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diariodevivencias · 7 years
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Escrito no dia 02/04.
Acredito que este seja o meu último post neste diário de vivências. A última data de entrega é amanhã.
Este semestre foi tão pesado quanto eu esperei, talvez mais. Eu tive experiências boas e experiências ruins, e repensei meus conceitos mais vezes do que dá pra contar nos dedos das mãos. Muitas vezes dormi menos que quatro horas por noite para poder estudar ou concluir trabalhos, mas sinto que valeu à pena. Claro, se eu pudesse, eu evitaria as olheiras, a constante insônia, crises de ansiedade e a fadiga! Mas foi uma boa experiência, de qualquer forma.
Gostaria de agradecer a todos os professores, incluindo os que não lerão isso: André Moreno e a Andréa Hack, de LETA40; Daniela Biscarde, Tiago Parada, Gustavo Menezes e Raíssa Florencio, de ENFA84; Federico Costa e Gielson Sacramento, de ISCB85; Marisleane Andrade, de MATD03; Nadirlene Gomes, assim como Josi Santos e Luana Campos, de ENFA85; e Cristina Melo e seus convidados, além de Maria Navegantes, de ENFA86.
Muito obrigada por toda a experiência, os conhecimentos, os ensinamentos, todo o processo como um todo. Eu me sinto extremamente privilegiada de ter aprendido tanto com pessoas ricas de conhecimento como foram todos que tive contato durante o semestre, a meu ver.
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diariodevivencias · 7 years
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Escrito no dia 30/03.
Uma das temáticas sobre as quais eu tenho certa resistência em falar sobre é o aborto. Há um ano, talvez dois, eu era a feminista que discutia o tempo todo sobre tudo e sempre tinha algo pra dizer com pessoas que claramente não iriam mudar de ideia sobre assuntos como este; agora, no entanto, eu não perco meu tempo.
Mas enviaram um convite para uma palestra sobre o aborto que será realizado no dia 03 de abril para a nossa turma de enfermagem, e eu não tive dúvidas: eu preciso ir.
O aborto é um assunto tão polêmico que chega a ser absurdo, porque não deveria ser. Nas palavras da Rachel Green, da série Friends, “sem útero, sem opinião”. A partir do momento que ter um filho é algo que afeta diretamente e somente o corpo da mulher, é o direito dela poder decidir quanto ao que ela quer fazer em relação à ela e ao feto. Não é difícil de entender.
Esta semana eu estava assistindo ao jornal - não lembro de qual canal. Estavam falando sobre o aborto e as leis em cada país. Eu nunca havia ficado tão chocada quanto fiquei ao descobrir que a França tem o aborto legalizado há mais de 40 (quarenta) anos. Quarenta anos. Quão atrasados somos nós, que ainda estamos nessa luta contra pessoas que querem forçar as mulheres a fazer coisas que não querem?
Eu admito que eu não entendo tanto sobre a discussão. Por isso pretendo ir à essa palestra. Eu sei o suficiente, contudo, pra saber que, independente de qualquer coisa, a escolha deve ser da mulher. Não importa sua religião, seu status social, ou qualquer outra coisa, a mulher deveria ter acesso à serviços de saúde que não apenas realizem o aborto, como também ofereçam assistência psicológica prévia e após o procedimento. Impedir isso é uma afronta aos direitos humanos mais básicos.
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diariodevivencias · 7 years
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Escrito em 25/03, sobre a atividade no colégio Emmanuel Kant do dia 23/03/2017.
No dia 23 de março, a turma de Atenção Básica do semestre 2016.2 realizou uma atividade com os alunos do colégio Emmanuel Kant, na Caixa d’Água.
Apesar de eu ter tido ótimas experiências em todos os colégios nos quais estudei, devo admitir que o seminário que realizamos lá foi uma das melhores experiências que já tive numa escola. Eu esperava, inicialmente, que fosse uma atividade maçante, ainda mais quando fomos apresentados com o “desafio” de fazer uma apresentação para alunos e mantê-los atentos; no entanto, descobrimos rapidamente que não haveria dificuldade.
Eu acredito que as temáticas e o que usamos para realizar as apresentações ajudaram a manter a atenção dos alunos! Intoxicação, ainda mais quando abordamos animais peçonhentos. A exposição de alguns animais, assim como imagens e as atividades interativas nas quais os alunos davam sua opinião e respondiam à perguntas, certamente serviram ao propósito de entreter e acionar a curiosidade das crianças.
Uma das partes mais divertidas, pra mim, foi ver as crianças - e pré-adolescentes/adolescentes - realmente aprendendo e gostando do que estávamos apresentando. Teve uma garota, a qual não perguntei o nome pois não achei que cabia, que sabia tudo de todas as barracas da atividade que ela havia passado, e ela falava com uma animação e satisfação tão grande que eu mesma me senti mais motivada a me aprofundar mais nas temáticas.
