Tumgik
eddies0ng-blog · 4 years
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sirinxt‌:
A corda que havia dado com o intuito de descobrir o quão encrencada estava por ter sido descoberta acabou sendo usada pelo rapaz de uma maneira que Sirinat não esperava, a brincadeira alheia fazendo com que uma expressão de surpresa tomasse sua face de forma instantânea e involuntária. De todas as prováveis respostas que pensou ser possível receber dele aquela definitivamente não estava na lista. Ele poderia se fingir de bobo e trocar de assunto, ignorar, inventar uma desculpa qualquer sobre estar sem óculos, implorar para que ela não o machucasse e prometer que não contaria nada pra ninguém… até mesmo ameaçar, se fosse idiota o suficiente para ameaçar alguém como ela e num lugar onde ele não conhece ninguém, mas não aquilo. A tailandesa no entanto acabou aceitando a alternativa de que talvez aquela fosse a forma dele de se fazer de bobo e trocar de assunto, e pensando bem era até corajoso, ela diria, afinal ninguém brincava com ela daquela forma e nem de nenhuma outra; conseguia se lembrar com clareza o que havia acontecido da última vez que um cara tentara brincar com ela no final de um racha, e tinha certeza que todos os presentes naquela noite se lembravam também, incluindo ele. “Uma pessoa que vive num apartamento como esse certamente não deve frequentar os mesmos bares que você, não acha?” Respondeu, tentando entrar na brincadeira mas notando que havia falhado nisso quando sua fala soou mais ríspida do que ela pretendia.
No final optou por permanecer em silêncio, a feição cética fazendo combo com o olhar de quem estava prestes a manda-lo calar a boca. Acabou ficando internamente grata quando ele simplesmente voltou ao trabalho sem que ela precisasse fazer mais nada. Não costumava agir daquela forma (e na realidade era muito mais simpática do que parecia ser) mas naquela situação em específico se sentia ameaçada, e Siri não tinha muito controle do que falava ou fazia quando se sentia ameaçada. Quando ele retomou a fala no entanto acabou evoluindo de ameaça para uma possível-não-ameaça mas que permanecia não sendo digno de sua confiança, então ela continuaria em alerta. “Ou pode ser que só estava procurando uma desculpa pra puxar papo comigo sobre algo que não fosse como as bocas desse fogão estão entupidas.” Deu de ombros, o observando por mais alguns milésimos de segundos antes de abrir a boca novamente. “Seja qual for a verdade, espero que não saia falando por aí sobre a semelhança entre mim e essa garota, aposto que ela ficaria bem insatisfeita com isso.”
Sentiu seu escudo ficando levemente mais desarmado, e o que há alguns minutos era uma puta preocupação agora havia deixado de ser algo tão alarmante assim. Acomodou-se numa das cadeiras ali perto e permaneceu quieta enquanto seus dedos brincavam com algo que parecia um canivete suíço recém-tirado do bolso (mas que em seu interior só havia um saca-rolhas) e o observava trabalhar; mesmo o conhecendo de vista há algum tempo era a primeira vez que o via tão de perto. Diversos pensamentos começaram a passar pela cabeça dela, como o que ele estaria pensando daquela situação e quais as teorias que fazia sobre o motivo dela estar ali. De repente percebeu que não se lembrava o nome dele e até curiosidades sobre o que mais ele deveria fazer da vida tiveram seu espaço, e quando ela percebeu suas próprias teorias a respeito da vida alheia estavam sendo interrompidas pela fala masculina. Os olhos se semicerraram, mais curiosa sobre o fato dele estar ficando vermelho do que sobre o que iria falar, mas se arregalaram pouco depois. Pela primeira vez desde que aparecera naquela cozinha Siri não tinha mais uma expressão séria, era completamente o oposto. Foi obrigada a fazer mais esforço do que queria para segurar o riso, chegando até a morder os próprios lábios para tal. “Não entendi o constrangimento repentino. Te intimidei ao ponto de você não conseguir cobrar o dinheiro pelo seu trabalho?” Indagou, deixando que uma risada breve escapasse. “O nome dele é Pirapat, e… ew, ele não é meu namorado. Pareço gostar de caras mais velhos?” Questionou permitindo que a pergunta pairasse no ar por alguns segundos. “Não que seja da sua conta, mas gosto de rapazes numa faixa etária mais parecida com a sua.” Ela deu de ombros mais uma vez. “Não se preocupe, vou te pagar quando terminar. Ele deixou o dinheiro comigo.”
