Tumgik
dropandorelatos · 1 year
Text
RELATO: CONCLUSÕES
Hoje eu cheguei a algumas conclusões dolorosas. Agora há pouco gravei um vídeo conversando comigo mesmo, e explorando o que eu tava sentindo.
Acabei de voltar de um show, e eu me dei conta das coisas que eu insistia em negar.
Há tempos eu digo que me curei da depressão. Mas será mesmo?
Eu fico fingindo pra mim mesmo que eu tô bem, que minha auto estima tá ótima, que eu sou uma pessoa inteligente, interessante e cheia de propósito. Que tá tudo bem, tudo certo.
Mas aí do nada eu tenho uma crise de Pânico. Ou eu bebo, encho a cara e apago no chão de algum cômodo de casa. Ou eu me entupo de cigarro, comida pesada. Ou seja, eu tenho dores que se manifestam em Pânico, e eu tenho comportamentos destrutivos que se manifestam em compulsões. Claramente eu não estou bem.
E sempre que eu saio, eu penso que eu tô incomodando alguém, ou que, pior ainda, estou sendo ignorado. Nunca penso que sou querido e que se interessam por mim ou pelo que tenho a dizer. É sempre algo negativo.
Quando estou no palco, ao invés de pensar que estão me olhando e admirando meu talento, penso que estou sendo, novamente, ignorado, desprezado.
E quando eu bebo eu esqueço de tudo isso e fico feliz e me acho especial. Mas no outro dia quando acordo de ressaca eu fico arrependido, com vergonha e morrendo de medo de ter feito alguma merda que possa ter feito alguém pensar que eu não sou um cara legal.
Resumindo: eu percebi que eu não tô bem, que minha depressão não acabou, que eu sou compulsivo, desmotivado e apático. Que mesmo que eu lute todo dia pra ser - ou fingir ser - feliz, de bem com a vida e satisfeito, os sentimentos negativos que eu oculto me devolvem ansiedade e pânico. Eu realmente não tô bem. Eu não acho que vou ser feliz um dia, encontrar uma parceira romântica que eu ame e que eu possa ser eu mesmo ao lado dela - por que? Porque eu não acho que eu possa ser "eu mesmo" dentro de relação alguma. Me podo, me iludo, me escondo e me protejo, mas não sou eu. Eu não posso ser eu. Eu não posso ser feliz. Eu não posso ser romântico e idealista. Eu não posso ser admirado - e financeiramente bem recompensado - pelo que faço bem.
Eu sou um paria, um marginal, um zero. E eu não estou feliz porra nenhuma. Eu tô paralisado, desmotivado e entorpecido. Finjo estar bem para mim e para os outros.
Espero que a reflexão e a constatação desses fatos ao menos me traga paz e sossego, para que eu me recolha, me motive e continue lutando pra ser alguém, mas lutando de maneira honesta e entendendo que eu tô deslocado e que o presente não tá legal pra mim.
E aí quem sabe as crises acabem de vez porque pelo menos eu não estou sufocando nenhum sentimento meu.
0 notes
dropandorelatos · 2 years
Text
RELATO: Dois K Dois 3
Já vai pra uma semana - amanhã - que estou com cólica renal. Já deve ter um mês que, volta e meia, urino sangue, e descobri que estou com Litíase renal (vulgarmente conhecido como "pedra nos rins").
Bom, agora já é Ureterolitíase. A pedra, de 0,5 cm, já está no Ureter direito. É incrível como uma coisinha tão pequena é capaz de proporcionar uma semana de dor quase insuportável.
O que faz ser só "quase" é que eu procuro manter uma rotina onde ignoro a dor. Por exemplo, agora, estou sentado na minha cadeira gamer (investimento que fiz após descobrir, no mesmo exame, que tenho hérnia de disco lombar), ouvindo uma música do Froid chamada "São Paulo do RJ".
"Bem que eles tentaram, yeah, quase dei PT no Palio. Eu quase não salvei o Paulo. O RJ é só um estado..." 🎶
Cigarro aceso. Tenho pensado demais nesse começo de ano. Ele não começou legal pra mim. Minha primeira cólica veio no dia 30 de dezembro do ano passado. Na ocasião, vomitei a água que bebi pela manhã (e a dipirona, pra cólica), e fui internado na sequência.
Três bolsas de soro. Na véspera da véspera de dois mil e vinte e três. Ontem, ao pegar o resultado da tomografia, descubro uma pedra em cada rim, uma no ureter e uma hérnia discal lombar. Agora não sei se tenho cólica renal ou lombalgia.
É impossível não pensar. Ainda mais sentado fumando um cigarro e ouvindo música. O Froid tem um dom de fazer músicas que fazem meus neurônios se encontrarem. Até os que estão mais longe são puxados quase que magneticamente pra fazer sinapse.
"Nada deixava minha mente fria. Naquela altura eu sentia tudo, inclusive a temperatura do sangue na rola dura encostando na tua virilha..." 🎶
Volto a pensar em como 2022 foi bom pra mim. O quanto me senti grato. Por tudo. Até pelas experiências desagradáveis que vieram pra me lembrar do meu lado fraco.
Dizem que faz-se forte aquele que contempla e abraça suas fraquezas. Eu me pergunto até que ponto isso tem fundamento. Mas gosto da ideia de abraçar fraquezas. Não como quem se adula, mas como quem vê humanidade em si mesmo.
"Isso é tão simples, baby. Eu que complico, ok? (Okay!) Nem pra mandar um torpedo (Me mandei!)... Mandaram um míssil.... BANG!" 🎶
E é óbvio que eu me referia às fraquezas psicológicas. Dores físicas - "ites", "ases" "algias" e "tenias" - estão aí para nos lembrar, com certa frequência, que não somos heróis ou semideuses.
Mas o que nos faz lembrar que somos HUMANOS, MESMO, é a nossa capacidade de sentir emoções que causam desconforto. Como quando vomitamos de raiva (você já? Eu já!), ou sentimos dores físicas terríveis de angústia e tristeza, como se houvesse um buraco enorme em nosso peito.
O buraco é metafórico... Mas explica isso pra tua mente, que, de fato, SENTE ele lá.
"... Cê não quer mais amor, então veste a roupa. Cê não vê o valor que cobra. Cê tem esse amor, me prova! Cê tem esse amor, me "lova". Deixa esse amor me salvar. Vem, meu amor, me salva! Eu quero um amor que sara..." 🎶
Vou pegar a estrada agora. Primeira viagem de 2023. Estava concentrado até ser interrompido, e não sei mais o que dizer.
Feliz 2023.
O começo tá melancólico pra mim, espero que não esteja pra você, que me lê.
Mas de qualquer forma, logo melhora...
0 notes
dropandorelatos · 2 years
Text
CONSELHO: Quanto vale o seu choro?
Quebrando um pouco o protocolo dos relatos, eis aqui prints de conselhos que dei a uma amiga, e acho que servem para qualquer um.
Tumblr media Tumblr media Tumblr media
0 notes
dropandorelatos · 2 years
Text
RELATO: EU
Eu me sinto uma "alma velha".
Não me sinto velho. Me sinto ainda inspirando e expirando juventude em cada poro desse corpo de 32 anos.
Certa vez um moleque inseguro me chamou de "coroa". Foi engraçado. Ele precisa acreditar nisso, mais do que ninguém.
