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Diary of a letrando
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diaoflet · 5 years ago
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Extenuades e o Hétero de Direito
"Matthieu... Você acha que sou fake?"
Hilbert foi um dos garimpados selecionados para entrar no grupo, por motivos que quem viveu a era sabe. Ele foi da UFRJ, mas fez direito em outra faculdade.
Prestes a se formar, tirava o tempo livre pra descontrair no Spotted de sua antiga universidade.
Ao entrar no grupo, alvoroço. Dos mais diversos. As gays histéricas e héteras descontroladas já buscavam seu nome e o estado civil; Os negros do grupo viram de perto o típico branco de traços europeus ganhando o destaque que não deveria ter, por motivos óbvios: Branco. E eles tinham razão.
Matthielle é desconfiada. Aquele ser era gentil e perfeito demais pra realidade. Vendo que sua presença gerava ares de desconfiança, Hilbert manda dois vídeos: um tentando acertar o nome de Matthielle, e outro garantindo que não era fake. E realmente não era. Eu o vi pessoalmente, e fui em sua casa, mas isso fica pra outro texto.
Provando de sua veracidade, Hilbert decidiu dar a prova que as gays pedem e gostam: ROLA.
Eu juro pra vocês que não lembro o contexto, mas do nada ele ofereceu sua foto para quem quisesse ver (exceto no grupo, afinal de contas, o Extenuades ainda respeita a moral, ética e bons costumes). Fizemos igual a família tradicional brasileira: pv no sigilo.
Fui fraco. Pedi a foto. Sobre o que achei, prefiro não digitar aqui. Mas não pedi sozinho.
O problema de Hilbert no grupo era o incômodo que gerava nas gays inconformadas com sua presença, além do fato de ser um branco burguês. Sua presença gerais muitas discussões, como o ensino de Alemão em escolas e a saúde mental.
Eu não contava que a presença de Hilbert no grupo causaria tantos problemas, e jamais pensaria que sua saída geraria a maior briga que esse grupo já teve.
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Próximo texto: A Opressão Gay e a Depressão.
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diaoflet · 5 years ago
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Era Spotted
No auge do Extenuades, estávamos comentando as tretas e pegadas da última Calourada, e principalmente quem havia sobrevivido a tudo aquilo.
Numa era em que Alê, Marcelle, Loura, Matthielle, Brubs, Sol, Rahmi, Safadão, Yaisa e Allan estavam no mesmo grupo, tudo podia acontecer. E aconteceu. Os relatos a partir de agora contam momentos memoráveis e um tanto obscuros do grupo mais amado e odiado da Letras.
Pra começar: eu era um demônio. Fazia e acontecia muita coisa por minha causa. Mas ainda viria algo pior (ou melhor, dependendo do ponto de vista).
A gente sabia que certas pessoas da faculdade não gostavam da gente. De Lígia e de mim, na verdade. A ideia de ter um grupo extraoficial pra acolher calouros não agradou muita gente...mas caguei.
Decidi fazer algo diferente, mas que me custou caro. O quanto custou você verá nas próximas crônicas. Mas você entenderá.
O Spotted entrou em seu maior auge em 2018, e na época Marcelle era (e até hoje é) amiga do ADM do Spotted. Eu, vendo o grande sucesso, decidi fazer a divulgação do grupo.
"Delação: tem um grupinho paralelo na UFRJ chamado Extenuades fazendo sucesso por aí. Seria o LDRV da UFRJ, depois do Spotted."
Não lembro se foi Marcelle que notou e printou no grupo.
A publicação contou com mais de 60 comentários e diversos pedidos (inclusive via inbox) para entrar no grupo.
O mistério pairou no Extenuades, juntamente com o êxtase de estarmos famosos: O QUE FAZER COM ESSA GENTE TODA PEDINDO PRA ENTRAR.
Yaisa se prontificou:
- Vamos fazer processo seletivo!
(Marcelle) SIM! Eu faço as entrevistas no CCS.
(Lays) Não pode entrar ngm aqui.
E Lígia se sentindo ofendida pela comparação do grupo com o LDRV. E com razão...
Assim, mesmo com votos contra, decidimos fazer uma seleção, indo contra a tradição de receber novas pessoas somente em período de férias.
Requisitos para as gays: ser homem, bonito, preferencialmente viado, seguidor da BCharts...
Requisitos pra Yaisa: Ser negro e não palmitar.
Requisitos para mim: ser alguém minimamente atraente pra eu poder mamar.
Deixamos entrar engenheiros do CT, pessoas de nanotecnologia, EBA/FAU, advogados...
Aliás, preciso contar pra vocês do advogado...
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Próxima crônica: "Extenuades e o Hétero de Direito" e "A Opressão Gay e a Depressão"
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diaoflet · 5 years ago
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Umbrella
Março de 2018. Primeira sexta do semestre.
Desde então era a minha primeira Calourada solteiro. Estava preparado pra aloprar. O esquema no Extenuades estava marcado. Brubs faltou trabalho pra não perder o evento. Rahmi estava prestes a revelar seu lado embriagado que revelara por áudio. Sol já preparava o look composto por suspensórios e calça preta. Matthielle demorou a aparecer no bonde devido a maquiagem.
Tava tudo preparado. Chegamos cedo. Cedo=cinco da tarde. Pegamos logo um espaço perto do som. Nesse dia, Lays não estava na mesma vibe e procurou se destacar, mas deixou que a gente usasse um espaço na grade pra guardar as mochilas.
Alguns calouros do extenuades chegaram. Encontrei extenuades de 2017.1 no rolê também. Iná, que estava já alta desde mais cedo, se encarregou de tirar a foto dos extenuades que marcava nossa presença no evento.