Pra ser honesta, lidar com crianças não é bem o meu forte, mas acho que foi uma boa experiência como um todo. Eu não me importaria de realizar outras atividades como essa no futuro.
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diariodevivencias · 7 years
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Escrito no dia 01/04.
A professora Cristina nos pediu para falar um pouco sobre a enfermeira e sobre a enfermagem. Pra ser honesta, eu não me sinto confortável em falar sobre isso, considerando que eu tenho certeza de que a professora Cristina, principalmente, vai julgar a minha percepção. No entanto, suponho que é mais importante que eu exponha o que penso, do quê o que eu penso se interseccione com o que os professores pensam.
O que eu percebi, ao longo desse semestre, é que a área de enfermagem é, em grande parte, fundamentada em luta. Tenha sido para sua institucionalização; para constitucionalização; para demandar respeito e cargas horárias e salários decentes, como ainda é preciso hoje; a luta é inerente à esta área. Não é uma área pra alguém que se satisfaz com o que tem. Não é um área pra quem não consegue trabalhar duro e se esforçar pra conseguir melhores condições de trabalho. É uma área que ainda está em construção, e que tem muito potencial. E eu me sinto muito sortuda de poder ter essa experiência e ver isso durante esse semestre.
Minha mãe fez duas cirurgias no ano de 2015: uma para uma pancreatite, a qual foi sugerida realizar logo, apesar de não haver muita pressa; e uma de emergência, por conta de sequelas da cirurgia da pancreatite. Como um todo, minha mãe deve ter ficado internada por um pouco mais de duas semanas. Nas não-muitas chances que tive para visitá-la (o hospital no qual ela estava era longe e difícil de chegar, além de eu estudar em dois turnos naquele período), eu via as interações entre ela e as enfermeiras. Em contraste, eu não cheguei a ver o médico dela uma vez sequer. Ela sabia dos procedimentos e da recuperação dela por meio das enfermeiras, que faziam questão de deixar ela sabendo e tranquilizada.
Ao mesmo tempo no qual elas tinham a consideração de esclarecer as coisas pra minha mãe, minha mãe também conseguiu ver e notar, em algumas ocasiões, como elas estavam sempre em movimento. Em uma das conversas com uma das enfermeiras, minha mãe disse, uma delas mencionou ter que sair de lá e ir pra outro hospital. Minha mãe disse que teria ficado assustada, se ela mesma não tivesse um emprego que exigia, muitas vezes, serviços extras.
O que eu quero dizer é que o estereótipo de enfermeira ter vida fácil não procede de tal maneira que chega a ser ridícula a sua existência e perpetuação. Uma enfermeira não sobrevive nesta área sendo preguiçosa, conseguindo coisas de forma fácil. A enfermeira chega a trabalhar por tanto tempo que, se fosse num mesmo local de trabalho, a carga horária seria excessivamente grande. E isso tudo “só” para tentar viver de forma economicamente confortável.
A enfermeira é uma personagem indispensável da saúde, e isso é resumindo de forma bem atenuada. Eu sabia disso antes de entrar no curso de enfermagem, mas foi apenas durante ele que eu descobri de qual forma, e o quanto.
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diariodevivencias · 7 years
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atualização do dia 18/03:
Após a avaliação da segunda entrega do diário pela professora Cristina, senti que precisava comentar um pouco sobre esse vídeo. 
Eu o vi antes de uma síntese apresentada na aula de Enfermagem, Saúde e Sociedade, e foi apenas após a discussão realizada em classe, na qual eu pude refletir um pouco mais sobre a história e o papel de Ana Néri na história como um todo, que pude criar, de fato, uma noção ou opinião real sobre ela.
A opinião é a de que ela não foi necessariamente uma personagem marcante na história do Brasil, e que ela ser considerada a primeira enfermeira do Brasil é completamente errôneo, considerando que seus ideais, suas motivações nunca foram ao menos parecidos com o da Enfermagem. A verdade é que a representação de Ana Néri nesse vídeo é, em muitos pontos, mais errada do que correta. Mas acredito que o vídeo apresenta uma história inspiradora de ficção.
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Pesquisando um pouco sobre a história de Ana Néri para a síntese que eu apresentarei de Enfermagem, Saúde e Sociedade, eu encontrei esse vídeo!
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diariodevivencias · 7 years
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Escrito no dia 8/03.
Eu tive uma experiência esta semana que foi, de fato, um tanto transformadora. Não sei se devo chamar de experiência, já que não foi nada tão significativo assim, de forma geral; mas suponho que a aplicação do conceito de experiência neste contexto seja relativa.