Enfim, divaguei.
Digo que me sinto uma "alma velha" porque nada me é estranho. Nada me surpreende. É como se eu já tivesse visto, sentido e vivido de tudo em outras vidas. Nem a pandemia, nem uma guerra, nada me assusta, me impressiona, me pega desprevenido. Tudo me parece estranhamente palpável, crível e familiar.
Tudo é déjà vu.
Porém, ainda assim, me sinto com o espírito jovem. Ninguém me dá a idade que tenho. Nada me afeta por muito tempo. Eu sou imparável como uma força da natureza.
Eu tenho raiva na mesma proporção que tenho amor pra dar. Minha vontade de cobrir alguns de porrada é proporcional à minha vontade de amar e mimar quem eu julgo merecer. Ainda que as vezes eu erre nesse julgamento.
E eu sou equilíbrio. Tudo é equilibrado. Eu não sou violento, ainda que conheça bem a linguagem da violência. Eu consigo neutralizar qualquer ameaça com conversa. Eu sempre me saio muito bem.
Porque tudo me soa familiar.
Até quando aparece algum idiota tentando me ameaçar. Mal sabe o desavisado que tá, na verdade, entrando na minha zona de conforto. Que pra descarregar toda essa raiva contida em alguém é apenas uma questão de motivo e oportunidade. Quando alguém me ameaça, me dá os dois, e me põe em estado de vigília constante de brinde.
Eu NUNCA sou pego de surpresa.
Aliás, só a mentira, a manipulação e o descaramento são capazes de me causar alguma surpresa. Mas a única surpresa nesse caso é EU ter dado poder a pessoas com desvios de caráter. Eu que deixei elas entrarem.
Muita coisa me fez repensar muita coisa ultimamente. É o que faço com informações. Processo, pondero, sopeso. Calado, mas implacável. Vívido. Sempre cauteloso, NUNCA um covarde. Nunca com medo. NUNCA sou pego de surpresa.
Eu sou uma "alma velha", mas eu sou um corpo absurdamente jovem. Até pela minha idade e por tantos anos de tabagismo, é impressionante ser tão jovem assim. Eu tenho ira de lutador, disposição de atleta. E tesão de adolescente.
Meu intelecto, esse sim, talvez seja o de um velho. De um sábio. De um professor. Um intelecto simples, com uma boa dose de malandragem.
Mas, ainda assim, um cabedal, um repertório intelectual de quem, de fato, estuda, lê e pratica. Oras, eu faço dinheiro com meu cérebro. Sem desmerecer àqueles que fazem tudo através de automatismos, fórmulas e cargas que se repetem incessantemente ao longo de rotinas diárias, minhas formas de fazer dinheiro são, todas elas, analíticas. Eu problematizo, antevejo e sobressaio. Exige raciocínio constante, e não apenas "atenção".
Eu coloco meu dinheiro pra fazer mais dinheiro. Eu estudo investimento. Eu tenho pleno domínio da minha vida. Sou capitão da minha alma. Não tenho amarras, não devo satisfações.
E é exatamente por isso que eu não tenho medo de nada.
Eu sou bem educado, polido, cordial, diplomático. Isso pode lhe fazer pensar que eu sou um alvo fácil.
Pois pense duas vezes.
0 notes
dropandorelatos · 2 years
Text
RELATO: LUTO
Esse é o relato sobre o luto que reluto em relatar.
A frase acima é (quase) uma aliteração. É o tipo de coisa que você não pesquisaria no Google por conta própria. É o tipo de coisa que o autodidatismo não alcança sem a orientação adequada. É o tipo de coisa que apenas pela EDUCAÇÃO, pela escola, você alcança.
A educação está de luto. Um atirador matou professores, alunos e baleou tantas outras vítimas, em horário de aula, em duas escolas, numa cidade do Espírito Santo.
Perdoe a imprecisão da notícia, mas não é à notícia, per se, que pretendo me ater aqui. Eu quero falar sobre as coisas que a sociedade endossa.
Hoje, a educação é uma instituição mais desvalorizada do que jamais foi. Os pais nunca incentivariam seus filhos, numa sociedade capitalista, a ser professores. Pelo contrário, o professor é visto pela média dos indivíduos comuns como uma figura fracassada e pobre.
É visto pela polícia como um influenciador socialista. Mas garanto que os policiais ficariam surpresos com quantos professores de direita nós temos na escola.
É visto pelas igrejas como o sujeito perigoso que influencia os filhos a serem gays. Mal sabem os religiosos que alguns filhos já são gays, mesmo sendo influenciados a ser hétero, e que o nosso papel é garantir que eles não sofram bullying, não sejam humilhados e não apanhem dos filhos de homofóbicos iguaizinhos a eles.
E o que isso tudo tem a ver?
Bem, o crime foi cometido por um moleque de 16 anos (sem opinião formada), branco, filho de um militar. Já disse aqui como somos vistos por pais, e por militares. "Incentivo" indireto não faltou.
Sabe-se que era um moleque treinado. E cheio de ódio no coração. De onde veio esse ódio? O que motivou esse "menino" branco a entrar em duas escolas e atirar nas pessoas?
Jovens são espelhos do ambiente em que estão. E talvez o pior espelho que você possa ter é um pai militar, bolsonarista, cheio de opiniões formadas sobre educadores e que inclusive leva você a manifestações da direita pedindo por intervenção militar.
Você joga a semente em uma cabecinha cheia de adubo (merda) e observa o resultado. Certeza da impunidade vindoura.
Afinal, é uma família "estruturada".
Psicologicamente? Claro que não. Mas é uma família tradicional. E o filho foi treinado pra "se defender". O problema é quando você "se defende" de ideologias, espantalhos e inimigos imaginários.
Essa defesa, invariavelmente, é ataque.
Mas vocês não se importam. Isso logo será esquecido. Afinal, quem morreu no ataque foram professores. Apenas um aluno.
Professores são seres despersonalizados. Cada ser social olha como quer.
E os pais, especificamente e ao menos a maioria deles, nos veem como lixo. Têm verdadeiro pânico de nós perto das proles deles. Especialmente os pais de famílias "estruturadas".
O filho criança/adolescente é um espelho. Reproduz o que aprende.
Ensine-o respeito, e ele será uma boa pessoa.
Ensine-o a linguagem da violência, do ódio e da morte, e ele provavelmente se tornará um assassino.
Eis o relato do luto que relutei em relatar. Relutei e ainda reluto em dizer que estou de luto, pois por meio de relatos luto para que este luto não me faça relutante.
Eis a aliteração mais uma vez.
Ninguém quer viver com medo.
Viver com medo é deprimente. É uma das piores premissas. Talvez só perca pra apatia...
1 note · View note
dropandorelatos · 2 years
Text
RELATO: Um dia SOBERBAMENTE comum...
Segunda feira, 10 de outubro. Tive certa dificuldade pra dormir na noite passada (certamente já havia passado das duas da madrugada), graças a enorme quantidade de cochilos vespertinos profundos que dei no fim de semana.
Acordei às 6, como de costume. Banho, café, cigarro... E vamos ao trabalho. Já comentei aqui algumas (muitas) vezes que sou professor de inglês, né?