- Rap/Trap/HipHop
Lígia chegou. Lígia e Safadão. O Extenuades estava desejando tanto que saísse um beijo do casal que a própria Matthielle já gritava com ela pra parar com a demora. Ficou Sol, Yaisa e eu na rodinha dançando aquelas músicas de festa. Eram quase 18h, o céu estava claro. Ainda tinha horário de verão, mas estava tão abafado o dia que já era perceptível as nuvens no céu se formando.
- Pop
Já avistei Rahmi. Já estava bem altinho. Passou por um momento na roda do extenuades mas logo deu perdido. Encontrei Igor, mas foi muito rápido. Ele foi logo pra frente tentar coreografar com as baitolas da Letras. Já eram 18h e já tocava um pop bem farofa.
O tempo fechou. Lígia ainda fazia Safadão morrer de aflição de tanta vontade de beijar aquela boca. Eu já dava o quadragésimo beijasso em Sol desde quando nos conhecemos. Lays a distância observava a festa. Yaisa buscava atenta o preto ideal pra beijar seus lábios, pois não os meteria em palmito. Brubs... sinceramente não lembro onde estava. Tava mais focado na boca de Sol e em Break Free, que tocou segundos depois do beijo.
Lígia beijou Safadão. A roda inteira olhou e com gritos de "até que enfim" e "porra Lígia foda hein", saiu o beijo do milênio. Até os céus celebraram. Caiu uma chuva que fez com que as mais de 3 mil pessoas da festa, em ar livre, tentassem se proteger na lona que não cabia nem 500 pessoas.
O jeito foi dançar na chuva.
(pare aqui. Acompanhe a partir daqui ao som de Rihanna feat Jay-Z - Umbrella)
Chovia tanto que o gramado virava lama aos poucos. As mochilas que estavam com Lays molhavam. A estratégia era usar os guarda-chuvas para proteger. Parte do povo foi para Reitoria fugir da chuva, fazendo com que houvesse espaço maior pra dançar no gramado barrento. O DJ oportunista e acima de tudo, sábio, tocou Umbrella. Ao poucos, você podia ver as dezenas de guarda-chuvas abrindo para que a galera performasse na chuva. Lígia, que já havia desagarrado Safadão, tirou a sandália e foi dançar comigo. Matthielle, embora com sua maquiagem toda borrada, não perdeu a oportunidade. Pegamos os guarda-chuvas que estavam na mochila e fomos dançar, molhados, desimpedidos, em meio a multidão. O refrão soltava da boca numa energia feroz.
- Funk
A chuva havia parado, mas estava molhada, mão do jeito que gostoe, e bem bêbado. O funk começou e tocou o hit do momento, Envolvimento, da MC Loma.
Do nada, me aparece Rahmi. Era música preferida dele na ocasião. Ele apenas olhou pra mim e gritou: SENTO SENTO SENTO SENTO SENTO E QUICO SEM PARAR.
Gritamos. Pulamos. Quase caímos. Nos abraçamos. Nos beijamos. Só Deus sabe como e por que isso aconteceu, mas foi ótimo.
Havia perdido Matthielle e Lígia havia se despedido. Sol ainda estava próxima, mas com o amigo. Yaisa havia achado seu preto.
Tentei pegar a minha mochila pra saber o estado. TODA ENCHARCADA.
Na volta pra casa, no pouco de sobriedade que tinha, lembrei: PUTA QUE PARIU, AMANHÃ É O MEU PRIMEIRO DIA NO CLAC!!!!!!!!!
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diaoflet · 5 years ago
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Extenuados da Faculdade
Num ano extremamente depressivo pra mim, eu precisei criar resistência pra não surtar ou cometer suicídio. Era final de 2017 e o desejo de que o ano terminasse era maior que qualquer outro.
2018 começou e estávamos atentos aos novos calouros. O grupo que Lays, Lígia e eu criamos estava moscando, e com Lígia mais distante da Letras, sobrou para Lays e eu seguirmos com o plano de inclusão. Aquela foi a medida pra eu não surtar.
Adicionamos gente nova no grupo. Sentimos uma vibe diferente nos novos que entraram em relação aos de 2017. Tinha mais viado, mais gente extrovertida...algo estava diferente. Tão diferente que fez Lígia voltar a interagir no grupo. Mas isso se tornou mais intenso por um motivo em específico.
Acabou que os calouros estavam consolidando seu espaço. Luga, única bixa preta do Hebraico dava o maior destaque em Orilavas. Tinha Brubs, que era o único do japonês que interagia conosco; Matthielle, que no início se fazia de tímida mas acabou se revelando como grande distribuidora de áudios no grupo; Rahmi, ursinho homossexual oriundo de Irajá; Safadão, belíssimo de um urso, hétero e não tem defeito algum; e Sol, outra ursa belíssima, que dispensa comentários meus por questões que ficarão mais óbvias logo.
Nas longas discussões do grupo Extenuades (que ganhou esse nome por causa de uma garota que se fazia de Machado de Assis pra usar o termo EXTENUADA pra dizer que está cansada em pleno século 21?????), calhou do assunto ser "lista de pessoas que vc quer pegar na calourada 2018.1". Eu, que não era bobo nem nada, soltei a minha listona, que incluía calouros. Apesar da lista, eu, com apoio de Lígia, disse que jamais influenciaria calouros pra ficar comigo, gerando uma relação de posse. Lígia tomou as mesmas palavras, mas isso foi antes de ver as fotos do calouro Safadão.
Eu, de olho em três dos calouros, fiquei quietinha na minha. Guardei o meu discurso, e nem tava confiante de ficar com eles.
... acabou que fiquei com todos os três. E com um deles por bastante tempo. E foi ótimo. Ótimo com todos.
Lígia e Safadão se pegaram também. Nem julgo.
Eu adiantaria muita coisa da história se detalhasse mais, mas fico feliz por ter todos da lista próximo de mim. E os que não estavam na lista também. Ao longo das próximas histórias vocês entenderão o porquê de achar que os calouros Extenuades 2018.1 foram os melhores de todos os anos, desde que o grupo existe, apesar das intensas brigas. E não peguei mais ninguém da lista desde então.