Eu estava num ônibus voltando para casa após a aula de Epidemiologia. Havia alguns lugares vagos, mas em sua maioria os lugares eram ao lado de homens, e apenas um era ao lado de uma mulher que estava ao celular, então sentei ao lado dela. É uma coisa de me sentir mais confortável e segura, principalmente em ônibus; nada importante.
Normalmente costumo ouvir música no caminho para casa, por ele ser bastante longo. O tempo que levei no processo de pegar o fone de ouvido e meu celular da mochila, no entanto, foi o suficiente para ouvir uma parte da conversa desta mulher. De acordo com ela, no exame que ela teria realizado teriam encontrado um tumor.
No mesmo instante, senti um peso no coração, um tipo de aperto no peito. A mulher chorava bastante, mas era de forma bem discreta. Acho que apenas eu e uma senhora, que estava sentada no banco de trás, havíamos reparado. Naquele momento, eu me vi me perguntando se deveria reconfortar aquela mulher.
Eu não o fiz. Eu senti vontade, mas, além de não ter o menor jeito para coisas do tipo, ela era uma estranha. Eu não me senti, de fato, compelida por mim mesma a falar com ela, a reconforta-la de algum modo, mas eu me senti estranha de estar vendo aquele momento e não poder fazer nada.
A verdade é que esse momento me levou a questionar, mais uma vez, se seguirei ou não a carreira na área de Enfermagem.  Eu nunca me vi como uma potencial enfermeira, mas durante o semestre, fui me interessando por várias coisas diferentes do curso. Pergunto-me se devo continuar ou não, mesmo quando não me identifico com boa parte da área.
Eu ainda conversei um pouco com ela, depois. Ela mora, ou morava, ou apenas desceria num ponto perto do meu. Ela me pareceu uma pessoa geralmente feliz, e me perguntei, não pela primeira vez, como a vida funciona e o porquê de coisas ruins acontecerem com pessoas que são, ou pelo menos aparentam ser, boas. Mas esse é um tipo de questionamento que acredito que não se encaixa aqui.
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diariodevivencias · 7 years
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diariodevivencias · 7 years
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Escrito no dia 17/02
Uma das minhas experiências favoritas neste semestre - e a que mais me surpreendeu - está sendo as aulas de campo de Vigilância em Saúde nas unidades de saúde. A ideia de me deslocar para um lugar que não era a sala de aula, inicialmente, havia me desanimado quanto a essas aulas. No entanto, desde o meu primeiro dia na Unidade de Saúde da Família Beira Mangue, eu não me senti desanimada de forma alguma.
O que nós tínhamos que fazer, nas três aulas que tivemos em Beira Mangue, era dialogar com a população, saber se estavam satisfeitos com a unidade, entre outras coisas. Por conta de situações adversas, não tivemos a chance de interagir com muitas pessoas e de ter mais contato, mas ainda assim conseguimos conhecer muito das pessoas.
Eu nunca havia pensado muito na importância de uma unidade ou de um posto de saúde. A minha realidade é diferente da realidade de comunidades como a que estávamos, suponho, até porque, por exemplo, eu nunca havia ido a uma unidade de saúde da família até então. A última vez que fui a um posto, eu devia ter menos que oito anos, e hoje tenho dezoito.
As pessoas que iam até a unidade de saúde, em grande maioria, falavam que estavam satisfeitas. Se considerássemos apenas isso, poderíamos achar que tudo está bem. Mas nós não podemos fazer isso. Eu não pude deixar de pensar em como muitas das pessoas lá viam o acesso à saúde não como um direito que elas têm, mas sim como um favor que era feito a elas, e isso é terrível. As pessoas que fazem uso da unidade de saúde da família, principalmente em lugares mais humildes, tendem a ter menos conhecimento dos seus direitos, o que impede elas de cobrarem eles. Em várias instâncias, entre conversas, era possível ver que elas precisavam de muito mais, mas só de ter o mínimo, elas se sentiam felizes o suficiente. Esse tipo de coisa não pode continuar a acontecer.
É uma experiência muito boa, sim. Mas uma das coisas que mais me incomodam é a sensação de impotência. Eu acho que já disse em outro post desse blog, mas apesar de eu estar sendo formada para ser uma boa profissional, eu também estou sendo formada como pessoa; uma pessoa que pode estar, no futuro, ajudando e mudando essa realidade. No entanto, a sensação de impotência permanece, e meu papel na transformação da realidade atual me parece pequeno. Mas acredito que, ao longo dos anos, conseguirei aumentá-lo.
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diariodevivencias · 7 years
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Escrito no dia 09/02/17.
“A morte é irreversível.”