Pois bem. Tudo muito normal na escola. Cheguei um pouco atrasado (não mais que quatro minutos), dei minhas seis aulas e voltei pra casa.
Aqui vale um parênteses: nessa escola que trabalho, há dois recreios. Tem muito aluno, aí fazem um recreio as 9h30 e outro as 10h20. Eu, azarado de pai e de mãe, tenho recreio as 10h20. Isso significa que eu fico mais de 3 horas direto sem comer, sem fumar, e, basicamente, rezando pra hora passar logo. Homem de hábitos, como um bauru de frango e tomo o suco que tiver na cantina, tomo café, fumo um cigarro e volto a dar aulas.
Ok, voltei pra casa. Almocei. Havia deixado algumas roupas de molho (água, sabão, amaciante) de ontem pra hoje pra ver se as manchas saíam. Não saíram. Mas as roupas ficaram, de fato, macias e cheirosas. De agora em diante, sempre vou deixar de molho antes de lavar.
Não é uma conclusão muito impressionante, mas paciência comigo, poxa.
Beleza, tirei as roupas que estavam no varal e coloquei na arara. Torci e estendi as que estavam de molho. Entrei, dormi. Estava esgotado.
Dormi tão profundamente que sonhei. Com aquela, que um dia havia sido o grande amor da minha vida.
Ou será que não? Até o momento, sim. É ela e sempre foi ela até agora. Eu estou aberto pra que outra coisa aconteça, mas até então, é ela.
E eu acho incrível que tanto tempo tenha se passado e ela continue existindo no meu subconsciente e me dando alguns sonhos.
Bem, ela foi a melhor, na minha pior fase. Quando acordei, pensei: "Po, que dahora. O sonho foi bom". Sabe? Depois de um tempo (MUITO tempo), cê já não se machuca mais. Só dá uma saudadezinha, mas coisa boba também.
E aí eu fiquei pensando nessa frase: "ela foi a melhor, na minha pior fase".
Quando eu tava com ela, eu trazia na bagagem muita coisa chata junta. Eu era um cara fechado, caseiro, e me achava a figura mais inteligente do mundo. Paradoxalmente, eu era depressivo, cheio de paranóias e inseguranças. A cereja do bolo: eu estava desempregado. E homem adulto desempregado é uma bosta.
E as vezes eu penso que talvez eu tenha dado um relacionamento bem pesado pra ela. Eu era muita informação.
Pensando bem, ela devia me amar muito pra ter me aguentado na minha pior fase. E eu acho que é por isso que ela ainda ocupa esse lugar.
E aí, com isso em mente, eu fiquei pensando em como eu mudei de vida. Como eu era imaturo emocionalmente. Antigamente, eu sempre queria estar certo. Em tudo. Não evitava uma discussão. Na verdade, eu procurava motivos pra discutir. E "vencer".
Hoje eu persigo a paz e a leveza. Eu me sinto um cara até mais foda do que eu jamais me senti, porque eu tenho um astral muito maneiro e eu sinto que as pessoas querem estar perto de mim, por eu passar isso. Esse astral bom. Essa leveza.
Pra chegar até aqui, foi preciso repensar muita coisa, colocar as ideias no lugar. Foi preciso pensar que é melhor ter paz do que estar sempre certo. É melhor causar um sorriso do que buscar uma admiração por "nossa, como ele é profundo e intelectual".
(Acreditem, escrever esse tipo de coisa é um misto de coragem e vergonha. Eu tô abrindo a caixa preta de um pedaço complicado da minha vida. Mas eu sei lá, me sinto bem falando abertamente sobre isso. Sincericídio, o nome)
E mano, na real... eu me remodelei!
Eu matei tudo que eu sentia que me atrasava. Eu era caseiro e agora não passo um fim de semana em casa. Eu era depressivo e agora sou uma pessoa que fica satisfeita e alegre com uma facilidade impressionante. Eu queria ser reconhecido pelo intelecto, e hoje eu só quero ficar na minha. Se não me reconhecerem por porra nenhuma, melhor ainda.
Eu sei que eu não passo em branco. Eu sou inteligente, eu tenho ideia pra trocar e eu não tô aqui pra impressionar ninguém, nem competir por nada. Eu tô aqui pra SER. E pensar assim LIBERTA!
Tudo é leve. Tudo é paz. E eu tô sempre em paz.
Não me entendam mal. Eu fiz isso tudo por mim. Não foi por ninguém. Nem mesmo por ela.
Lógico que ela foi parte desse processo, porque quando eu tentava entender o óbvio - porque ela terminou comigo - eu precisava me revisitar, precisava encarar de frente uma coisa bem chata chamada autocrítica.
E claro: eu não saí da depressão "do nada". Teve médico, teve remédio, teve um monte de procedimentos (terapia, meditação, yoga, calistenia, buscas por espiritualidade... Acho que já falei sobre isso) que me possibilitaram equilibrar meus hormônios pra ter forças pra sair do buraco.
Mas também teve a coisa da autocrítica. De entender o que me atrasava não só em relacionamento, mas em amizades, família, e etc: O fato de eu sempre levar tudo pro pessoal, de tudo ter que ser pesado, sério. O fato de eu ter sido sério até na hora de me entreter com algo. O fato de eu querer que gostassem de mim, me amassem, me reconhecessem. Tudo isso me atrasava. Gerava lixo emocional. Gerava dor e carência. E paranóia, muita paranóia. E tudo isso deixava meus dias com cores frias e saturação baixa. Parecia até que eu era algum personagem b da saga crepúsculo.
E aí eu tive um "estalo" em algum momento.
A solução é ser leve.
Eu adoro essa palavra. Leve! Eu quero que tudo na minha vida seja assim, pelo resto da vida.
Leve!
Relacionamentos leves, amizades leves, leveza no emprego, leveza no dia a dia.
Hoje foi um dia muito comum. Mas foi um dia leve.
E eu me tornei um cara leve. Na verdade eu sou HOJE o cara que eu gostaria de ter sido quando conheci ela.
Mas é claro, isso não rola. Passado fica no passado, e a vida é pra ser vivida olhando pra frente.
Eu sei lá.. acho que só pensei nela por causa desse sonho aí. Que a propósito, foi um sonho leve. Gostoso, bom... E leve.
Eu não sei colocar tudo em palavras, a coisa toda que eu relatei aqui hoje é muito mais intrincada e tem muito mais detalhes, e anos de mudança, e fruto de um olhar maduro e reflexivo sobre o próprio ser.
Mas eu aprendi a me amar. E a ser muito, muito seguro de quem eu sou, do que eu acredito e do que eu quero pra mim.
Isso é íntegro! E é a coisa mais do caralho que eu consegui conceber.
Enfim... Tô sentando na minha cadeira de praia agora, na sala da minha kitnet, enquanto escrevo esse relato. Acho a cadeira de praia extremamente confortável. Já até cochilei nela algumas vezes.
Foi um dia SOBERBAMENTE comum, enfim.
Mas o que importa é que foi leve. Como tem sido a vida.
Arrivederci! ;)
0 notes
dropandorelatos · 2 years
Text
RELATO: SOBRE SER PROFESSOR
As vezes me pego lembrando daquele dia 02 de junho de 2014. Eu parado dentro do carro, coração acelerado, vontade de chorar, vontade de vomitar... Vontade de sumir.
