por Antônia MessiasEscrevo para não esquecer — nem do que dói, nem do que floresce.Entre lembranças, sentimentos e silêncios, teço meus textos como quem deixa um rastro no caminho.Bem-vindo(a) ao meu mundo de palavras.
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Já amei tanto que esqueci de mim. Já doeu tanto que precisei reaprender a me amar.
Esse texto é um sussurro do que restou — e do que está nascendo de novo.
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O Pedestal e a Despedida
Não sorria pra mim como se eu fosse a sua pessoa favorita. Eu não sou.
Se eu fosse, seria diferente. Melhor.
Seria fácil suportar minha companhia, seria fácil me amar, seria fácil me escolher.
Porque eu seria sempre a sua pessoa favorita no mundo todo.
O meu mundo desabou também — por isso o fim.
Talvez você não seja mais a minha pessoa favorita, mas foi.
Foi por tanto tempo que ainda dói lembrar.
Foi por tanto tempo que ser trocada doeu muito mais do que eu podia imaginar.
Ainda não consegui te tirar desse ranking.
Você não é mais a minha pessoa favorita.
Eu sou.
Eu sou minha pessoa favorita.
E deveria ter sido desde sempre.
Toda a energia vital do meu ser deveria ter sido minha.
Para minha evolução.
Para minha vida.
Mas, por muito tempo, ela foi toda pra você.
Mesmo quando eu não tinha mais um fôlego pra dar.
E eu nem percebia.
Porque você era a minha pessoa favorita no mundo.
Devagar, outros vão tomando o seu lugar.
Não sei por quanto tempo você ainda vai ocupar essa lista.
Nem a dor te tirou dela. Nem a rejeição. Nem a troca.
Mas um dia você vai sair.
Então não precisa sorrir como se eu fosse a sua pessoa favorita.
Você não é mais a minha.
Mas ainda está entre elas. (Por enquanto.)
Aproveite enquanto pode.
Por Antônia Messias
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Sob a Capa
Eu sou o monstro
que vive no escuro.
Eu sou o monstro —
sem rumo, sem futuro.
Sou o bicho-papão
que assombra meninas,
com olhos de febre
e presas felinas.
Sou a frustração
do sonho calado,
o eco apagado
de um grito abafado.
Não vivo debaixo da cama —
me escondo com maestria.
Enquanto cresço na fama,
silencio com hipocrisia.
Pode me ver sorrir,
achar que sou simpático.
Mas se a capa cair,
revelo o caos dramático.
Eu sou o monstro,
o rei da aflição.
Faço bem o meu ofício.
Muito prazer: depressão.
—
por Antônia Messias

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A Lâmina e o Vazio por Antônia Messias
Eu não sabia que estava presa a você. Não sabia que era tão difícil sair. Não sabia que era Estocolmo até deixar você ir...
Achava que a partida levaria consigo a dor, mas me feri demais agarrada a esse amor. “Amor” parece a palavra errada diante dessa agonia — a ausência da adaga no peito dói mais que a faca que feria?
O que eu sei é que sangra, e que demora a cicatrizar. Quando acho que passou, a sepse vem agravar.
Quanto tempo mais de medicação? Quanto tempo mais nessa aflição? Posterguei o quanto pude para abrir mão... Quantos dias mais pra olvidá-lo, coração?
Se só ou acompanhada de tortura, uma certeza cravei mais fundo em mim: não volto mais pra cova fria e dura de onde, com excruciante dor, me salvei — enfim.

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Ela entrou.
Ela entrou. Eu não consegui tirar os olhos. Estava deslumbrante.
Seu rosto brilhava. A maquiagem ajuda, sim. Mas ela estava vestida de uma coisa que lhe cabia muito bem: confiança.
Alegria de ser suficientemente bela. Suas curvas estavam valorizadas naquele encantador jeans e naquela camiseta branca.
Parecia uma festa. Não por fora. Por dentro.
Por fora, era um domingo à tarde. Por dentro, o mais belo baile já visto.
Por Antônia Messias
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Grito em silêncio
Eu sigo presa em pesadelo,
Num grito mudo a ressoar;
Num argumento tão singelo,
Quão difícil é me escutar?
Se falo noutra língua estranha
Ou não sei bem me expressar,
A tentativa se apanha:
Quão difícil é me escutar?
Falo, falo, falo em vão,
Ah! Se surtisse algum efeito,
Quão difícil é me escutar?
Pior que um vassalo fraco,
Minha voz soa em defeito;
Melhor calar e ser sujeito.
Por Antônia Messias
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Peônias
Eram as flores favoritas dela.
Ela me pedia peônias em todas as ocasiões especiais: festas, aniversários, Dia das Mães. Ela as amava. De fato, exalavam um perfume único e tinham uma beleza exuberante.
Quando ela se foi, não parecia apropriado colocar peônias sobre sua lápide. Peônias eram festivas, certo? Elegantes, clássicas. Deixe as peônias pro mundo dos vivos, vovó!
Mas enquanto o réquiem ressoava, não pude colocar rosas ordinárias, cravos, lírios, hortênsias. Não serviria. O adeus perfeito, para junto de nosso Senhor, seria coroado de peônias. Deixe-nos, vovó. Siga o Mestre pra eternidade. Não esqueça de levar em seu braço um buquê das mais belas peônias que encontrar. Tenho certeza de que as do Paraíso são mais bonitas do que as que eu possa achar.
Por Antônia Messias