A resposta alheia o fez esboçar um sorrisinho, ainda que ela não pudesse ver. “Encontro tanta gente por aí na noite... Até uns almofadinhas de vez em quando.” retrucou, sem intenção de soar ofensivo, mas também sem medir suas palavras. Ainda que a situação lhe fosse desconhecida, Eun não tinha chegado tão longe na vida sendo cauteloso. À essa altura ele simplesmente falava o que pensava e lidava com as consequências depois (embora volta e meia se arrependesse). Estava certo de que a tailandesa não lhe daria assunto, afinal, nem havia motivos para que o fizesse, por isso ela ter continuado a conversa o surpreendeu e ele quase riu baixinho. “Touché.” respondeu, finalmente voltando a olhá-la e achando graça de ter sido pego desprevenido em sua busca por assunto. “Mas essas bocas estavam realmente entupidas pra porra. Podia ser um problema.” completou, mesmo sabendo que não era do interesse de nenhum dos dois. A fala que se seguiu, no entanto, finalmente o fez se armar, a expressão tornando-se ligeiramente mais fechada. “O que acontece no trabalho fica no trabalho, não vou falar pra ninguém.” justificou, um tanto mau humorado. Aquela era sua regra principal, mesmo que não gostasse de sair falando-a por aí. Separava suas duas vidas em caixas separadas e muito diferentes.
O tempo foi passando, e somado ao desconforto existente na última frase que ele lhe dissera, foi vindo o constrangimento e sua falta de habilidade em controlá-lo. E bom, como ele não era nada sortudo, obviamente ela havia percebido. Seus primos que mandavam cartas no verão perguntando se ele “finalmente tinha deixado de ser cabaço” deviam estar tão satisfeitos naquele momento... “Tava pensando sobre uma outra coisa e viajei aqui.” Justificou, escorando-se no balcão de forma que parecesse um pouquinho mais confiante, ainda que suas bochechas permanecessem coradas. A resposta o deixou mais confuso ainda (afinal, se não era um namorado, o que ela estava fazendo naquele apartamento?) e a pergunta o fez arquear as sobrancelhas, se perguntando se era uma questão retórica ou algum tipo de piada, uma armadilha. Aquela interação toda estava pacífica demais para estar acontecendo entre dois membros de clubes. “Me diz você... Não sou bom em chutar as preferências das outras pessoas. Algumas garotas gostam de namorados mais velhos, no big deal.” completou.
Claro, tendo visto seus colegas de clube e banda terem tantas namoradas nos últimos dois anos, Eddie estava acostumado a todo tipo de casal. Ele mesmo arrumava uma ficante aqui e outra ali nas festas em que tocava com a banda, a maioria de sua idade, porém algumas mais velhas. Whatever. Não era algo que estava acostumado a ficar pensando. A maior parte de seus dias era dividido com pessoas que sabia que não veria novamente, então que diferença fazia? “Se você não me olhasse como se fosse me matar a qualquer momento, eu até acharia que isso foi um tipo de flerte.” continuou, abrindo um sorrisinho de canto e deixando a cabeça pender levemente para o lado. Não estava levando à sério, nunca levava, mas parte dele sentia uma vontadezinha de ter a aprovação da jovem. “Mas tenho amor à vida, então...” completou, erguendo as mãos como se estivesse se rendendo e voltando ao trabalho de reparafusar o tampo do fogão. Não faltava muita coisa e logo poderia ir embora. “Já estou acabando aqui, não vou mais tomar seu tempo.”
I am floating in a most peculiar way (w. sirinxt)
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eddies0ng-blog · 4 years
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sirinxt‌:
      Ainda que o ambiente em que vivia quando estava fora das ruas não condissesse nem um pouco com a postura e posição ocupada como líder daqueles que eram conhecidos por algo parecido com “pobres e oprimidos”, Sirinat não se sentia mais pertencente àquilo. O apartamento do seu irmão – o único membro da família que ainda não havia desistido completamente da garota – deveria ser um lugar para ela se sentir aconchegada e segura, mas não se lembrava se algum dia havia tido aquela sensação ali. No entanto, ao mesmo tempo em que o sentimento de não pertencimento a preenchesse sempre que se via sob os olhares de julgamento da sua vizinhança e do próprio irmão, ainda havia algo que a impedia de ir embora; provavelmente o último fio de apego que tinha à sua vida antiga, provavelmente o fato de que não era tão corajosa quanto parecia… até porque pôr sua vida em risco todos os dias parecia muito mais fácil do que dar as costas às pessoas que estiveram consigo durante toda a sua vida, por mais que essas já houvessem lhe dado as costas há muito tempo.