Mas...se pintar de novo, não direi não.
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Próximas histórias:
"Umbrella"
"A Era Ban"
"Ela Voltou"
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diaoflet · 5 years ago
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Ela foi embora
Consolidei as minha amizades. Lígia, Lays, Igor, Blenda e meus amigos calouros eram meu tudo na faculdade. Mas era inegável: por onde eu fosse, Lígia ia comigo. E vice-versa.
Sempre fomos confundidos como casal na faculdade, embora eu fosse viado e não fizesse o tipo da Lígia. Fato é que quando a gente tava distante, sempre alguém perguntava onde tava o outro.
A amizade foi crescendo de tal forma que percebi que Lígia estava se desgastando academicamente. A Letras não lhe dava mais ânimo, as pessoas a decepcionaram cada vez mais, e os monstros do passado a atormentavam. Crises e mais crises fizeram Lígia tomar uma decisão: mudar de curso.
Lígia tinha sonhos. Um deles era de cursar História. Prof. Patrício e Prof. Prata foram uma grande inspiração para que ela tivesse esse pensamento. Mas, antes História fosse no outro lado da rua: era em outro campi.
Lígia deixou 2017.1 com marcas de desgaste e que foram renovadas chegando ao IFCS em 2017.2. Inconformados com a saída de Lígia, fizemos multirão para que ela fique. Até campanha no Facebook e no Spotted. Ambos que fizeram muito sucesso, mas que não foram suficientes para a segurar na Letras. Foi então que Lays soltou a seguinte frase:
- Ela vai? Vai sim! Mas não dou meses pra ela dizer que quer voltar.
Lígia se foi.
2017.2 começou diferente pra mim. Estava sem minha companheira/cúmplice de todos os dias. As pessoas que paravam a gente pra conversar, perguntava pra mim sem parar pela Lígia, e eu dava o mesmo discurso: "Lígia não está mais na Letras. Agorafobia ela faz História no IFCS". A notícia era tida como bomba. Corria corredores.
Encontrando Lays e Igor, comentamos a ausência que Lígia fazia pro recinto. Nós despedimos.
Naquele dia em diante, pude sentir o que de fato ocorre na graduação: você estará sozinho, mesmo que rodeado de gente por um tempo. Chegará uma hora que será você por você.
Lembrei alí de tanta gente que entrou comigo e que se foi, seja por problemas financeiros ou de saúde mental. Lembrei da ausência que Lígia fazia naquele momento e que provavelmente, se ela estivesse alí, a gente estaria caçando algo pra fazer. Neste momento, sentado no terceiro andar do bloco H, comecei a chorar. Foi o primeiro passo para eu cair em mim de que estava na universidade pública rodeado de gente e sozinho ao mesmo tempo.
Lígia seguia nos grupos do whatsapp e atualizando tudo que ocorria no IFCS. E pouco tempo depois, Lígia percebeu coisas muito diferentes no seu novo curso.
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Próximos Artigos em 02/01:
"Extenuados da Faculdade"
"Mas ela vai voltar"
Feliz 2020!
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diaoflet · 5 years ago
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Contos de Martins
Posso dizer a vocês que 2017 foi o ano em que pude consolidar minhas amizades. Foi o ano em que parei de pensar o pensamento dos outros e passei a pensar e agir sozinho.
Nesse tempo, já havia descoberto o que era amizade abusiva e tóxica. E fiz de tudo pra me afastar delas. Passei a perceber que minha relação com Martins era tóxica, e quase sempre tendência a para um único lado: o dele. E por uma série de fatores: egocêntrico, egoísmo, pRiViLeGiAdOs, branco, ÀS VEZES NORMATIVO, e de família rica.
Certa vez discutimos em frente ao Carvalho sobre professores tóxicos e suas atitudes. As falas de Martins eram tão chocantes que você já imaginava qual professor ele seria no futuro.
Outra ocasião, ele afirmou uma vez ser inadequado o Jornal Nacional deixar de ter uma linguagem rebuscada para atingir públicos menos letrados, com a desculpa de que cairia o português no Brasil (???)
Mas eu já disse aqui que ele odiava ouvir Não. E era pra tudo. Tudo mesmo. O ponto chave para isso foi o fato de um dia Lígia e eu sairmos para o Centro. Martins, queria falar conosco e nós, na pressa, pedimos para ele esperar outro dia pra conversar, pois Blenda estava nos aguardando. Ele murchou.
Fomos pra fora e vimos que Blenda não havia chegado. Sentamos no lado de fora pra esperar. Martins saí do prédio de Letras e nos vê sentado. Foi o suficiente para achar que nossa amizade não era suficiente pra ele e se sentir mal. Foi o suficiente para magoar Lígia dizendo que ela estava sendo uma péssima amiga por não estar presente na hora que ELE queria.
Eu poderia contar muitas coisas dele. Não só eu, mas muita gente da faculdade que o odiava. Posso dizer que é raro na faculdade de Letras encontrar alguém que tenha conhecido ele e não tenha ranço.
Ele saiu da faculdade no final de 2017.1, saiu do grupo de Calouros, desfez as amizades no Facebook e sumiu para seu lugar de origem.
Espero eu que a religião tenha mudado seu caráter. Pra melhor, no caso.
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diaoflet · 5 years ago
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Love You
Abril de 2017.
Na tentativa de me achar como LGBT e como gente, passei a adotar o uso de apps. Grindr, Scruff, Happn, Tinder, Hornet, Growlr... Todos que você pode imaginar ou não. Embora tudo isso, não tinha coragem de sair chegando pra f**** com desconhecidos. Pensava os apps como uma possibilidade de encontrar alguém que me completasse, e confesso que naquele tempo, amor era utopia.