Numa das aulas no mês passado, minha turma de Atenção Básica em Situações de Urgência e Emergência tivemos aula de Tanatologia, na qual a professora Mariotti disse a frase acima. Apesar de ter anotado a frase, na ocasião eu não me deixei pensar muito sobre isso. A morte está presente na vida de todos, mas principalmente na vida de pessoas que trabalham na área de saúde, e eu já sabia disso antes de começar a cursar Enfermagem. No entanto, hoje me encontrei pensando nessa frase.
Nada de ruim me aconteceu, nem à minha família. O que houve hoje foi a prática de Tanatologia, a qual eu não esperava gostar tanto – ainda mais de eu ter notado que tive um pouco de dificuldade me mantendo focada na aula teórica que havíamos tido antes.
Esta aula foi uma das mais calmas e confortáveis que eu tive. Com apenas três alunos em classe, eu inclusa, nós aprendemos e compartilhamos e eu posso dizer que tive uma experiência incrível – e que essa foi uma das melhores aulas que já tive na minha vida.
A questão sobre a morte, para mim, é que ela causa dor. Eu não tenho medo da minha morte, mas sim da morte das pessoas que eu amo. A ideia de ter que viver sem elas, e ter que passar pelo processo da morte delas é o que mais me assusta, me causa pânico. A aula de hoje, apesar de falar sobre algumas coisas que eu já tinha noção, reforçou, para mim, a noção de que as pessoas que eu atenderei terão famílias que serão como eu, e que a tarefa de reconfortar não deve ser um estorvo.
A aula de hoje também me ajudou a lembrar de que os profissionais são afetados pela morte, mesmo que ela não seja ligada a ele por meio familiar. Logo associei á um documentário que assisti no fim do ano passado chamado Extremis (2016), da Netflix, que mostra o dia-a-dia de profissionais da área de saúde que lidam com famílias e situações envolvendo a morte, para ser mais geral. Foi um dos documentários mais emocionais que já vi, e me deu um insight muito grande.
A experiência da aula com a professora Mariotti foi muito boa, e acho que foi o mais relaxada que uma aula ou professora me fez sentir desde o começo do semestre. A aula prática me ajudou a ter outras visões da morte e de como lidar com ela, como agir com as outras pessoas quando elas estão em necessidade de conforto, e eu me sinto um tanto mais amadurecida como pessoa depois de hoje.
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diariodevivencias · 7 years
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Visita ao SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), realizada no dia 19 de Janeiro de 2017, como parte da ementa de Atenção Básica em Situações de Urgência e Emergência.
A visita ao SAMU – Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – foi a que mais me surpreendeu, como também foi uma das mais interessantes das aulas de campo de Atenção Básica. Apresentada pela enfermeira Adriana, a aula foi extremamente esclarecedora, e me trouxe um apreço por esse tipo de serviço que eu nunca havia parado para pensar sobre antes.
A ideia de trabalhar com o inesperado é incrível. Eu, particularmente, não sei se conseguiria trabalhar num lugar como o SAMU, ainda mais quando apresentada com os perigos que eles enfrentam – inclusive, eu nunca nem havia percebido isso. É algo sobre o qual não é muito falado, eu acho. Os perigos que as pessoas que trabalham na área da saúde ficam são bem subestimados e ignorados, e ignorar nunca foi o jeito de lidar com problemas.
Nessa semana, no blog da turma para a aula de Enfermagem, Saúde e Sociedade, um dos temas que a equipe da vez abordou foi a violência contra o profissional de saúde. Associando o que eu li no blog ao que a enfermeira que trabalha no SAMU nos contou, eu percebi que cada vez mais cresce entre as pessoas um desrespeito pelas outras pessoas, mas, principalmente, pela vida. Um profissional de saúde que trabalha no SAMU fica sujeito a tantos tipos de riscos diferentes, e eu nem consigo dizer se devemos atribuir isso à mídia por não falar tanto sobre isso, ao Ministério da Segurança por não ter um respaldo para a SAMU e falta de segurança, ou a própria população, que cada vez se torna mais perigosa.
Enfim! Eu achei incrível a apresentação sobre o SAMU, a sua história e realizações, e os vários métodos eficientes que as pessoas que nele trabalham desenvolvem para atender à população de forma cada vez melhor e mais rápida. Agradeço à professora Nadirlene e ao SAMU pela oportunidade de ter aprendido mais, e pela experiência como um todo.
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diariodevivencias · 7 years
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Visita ao CIHDOTT (Comissão Intra Hospitalar de Doação de Órgãos e Transplante de Tecidos), realizada no dia 12 de Janeiro de 2017, como parte da ementa de Atenção Básica em Situações de Urgência e Emergência.