O volante do carro BANHADO do suor das minhas mãos. Meu corpo inteiro suava, na verdade. Até meus pés estavam encharcados dentro daquelas meias quentes.
Eu estava tonto, estressado, ansioso, apavorado. Liguei pra minha mãe. "Será que eu vou conseguir? Eu acho que vou vomitar!". Ela me deu força. Desliguei o telefone.
"Vira homem, Saulo!", foi o que consegui dizer pra mim mesmo.
Claro, já vivi muitos primeiros dias de aula na vida. Filho de bancário tem vida cigana, então a gente vivia se mudando até meus pais se separarem quando eu tinha 12 anos. Cada cidade, até então, era um "primeiro dia de aula".
Mas dessa vez era diferente. Pela primeira vez na vida eu iria ser o cara que DÁ a aula. O cara que ensina. O professor.
E eu era TÃO jovem. TÃO tímido. TÃO inseguro.
Perdoa a metonímia. Enfatizar os "tãos" é importante aqui.
Tudo bem que, por ser músico e já ter encarado bares, palcos e etc, eu já tinha uma noção de como me portar APESAR da timidez. Mas era apenas performance, com a responsabilidade de tocar instrumentos (e algumas vezes cantar) que eu já tinha certo domínio. Era fácil, e era leve.
Mas eu não tinha a menor noção de como ensinar algo a alguém. E eu estava prestes a trabalhar com isso. Já havia sido contratado e agora não tinha volta. Era ir, ou ir.
E eu estava dentro daquele carro já havia uns 20 minutos. Estava perto das 7 horas da manhã, quando soaria o primeiro sinal da Escola municipal Candida Soares Machado.
Lembrei da série Lost, quando o Dr. Jack explicava pra Kate que, ao performar uma cirurgia arriscada, ele sentiu medo, mas deixou que o medo o dominasse por inteiro por 5 segundos. E que depois ele apenas agiria, esquecendo tudo.
Então contei: 1... 2... 3... 4... 5.
Em um movimento rápido, abri a porta do carro, desci já pegando a mochila, e o fechei e tranquei tão rapidamente, que pensei: "é isso. Agora não tem mais volta".
Era meu primeiro dia na vida como professor. E eu não fazia a menor ideia do quanto eu ia gostar.
Logo na primeira sala, percebi que os meninos eram, na grande maioria, da periferia. Lembrei de quando eu morava na rua nova, do linguajar, das gírias, e pensei "pode funcionar".
Foi quando disse "alguém aí me fortalece um lápis". Naquele momento, os alunos me olharam de uma forma muito bacana. Me viam como alguém igual. Ou pelo menos alguém que sabia falar a língua deles.
E foi assim que conquistei a primeira turma. E a segunda. E a terceira. E logo, consegui me adaptar.
Com tentativa e erro, fui desenvolvendo minha didática. Minha forma própria de desenvolver uma aula, de ensinar pronúncia, escrita... Vi que, de fato, levava jeito pra coisa.
E aos poucos, minha timidez foi embora. Minha insegurança foi substituída pelo domínio, pela capacidade de socializar com os alunos e, principalmente, pela humildade em ouvi-los e aprender sobre o que desejavam realmente aprender. E COMO desejavam aprender.
Minha didática foi desenvolvida na marra. E eu aprendi a gostar do som da minha voz, da minha postura, da minha linguagem corporal e do meu desembaraço verbal. Comecei a desenvolver uma autoestima difícil de quebrar.
Hoje, já posso dizer que trabalhei com os três públicos: infantil, adolescente e adulto. Trabalhei e trabalho. Pra cada grupo, uma linha didática, uma linguagem e um senso de funcionalidade da educação totalmente distintos.
Sou respeitado pelos meus colegas. Em uma das escolas que trabalho, me sinto até estimulado. Sempre que tem um evento nessa escola, eu que assumo o microfone e a mesa de som. E divirto os alunos nesses momentos. Já até narrei partidas de queimada.
Já joguei futebol e vôlei com alunos. E com essa simplicidade de lidar com os alunos, conquistei o respeito de colegas, de pedagogos, coordenadores e diretores das escolas por onde passei, sempre com muita responsabilidade.
Claro que tem os percalços. Uma sala de aula tem geralmente mais de 30 pessoas. Alguns são totalmente indiferentes à aula que você gastou tempo preparando, nem sequer olham pra você. Outros sentam em grupos e conversam a aula inteira. Também sequer abrem o caderno ou demonstram um mínimo sinal de interesse. Outros ainda são barulhentos, debochados, desafiadores, complicados...
E eu aprendi com isso, outra coisa importante: a não levar NADA para o pessoal. "Não levar pro coração", como dizem.
Eu tenho me tornado uma pessoa cada vez mais confiante e cada vez mais leve, graças a esse trabalho.
Apesar de todos os desafios, de todos os percalços, de todos os momentos humilhantes que volta e meio tenho que passar, especialmente quando há desconto no contracheque...
Eu AMO ser professor. Eu gosto dessa vida. Ela me desafia. Ela me faz jovem. Ela me faz conhecer pessoas que eu me identifico e que trabalham de forma parecida com a minha. E me põe em contato com as gerações atuais. Não me deixa virar um velho careta e chato.
Eu tenho até CARA de mais novo. Ninguém me dá a idade que eu de fato tenho.
E eu acho que, por amar o que faço, consigo transmitir isso pros alunos. A minha leveza faz a minha aula ser leve. E se estiver pesada, eu dou um jeitinho de quebrar esse clima com alguma piada boba, ou uma história, uma fanfic que seja.
Eu tô sempre em contato com o melhor do mundo: a força e a potência da educação. A transformação de vidas. Mesmo que eu seja uma parte pequena disso, eu me dou por satisfeito quando vejo algum ex aluno empregado, ganhando sua grana, tendo sua vida. Tenho ex alunos que já são pais e mães, que trabalham, que têm seu cantinho. E tudo isso deixa meu coração quente e minha alma feliz.
E é sobre isso que eu queria falar hoje.
Esse texto é sobre uma pessoa que passou boa parte da vida se sentindo completamente perdida, sentir hoje que se encontrou. Um cara que era tímido, depressivo, inseguro, ansioso e paranóico, e hoje é um cara leve, tranquilo, desembaraçado e cheio de si.
Morro de pena de quem pensa que a vida é só dinheiro e status. Quando vocês encontrarem algo que realmente motiva vocês, vão ver que essas vidas plásticas não valem absolutamente NADA perto do preço mais caro do mundo: o da sua paz.
Eu não "pareço ser" absolutamente nada. Eu SOU tudo aquilo que possa vir a parecer ser, porque eu sou real. E minha vida não se resume a nada de mentiroso ou virtual.
0 notes
dropandorelatos · 2 years
Text
RELATO: SOBRE ROMANCE
Se um dia eu disser que EU GOSTO DE VOCÊ, não leve isso para o lado romântico. Eu tenho uma certa facilidade em gostar das pessoas, do que elas me proporcionam.
Talvez ainda não signifique nada romântico. Talvez já signifique. Vai depender da entonação. Do olhar. Do toque.
Se um dia eu disser que TE QUERO, ou que TE DESEJO, isso significa que você me intriga. Significa que eu tenho vontade de te sentir. Boca na boca, pele na pele, nariz no cangote. Eu tô basicamente te dizendo que você me atrai fortemente. E se antes disso eu disse gostar de você, significa que eu tô começando a te ver de mais de uma maneira, e todas são boas.