Até que achei um pretinho simpático no Tinder. Tinha um ar artístico, ou pouco misterioso mas ao mesmo tempo revelador. Gostei. Dei like. Match! Chamei pra conversar e tentar conhecer, como fazia com todos os outros. Mas ele não era "todos os outros".
Foi então que, nos primeiros minutos de conversa, o rapaz pergunta: "me conte como foi seu dia?"
AH, PERA! O cara me conhece agr e pergunta como foi meu dia? Surtei! Mas em poucos segundos, fui contando meu dia e vendo o quão ouvidos ele tinha pra me ouvir. Eu gostei dele!
Conversamos com o tempo, e sentimos cada vez mais afinidade um com o outro. Tanta afinidade que tentei ir para o Whatsapp. Ele não quis. Tava inseguro em passar seu número sem saber se o papo ia durar. Fomos pro twitter. Ele deu uma semana para dar seu número do WhatsApp.
Consegui o número em 2 dias. A conversa era tão envolvente que meu dia parava pra poder conversar com ele.
Conversamos por um mês, até que finalmente o primeiro encontro saiu. Era meu primeiro encontro com um homem e eu estava tão nervoso que não consegui segurar o sorriso tenso quando o via chegar no horizonte. Gostamos de conversar muito. Nesse encontro, apesar da luta pra achar um lugar sossegado, demos o primeiro beijo. Que beijo bom! Fui pra casa pensando nele.
A partir daí, deixei o lado racional para ser emocional. E me ferrei. Passei a me encantar de tal forma que estava louco para pedir a ele em namoro. Pedi. Como aconteceu? No dia do meu aniversário, a noite, PELO WHATSAPP, o pedi em namoro. Coitado, ele demorou umas horas pra assimilar dizer sim.
Para demonstrar todo seu amor por mim, ele me sugeriu ouvir I Love You, da Little Mix. Ele disse que era o que sentia por mim. Eu chorava ouvindo.
Pronto, estávamos namorando. Mas algo estava errado. O relacionamento era a distância, o contato estava se esfriando, embora eu não quisesse acreditar que estava acontecendo isso. Não demorou muito tempo para termos A conversa. Em finais de junho, ele terminava comigo. Com motivos, ele justificava o término. Eu, sem entender, criava desculpas e formas de tapar o que tava acontecendo: não era recíproco. Era precipitado.
E alí acabou. De semanas de puro prazer interno, fui para a semana mais sombria daquele ano já trágico para meu psicológico.
Eu chorava em silêncio. Controlava os soluços para não acordar minha mãe. Doía. O corpo mal respondia. Lígia, a primeira a saber do término, mal sabia o que fazer comigo via WhatsApp.
Não teve um dia naquela semana que eu não tenha chorado. Chorava na rua, no ônibus, no BRT, na sala de aula, nos corredores. O Eu forte, visto pelas pessoas, deu lugar a um Eu extremamente vulnerável a qualquer situação ou problema. Procurava o isolamento. Buscava locais pra chorar. Evitava os amigos pela vergonha.
Chorava quase sempre no gramado de Letras. Naquele inverno denso, derramadas minhas lágrimas que pareciam facadas. A trilha sonora para choro: I Love You, em loop eterno. Não acreditava que tudo daquela música havia se desfeito.
De longe chorava, via Igor se aproximando de mim. Já sabendo o ocorrido, vinha saber como estava
(Igor) Amigo... tá difícil de suportar, não é?
Aquela frase me destruiu. Só soube mergulhar nos braços de Igor e chorar. Foi o primeiro longo abraço que tive após o fato. Me sentir em paz naqueles braços e na voz do Igor que dizia que eu ia superar.
Fato é que demorei 3 meses para superar de fato. Outubro, eu decidi não chorar mais. Dali, dei lugar a uma nova era na minha vida.
O artigo "Eles deram a volta por baixo" continuará a história.
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diaoflet · 5 years ago
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Calourada 2017: o furacão Lays Gomes
Já em 2017, a tradicional festa de Letras no início de semestre já havia se tornado uma das festas mais esperadas pelo público interno e externo. Prova disso foram as mais de 2 mil pessoas presentes no gramado principal da Letras, o que gerou, além da superlotação, problemas estruturais para o prédio e a necessidade de melhoria na própria preparação do evento.
Comandado pela comissão de integração de Letras, com apoio dos cursos hóspedes do prédio, a Calourada de Letras já chamava multidões. A nova gestão da comissão de Letras, renovada ao seu máximo, teve uma aliada de peso para reformular a Calourada: Lays Gomes.
Lays, antes de entrar na fatídica comissão, tinha experiência em projetar e auxiliar eventos. Não foi muito difícil para ela aumentar todo o porte da festa.
Bem, na verdade foi...
Havia o maior impasse de todos para realizar um evento de porte: DINHEIRO.
Foi aí que uma categoria de festa entrou em ascenção: CALOURADA UNIFICADA.
Cursos unidos podem juntar moneys o suficiente para criar uma boa festa, com uma boa estrutura e com bons djs. Daí, ficou um pouco mais fácil lidar com os trâmites, afinal, quem tem dinheiro, tem tudo!
Na verdade, não tudo...
Faltava o mais importante: AUTORIZAÇÃO PARA FAZER A FESTA. E com as proibições da reitoria e prefeitura universitária para fazer festas próximas de prédios, tornar uma mega festa real era cometer um crime!
Quem disse que Lays ligou pra isso?
Na primeira sexta do período 2017.1, a Letras entregou sua primeira grande festa, já usando o gramado lateral, com toda a estrutura necessária para as milhares de pessoas que foram curtir.
Lays, com seus esforços e seus contatos e amigos, consolidou a Calourada Unificada com uma das maiores festas da UFRJ e uma das mais requisitadas.
Mesmo Lays não planejando mais a Calourada, uma coisa ficou mesmo com sua saída: legado. As festas ainda mantém certa estruturação, mas não ao toque Lays Gomes.