Eu nunca tinha pensado muito sobre doar órgãos. Não é um assunto muito abordado na mídia, então não é algo que esteve no meu campo de informações de forma significativa – admito que meu contato com a ideia de doação de órgãos se limitava a episódios de House, M.D. e filmes de drama. Na visita ao CIHDOTT (Comissão Intra Hospitalar de Doação de Órgãos e Transplante de Tecidos) eu tive a oportunidade de me aprofundar e me educar muito mais ao assunto do que eu havia previamente, e foi uma oportunidade sem tamanho.
Uma pessoa, por meio da doação de órgãos, pode salvar pelo menos sete vidas. Uma pessoa, mesmo depois do fim de sua vida, pode ajudar sete pessoas a continuar a viver, a ter uma vida. No entanto, no ano de 2015, haviam apenas 13,4 doadores para cada um milhão de habitantes. Depois da palestra e de ler um pouco mais sobre o assunto na internet, o motivo desse número se tornou muito claro: ignorância.
Existe todo um preconceito ao redor da doação de órgãos, fatos errôneos que impedem as pessoas e seus familiares a serem contra a doação de órgãos: deformação do corpo, violação espiritual relacionada à religião – não importa o motivo específico. O que importa é que essas concepções erradas impedem que vidas sejam salvas, e isso é triste.
Uma mobilização maior, fazendo um uso forte da mídia, mostra-se crucial. As pessoas precisam se educar e se conscientizar sobre o assunto. O que não falta é empatia entre os seres humanos; o que falta é informação.
Além da falta de informação e o preconceito, um dos outros motivos pelos quais a quantidade de doadores tem diminuído é a falta de preparo dos profissionais de saúde na hora de abordar a família do paciente diagnosticado com morte encefálica para apresentar a ideia da doação de órgãos. Muitos dos casos nos quais a família decidiu não permitir que o familiar tivesse seus órgãos doados foram devido a abordagens ruins por parte dos profissionais. Isso é algo que precisa ser mudado urgentemente. 2,3 mil pessoas morrem por ano esperando por um transplante. Não se pode dar o luxo de perder chances e, consequentemente, perder vidas.
A visita foi extremamente educativa. Eu meio que digo isso sobre todas as aulas e visitas, eu sei, mas todas são. Absorver informações úteis é algo extremamente importante para mim, e sempre que eu tenho a chance de fazer isso eu fico bem satisfeita. Ir ao CIHDOTT e aprender sobre o processo de doação de órgãos e sobre a necessidade de conscientizar e educar as pessoas sobre tal foi uma oportunidade de ouro.
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diariodevivencias · 7 years
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Visita ao Museu da Santa Casa da Misericórdia e ao Terreiro de Jesus, realizada no dia 6 de Janeiro de 2017, como parte da ementa de Enfermagem, Saúde e Sociedade.
Apesar de eu ser daqui, nascida na capital, existem muitos lugares de Salvador que eu não conheço. Um deles era o Museu da Santa Casa da Misericórdia, o qual eu tive o privilégio de conhecer devido à essa aula de campo da professora Cristina.
Eu já conhecia um pouco sobre as Santas Casas, pelo menos superficialmente - um dos primeiros temas discutidos na roda de conversa das aulas foi a origem das práticas de cuidados, então eu tinha um pouco de noção sobre o que era. Mas ver o lugar é uma situação completamente diferente.
Uma das coisas que eu notei logo de cara foi o quão linda é a arte da época. A arquitetura da Igreja de Nossa Senhora da Misericórdia na qual esperamos logo quando chegamos, as pinturas no teto, as esculturas de santos e santas... Tudo extremamente lindo.
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No entanto, eu não pude deixar de me sentir mais interessada pela história. Uma das situações que mais me marcou foi a das mulheres que ficavam em pior estado de repouso do que os homens, devido às péssimas condições - quer dizer, os homens já estavam em condições ruins, e as das mulheres eram piores. É difícil não ser um tanto amarga, quando estudo história, sobre o quanto a chegada dos colonizadores foi maléfica para o Brasil, e principalmente para as mulheres, que saíram de uma posição de mútuo respeito entre elas e os homens, para serem submissas devido à cultura eurocêntrica e cristã, devido à crenças e valores os quais não eram nem de longe parecidos com as crenças e valores dos povos nativos.
Enfim!! Eu amei a visita ao Museu e ao Terreiro. Eu já conhecia o Terreiro de Jesus de vista, mas nunca tinha parado para saber um pouco mais do seu contexto histórico - deu vontade de turistar mais por lá.
Termino esse texto com uma foto da vista que temos do Museu da Santa Casa da Misericórdia.
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diariodevivencias · 7 years
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Visita ao CIAVE, realizada no dia 5 de Janeiro de 2017, como parte da ementa de Atenção Básica em Situações de Urgência e Emergência.
