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OS#1

Title: Yoonhae's Birthday (part 1)

Depois de longas horas em uma confeitaria local, ainda me encontrava indeciso sobre qual bolo levar pro caçula. Ele comia de tudo (literalmente), era difícil dizer o que o pequeno não gostasse. Talvez eu devesse ter dado essa tarefa pro Benji... Mas não dá pra voltar atrás agora. Benji ficou responsável junto de Haejin pela decoração da sala. Yoonhae estava completando 12 anos. 12 anos... caramba. Quando o adotamos ele tinha apenas 2 anos. Parando pra pensar nesse tempo, eu e Benji éramos muito jovens. Eu tinha 21 e ele 23. Adotar as crianças foi a maior loucura que eu poderia imaginar fazer durante toda a minha vida e também uma das maiores felicidades. A princípio achei que não fosse conseguir, devido a pouca idade, mas tudo correu bem — depois de encarar algumas burocracias. Minghao é o mais velho dos três, tem 16 anos. Haejin é a do meio, com 14 anos. Imagina ser pai dessa garotada e ter apenas 31 ou 33 anos.

Olhando assim pra trás também penso no nosso casamento. Rolou um tempo depois da adoção. Lembro como se fosse ontem, a Haejin entrando no salão com as alianças, toda a emoção que foi a troca de votos e vários outros momentos desse evento. Também percebo a mudança que sofri nesses 10 anos; me tornei responsável, por mais inacreditável que seja. Pareço até adulto! Mas não se preocupem, a essência Aeko nunca morrerá. Depois de começar a estudar administração eu percebi que... eu definitivamente não levava jeito. Eu nunca entendia direito as aulas; longe de mim culpar os professores, eles tentavam arduamente me ensinar, mas eu não conseguia absorver nada. Depois de 3 meses de curso, migrei pra engenharia da computação. Pra quê... Nas primeiras aulas eu me senti como uma criança de 4 anos tentando entender o teorema de Pitágoras. Pra surpresa de todos e tudo no mundo, eu acabei me formando nesse curso. A teoria parecia um bicho de 3 cabeças, mas na prática eu tinha certa experiência.

Quem diria que Dong Aeko se tornaria um engenheiro.

— Aeko?

Ah, certo, eu ainda estava na confeitaria...

— Uhm? — Observava a vitrine e os bolos expostos, subindo o olhar alguns instantes depois. — Ah...

— Ainda não decidiu? — Soltou um riso fraco. Obviamente já estava habituada a me ter como cliente. Desde que nos mudamos pra China, essa confeitaria tem sido um local de visita frequente.

— Ah, bem... acho que vou levar os 5. — Cocei a nuca, pensando se Benji iria me repreender em casa por isso ou se iria comer tudo sozinho. De toda forma, não ia acabar bem. Talvez eu devesse levar um remédio pro estômago também.

— Certo, vou embalar pra você! — Após alguns bons minutos ela retornou com 5 embalagens. — Diga ao Yoonhae que a jiè mandou um abraço e desejou um feliz aniversário!

— Pode deixar, ele vai gostar que se lembrou do aniversário dele. Até a próxima! — Acenei antes de sair com uma pilha de bolos pela porta de entrada.

[...]

— Minghao? — Chamei pelo mais velho, esperando que estivesse por perto.

— Pai?! — Pareceu confuso.

Espiei pelos lados e consegui ver seu rosto.

— Me ajuda, pega dois e põe na bancada. — Disse ao mesmo tempo em que me agachava para diminuir a altura da pilha que parecia que iria desmoronar se um vento batesse.

— Um bolo pra cada não é muita coisa? — Riu enquanto pegava as caixas.

— Vamos combinar assim, da próxima você fica responsável pelo bolo. — Baguncei seu cabelo.

Benji apareceu com Haejin e Yoonhae. Ele parecia meio... atropelado? Talvez essa não seja a palavra, mas algo definitivamente tinha pego Benji de jeito.

— Travaram uma guerra na minha ausência? — Segurei o riso. Seu cabelo estava completamente bagunçado e era possível distinguir alguns dos itens de decoração colados pela camisa e até mesmo no rosto.

— Aeko...

— Amor...

— O que é isso tudo? — Apontou pra bancada.

— Uhm... bem... é... — Tentei pensar em algo. — Festival do bolo! — Abri um sorriso meio idiota e estalei os dedos como se uma ideia brilhante houvesse surgido na minha mente. Benji apenas balançou a cabeça e riu baixo. — Veja pelo lado bom... tem um bolo de morango só pra você.

— Só pra mim, ouviram?

Ben se aproximou e deixou um beijo em minha bochecha. Automaticamente sorri com o contato.

— Vamos terminar de arrumar tudo. Os outros logo vão chegar!

[...]