Furacões deixam rastros onde passa. O furacão Lays Gomes deixou seu rastro na Calourada de Letras, de onde certamente não sairá jamais.
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diaoflet · 5 years ago
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O Surto da Britney
Sempre digo pra quem me conhece o seguinte: Britney Spears teve seu surto em 2007. Eu tive meu surto 10 anos depois em sua homenagem.
Fato é que 2017 foi um péssimo ano. Até então era o pior ano para mim. E por diversos motivos: foi o ano que vi meu desempenho acadêmico cair, minha ansiedade aumentar, a falta de dinheiro e a incerteza de se manter na faculdade chegaram, um relacionamento meteórico que acabou comigo quando chegou em seu término...enfim.
Sou uma pessoa muito forte. Aparento muita malevolência para lidar com os problemas. Às vezes, assusto com minha cara de desconfiado e de deboche. Mas é tudo aparência.
Em 2017, as pessoas conheceram um Eu frágil, sensível a todas as dores que sentia. Quem me viu chorar é "privilegiado" pois geralmente escondo bem o choro. Mas por diversas vezes não deu pra segurar.
Sou cotista, e no início dependia muito da bolsa para se manter. Quando o auxílio permanência acabou, vi que a faculdade não era de fato um lugar para pessoas como eu, e tive que ver minha mãe tirando saúde de onde não tinha para me manter na faculdade e pagar todas as minha passagens.
NÃO TEVE UM DIA SEQUER QUE TENHA FALTADO POR FALTA DE DINHEIRO. E considero isso como providência divina.
Estava em 2017 no meio de um processo de aceitação da homossexualidade. Ainda me passava como bissexual para as pessoas para mascarar desnecessariamente o fato de nunca ter beijado uma garota. Foram meses complexos repletos de crises de choro.
Ainda com isso, vi o desempenho acadêmico cair drasticamente. Com aumento de reprovações, acúmulos de faltas e deixando de fazer trabalho, minha vida se torno uma bola de neve de problemas.
Veio então meu primeiro relacionamento.
O artigo "Love You" dará continuação a essa parte.
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diaoflet · 6 years ago
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O peguete da naval + Explorando Toques
(continuação de Vai tomar no ** vai se f****)
As coisas entre Lígia e Daniel desandaram em 2017. Lígia foi fazer o que toda boa menina faz: assim (lê-se chorar sentando em outro).
Ligia conheceu João, rapaz belo e moral da Engenharia Naval da UFRJ. Sua cara de bebê disfarçava o geminiano safado que era. Mas tinha bom coração, embora vacilasse as vezes. Se não fosse assim, não seria geminiano.
Assim como quase todo peguete da Lígia, ele se tornou amigo nosso. João estava já em todas as rodas de conversa. Estava comendo conosco, indo a festas conosco, passeando conosco. Só não transávamos juntos pois nessa época Lays não havia deixado o versículo bíblico de QUEM NÃO DIVIDE, NÃO MULTIPLICA (depois fiquei com ele rsrsrs mas vamos deixar 2018 contar isso).
Entre faltas e escanteios, ausências das aulas do Palladino e fugidas da tarde, chegamos num ponto em que a conexão de amizade minha com João estava grande. Mas até então, João só não conhecia uma pessoa: Martins.
Numa bela e quase ensolarada sexta de outono, combinamos de ir a uma resenha na Reitoria. Estávamos aguardando as forças chegarem para levantarmos do quiosque laranja quando chega Martins ao recinto. Lígia e eu, já cansados de certas gafes de Martins, olhávamos um ao outro esperando o pior.
Martins se apresentou a João. Eu mais que ninguém sabia quando os feromônios de Martins entravam em ação, mas dessa vez não comigo. Era notável o interesse dele no João. Fato importante a ser destacado que desde aquele momento, Martins sabia que João estava com Lígia.
Não sendo convidado, Martins foi conosco para a resenha. Lá, protagonizou uma das piores cenas desde o início de nossa fatídica amizade: não parava de cantar João até que ele cedesse um beijo (bem, João era bi. BI de balada). Foi desconfortante para todos, e a gente percebia que Martins não pararia enquanto ele não cedesse. Para acabar com aquilo, cedeu.
Essa foi a pior ação de Martins com Lígia. A partir dali, o desrespeito veio a tona, e passamos ainda mais a detestá-lo. Vimos ali a confirmação de quem era ele para a faculdade e porquê que muitos na Letras o odiavam: ele era EGOÍSTA.
O artigo "Contos de Martins" fecha a participação desse personagem.
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diaoflet · 6 years ago
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Sejam bem viades: a "comissão" de Lígia, Lays e Adri
2016 encerrava deixando saudades do que a gente não havia vivido. Tivemos experiências diversas com amigos, veteranos e familiares. Chegamos em 2017 ainda fazendo trabalhos de 2016.2 devido a longa greve que a UFRJ sofreu em 2015. Estávamos até então ansiosos para o novo semestre que se iniciava.
Observamos a forma como fomos recepcionados em 2016. Alguns de nós podemos dizer que nossa comissão que nos integrou foi boa conosco, mas em outros momento nem tanto. Subiu em mim o desejo de fazer por pessoas o que fizeram de bom comigo e o que poderiam ter feito e não fizeram. Queria algo que envolvesse as pessoas para além da semana de integração, mantendo uma amizade que poderia levar a graduação toda ou a vida.
Pensando nisso, propus para Lays e Lígia a ideia. Elas amaram! Pensamos então em criar um grupo no Whatsapp para incluir calouros assim que eles soubessem que passaram para a Letras.
Lígia deu o primeiro nome: SEJAM BEM VIADES. Começamos então a adicionar pessoas e pedimos para outros amigos e veteranos para entrarem no grupo.
Um dos que entraram foi Martins. Em 2017, Martins era responsável pelo conteúdo pornografico do grupo.