Se isso for mútuo, se joga. Se não for, me diga "não rola".
Se um dia eu disser que ESTOU APAIXONADO POR VOCÊ, o papo é esse: você conquistou meu coração, meu sexo e meu intelecto, tudo junto.
Se isso for mútuo, bora se jogar. Se não, deixe que eu saiba. Bem na hora. Eu vou ter tempo pra desapegar.
Se um dia eu disser que TE AMO, e de uma forma romântica, com envolvimento romântico, significa que: você conquistou meu coração, meu sexo, meu intelecto e, de alguma forma maluca, chegou no íntimo da minha alma. De uma maneira que eu realmente me importo muito com você.
Sinto conexão, sinto sua alegria, sinto sua dor, sinto você quase que por "wi fi" e começo a te ver como alguém por quem eu sacrificaria meu tempo. Por quem eu deixaria de fazer uma viagem. Por quem eu brigaria, se necessário, com outra pessoa. Quando eu te amo, eu te protejo. Quando eu te amo, eu me doo pra você. E é isso que você tem de mim se me ouvir dizendo "te amo".
Se isso for mútuo, a gente deveria se casar. Só com cuidado pro ciúmes, a posse e essas maluquices não derreterem nossas ideias e nos enlouquecer lentamente.
Precisamos amar, mas precisamos saber que amor é risco, que amor é família e que amor é liberdade. A posse e o ciúme atuam em outra premissa, nunca nessas.
Mas se um dia eu disser "eu preciso de você" (ou algo parecido com isso), na moral, me manda pra terapia.
É sério. Isso não é fofo, não é romântico, não é saudável, e quando a pessoa diz isso, ela não tá bem nem com ela mesma. Quem dirá com você. Então, se ouvir eu ou qualquer pessoa entregando a própria vida na sua mão, manda pra terapia. Direto.
E se for mútuo, vá pra terapia também.
Ninguém precisa de ninguém. E essa é a beleza do romance. Existe a conexão, existe o desejo, existem as boas premissas.
Escolha sob quais premissas você quer viver agora.
A vida não é complicada. As pessoas são, e complicam ela. Sensação é mais importante que pensamento. E viver é bem mais do que apenas pensar que tá vivo.
0 notes
dropandorelatos · 2 years
Text
RELATO: SOBRE CAFÉ. (E trabalho também... Mas o cerne é café)
Vou dar um relato controverso aqui hoje.
Eu amo café.
E eu odeio café.
Confuso? Ok, como a própria vida...
Bem, pra quem ainda não sabe: eu já falei aqui sobre um dos trampos que eu faço com casamentos e tals. E, bem... Isso é só um, de quatro trampos que eu faço.
Hoje vou contar sobre outro, o mais importante. O que garante a renda fixa e paga as contas (porque os outros trampos não são fixos, e o dinheiro é pra gastar com entretenimento ou com aplicações financeiras. Eu sou brasileiro com 30 e poucos, cês sabem... O corre é se virar e tentar construir um futuro mais confortável).
O trampo que eu vou contar sobre hoje é o de professor. Eu sou professor de inglês. Tenho turmas de ensino fundamental anos finais (sexto a nono) e uma turma de ensino profissionalizante. Isso me coloca em contato direto com crianças, adolescentes, adultos e suas peculiaridades de aprendizado, para os quais há diferentes metodologias e interesses.
É uma correria. Planejamento letivo, preparação das aulas em si, planejamento de tempo de aula, planejamento de método aplicado em cada aula. E a aula, que é onde as coisas que a gente planeja costumam sair do controle. Pouco ou muito. Mas alguma coisa sai.
E é aí que está o pulo do gato. Eu amo ser professor. Me redescobri nessa profissão. Ela redefiniu um monte de coisas em mim: minha auto imagem, minha forma de trabalho, minha linguagem diversificada para atingir todos esses públicos tão diferentes, de uma maneira minimamente compreensível. Tudo muda de uma turma pra outra. Inclusive a postura do professor.
Só que tudo isso da trabalho, e cansa.
E para você, que estava se perguntando o que tudo isso tem a ver com o café, chegou a hora.
O café é um estimulante. Mais propriamente a cafeína, que integra o café. E refrigerantes, energéticos e até remédios com ação analgésica e antiinflamatória.
Mas o café em si é uma bebida estimulante. E gostosa. E cheirosa (o cheiro é por vezes - quase sempre - melhor que o gosto). Um cafézinho na hora do intervalo, seguido de um cigarro, fazem o par perfeito pra relaxar e, ao mesmo tempo, se reenergizar pra encarar o restante das turmas.
E é por isso que eu amo café.
Mas por que eu odeio café?
Mais ou menos pelo menos motivo. Eu explico.
Eu não tinha mais crises de ansiedade fazia MUITO tempo. Porque, eu não sei dizer de outra forma: eu já tomei tanta porrada da vida!
Tanta gente fez eu me sentir, em tantos momentos, uma pessoa ruim de caráter. Uma pessoa feia por dentro e por fora. Uma pessoa que não merecia absolutamente nada de legal porque fazia "o mal". Porque tudo bem me chamarem de chato, feio, bobo, ou sei lá o que o valha. Mas quando rola algo que me faz duvidar de mim, que me põe uma interrogação na cabeça, que faz eu acreditar que eu realmente mereço que coisas merdas me aconteçam... Não sei. Simplesmente.
Eu fui uma pessoa muito quebrada, durante muito tempo. E muitas coisas iam me quebrando mais e mais e mais.
E eu nunca quis desistir de nada. Eu lutava contra ser quebrado, eu não entregava os pontos. Mas o meu corpo me devolvia em manifestações físicas de ansiedade e pânico tudo que eu engolia e fingia não sentir ou não lembrar.
E eu passei anos procurando tábuas de salvação e acreditando nelas: meditação, yoga, espiritualidade, esportes, terapia, remédios.
O problema tava dentro. E tudo isso vem de fora. Menos a espiritualidade. E aí entrava a questão de minhas dúvidas morais me impedirem de conseguir me conectar espiritualmente e eu me sentia... "Não merecedor" de trocar uma ideia com uma inteligência superior.
Como eu disse. Um quebrado.
Acho que meu rompimento veio na pandemia. O medo da doença e da morte, membros de família próximos que eu amo contraindo a doença e até sendo entubados... Tudo me pôs a pensar que, talvez, a solução fosse abraçar o vazio. Abraçar tudo o que disseram de ruim de mim, verbalizar que eu sou "podre" ou "tralha", mas tentar fazer disso algo leve e cômico, como no funk do "Pierre o impossível" (ouçam. É CAFONA, mas tem um storytelling invejável. E tem no Spotify 😅).
Pois bem, a partir daí, eu comecei a ver a vida de uma forma um pouco mais "positiva". Não me entenda mal, eu ainda sou um sujeito pessimista e complicado. Mas não sou mais tão quebrado. A positividade que eu encontrei foi de que toda experiência, boa ou ruim, passa. É uma certeza. E isso me deixa muito tranquilo e seguro. Até na hora de "errar" e fazer piada disso pra que tudo fique mais leve e a aura nebulosa de julgamento que possa ser imputada a mim se neutralize. A comédia, o riso, o meu jeito bobo de dançar e ser leve, e levar a vida de forma leve, me salvam.