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A primeira impressão que eu tive do Centro de Informações Anti-Veneno – ou CIAVE – foi que ele era exatamente como eu esperava. Eu nem sabia que eu havia montado uma ideia na minha cabeça do que eu esperava até que cheguei lá.
Logo de cara, a enfermeira Cintia foi bem esclarecedora e me senti muito bem-vinda. Estava bem animada para saber mais sobre os animais peçonhentos, sobre antídotos, sobre primeiros socorros em situações envolvendo animais venenosos. No entanto, eu me sinto obrigada a expressar o quanto eu me senti decepcionada com a visita. Houve uma divisão dos alunos entre três grupos, e o primeiro grupo saiu com Cintia, que disse que seriam apenas vinte minutos. Vinte minutos se passaram, e mais tempo se passou, e chamaram o segundo grupo, enquanto que o primeiro nem havia retornado ainda.
Para resumir, quando me dei conta, duas horas já haviam se passado e nenhum dos grupos haviam voltado ainda. Quando voltaram, Cintia chamou nosso grupo, que teve pouco mais que uma hora para fazer a visita. Por conta disso, eu me senti prejudicada em relação aos alunos dos grupos anteriores. Era notável que o nosso tempo era bem mais curto do que o dos outros, principalmente quando Cintia pediu para o fármaco para adiantar e resumir as informações que ele teria para nos passar. Inclusive, quando terminamos e voltamos para o auditório, os slides já estavam sendo exibidos, e eu e meu grupo já havíamos perdido informações.
No geral, eu gostei da visita. Nós tivemos a chance de ver de perto vários animais peçonhentos dentro de potes de conservação, e vimos como os antídotos e tratamentos de envenenamento ficavam armazenados. Não consegui captar muita informação, pois a aula estava um tanto corrida devido à nossa falta de tempo. Mas foi esclarecedor.
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Eu preciso dizer, contudo, que a parte da visita da qual eu mais gostei foi a parte que discutimos sobre suicídio e a questão da prevenção. Por algum motivo, eu havia esquecido que lá também era um centro de prevenção – o NEPS, que significa Núcleo de Estudo e Prevenção do Suicídio - e quando o grupo começou a falar sobre o assunto, eu fiquei animada. Suicídio é um assunto tabu na sociedade; nós temos muitos de assuntos tabus como este, sim, mas o suicídio é um daqueles que está o mais distante da mídia possível, tornando, assim, mais difícil promover e prevenir publicamente.
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Eu consigo entender o porquê de não haver notícias sobre a incidência de suicídios. No entanto, não há como negar que a depressão é o mal do século, e muitas vezes há apenas um passo entre a depressão e o suicídio. Não apenas isso, como há um crescimento cada vez maior de pessoas que tentam cometer suicídio – a maioria, jovens entre 15 e 29 anos. O futuro está cada vez mais comprometido. Os adolescentes e jovens adultos crescem sob o estresse de ser bem-sucedido, ou num ambiente violento psicológico e/ou físico, entre várias outras situações.
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O que eu quero dizer é que centros como o NEPS deveriam existir em maior quantidade, cobrindo de forma concisa e eficiente os territórios. O suicídio pode ser prevenido – aliás, não só pode como deve.
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Como um todo, a visita foi extremamente educativa. Um tanto desapontadora, mas apenas pelo simples motivo de eu achar que não foi muito bem organizada, e alguns alunos saíram mais prejudicados do que outros. Mas foi uma boa aula de campo, com vários assuntos interessantes e importantes, e a enfermeira Cintia foi muito esclarecedora e coerente ao passar as informações. E eu, sem sombra de dúvidas, estou interessada em me educar ainda mais em toxicologia.
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diariodevivencias · 7 years
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Semana corrida. Acho que a aula de vigilância foi a minha favorita da semana, pra ser sincera. O professor Tiago trouxe vários vídeos, e entre eles, estava Sicko (2007). Sicko é um documentário norte-americano que fala sobre o sistema de saúde americano, entrevistando algumas pessoas que fazem uso ou têm necessidade dele. Ao ver as situações tristes, de doer o coração, às quais americanos – e, principalmente, os idosos – são sujeitos, nunca esteve tão evidente o quão sortudos somos nós, brasileiros, pela existência do SUS, mesmo que ele não seja perfeitamente ativo do jeito que foi idealmente modelado.
Fiquei animada nessa quarta-feira, pois finalmente fizemos atividades! Em epidemiologia, no caso. Eu sempre achei que tenho maior facilidade de fixar os assuntos quando faço exercícios e/ou escrevo, e foi o caso. A atividade em si foi um tipo de investigação, troca de ideias, e o ambiente foi tão bom que, ao errar, nem me senti tão constrangida quanto normalmente me sentiria – fiquei mais preocupada em saber qual seria a resposta mais plausível, eu acho. Educativo.