O grupo chegou a ter 30 a 40 pessoas. Diversos nomes de sucesso na faculdade começaram alí. Ema, Iná, JP, Lari, Isa, Alê e Bru foram as figuras mais emblemáticas dessa época, que envolveu as primeiras semanas da graduação em níveis máximo.
Eu, como sempre era bem informado, passava as informações burocráticas para os calouros do grupo, enquanto Lays, Lígia e Martins se dedicavam a entreter e a falar bem (ou mal) dos professores da Letras. Daí, surgiu a primeira série: Para qual professor você tira o chapéu.
Também tiveram crushes. Confesso que não da minha parte. Martins, papa calouros, crushava três no grupo. A maior vítima foi JP, a qual depois pode ter tamanho livramento.
Apesar da alegria, o grupo custou caro para Lays, Lígia e para mim. A comissão de integração, liderada até então por Luciano, descobriu o grupo e nos acusou de roubar calouros. Entre diversas indiretas, o ponto mais alto das discussões foi quando Luciano e Lígia discutiram em frente ao departamento de Orientais e Eslavas. A comissão insistia com a tese de que roubamos calouros deles com a criação do grupo. Ora, eram mais de 300 calouros e recepcionamos apenas 30.
Putz, quanto calouro visto como mercadoria, não?
Além de tudo, Martins, sabendo de tudo, fomentava ainda mais as discussões com o fato dele ter sido expulso da comissão (com razões até óbvias por sinal). Lays desconfiava da índole de Martins desde 2016 e já não compactuava totalmente com suas falas.
O grupo seguiu vivo, mas com algumas baixas durante 2017.
O artigo "Extenuados da faculdade" dará continuidade ao tema.
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diaoflet · 6 years ago
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Triagem
Conhecemos muitas pessoas ao longo de 2016. Além de Lays e Igor, conhecemos outras galeras que ajudaram muito para que o ano não fosse pesado.
Na turma de Russo, tínhamos 2 grandes patrimônios: Blenda, que era quase minha vizinha e que ainda tem história a ser contada aqui; e Daniel, um jovem adulto já graduado e que buscava Russo para estudo.
Lígia, Lays e eu estreitarmos laços com os dois, porém Lígia estreitava ainda mais o espaço entre ela e Daniel.
Daniel tinha um estilo um tanto restrito, fechado, mas aberto pra quem ele tem confiança. Respirava masculinidade, o que o mostrava atraente. Era um verdadeiro macho alfa.
Constatei a química em dois dias: o primeiro foi quando Ligia trocou a monitoria de Latim que faríamos com o Igor para ficar com ele. Fez bem. Faria o mesmo.
Um outro belo dia sentamos em roda Lígia, ele e eu. A conversa tava muito boa. Sério, era ótimo conversar com eles juntos, mas percebi que estava sobrando. Falei que ia comprar pipoca. Essa foi a pipoca mais demorada da história.
Dei todo o tempo do mundo pra que eles realmente se pegassem. Enquanto isso, encontrei Lays no corredor da Letras. Falei a situação e ela mesma me acompanhou nessa longa jornada de compra da pipoca.
As coisas estavam evoluindo. Coisas que só quem viveu sabe. 2016.2 foi movido a isso.
Num outro belo dia de 2016.2, Daniel e Ligia me chamaram para ir à Praia de Copacabana. Eu fui, sabendo da vela que ia segurar.
Foi muito bom! Que dia incrível, mesmo pra mim que não beijei ninguém e ainda estava nos encantos dos feromônios. Foi tão bom que perdemos a hora comendo em um dos quiosques da praia.
Enfim, fomos para o metrô. Descemos em Botafogo e pegamos a Linha 2 para a Pavuna. Já eram quase 20h...
Tudo ia bem até a estação de Triagem. Um acesso indevido a via (leia como entender) atrasou a viagem e nos fez ficar parados na estação por longos e eternos minutos. Era tranquilo pra quem tava na rua indo pra casa do trabalho, mas nenhum de nossos pais sabiam que estávamos em Copa. E agora pra fingir o atraso?
A hora passava e nada. Depois de mais de 1h, a composição voltou a andar, mas aí já eram quase 22h.
Descemos em Vicente de Carvalho no desespero. Lígia me deu 20 reais para voltar pra casa, enquanto ela mesmo pegou o diabo verde para Caxias. Tive que chorar para o mototaxi me levar de Vicente para meu bairro por VINTE REAIS.
Cheguei em casa 22h40. Tinha janta pra fazer. Pra minha sorte, minha mãe estava longe e na igreja. Fiz o jantar mais rápido da minha vida e até hj ela nem desconfia.
Passamos pela prova aquele dia. Foi a triagem para o inferno.
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diaoflet · 6 years ago
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"VAI TOMAR NO ** VAI SE F****"
Depois que GK me disse que estava botando a boca no bueiro ficando com o Martins, eu passei a ser mais reflexivo. Ainda sim, me sentia atraído. Afinal, ele era o próprio feromônio.
Aos poucos, fui descobrindo que ele tinha ficado com quase todos os meus amigos homens e algumas mulheres.
Descobri que cada início de semestre era pra ele um festival de carne fresca, pronta pra ser usada. Quem era a carne? Calouros.
Martins não gostava de ser contrariado. Não gostava de receber não como resposta. Na verdade, nunca esteve acostumado. Viveu uma excelente vida, com uma excelente família. "Não" era uma palavra fora de seu vocabulário.
A questão era: eu não sabia dizer não.
Além de não dizer não aos seus beijos, não sabia dizer não quando consolidamos uma amizade. Lígia também não sabia dizer não. Resultado: Martins se apegou ainda mais a gente. Era uma relação grudenta, e vou explicar o porquê.
Devido a sua possessividade, agressividade e sua falta de senso, Martins fez inimigos na faculdade. Inimigos provenientes dos calouros que ele mesmo pegava. Fazia inimigos pois o que tinha de feromônios, não tinha de caráter.