      O fato era que a líder dos Westside Crocodiles praticamente levava uma vida dupla, e ela sabia que isso não pegaria nada bem se viesse à tona. Contudo Sirinat não se preocupava tanto, sempre soube ser discreta e se esconder muito bem; além disso se não havia sido descoberta durante os quase cinco anos de clube, por que seria logo agora que estava prestes a ir embora de vez daquele lugar? Além de não passar muito tempo em casa ela também se confortava com o pensamento que aquela área da cidade dificilmente seria frequentada pelas pessoas que conheciam sua fama nas ruas, as chances eram realmente mínimas… e aquele era realmente um pensamento ingênuo, é claro. Como se alguém como ela, que conseguia obter tudo o que queria de forma rápida e perder o dobro de coisas na mesma velocidade, pudesse contar com a sorte.
      Não vai levar vinte minutos, seu irmão lhe dissera antes de abrir a porta para que o rapaz que viera consertar o fogão deles entrasse e ele saísse para o trabalho, e vinte minutos não parecia grande coisa para a tailandesa. O batom vermelho deslizou uma última vez pelos lábios já coloridos antes dela pegar sua jaqueta, suas chaves, e partir em direção à cozinha com o único intuito de verificar o avanço do trabalho que estava sendo feito lá por alguém que, até então, deveria ser um mero desconhecido. Mas não foi preciso meio minuto para que Siri percebesse que o estranho na sua cozinha não era tão estranho assim e ela possivelmente estava fodida. Ao contrário do garoto, que aos olhos dela distinguia-se dos tantos outros nos clubes por conta do seu sinal de nascença no cabelo, a jovem não expressou nenhuma faceta de desespero… por mais que internamente estivesse desesperada.
      Ouviu com clareza ele chamá-la, e foi naquele instante que precisou fazer uma escolha rápida: intimidar ou ser intimidada. Por mais que o garoto não parecesse disposto àquilo ela não se permitiria deixar aquela ponta solta. “Curioso… não tem muitas tailandesas vestindo couro e coturno pela cidade.” Comentou inicialmente, com a intenção de instigá-lo e analisar o quão ruim aquela situação poderia ser para si. Tinha certeza que ele a havia reconhecido e que aquilo não passaria somente como uma mera coincidência. “Você também parece alguém que eu conheço.”
Ele nem sabia que tipo de resposta estava esperando. A situação toda era simplesmente estranha demais e embora não fosse a primeira vez que Eddie topava com alguém conhecido dos rachas enquanto trabalhava, aquele era sem dúvida o encontro mais inesperado. Por isso, qualquer reação seria compreensível. Se ela o ignorasse e saísse sem dizer nada, ele provavelmente apenas ficaria corado e constrangido por alguns segundos, depois daria de ombros e fingiria que nada aconteceu. Se ela respondesse com uma retaliação, ele fingiria loucura e agiria como se não a conhecesse. Não esperava nenhuma reação muito positiva, afinal, ele já estava acostumado com uma certa hostilidade entre as pessoas que frequentavam seus ambientes favoritos. A fala dela, no entanto, o fez rir baixinho, um pouco pego de surpresa. “Você provavelmente não está frequentando os mesmos bares que eu, se nunca viu uma.” brincou, voltando a atenção à jovem, ainda que soubesse que devesse continuar seu serviço sem interrupções.
