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Algo muito sério? Talvez você possa passar no bar mais tarde, não?

Ah sim, acontece toda hora comigo, mas essa noite eu mão vou para festa, tenho que cuidar de algumas crianças.

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A opinião dos outros realmente nunca foi algo com que eu me importei –– murmurou, se lembrando de como fora crescer em uma família de políticos e cada besteira que já havia escutado por isso –– E que bom. Depois de tantos anos aqui ela deve estar realmente animada para voltar à escola.

Eu entendo. E você não vai se fantasiar também?

Os residentes, os novatos e todo o resto dos funcionários daqui, todos tem uma opinião formada sobre todos, e isso não é algo que vá mudar tão cedo ou algum dia sequer. Aprendi a lidar com isso a muito tempo atrás, então já não me importo muito com o que dizem a cerca de mim. Sim, a Grace tem tido uma melhora incrível com o novo tratamento, vamos deixa-la em observação por alguns dias, mas logo ela deve ter alta. 

Minhas crianças estão adorando tudo isso, ficaram falando sobre o que fariam durante todo o dia, isso ajuda a motiva-las e distrai-las dos tratamentos pesados por qual estão passando. 

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Evan, achei que estava ocupado, se soubesse que ia passar a tarde no telefone teria direcionado alguns dos meus pacientes para você.

Não eu… Como eu vou saber? Estou há dois dias sem entrar na minha própria casa, não sei se ela está inundada para pingar no apart… Olha, eu realmente tenho qu… Se vire. 

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Não está usando a felicidade das crianças para tentar me convencer a vestir algo, está? Me prometi que ano passado seria a última vez que me fantasiaria para o Halloween e eu estava falando sério.

Okay, talvez eu esteja realmente usando as crianças como desculpa, mas sejamos sinceros: usar uma fantasia não seria má ideia para alegrar esse lugar e sair da monotonia.

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{Light up like a christmas tree}  Ed and Lirael

@lirael-ivaskov

A tarde havia passado mais rápido do que Edward achava ser capaz. Preso entre cirurgias e visitas à pacientes que tinha operados há poucos dias, o loiro ainda não tivera a oportunidade de comer algo desde o café da manhã. Não que essa fosse uma situação com a qual ele já não estivesse acostumado.

Ao menos não precisaria ficar de plantão durante a noite e o próximo paciente seria o último que veria antes de finalmente ir para a casa. Dessa forma, acompanhado de um residente e um interno, seguiu para o quarto 204, batendo na porta de leve antes de abrí-la. “Boa noite” Acenou com a cabeça para o homem na cama e então se dirigiu até ele, parando na extremidade do móvel para pegar a pasta com as informações do paciente, incluindo os sintomas que vinha sentindo. “Quando estes sintomas começaram a se manifestar? Digo, não apenas as dores, mas também a fadiga e enjoo?” Pela resposta do outro, aquilo já era recorrente há bastante tempo, porém pensara que não era nada até naquela tarde, quando a dor fora tão intensa que mal conseguira se levantar.

Mais uma série de perguntas se seguiu até que, ao ler a linha seguinte, percebeu que não era necessário questionar sobre o histórico de câncer na família do paciente. O próprio homem já havia sido diagnosticado com câncer no passado e se curado há cerca de dois anos. Fora por isso, então, que o haviam direcionado diretamente à Ed. Porém, antes que esse dissesse algo capaz de preocupá-lo sem motivo algum, era necessário fazer uma bateria de exames, incluindo uma radiografia e PET-Scan, para confirmar a suspeita do médico. Anunciou ao paciente que o residente o estaria preparando para estes e então deixou o quarto, planejando encontrá-los mais tarde durante o PET-CT.

Estava em uma sala com outros atendentes quando, mais cedo do que esperava, o interno apareceu à porta e o chamou. Sem grandes introduções, seguiram até o lugar onde estavam realizando o PET-CT e no momento em que os olhos do médico se focaram na tela do computador –– onde a imagem do exame estava exposta –– soube que não poderia ir para casa tão cedo. Vários pontos haviam se iluminado na extensão do corpo do homem e isso não significava nada bom. Edward suspirou pesadamente e se voltou para o interno. O câncer estava avançado e retirá-lo por completo a partir de uma cirurgia, quimioterapia ou radiografia beirava o impossível. “Chame Lirael.” murmurou enquanto sentava na cadeira em frente ao monitor e voltava a encará-lo.