Em um dos casos, Martins surtou na fila do Bandejão com um dos seus ex peguetes calouros mandando ele ir tomar no c* e ir se f****. Só quem viu sabe o tamanho escândalo a qual ele achava que tinha abalado.
Se em 2016.1, vimos o lado dito acolhedor do nosso veterano, em 2016.2, vimos a face real de quem dizia ser um bom veterano. Mas como não bastante, em 2017.1, o estopim foi marcado.
Sigam as sequências de artigo:
- "O peguete da naval"
- "Explorando toques"
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diaoflet · 6 years ago
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Eu não suporto mais a superlotação
2016.1 encerrava deixando algumas saudades. Aprovado na Conceição com o auxílio dos amigos, aprovado na Patrício mesmo achando que era um merda em literatura, aprovado em Variação, mesmo estando de prova final.
Aliás, é bom falar sobre essa prova final, pois ela deu origem a um novo crush (ao mesmo tempo que tinha o crush no ator e no estrangeiro. Eu era um autêntico geminiano).
Fiz Variação com a turma de Latim. E tirando o fato da turma ser insuportável, Sander se destacava, tanto pela sua forma de falar, quanto pelo seu jeito calmo de ser.
Acabou que eu fiquei na prova Final por UM DÉCIMO e encontrei Sander no dia da prova.
A gente finalmente foi se conhecer alí. E eu percebia aos poucos que mais queria tocar meus lábios nos deles do que continuar a ouvir todo o conteúdo que teria estudado.
Eu passei. Já ele reprovou.
O crush ficou.
2016.2 começa com o agito de uma comissão de integração repleta de caras novas. Algumas mesmas também. Martins seguiu na comissão e Igor e Lays engatinhavam na sua entrada.
A Calourada 2016.2 foi aclamada. Diferentemente da última festa, nada de Nescau e criancisse! Agora é curtir a vibe, mas confesso que naquele momento eu queria sentir a vibe com Sander.
Nessa festa, Lígia se produziu como parte da miss catuaba 2016. Nesse dia conheci um de seus irmãos, Gustavo, e seu amigo calouro de contábeis.
Mas a mente tava longe. Tava buscando com os olhos o Sander.
ACHEI! Ele tava perto da primeira pilastra da entrada de Letras!
Fui caçar.
EU O PERDI! Do nada, uma galera começou a chegar no gramado principal de Letras.
Até hoje acho que vi miragem. Não o vi depois. A festa foi tão aclamada e deu fácil fácil 4 mil pessoas e causou o surto da comunidade acadêmica.
Sander, eu te perdi naquela Calourada. Mas na outra eu te achei!
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diaoflet · 6 years ago
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"O que eu faço com a língua?"
As aulas de Latim Genérico I eram movimentadas em um grau elevado. Conceição fingia não gostar da gente.
A aula tinha de tudo. Maconheiro, comunista, católico, evangélico fervoroso, artista de rua, periguete, prostituição, mentira e tudo mais.
Do crente ao ateu, ninguém explicava aquela turma.
Conceição investigava as gafes e tentativas de fraude que a turma fazia. Consultava prova a prova pra saber se tinha quem usasse a folha de declinação na prova, sob pena de levar ZERO. Eu sem saber (ou não) usei a folha e tive que esconder de mansinho pra não ser pego. Assim, passei em Latim I. Pegou o Hebraico no flagra por fazer todas as atividades juntos. Conceição era demais!
Conceição se fazia de dificil. Escrevia muito no quadro. A sala lotada, quando não falava igual o homem da cobra, copiava as atividades. Fiz a pior coisa um dia: sentar no fundão pra copiar. Tinha Rúbio comentando a política norte coreana de um lado e o Bruno falando a cada 5 min que não enxergava nada.
Sentei do lado de um outro crush da sala (além do ator). Achava estranho como ele demorava a escrever. Ele estava nervoso. Ele quebrou o silêncio.
- O que escrito lá, por favor?
Ele tinha um sotaque carregadíssimo. Puts, estava lidando com um estrangeiro. Tentei explicar o inexplicável sobre declinações a ele. Depois de meia hora, ele foi ao banheiro. Saí em seguida pra beber água e digerir toda a terceira declinação.
Indo ao bebedouro, o crush estrangeiro retorna no sentido inverso. Puxa assunto, pergunta meu nome e de onde eu era. Pergunto o mesmo. Se chamava Mohammed, era sírio e estudava Letras Árabe, mas estava aqui para aprender português. Coitado...
Seu sotaque era tão forte e seu vocabulário tão pequeno, que foi inevitável soltar diversos QUE? a toda coisa que ele falava.
(Moh) Cuau é tua língua?
(Eu) Annnn.... Português!
(Moh) Caalma - com o som original do L -, é o que tu faz!
(Eu) O que eu faço com a língua?
(Moh) Noooo...
(Eu) Eu não entendo. O que você quer saber?
(Moh) Ciero sabê que língua faz?
(Eu) O que minha língua faz?
(Moh) Noooo...tu estuda...
(Eu) AHHHH! HEBRAICO!
Ele queria saber a minha habilitação. Que vergonha.
Eu e Mohammed se tornamos amigos. Compartilhavamos coisas sobre o Árabe e o Hebraico sempre. Uma pena que tempos depois teve que ir embora.
Sua forma de cumprimentar a gente era inconfundível:
- OEEEEEEEEE
com o E bem longe e quase aberto.
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diaoflet · 6 years ago
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Calouro não senta!
Martins era o veterano que era sempre o centro das atenções. Os calouros tinha ele como o ousado da comissão, seja porque ele só falava p******, seja porque seu corpo era um patrimônio público e era motivo de desejo e chacota. Ele comandava as interações dos calouros, e era fiscal do ônibus, evitando que calouros sujassem os bancos com tinta.. 