Me salvaram da "rua escura". Das histórias tristes. Da depressão e da ansiedade. Eu sou calmo, leve, pronto pra lidar com as merdas que nunca param de acontecer. E a mudança de perspectiva me deu uma auto estima inabalável e um senso de autopreservação muito difícil de quebrar... E fácil de consertar.
Tá, Saulo, mas e o café?
Pois é. O café faz alguma coisa que me deixa doidão das ideias, e me faz ter crises de novo. Eu tive uma no volante voltando do trabalho um dia desses. Eu conclui que era o café, porque eu tava bem psicologicamente.
Senti taquicardia, garganta fechando, falta de ar... Tudo que sentia na ansiedade, sem estar ansioso.
Só podia ser o café. Até porque, nos dias que não tomo, não tenho nada disso.
Pra resumir: infelizmente o café é uma delícia e ajuda no trabalho, não sendo algo fácil de largar. Infelizmente, a parte excitatoria do sistema nervoso - que é a cafeína - me faz um mal do caralho.
Felizmente consegui neutralizar o efeito tomando em menores quantidades do que estava tomando antes do problema.
Deu certo.
Porém, é algo que me põe a pensar. Porque as coisas e pessoas que nos são agradáveis acabam nos atacando bem ali, onde mais dói?
As situações que me levaram à ansiedade e a duvidar de mim, vieram de onde eu deixei. Eu quis tomar o café. Eu dei poder a todas as pessoas que me fizeram questionar meu caráter e minhas escolhas. Parte da culpa é minha, porque eu não me blindava.
E felizmente, eu aprendi a neutralizar as pessoas antes de aprender a neutralizar o café.
E a vida segue. Bela, gostosa, cheia de surpresas deliciosas. Não paro de viver e de me surpreender. E não abandono meu alto astral.
"Se custar a minha paz, já custou caro demais".
A minha paz é INEGOCIÁVEL.
0 notes
dropandorelatos · 2 years
Text
RELATO: NÃO É BEM UM RELATO...
Eu aprendi a diferença entre "simples" e "fácil" quando comecei a fazer calistenia.
Fazer uma barra fixa em pegada pronada ("pull up") é simples: você só precisa segurar a barra com as costas das mãos voltadas pra você e projetar seu corpo pra cima, até que seu queixo atravesse a altura da barra.
É BEM simples.
Mas não é fácil! Não é fácil porque seu corpo tem peso, e você está basicamente projetando a sua força contra a gravidade, e depositando toda ela em seus braços, costas e abdômen. A Terceira Lei de Newton está agindo aqui.
Aí, percebi que simplicidade tem a ver com o quão rápido é o seu entendimento a respeito de algo. Tem algo que faço há muito tempo, por exemplo: tocar bateria. Não é tão simples quanto uma barra fixa, mas é simples: seus quatro membros tocam tambores e pratos. Mas você precisa de coordenação motora para fazer esses movimentos de maneira rítmica e ordenada. Então, não é fácil, a princípio.
Simplicidade é o quanto você demora pra entender como algo funciona. Seu antônimo é a complexidade. Quando algo é complexo, você tem dificuldade de entender.
Alguns cálculos são assim. Alguns livros da doutrina do Direito são assim. Alguns filmes, séries e artes são assim. Complexos. Você vai levar semanas, meses ou até anos para entender.
Agora, vamos entender o que é fácil. Se o simples e o complexo estão relacionados ao entendimento, o fácil e o difícil estão relacionados ao trabalho, em si. À ação. À execução.
Por exemplo, é fácil, para a maioria de nós, levantar da cama ao acordar. É fácil fritar um ovo.
Então, chego à conclusão de que a facilidade tem a ver com o HÁBITO.
Fazer barra fixa a princípio é difícil. Mas FICA fácil. Porque você se adapta, seus músculos se adaptam, seus nervos se adaptam, e você consegue executar um trabalho que meses atrás parecia impossível.
Tocar bateria FICA fácil. Porque você vai repetindo, à exaustão, os treinamentos, e algumas adaptações neurológicas ocorrem, e você adquire o nível de coordenação motora necessário. A partir daí, fica fácil.
A diferença entre o SIMPLES e o FÁCIL é mais simples (que ironia) do que a diferença entre o COMPLEXO e o DIFÍCIL. Na verdade é a mesma diferença, mas vamos entender:
Tem coisas que serão complexas pra sempre!
O que acontece depois da morte, por exemplo, NINGUÉM sabe. As pessoas que afirmam saber, não sabem. Elas têm FÉ, mas elas não sabem. Nenhuma religião tem A resposta. Todas tem "alguma" resposta, baseada em fé.
Mas a verdade é que ninguém SABE. E isso sempre será complexo.
Porque a complexidade tem a ver com o entendimento. Existem simplificações rasas sobre assuntos complexos, mas eles não deixam de ser complexos, porque precisamos ENTENDER eles.
Agora, não existe (quase) nada que seja DIFÍCIL pra sempre.
A dificuldade se transforma em facilidade quando você está disposto a gastar tempo e energia (e aqui temos três fatores: disposição, tempo e energia) em algo, persistindo, independente de qualquer motivação, para tornar aquilo fácil.
Seja zerar um jogo de videogame, seja aprender um instrumento, ou um idioma novo, aprender uma profissão, aprender uma tarefa como cozinhar...
Isso mesmo!
Algumas dessas coisas podem ser complexas, porque a gente pode levar tempo para ENTENDER. Com o risco de soar repetitivo: COMPLEXIDADE tem a ver com o ENTENDIMENTO.
Esquecer alguém (seja um relacionamento, seja alguém que morreu, por exemplo) é complexo, NÃO É SIMPLES.
A não ser que você seja um filho da puta sem coração.
E a complexidade não vai mudar, algo não deixa de ser complexo e se torna simples. Mesmo depois que você entende algo, você reconhece que foi complexo pra entender.
O COMPLEXO NÃO SE TRANSFORMA EM SIMPLES, E O SIMPLES NÃO SE TRANSFORMA EM COMPLEXO.
Tenha isso em mente!
O que é simples, simplesmente é. Depende apenas do quanto você demora pra assimilar uma informação (isto é, SE assimilar). Se foi pouco, é simples. Se foi muito, é complexo. Nada muda isso.
Agora, é perfeitamente possível transformar o DIFÍCIL EM FÁCIL. Acredite em mim: toco bateria, guitarra, baixo, e também o suficiente pra não passar vergonha em teclado. Sou fluente em outro idioma que não o português, e inclusive trabalho ensinando esse idioma. Passei em dois concursos, em segundo lugar (embora tenha prestado e pretenda prestar muito mais). E faço calistenia.
E precisei esquecer algumas pessoas também.
Believe me, eu sou perito em transformar o difícil em fácil.
Mas o contrário também é possível, pela Primeira Lei de Newton: o princípio da inércia. Se você para de fazer algo fácil, ele fica difícil.
Exemplo: Há três anos, comecei a praticar calistenia pela primeira vez. Consegui fazer progressos. Parei alguns meses depois. Recomecei esse ano e o que era fácil na época, parecia impossível. Mas cá estou, quatro meses depois, conseguindo fazer barras, agachamentos e flexões novamente.