Também nunca sabia o que fazer quando era reconhecido. Já tinha acontecido um par de vezes de alguém se lembrar dele por causa da banda cover, mas novamente, ele meio que fingia que não tinha acontecido. Não era como se estivesse se escondendo (nem tinha amigos de fora do meio ou família na cidade para ter que se preocupar), porém era só... Esquisito. Quando o sol se punha Song Eun se tornava Eddie Song e ele não curtia muito misturar os dois. “Talvez seja meu irmão gêmeo do mal or something.” continuou, finalmente voltando a mexer no fogão. Agora que sabia que ela também havia o reconhecido, não havia mais razão para fingir que não se conheciam, mas mesmo assim ele continuou a brincadeira. Seu senso de humor era simplesmente daquele jeito. “Mas sabe de uma coisa? Nunca vi essa garota à luz do dia, então pode ser que você nem se pareça com ela e eu esteja simplesmente...” completou a frase com um assobio e girou o dedo indicador ao lado da própria têmpora, no sinal clássico de quem diz que é maluco.
E talvez realmente fosse, para estar brincando daquele jeito com a líder dos Crocodiles. Ok, os dois clubes não eram exatamente inimigos, mas nunca dava pra abusar muito da sorte. Contudo, como sempre sem muito medo do perigo ou de arrumar novos inimigos, o rapaz continuou seu trabalhinho chato e foi só depois de desentupir todas as bocas do fogão que ele tirou os olhos do eletrodoméstico novamente. Tinha deixado o tampo desparafusado sobre a pia e o simples fato de reparar na cozinha em que estava o fez se dar conta de onde estava. De repente uma teoria, que talvez explicase a situação, mas com certeza a tornaria mais constrangedora, lhe veio à cabeça. Provavelmente aquele era o lar de algum namorado ou ficante dela e, meu Deus, Eddie havia a flagrado saindo de fininho. Isso lhe lembrava da vez que dormira na casa de uma garota e dera de cara com o irmão mais velho dela quando estava saindo. Jesus Christ. So. Fucking. Awkward. “Ok, eu tô quase acabando aqui e o... Eu não lembro o nome dele, mas o dono do apartamento ficou de me pagar a segunda metade do serviço quando terminasse e...” começou, tentando ignorar o fato de que seu rosto e seu pescoço estavam ficando vermelhos. Porra de timidez. “Não sei se ele é seu namorado ou algo assim, mas... Você por acaso sabe quando ele volta ou se deixou dinheiro pra mim?” concluiu, se xingando mentalmente. Provavelmente parecia ridículo ali, no meio daquela cozinha maior que a kitinete onde morava, segurando um tampo de fogão, usando seu jeans surrado e rasgado de trabalho. Toda a imagem milimetricamente calculada que emulava nos palcos ou em cima da moto tinha ido pro espaço.
I am floating in a most peculiar way (w. sirinxt)
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eddies0ng-blog · 4 years
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I remember you. (w: raehwas)
w. @raehwas
Às vezes as noites passavam muito rápido e se tornavam um borrão de espaço-tempo interminável na cabeça do jovem Song. Especialmente as noites em que bebia demais, cheirava carreiras demais, falava com pessoas demais. Quando se apresentava com a banda, eram inevitáveis alguns convites para coisas assim. Certas pessoas pareciam achar que ele virava o próprio Eddie Van Halen no palco (ou ao menos era o que ele gostava de pensar). Porém mesmo que o cumprimentassem e parabenizassem depois dos shows, já fazia tempo que ele se sentia esquisito estando ali, afinal, faltava uma parte importante do grupo.
Ele levara um tempo para desistir de procurar por Raehwa. ‘Toda banda troca de formação, relaxa.’ ‘Aquele cara toca muito bem, nem faz diferença.’ ‘Eddie, desencana, ela foi cuidar da vida dela. Ninguém quer ficar em banda cover pra sempre.’ Ele repetira essas coisas na própria mente pelo menos uma centena de vezes nos últimos meses. E realmente tentara acreditar, afinal, não podia parar a vida por conta de uma garota desaparecida. Porém antes mesmo da banda, eles eram amigos e, bem, não era como se ele tivesse muitas amizades por ali. No fundo ele sabia que ela fazia falta para si além dos palcos.
Mas o que podia fazer? Acabou se contentando com o baterista amigo de um amigo de um amigo de um conhecido. Ele era alto e magrelo e se olhassem bem de longe até tinha um estilo meio Tommy Lee do Mötley Crue, ia ter que servir. 