Martins foi um dos veteranos que melhor me tratou na chegada a 2016.1. E embora eu soubesse que tudo aquilo era pra beijar minha boca, eu fingia que isso era mentira pois eu nunca que ia imaginar que ficaria com um veterano meu.
Claro, minha estima era mais baixa e suja que as profundezas da Baía de Guanabara.
Martins era grudento. Extremamente possessivo com aqueles que considerava como amigo. E isso gerou consequências até 2017. Mas vou deixar futuras crônicas contarem isso.
Eu era virgem de boca. Nunca havia beijado ninguém na vida e estava com medo de que a possibilidade viesse a tona. Mas eu sabia que ele tava a fim. Eu só me fazia de difícil sem querer. E isso o fez achar que não estava interessado.
Mas eu estava. A ideia de ficar com um veterano era estranhamente boa. Porém o medo de beijar feito um virgem era maior. e eu era virgem.
Conversas vai, conversas vem...ele roubou de mim um beijo NO QUIOSQUE LARANJA DA FACULDADE NA FRENTE DA LÍGIA. Sim, Lígia foi vela do meu primeiro beijo na faculdade. E até hoje vejo isso como uma vingança.
Comecei a me aproximar mais dele. Descobri muitas de suas qualidades, como.......................................................................................SER BOM EM FONOLOGIA. E uma aula particular que precisava para passar na professor de nome impronunciável rendeu o maior exemplo de sexo ao vivo na sala F119.
Me sentia o máximo por dentro. “PÔ, FIQUEI COM UM VETERANO!”
Algumas pessoas ficaram sabendo que ficava com ele, seja pelo Martins, seja pela Lígia, que não fechava a boca. Até que GK, um amigo de data da Lígia, ouvindo tudo isso, soltou em frente ao trailer do Carvalho
- CRUZES, VOCÊ BEIJA AQUELE BUEIRO? tÁ JOGANDO SUA BOCA NO LIXO!
E voltei a me sentir na baía de guanabara.
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diaoflet · 6 years ago
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"Fica, amiga! Ele tem carro!"
Era junho. As festas juninas estavam bombando no Fundão em 2016. EEFD fez uma com OPEN BAR DE REFRIGERANTE, a Odonto fez sua caipira na Prefa, etc.
Mas Lígia e Lays se empolgaram com uma festa junina mais reservada que teria no Centro Acadêmico do Instituto de Química, o famoso e inalcançável CAIQ. Inalcançável pois pra chegar lá eram 7 andares do prédio do CT, que Lígia teve o desprazer de obrigar a todos a subir por escada.
Tá, adiantei um pouco. Vou voltar.
Lays, aquela do Italiano, estava com suas incertezas sobre a transição de seu cabelo. Cortou bem curtinho e revolucionou o feminismo local. Lígia convenceu Silvia e Igor a estarem presentes na festa. Eu, como era unha e carne de Lígia, ia a todo lugar que ela fosse.
Chegamos ao andar do CAIQ, e a música rolava. Era um espaço bem reduzido, a qual a gente pensava se caberia mais gente ali.
Coube.
Ligia, Lays e Igor iam a dançar. Eu e Silvia ficávamos parados conversando e rindo dos outros e do semestre que mal estava no fim e a gente não aguentava mais.
Ao nosso lado, tinha dois rapazes no sofá do CA conversando. Um deles claramente demonstrava interesse em ficar com o outro. Vou chamar esse interessado de Poeta da Química.
O Poeta era uma graça. Apesar de branco, tinha uma barba linda, e cabelos cacheados bem definidinhos. Faço a ressalva da beleza pelo o que pude conhecer dele depois, porque naquele momento ele era só mais um na festa para mim.
Notei que pouco tempo depois o Poeta, indo para o caixa comprar bebida, puxou assunto com Igor. ELES ERAM AMIGOS E MORAVAM NA MESMA CIDADE. Já tava pensando em sacanagem.
Poucos segundos depois, Igor puxa Lígia para dançar quadrilha. Eu tentava dar meus primeiros passos de dança na festa enquanto Igor, dançando sem parar com Lígia, quase que soletrava em seus ouvidos:
- Meu
Amigo
Quer
Ficar
Com
Você
Era o Poeta.
Logo após isso, o Poeta deixou de desenrolar com o menino e foi conversar na mesma roda que eu e Lígia estávamos. Sua fala mansa, quase de um maconheiro esquerdo macho deixava qualquer um com as partes íntimas molhadas. Só quem vivenciou sabe as trocentas cantadas românticas e com ar de Camões e Drummond que ele fez pra que Lígia liberasse o pote de mel. Em 15 minutos, ele já conhecia a Lígia, me conhecia, e fazia questão de elogiar a Lígia na minha frente.
Não foi fácil. No caso, não foi fácil pro Poeta.
Lígia queria ir embora. O Poeta não tinha conseguido o beijo. Ele insistiu tanto que Lígia ficasse que se ofereceu a levá-la em casa caso ela ficasse mais um pouco. Como eu estava mais sobrando que complementando, decidi ir embora.
(Eu) Lígia, eu tô indo. Fica aí na festa que eu vou sozinho...
(Lígia) Não, eu vou com você.
(Eu) Ah, ok então...
(Poeta) Não, pera... Lígia, fica mais um pouco, eu te levo pra casa de carro...
(Lígia) Não, eu não preciso!
(Eu) AMIGA, fica na festa então...
(Lígia) Eu não quero! Quero ir com você!
(Eu) FICA LÍGIA! ELE VAI TE LEVAR EM CASA - eu já me descontrolando com Lígia pelo fato de perder tamanho homem com tamanho poder aquisitivo.
(Lígia) Adriano, eu não quero!
(Eu, falando entre os dentes no ouvido dela) F-I-C-A, LÍGIA!!!! Ele tem carro!!!!
E saí da festa.
Lígia não foi no carro com ele pra casa. Mas ficou na festa. E ficou com ele também.
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