SE VOCE PARA DE FAZER ALGO FÁCIL, ELE SE TORNA DIFÍCIL. (INÉRCIA)
SE VOCÊ PERSISTE EM APRENDER A FAZER ALGO DIFÍCIL, ELE SE TORNA FÁCIL.
Mas é IMPOSSÍVEL TRANSFORMAR COMPLEXO EM SIMPLES E SIMPLES EM COMPLEXO.
E o que determina ambos é a sua capacidade de entendimento (e a sua humildade em reconhecer que algo foi COMPLEXO de entender).
Foi complexo pra mim entender uma certa coisa em minha vida. E é difícil pra mim até hoje aceitar o que eu entendi. Mas eu vou continuar lutando até que seja fácil.
E por óbvio, não há nada mais complexo e nem mais difícil nessa vida do que dizer Adeus. Seja qual for a natureza desse Adeus: inimizade, desprezo, ódio, morte... Nenhum adeus é simples. E nenhum Adeus é fácil.
Provavelmente essa é a única coisa em que difícil e complexo são a mesma coisa: um Adeus. Ele sempre será difícil e sempre será complexo.
Tá, eu viajei demais escrevendo isso aqui. Hora de dormir.
Já passou da hora, aliás.
Dormir pra mim é um tema complexo.
(...)
0 notes
dropandorelatos · 2 years
Text
RELATO: CASAMENTO #1
Há algum tempo, trabalho com casamentos. Na verdade, não diretamente. Permita-me explicar.
Eu tenho um bom amigo que atua como cinegrafista em casamentos. Há pouco mais de um ano, ele me ofereceu a oportunidade de dirigir (o carro, não os vídeos) para ele nesses eventos, pois precisava de um motorista hábil e rápido para poder transitar entre making-offs de noivas e noivos, cerimônias e festas com a agilidade necessária. Eu tinha essa disponibilidade, e foi um "caminho sem volta". De lá pra cá, me tornei o "motorista da equipe de filmagem".
E tenho curtido muito isso.
E olha, é um trabalho muito peculiar e cheio de histórias pra contar. Hoje, farei um breve relato do último casamento em que trabalhei, que no caso foi ontem.
Obviamente, não vou mencionar nomes e esses pormenores todos na história, primeiro porque me interessa mais tentar expressar o meu ponto de vista das situações do que tentar expor alguém. E segundo, pra não dar nenhum "cabelo seco" mesmo.
Era 19h30 e chegamos ao lugar previamente combinado. Uma cerimônia de casamento em uma igreja católica. Grande, linda, bem estruturada. Cerimônia lotada, mais do que imaginei que seria.
Aqui, preciso abrir um parênteses: enquanto o evento está acontecendo, o motorista não faz muita coisa. Como disse, meu trabalho ali gira em torno do "antes e depois", provendo agilidade pra chegar nos lugares pontualmente, dentro de um itinerário que geralmente é apertado. Mas, na cerimônia, em si, eu não faço muita coisa além de ajudar a carregar e descarregar os equipamentos. Entendido?
Então, eu sou quase um "convidado pago". Na verdade, eu fico parecendo mais um penetra.
É sempre engraçado quando noto pessoas me olhando curiosas, provavelmente se perguntando: "quem será esse sujeito? Será um parente da noiva ou do noivo que eu não conheço? Será um penetra? Será que ele vai se manifestar na hora do 'fale agora ou cale-se para sempre'?" (Na verdade isso nem existe nos casamentos da vida real).
Bem, isso sou eu conjecturando o que os convidados pensam quando me olham com aquele semblante curioso.
Continuando, eu me posiciono como um convidado durante a cerimônia. Tomo assento quando o Padre diz pra tomar assento, me ponho de pé quando o Padre diz pra se colocar de pé. Só não faço os gestos e falas próprios da liturgia católica porque não sou católico (e fico perdidinho com o gestual, confesso). Mas fora isso, passo tranquilamente por um convidado.
A confusão é mais na hora da festa mesmo, e aí vou explicar o porquê.
É que é sempre mais ou menos assim: a cerimônia matrimonial se encerra, vamos correndo carregar os equipamentos no carro, saímos correndo pra chegar no local da festa antes dos convidados. Tudo com muita pressa e correria. Chegando, descarregamos os equipamentos, a equipe rapidamente começa a filmar, e eu...
Pois é, e eu?
Eu vario bastante. As vezes, pareço um segurança do evento: estrategicamente posicionado de pé, em algum canto da festa (gosto de ficar perto da cozinha, mais pra frente explico os motivos, mas acho que já fica subentendido que é pelo buffet). Já até sugeri que a gente trabalhasse com walkie-talkies, pra eu incorporar ainda mais a persona "staff" da festa e parecer menos um infiltrado, mas não rolou.
As vezes, desafio ainda mais a curiosidade dos convidados: me sento bem confortável em algum dos sofás (quase sempre tem sofás grandes em festas de casamento), pernas cruzadas, jogado, como se fosse um convidado. Percebo que eles ficam me estudando. "QUEM É ESSE CARA?". É muito divertido.
Enfim, as vezes, obviamente, preciso auxiliar a equipe em algumas coisas pontuais, mas, na maior parte do tempo, eu sou meio que um penetra mesmo. Transito pela festa, como (bastante) e bebo TUDO que os garçons e as garçonetes - que não fazem a menor ideia que eu não sou um convidado - me oferecem.
Já perdi as contas de quantas coisas diferentes eu provei pela primeira vez nas festas de casamento que trabalhei. Na de ontem, por exemplo, comi PANETONE DE BACALHAU. Eu nem sabia que existia panetone de bacalhau. Spoiler pra você que nunca comeu: é DELICIOSO! Só vai!
A festa de ontem foi especial por isso. O lugar era lindo, as pessoas lindas, mas o meu destaque seria o buffet: Tinha espetinhos variados, escondidinho de carne seca, chocolateira, open bar. Me serviram até PASTEL COM CALDO DE CANA, BICHO! E eu nem tô zoando. Foi de MUITO bom gosto o buffet. A equipe era incrível, garçons e garçonetes circulavam bastante, eram uma equipe grande e ágil e, ponto positivo, cobriam TODA A AREA da festa, catavam até quem tava do lado de fora. Acredite, isso é MUITO raro.
Inclusive, lembro de uma garçonete muito bonita e simpática que veio com uma bandeja cheia. Quando chegou perto de mim, me ofereceu dizendo que era "berinjela italiana". Confesso que só aceitei porque ela era linda (e porque eu tenho a política de aceitar tudo sem julgamentos prévios nos buffets. Comida de graça, dia de experimentar).
Adorei a berinjela italiana. Parecia uma caponata mesmo, só que com queijo por cima. E bem... Parece que só eu gostei. Toda hora que a garçonete me via, ela trazia, me oferecia e eu aceitava.
Na QUARTA vez (isso mesmo, comi um total de quatro berinjelas italianas), ela me disse que eu era o único que estava aceitando, que eu estava salvando ela porque a bandeja estava pesada. Muito simpática e fofa. Falei "fica tranquila, sou seu público-alvo hoje. Precisando, estamos aí". Ela agradeceu, e eu dei uma dica: "ao invés de dizer que é berinjela italiana, fala pra essa pessoal que isso é uma torta de caponata. Provavelmente eles estão preconceituosos com a berinjela. Tenta isso, talvez com um nome mais metido a besta, você consiga mais adeptos". Ela agradeceu a dica, mas não sei se tentou. Deveria. Nome bonito ajuda até com gente feia, imagina com comida.