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Acho que eu não merecia, ser peça num jogo de dois. Acho que eu não merecia, sua confissão vindo somente depois. Acho que eu não merecia, o vazio do seu "eu te amo". Acho que eu não merecia, ser a segunda escolha entre seus tantos planos. Acho que eu não merecia, todas as suas mensagens frias, enquanto eu ardia, perdida em agonia. Acho que eu não merecia, ter sido a última a saber. Acho que eu não merecia, em outubro desejar morrer. Acho que eu não merecia, o seu "eu me sinto infinito." Acho que eu não merecia, descobrir que o "para sempre" era só um mito. Acho que eu não merecia, ser escudo da sua indecisão. Acho que você não merecia, nem o eco do meu coração.
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Acendi, sim. Um fogaréu sem fim. Escondido, quieto, dentro de mim.
Às vezes, escapava — num grito, num choro — era doído. Era raiva, era tristeza. Era ciúme, era impotência.
O que ela tinha que eu não? O que faltava em mim pra ganhar sua afeição?
No nosso tempo juntos, parecia certo. Quando te vi com ela, vi: era incompleto. Eu sempre fui sua. Você nunca foi meu. Eu fui o degrau perfeito pro amor que me sucedeu.
Por Antônia Messias


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Não dá!
Não dá pra gravar um vídeo porque não vai dar pra expressar direito. Não dá pra deixar pra lá que isso vai me consumir. Não dá pra simplesmente pedir pra IA fazer e tirar todos os defeitinhos da minha escrita porque eu não quero ser um robô - os sentimentos ainda estão aqui. Essa é a minha voz. Não dá mais pra guardar tantas ideias, histórias, personagens, desabafos, filosofias e conhecimentos - ainda que vãos e de boteco- aqui dentro dessa cabeça. Não dá pra deixar que eu me esqueça ou enlouqueça.
Eu quero valorizar cada pedaço dessa loucura. Cada texto guardado, cada ano e obstáculo vencido. Cada autoanálise no papel ou na tela, me mostrando que eu evoluí e amadureci- ou não.
Cada vez que um pensamento, por menor que seja, passar por aqui, saiba: ele foi gerado numa indignação, em um 'não dá'.
Não dá pra ser só um. Não dá pra ser só pra mim. A construção de quem eu tenho me tornado deve servir por aqui. Nem que seja só pra mim, pra eu ler um dia e saber que eu me expressei, bem aqui.
Espero que apreciem meus devaneios.
Com carinho,
por Antônia Messias
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🖤 Antes fosse um monstro
Às vezes, o perigo não tem dentes à mostra. Às vezes, ele segura flores.
Um poema sobre o medo, o disfarce e a difícil arte de reconhecer monstros quando eles usam perfume e sabem sorrir. Antes se escondesse embaixo da cama Se eu pudesse ver chifres ou um dente afiado Antes fosse coberto de pelos ou lama... Mas no meio de todos está bem disfarçado
Se veste bem, sorri com graça É gentil, engraçado e sabe agradar Quando todos saem, fica a ameaça O medo substitui o sorriso e eu, a paralisar
“Não é nada” eu já ouvi “Não conta pra ninguém, ou…”, já rosnou Mas depois sempre volta aqui Com flores, doces, amores e o que de mim restou
Podia ser monstro, era mais fácil de fugir Mas quando me agrada...por que eu vou sair? Nesse baile doloroso, por fim eu fico Na esperança, ou até fé, de um momento idílico.
Ah, se fosse monstro! Eu queria ter visto! Fico presa nessa emboscada Que roupa escolho e visto? Quando, no fim, minha vida for tirada?
Hoje ou amanhã? Sóbrio ou embriagado? A forma, no fim das contas, é vã A realidade é que ele nunca parece culpado
Fui eu quem escolhi? Quem dera eu tivesse olhado melhor Se eu reparasse nos dentes, enquanto ele sorri Um canino pontudo poupar-me-ia do pior
Se um dia eu sair dessa tortura Lembre-me de espalhar às garotas por aí: Antes que termine numa sepultura Procure bem o que se esconde entre os dentes do que sorri.
Antônia Messias
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