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Não sei se isso me deixa mais tranquilo ou triste pelas crianças.

Entendo. Acho que preocupação é um carma da nossa profissão. Vai seguir a gente pra sempre. Mas eu acho que os doces que colocaram aqui são com teor de açúcar reduzido.

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Sinto muito. Mas está nas mãos de ótimos médicos, tenho certeza de que eles ainda se esforçam diariamente para encontrar novas maneiras de ajudá-lo.

Na verdade não, faz cinco anos que eu vivo aqui… Eu preciso ser operado, mas meu corpo nunca estabiliza pra que a cirurgia seja feita e ninguém sabe o porque.

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Verdade, ainda por cima quando todos aqui passam tanto tempo juntos. Acho que a maior parte dos residentes já se sentem no direito de criar opiniões sobre nós como se fossem velhos amigos. E melhor de um paciente? Está falando de Grace? Ouvi dizer que ela levaria alta.

Pelo menos estão tendo a oportunidade de viver algo ao menos um pouco parecido com o que teriam lá fora. A ideia de passar em alguns dos quartos pedindo doces foi realmente muito boa.

As pessoas sempre julgam as outras, querendo elas ou não. Não sou uma pessoa de festas, então melhora de um dos meus pacientes.

As crianças estão animadas por poderem se fantasiarem e andarem por ai, elas ficam muito tempo nos quartos, é bom para elas se divertirem um pouco, mas trabalho dobrado. 

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Ei, quem sou eu para te julgar nesse ponto? E feliz pela festa ou pela melhora de algum dos seus pacientes? 

A ala pediátrica é a mais agitada hoje, deve estar difícil de controlar as coisas por lá.

Sei que posso ser uma Bitch na maior parte do tempo, mas isso não quer dizer que eu não saiba sorrir. E sim, eu estou muito feliz hoje. 

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Seus médicos deram alguma estimativa?

E eu entendo. É cansativo. Vamos combinar que as paredes brancas do hospital fazem o lugar parecer um hospício.

Espero que logo mais eu vá também. 

Não que seja ruim viver aqui… 

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Ei, pelo menos é por uma boa causa, está divertindo as crianças.

Teria me fantasiado também, mas acabei deixando para a última hora e as cirurgias me impediram de procurar algo criativo. 

Ainda não acredito que me convenceram a vir fantasiada

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Acho que eu estava mais para “pessoa que me dá carona pelo hospital” do que crush.

Eu também. Depois de tanto tempo por aqui, é bom vê-la animada sobre voltar para a escola.

Poxa vida, e eu achando que ela só tinha uma crush em mim. - Brincou. - Ela é uma graça, estou feliz que ela vai receber alta. 

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É... Diferente. Gosto de ver os pacientes animados, mas não consigo deixar de ficar preocupado. Alguns deles certamente não deveriam estar comendo tantos doces.

É claro que eu to gostando da festa. Você está?

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Estava a caminho nesse momento, mas acabei voltando para checar um paciente nesse andar.

Eu só estava acabando de me limpar, a cirurgia foi demorada… Está rolando uma festa, você não deveria estar por lá?

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Grace? Ano passado ela me convenceu a vestir uma péssima fantasia de super-heroi e então carregá-la nas costas pelo hospital enquanto ia de quarto em quarto pedindo doces. Com certeza é uma das crianças mais criativas por aqui.

Eu sou um príncipe graças a menininha do quarto 102 que me deu a ideia.

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Acabei de chegar, estava em uma cirurgia... Mas os pacientes parecem estar se divertindo bastante. É bom vê-los com um sorriso no rosto apesar do que vêm enfrentando.

James dançava com uma senhora, ele estava vestido de samurai, o asiático a levou até uma cadeira e virou-se. - Hey, está gostando? Os pacientes parecem animados.

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você está meio velhinho para estar solteiro não acha?