Nesta semana, senti falta da aula de Atenção Básica à Situações de Urgência e Emergência – devido ao feriado, não tivemos esta aula; no entanto, o debate proposto para a terceira semana do curso pelo professor Tiago, sobre Modelos de Atenção à Saúde, tem me tomado todo o tempo, então nem senti tanta falta assim – sem ofensa, adoro a aula, mas tempo extra pra me preparar pra algo é sempre bom. Eu amo debates. O motivo pelo qual eu amo tanto debates é porque eu tenho praticamente toda liberdade pra expressar meu ponto de vista; no entanto, para debater, eu preciso estar completamente confiante no que estou dizendo. Deste modo, eu sou quase forçada por mim mesma a estudar todo o assunto com afinco, e é fascinante. Não é um assunto que eu esperava me interessar tanto, mas a partir do momento em que comecei a estudar o modelo da VISAU – Vigilância da Saúde, meu modelo para defender –, eu tive acesso á informações que não havia tido antes, e tudo se tornou mais, de certa forma, muito interessante. Inclusive, não é querendo vender o meu peixe (é essa a expressão?), mas a VISAU é, teoricamente falando, o melhor modelo que vi, pois ele une os principais aspectos dos modelos hospitalocêntrico e sanitarista. A ideia de sua implantação pode até ser um tanto irrealista, quando pensamos no fato de que seria preciso um envolvimento não apenas de profissionais de saúde e da população, como também de órgãos que são ou não governamentais, mas, hipoteticamente falando, foi o modelo que pareceu favorecer melhor á sociedade, em minha opinião.
Afinal, o que é sociedade? Sociedade é um conjunto de seres que vive de forma organizada. O conceito de sociedade foi trazido para a aula na sexta-feira, a pedido da professora Cristina, junto com outros conceitos, como poder, trabalho, e ideologia. E, eu acho que eu já disse isso, mas eu sempre acho tão legal o jeito que as matérias se intersectam desse jeito. Poder, trabalho, ideologia, sociedade – todas são palavras que estão associadas á todas as coisas importantes hoje em dia, eu sei, eu sei. No entanto, quando eu penso nas matérias todas juntas, só consigo pensar nas muitas ideologias que apoiam projetos que poderiam sair do papel, e com um pouco de trabalho, poderiam ajudar a sociedade de forma significativa, mas as pessoas no poder não permitem isso. Como várias ideias que nem chegam a ter grande conhecimento, como modelos de atenção à saúde, como curas para doenças. Talvez eu tenha parado de fazer sentido, agora, ou talvez eu esteja vendo coisa demais onde há. De qualquer forma, nos faz pensar. Tudo que nos faz pensar, hoje em dia, deve ser, ao menos, considerado.
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diariodevivencias · 7 years
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Um plano de saúde pode ser feito por médicos, mas a saúde é feita fundamentalmente de enfermagem.
Emerson Cardoso
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diariodevivencias · 7 years
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Reflexão, dia 09/12/2016
É interessante o quanto as pessoas têm tanta facilidade em disseminar falatório como fatos, quando elas mesmas não têm forma de comprovar a veracidade das palavras que proferem. Quando me ponho a pensar sobre o que é o SUS e o que ele representa, instantaneamente me lembro das minhas ideias ignorantes e equivocadas de pelo menos cinco anos atrás. Cinco anos atrás eu não tinha a menor noção do cenário político da minha cidade, quem dirá do meu estado, mas eu era a primeira a concordar com qualquer coisa que criticasse a atual conjuntura da política. Aos 13 anos eu não sabia o que era SUS, nem Bolsa Família, e nem o que era senso crítico - eu não o tinha. Não experienciava dessa realidade, nem fazia uso do último, e isso não justifica eu ter reproduzido tantas mentiras, mas facilita a compreensão.
A discussão trazida para a sala de aula nas aulas de Vigilância em Saúde e Enfermagem, Saúde e Sociedade, coincidentemente ou não, na mesma semana de aulas, me fez pensar no quanto o SUS é importante não só para uma camada da sociedade da qual eu não faço parte, mas para todo o povo em si, brasileiro ou não. Eu não tinha noção até recentemente do modo que o SUS foi planejado, mas agora que sei, é difícil ignorar a genialidade de quem o desenvolveu. Um sistema de atendimento á saúde no qual todos podem ter acesso, independente de classe social, situação econômica, ou qualquer dos vários outros modos de discriminação que existe, tornando a Saúde um direito de todos, do jeito que está na Constituição.