Naquela noite eles tinham tocado num bar que ele não costumava frequentar e no final do show ficaram ali por mais um tempo. O baterista novo tinha um irmão que sempre tinha cocaína. Eddie não tinha muito dinheiro para ficar comprando droga, então tinha uma política de sempre aceitar quando lhe ofereciam de graça, então ali estava, saindo do banheiro junto com os “amigos”, os pensamentos já correndo mais rápido que o normal. De repente tudo era engraçado, todas as pessoas eram interessantes e haviam duas Raehwas bem na sua frente. Claro, ele sabia que ela tinha uma irmã gêmea e já tinha passado da fase de estranhar esse fato, porém isso era antes de sua amiga sumir por sete meses. Ele parou no meio do corredor, se apoiando na parece, olhando bem para a garota e percebendo que agora ela era apenas uma. Porém continuava ali e isso continuava sendo uma novidade bem estranha. “Que merda foi essa que me deram que tô até vendo coisas?” murmurou, mais para si mesmo (na verdade queria perguntar para o irmão do baterista substituto, mas ele já tinha se misturado às pessoas). “Raehwa?” perguntou, esticando a mão para alcançar o ombro da jovem feito um idiota. Mesmo sendo um bar escuro, tudo lhe parecia claro demais. Porra de pupila dilatada. “Tô tendo uma trip, ou...” deixou a frase morrer, sem saber o que falar.
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eddies0ng-blog · 4 years
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it’s not easy puttin’ on a smile. (w:kwcneli)
w. @kwcneli
O rapaz já cruzou a porta do hospital de cara feia. Eun tinha sido criado a vida toda na máxima de que qualquer coisa seria curada com chá e uma boa dose de paciência. Porém daquela vez tinha de machucado feio, e pra piorar nem tinha sido na motocicleta, mas sim em um acidente imbecil com uma porra de ar-condicionado enquanto trabalhava. Sabe-se lá como ele tinha feito um corte que puxava o antebraço quase todo e teria ido pra casa fazer ele mesmo um curativo, se a dona do hotel onde estava trabalhando naquela manhã não tivesse feito tanta questão de levá-lo a um médico. (O que já era bem mais do que ele achava que merecia, depois de ter sangrado no piso do quarto feito um animal ferido)
Mas agora lá estava e mesmo a mulher já tendo ido embora, não era como se pudesse ir pegar sua moto naquele estado. Seguiu até a recepção, com a expressão mais fechada ainda e arriscou um olhar para a mocinha que trabalhava ali. “Preciso de um médico pra...” levantou o braço, mostrando o pano de prato ensopado de sangue que segurava contra o ferimento “isso.” completou, a contra-gosto.
Não demorou para que fosse levado até um dos consultórios. Ele já estava tão acostumado a pequenos acidentes, que nem esboçava reação, embora algumas pessoas na sala de espera tivessem olhado-o com preocupação. Para dizer a verdade, seu maior receio no momento era saber se receberia ou não o pagamento pelo serviço feito.
Pelo menos era isso que ele pensava até dar de cara com o médico, que não era ninguém mais ninguém menos do que um membro da Northside Tigers. Mas que merda? ‘porra, por que não sangrei até morrer naquele hotel mesmo?’ pensou consigo mesmo, dramático como sempre. Já era um porre ser parte da parcela dos corredores mais jovens dos rachas, ainda tinha que encontrar um de seus rivais justo quando estava naquele estado patético. “Boa tarde, dr. Kwon.” murmurou, abrindo um sorrisinho falso. “Talvez eu precise de um band-aid aqui.” completou, resignado e tentando manter a pose.
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eddies0ng-blog · 4 years
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I am floating in a most peculiar way (w. sirinxt)
with @sirinxt
Eun tinha todo um modus operandi quando ia trabalhar na casa de gente rica: estacionava a moto pelo menos uns dois blocos antes, guardava a jaqueta do clube no bagageiro, tirava a bandana da vermelha e a enfiava no bolso, pegava a caixa de ferramentas e ia andando até o endereço como se tudo o que fizesse na vida fosse consertar fogões. Ainda havia um quê de rebeldia no rapaz, talvez por conta da mecha clara nos cabelos, um “defeito” de nascença que mais parecia proposital, ou pelos coturnos sujos de graxa e óleo de máquina, mas ele sabia que parecia confiável; só mais um garoto que não tinha condições de ter uma profissão mais glamurosa e se virava como podia.
