Tumgik
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O que me prende?
Isso não é saudável. Essa dependência emocional que sobrepõe o amor que, no fundo, sinto que não é o mesmo. Eu quis me convencer que sim, mas a cada texto, a cada brincadeira, a cada "eu te amo", se tornava ainda mais evidente. Então, o que me prende? O costume, talvez. Sim, ainda resta sentimento, mas o costume de ter um "bom dia", das conversas não mais diárias, as (agora raras) brincadeiras, me fizeram aceitar migalhas em um relacionamento unilateral. Vale a pena? Viver stalkeando? Com medo de perder alguém que deixa claro que não é seu? Chorar a madrugada inteira? Se machucando? Ser vista como uma doente, obcecada e intrometida? Tendo noção de tudo isso, o que me prende? A minha falta de auto estima e amor próprio, talvez. Eu percebi o quanto ele é previsível e o quanto esse ciclo se repete, pelo menos, uma vez por mês; conhece alguém, se aproxima e então, muda completamente. Se afasta, se torna distante e ao perceber isso, eu me torno uma louca que sufoca. E eu fico ali, como um plano de contingência. Se der errado, se cansar da nova pessoa, eu estaria ali, pronta pra recebê-lo de volta. Por um momento me sentia feliz, vitoriosa por tê-lo mais uma vez. Seria essa a verdade? Ou eu estaria ali apenas de stand by, como uma garantia de entretenimento quando se cansasse do novo brinquedinho? O que realmente me prende? A dependência emocional que me faz enxergar outra pessoa, talvez. Não consigo encarar os fatos de que eu só fui mais uma com prazo de validade, que todo amor eterno e toda importância que afirmava ter, só era benéfico no momento. Provavelmente porque precisava pra conversar em momentos difíceis, provavelmente por não ter confiança o suficiente em outra pessoa. Mas, por quanto tempo? Até achar alguém onde se sentisse a vontade pra falar sobre seus medos e desejos mais obscuros. Na mínima ideia de que achou uma nova pessoa, lá estava eu voltando ao meu lugar de plano B. E aí... o que me prende? Saudades, talvez. Não sei do que ao certo. De alguém que mal me responde e se irrita facilmente com as coisas que eu digo? Que não tem problema em simplesmente parar de falar e sumir, voltar quando precisar? De alguém que entra na sua vida, bagunça e destrói, e nem tem a decência de pedir desculpas? Que te trata como um incômodo? Que te descarta como se fosse um nada? O QUE ME PRENDE? Diante de tudo isso, vejo que sou eu. Eu que sou fraca, não tenho forças o suficiente pra pensar em mim primeiro. Que estou sofrendo por alguém que nunca toquei, nunca vi e foi construído em meu imaginário a base de mentiras. Que o priorizo antes de mim mesma. O que recebo em troca? Nada, literalmente. Fiz uma promessa de que não sofreria esse ano, e essa já é a terceira vez. Todos os sinais claramente demonstram que algumas pessoas deveriam ter permanecido no passado. Não vale a pena insistir em quem nada agrega e só diminui, tira, suga sua energia. Penso em como estaria a minha vida se eu não deixasse entrar e se sentir a vontade. Mas ainda há tempo, de me reencontrar e me compreender. Apaixonar por mim mesma, me fortalecer. Vai doer, mas a dor e o sofrimento edificam. E inicio aqui a minha libertação.
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A saudade
Sabe que essa é a parte que mais dói? A que mais faz eu desistir de tudo e voltar atrás. Que me faz passar a noite acordada e chorar copiosamente. E apenas uma mensagem é o suficiente pra sanar tudo que eu sinto: saudade. Ela tortura e não tem pena. Me faz questionar se realmente deveria ter ido embora e se algum dia irei me acostumar com sua ausência. E é nos momentos de silêncio que ela aperta, mas aperta bem forte o peito que parece uma dor física, como se fosse explodir. Como disse padre Fábio de Melo, "a dor nos edifica", então eu sei que essa saudade vai sanar um dia. Não quero me esquecer, e nem poderia — de fato foi importante pra minha construção e solidificação de quem sou hoje. Foi nos contínuos erros que amadureci e me sinto pronta para o futuro. Foi no sofrimento causado que consegui enxergar meu valor e a minha força. A saudade vai doer e apertar, mas sempre que acontecer, virei até esse texto entender que é necessário, faz parte do processo. Sou grata pelas boas coisas e bons momentos, mas não foram apenas deles que nosso relacionamento foi feito. Doeu muito, me enfraqueceu e me fez duvidar de mim. E disso, não devo ter saudade. Coisas boas virão, novas pessoas, novos hábitos e novos vícios. Tudo pra ocupar um espaço que um dia, fora 100% seu. A saudade pode apertar e eu estarei aqui, ora pra permitir que doa, ora para sobrepor. O mais importante: ela vai passar e disso pode ter certeza.
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