Bem, como eu disse no início, eu círculo, transito, me sento nos sofás e cadeiras, assisto aos shows (quando tem)... Mas também, invariavelmente, eu fico em pé, parado, em algum ponto estratégico da festa.
Nessas tantas, algumas pessoas param e puxam conversa. E sempre contam alguma fofoca. É incrível: você vê uma pessoa que tem cara de desconhecida e parece que automaticamente te dá mais segurança de falar da vida alheia. O que eu ouço de podre de alguns convidados nessas idas e vindas é brincadeira. Lógico, não dá pra saber se é verdade ou boato, mas é divertido. É como assistir novela das sete: tudo poderia ser dramático, mas tem um tom cômico que acaba sendo leve e divertido.
O final é sempre parecido. Juntamos os equipamentos e carregamos o carro, e vamos embora. Eu nunca estou bêbado como gostaria nesses momentos, porque embora as festas quase sempre sejam muito boas, eu não posso beber. Afinal estou dirigindo. Vou além: estou dirigindo como PROFISSÃO, o que é ainda mais responsabilidade. Dependendo do horário que vamos embora, ainda rola uma saidinha. Não foi o caso de ontem. A cerimônia foi em outra cidade, e eu cheguei em casa as 5h da manhã.
Enfim... Gosto de trabalhar nisso. Tenho tanta história pra contar, e sempre acontece bastante coisa. Exatamente por isso, coloquei o número 1 nesse relato. Provavelmente, vou querer escrever mais vezes sobre minhas andanças em casamentos.
E tem muito material. Eu até já chorei em cerimônias de pessoas que eu nem conhecia, porque algumas são muito comoventes.
Escolhi fazer textos sobre partes da minha vida que valem a pena dividir, e essa é uma delas. Inevitável que apareça muito por aqui.
Espero que você aí do outro lado tenha chegado até aqui e gostado do que leu. Vem muito mais por aí.
0 notes
dropandorelatos · 2 years
Text
RELATO: "DIÁRIO DE BORDO"
Era 2019. Não lembro o dia nem o mês. Culpa da pandemia.
Eu ia prestar um concurso da Polícia Rodoviária Federal na cidade de Belo Horizonte. Por ser uma viagem extensa, e pelo meu poder aquisitivo à época, achei por bem ir de ônibus.
Então, fui pesquisar e havia uma opção deveras atraente: ônibus leito, ar condicionado, saindo às 22h. Seriam aproximadamente 11 horas de viagem de Guarapari, Espírito Santo a Belo Horizonte, Minas Gerais.
Logo, pensei: "poxa... ônibus leito, ar condicionado, balancinho gostoso... vou dormir a viagem inteira".
Ah, como a gente se engana, não é mesmo?
Oportunista que sou, comprei a passagem e uma cartela de dramin. "Vou vingar todas as noites mal dormidas da minha vida nesse busão".
Beleza!
22 horas, rodoviária de Guarapari. Passagem em mãos, Dramin já devidamente tomado. Entrei no ônibus e logo procurei minha poltrona.
Obviamente, sempre pego a poltrona 23, porque sempre é uma janela, e quase sempre é do lado esquerdo, e não é em cima de nenhuma das rodas. Acabou virando meu "número da sorte" nas inúmeras viagens de busão que fiz ao longo da vida.
Eis que um pai se senta com seu filho na cadeira ao meu lado. O guri devia ter uns 3 ou 4 aninhos (talvez 2. Definitivamente, tava em algum lugar entre os 2 e os 4 anos) daí não pagava passagem (eu acho) aí ele iria no colo do pai.
Bom, pelo menos era pra ser no do pai.
A viagem começa, e logo, quase que instantaneamente, eles dormem. Percebi que era a minha vez de também dormir, enfim.
E me deparo com o primeiro óbice da noite: o "leito" não funcionava, porque a cadeira não queria reclinar, e eu só consegui usar mesmo aquele apoio para as pernas.
"Terror nenhum", pensei. Já havia dormido em condições ergonomicamente muito piores, e não foram poucas vezes.
Mas sempre tem como piorar...
A criança começou a vir pro meu lado da poltrona. O pai, a essa altura, já estava em outro plano. Olhei de soslaio e ele estava simplesmente estático. Porém, dormia com a cabeça voltada para cima, como se fosse um lobo uivando pra lua... mas, nesse caso, os "uivos" eram roncos.
Ou seja, um "leito" que não é leito, uma criança de colo e um papai urso com sono pesado... Já viu, né? A merda tá desenhadinha.
Eis que eu tentava dormir, e, logo, senti o contato: o moleque, a priori, já recostou a cabeça na minha barriga, tava todo atravessado dormindo no colo do pai, e a cabeça no meu colo. Super confortável o garotinho.
Pensei: "Ah, pronto. Mas pelo menos é só a cabeça". E prontamente, comecei a tentar me esquivar, sem sucesso. Mal sabia eu que ele só estava marcando posição em sua primeira investida.
Mais rápido do que pensei, o moleque já estava completamente dominando minha cadeira, e eu tentando meio que me esquivar dele...
Aqui vale um parênteses: Assim, nada contra criança. Nada mesmo! Até gosto. Mas, por uma questão geográfica eu prefiro as japonesas, sabe? Por estarem mais longe, e tal.
Ele foi progressivo. Primeiro recostou a cabeça, depois jogou um bracinho, depois o outro, depois uma perna e, mais rápido do que pude acompanhar, eu tinha simplesmente um bicho preguiça na lateral da barriga, em sono profundo, e a essa altura eu só tentava me esquivar pois já havia perdido as esperanças que tinha de dormir a viagem inteira.
Estava decidido: aquele garotinho, em algum lugar entre os dois e os quatro anos de idade, era o macho Alpha entre nós. Assumiu todo o controle da situação. A ponto de um dos pés dele ainda "empurrar" o pai, e todo o resto do corpo dele estava agarrado a um completo desconhecido: eu.
Meu sopro de esperança foi na parada de 10 minutos pra lanchar. Pensei que talvez o moleque depois de comer ficaria agitado igual toda criança normal, e não dormiria mais. Ou pelo menos não me usaria como cama.
Errado de novo! Ele dormiu rapidamente, e rapidamente estava em cima de mim de novo, e eu todo desconfortável posicionando meu corpo de lado pra tentar escapar, sem sucesso.
Resumo da ópera: 11 horas de viagem, um filme de terror! Só o pai e o filho conseguiram dormir. Fiquei acordado durante todas as 11 horas, com sono, com um dramin na cabeça, mas o desconforto era tão grande que não dava pra dormir.
E eu senti ódio. Mas foi DO PAI do moleque. Relaxou tanto quanto o moleque a ponto de não perceber que ele tava completamente espaçoso no assento de outra pessoa.
Esse foi o primeiro caso de "KIDSPREADING" que tive na vida.
Não tinha nada melhor pra escrever.
Contei essa história em outro lugar e riram muito. Talvez divirta você que está lendo também.
Au revoir!
0 notes