de satisfação e desempenho, ou como preferir.”
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darianversion · 10 days ago
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  ✽  𝑜𝑛𝑑𝑒: pista de dança.
  ✽  𝐜𝐨𝐦: @alucicrezia
  ✽  “they said i did something bad?”
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darian sabia dançar o básico. era apenas mais uma coisa na lista dos atributos para um cavalheiro perfeito que tinha aprendido na sua escola de gente esnobe. ele jamais diria isso em voz alta, claro. no final do dia — ou, nesse caso, do baile — tudo valia a pena. dançar e conversar, era uma arte. ou quase isso. entre giros e taças de champagne, as pessoas se abriam. e ele podia perguntar e falar indiscretamente, mesmo com as câmeras por todo lado. sua curiosidade era impossível de cessar, então quando, depois de chamá-la para dançar, lucrezia fez uma pergunta um pouco misteriosa, darian teve que morder a isca. guiava ela pela pista, conforme pensava em como responder. “devo passar a impressão de ser um grande fofoqueiro...” começou, na sua maneira típica, sua voz como um sussurro controlado. seus olhos estavam nas pessoas ao redor, cuidando para manter eles no ritmo da música. “mas não sou. então, devo perguntar: o que dizem sobre a senhorita? além de que fez algo... ruim.” ele só sabia das coisas que o interessavam, politicamente falando, então ele agora se perguntava se lucrezia tinha algo a oferecer.
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darianversion · 10 days ago
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  ✽  𝑜𝑛𝑑𝑒: leilão de herdeiros.
  ✽  𝐜𝐨𝐦: @ricccrdao
  ✽  “don't talk about yourself like that.”
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“desculpe se isso soou autodepreciativo, não foi a minha intenção.” ele sabia o quão desconfortável era ter que reconfortar alguém que dava pouco valor a si mesmo. não que ele não estivesse, nos últimos dias e dado as consequências, alimentando certos pensamentos. mas esse era o fato: darian sabia o seu lugar e esse não era nem de perto o ponto que estava tentando fazer para o vermelho. ele olhou de novo para a cena que se desdobrava na sua frente: o leilão. era tudo patético, de verdade, e foi o que ele disse. que ele jamais imaginaria que alguém poderia pagar um centavo para 'comprar' ele. nem ninguém! podia ser por uma boa causa, mas ele era ministro e de arrecadação de dinheiro e eventos beneficentes ele entendia bem. não era nada disso, era apenas um show de horrores e egos. o que, na sua visão, era quase a mesma coisa. “o que eu quis dizer é que ninguém aqui vale um centavo. isso soou maldoso?” essa última parte veio acompanhada de um sorriso. “é só que... é uma ideia muito estranha. você pagaria por algo assim?” não sabe sobre riccardo, mas darian jamais poderia desembolsar dinheiro para uma situação dessas. era performativo demais para um ministro como ele. “por alguma dessas pessoas, quero dizer...”
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darianversion · 10 days ago
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  ✽  𝑜𝑛𝑑𝑒: a fonte do pecado.
  ✽  𝐜𝐨𝐦: @vaicatalatinha
  ✽  “there were nicer ways to ask that, you know.”
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a pergunta voou da sua boca antes mesmo que ele pudesse se controlar. darian tinha seu controle, mas ele estava esvaindo pelos seus dedos conforme ele bebia taça após taça de champagne. mesmo assim, nem chegou perto da água da fonte, e nem chegaria. a noite estava apenas começando e se ele fosse fazer alguma coisa errada, bem... ele já temia o que seria. ele precisava se manter na linha, ser o chefe de ministério que era. mesmo assim, isso não era o que estava acontecendo. ele sabia muito bem o objetivo da fonte: era para que essa fila de nobres pudesse fazer as maiores loucuras e depois ter uma desculpa mágica na manga. era covardia. era covardia no sentido de que se eles precisavam de um empurrão mágico, de que valia de verdade? e também era covardia no senso de que darian não podia colocar seus impulsos mais ridículos na conta daquela fonte. então, ele estava um pouco amargurado e com sua língua bem afiada pelo álcool. a pergunta em questão foi 'eu não te julgava uma covarde, mas assumo que queira muito fazer algo essa noite. algo que julga errado ou então descobrir até que ponto pode chegar com algo. acertei?' e ele se arrependeu assim que disse. porque catalina era boa, tão boa quanto ele. ou mais. ela seria uma boa aliada um dia e ele não podia sujar seu nome porque o mundo estava sendo cruel com ele. “sim... havia. as coisas estão saindo de mim da maneira mais errônea possível. se me permite a desculpa, e eu entendo a ironia disso, eu não costumo beber muito álcool.” não podia culpar a fonte, mas estava pronto para culpar o álcool. que cena patética.
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