No entanto, eu consigo entender o porquê de eu ter uma concepção tão errada do SUS. Em um dos vídeos passados pelo professor Tiago na aula de Vigilância á Saúde, “A História da Saúde Pública no Brasil - 500 anos na busca de soluções”, eu pude ver como a saúde nunca foi prioridade número um na história do país - e em boa parte do tempo, nunca esteve no top 10 das causas mais importantes dos governos que estiveram em poder. A saúde foi negligenciada por anos, apenas o foco quando os governos tinham segundas intenções - em sua parte, eles eram motivados por dinheiro, ou pela ideia de mais dinheiro. Deste modo, com a falta de verba, o modelo idealizado do SUS nunca foi alcançado. O SUS que o povo tem acesso, o SUS que o povo vê, é um sistema que não funciona como deveria funcionar; é a enfermeira cansada; é a fila quilométrica pra conseguir uma ficha de atendimento pois não há médico suficiente ou infraestrutura que suporte; não é um sistema fracassado, mas sim um sistema que precisa de muito trabalho por parte daqueles no poder, e que precisa ser, urgentemente, posto numa posição de prioridade, para que a vida e a saúde seja preservada como deve.
Neste exato momento, eu sou apenas uma estudante do primeiro semestre de Enfermagem. Não há muito que eu posso fazer, e eu tenho consciência disso. O que eu posso fazer, no entanto, é contar às pessoas. É educar, é informar, é falar sobre como o SUS pode funcionar quando receber o reconhecimento e a verba que merece, é direcionar a quem reclamar sobre a precariedade do atendimento. O que eu posso fazer é me conscientizar, me posicionar politicamente, exigir os direitos que pertencem a mim e a todos, e buscar uma mudança no contexto atual da saúde e da sociedade. É continuar estudando.
Link para o vídeo citado aqui.
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diariodevivencias · 7 years
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A primeira semana foi extremamente importante para pegar uma noção básica de como as coisas funcionam. Logo de cara tive aula com a professora Andréa Hack, que apresentou o professor André Moreno, que será quem dará nossas aulas de Oficina de Leitura e Produção de Texto do semestre. Demorei para pegar o ritmo da aula, mas a partir do momento em que o professor promoveu o mínimo debate, senti que engatei. É importante debater e trocar pontos de vista diferentes com o máximo de respeito, hoje em dia. As pessoas tendem a esquecer disso. O professor André não esqueceu, nem nenhum dos alunos em classe, então me senti confortável e ansiosa pela aula da semana seguinte.
Infelizmente faltei na terça-feira, na qual tinha aula de Vigilância Básica pela manhã e Estatística em Enfermagem pela tarde, então minhas experiências com os professores destas matérias só vieram uma semana mais tarde. Já na quarta, tive aula de Epidemiologia, e foi esclarecedora em muitos pontos. Como alguém que teve grande dificuldade com biologia no Ensino Médio - mas descobriu uma paixão pela área de saúde no Pré-Vestibular -, eu fiquei feliz pelo professor ter apresentado um vocabulário de conceitos básicos para que aprendêssemos e também para que nos familiarizássemos.
Na quinta-feira, fomos apresentados às muitas professoras de Atenção Básica Em Situações de Urgência. A professora Nadirlene trouxe muitas perguntas que ativaram meu senso crítico, o que é muito bom, pois me acostumei a não questionar muito as coisas, e é algo que eu não só venho buscando mudar, como que também é essencial para minha formação como profissional e como ser humano político.
Na sexta-feira, tivemos a minha aula favorita da semana. Conhecemos - ou eu, pelo menos, conheci, já que não participei da Semana de Calouros - a professora Cristina, de Enfermagem, Saúde e Sociedade. Essa aula foi a que me deixou mais confortável, tanto para interagir como para me empenhar. Eu tenho plena consciência de que a obrigação de me sair bem e de me esforçar nas matérias é completamente minha, mas é sempre muito bom se sentir bem-vinda numa aula. Foi também incrivelmente esclarecedor ver a professora nos dar uma nova visão do que é Enfermagem, e discutir sobre isso em classe.
No geral, a semana foi satisfatória e instigante. Algumas matérias tivemos apenas aulas introdutórias, outras tivemos aula com assuntos logo de cara, então notei que não devo me acostumar muito e/ou achar que uma aula vai ser igual a outra. Uma boa semana.
PS: Não sei direito como um diário como este deve ser desenvolvido. Estou tentando incluir tudo que foi pedido nos requisitos por todos os professores que irão usá-lo como modo de avaliação, mas muita coisa ficou confusa, então tentarei me desenrolar e, com esforço, alcançar o objetivo 100% até o fim do semestre. Sei que não devo separar por matérias, mas como foi a primeira semana, preferi escrever deste modo. Nas semanas seguintes os textos não serão tão divididos, e os parágrafos, não tão específicos.
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