Estava vestido em seu disfarce de menino normal naquela tarde e cumprira todos os pré requisitos que seu serviço pedia. Sorrira polidamente ao ser levado até a cozinha e só ligou seu radinho de pilha, que sempre tocava a mesma rádio, quando se viu sozinho no cômodo. Desparafusou o tampo do fogão na maior calma e estava fazendo o chato e minucioso trabalho de limpar as saídas de gás, tranquilamente assobiando Space Oddity do David Bowie quando meio de relance viu uma silhueta se aproximando. 
Naquele momento ele teve apenas três pensamentos: “que porra é essa?” “fudeu.” e um muito confuso “puta merda.” Porque não era qualquer garota. Veja bem, ele já tinha se tornado um mestre tanto em flertar quanto em fugir de filhas jovens, a depender de seu interesse. Porém normalmente eram colegiais envergonhadas por ver um garoto em suas casas ou universitárias curiosas por conta de suas camisetas surradas de bandas de rock. Nada muito fora do comum. Nunca a fucking líder da Westside Crocodiles. Já havia a visto dezenas de vezes, nos rachas, ou nas festas, nas ruas, sempre no meio de confusões. O que diabos ela estava fazendo naquela casa arrumada e de boa família? Sempre tinha imaginado que a jovem morava em um buraco de fim de mundo, como era a fama dos Crocodiles e, bem, como era comum para muitos membros dos clubes. 
“Siri?” perguntou, no exato momento em que decidiu que iria fingir não conhecê-la e fora traído por sua boca grande demais. “Forget it.” murmurou, tentando consertar a besteira. “Você pareceu alguém que eu conheço.” deu de ombros, voltando a atenção ao fogão. Mas sabia que era ela, não era fácil uma líder tão jovem passar despercebida, ainda mais tendo o temperamento que a jovem tinha.
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eddies0ng-blog · 4 years
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As pessoas sempre o olhavam com uma cara estranha quando o viam saindo do Geumcheon Night, talvez por parecer jovem demais para estar num motel, talvez pela bandana dos Southside Scorpions, talvez porque elas mesmas estivessem indo até ali de fininho. Bem, ele não estava: quase toda semana batia ponto naquele local para arrumar um fogão ou aquecedor com mau funcionamento. De qualquer forma, mesmo acostumado aos olhares, não conseguiu evitar fazer cara feia ao ver a pessoa à sua frente. “Perdeu alguma coisa?” perguntou, sem forçar simpatia. 
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eddies0ng-blog · 4 years
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Eun era a definição de desajeitado quando estava à pé. Damn, seu lugar era em cima da motocicleta, onde tinha controle de si. Porém, naquele momento estava andando pela festa, ligeiramente desatento, com um cigarro aceso pendurado nos lábios (como sempre) e um prato de comida nas mãos. Nem se deu conta de que estava indo de encontro com uma pessoa até quase literalmente tropeçar nela e parar seus passos centímetros antes do acidente ocorrer. “Opa! Desculpa, eu estava com a cabeça lá na lua e não te vi.” deu de ombros “Estou ok, mas você parece estar tendo um trabalhinho com esses sapatos aí...” deu uma pausa, reparando que havia uma cadeira vazia ali. “Mind if I sit?” perguntou, apagando o cigarro e jogando-o numa lixeira próxima.
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          . · . ✩ com seu vestido levemente brilhando sob a luz da lua, oferecendo um forte contraste à cor de sua pele, a garota sentia-se como um peixinho fora d'agua. depois de finalmente conseguir se afastar da multidão, soyul dirigiu-se para o lado de fora da imensa casa, onde o frio da noite fez sua pele arrepiar-se. seus pés doíam e ela estava desesperada para tirar aqueles sapatos desconfortáveis. quando encontrou um lugar para sentar, ela rapidamente começou a soltar as tiras dos seus saltos até ouvir o som de passos se aproximando. ❝ ― posso te ajudar com alguma coisa? ❞
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eddies0ng-blog · 4 years
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name: song eun alias: eddie song age: 20 years club: southside scorpions motorcycle: yamaha xv 500 virago, 1983, custom hobbies: singing in a hard rock cover band song of choice: high enough - damn yankees
LITTLE ABOUT:
Song Eun nasceu em Busan e mudou-se para Seul ainda adolescente, em busca de seu sonho de ser músico. Seus pais eram um casal presente e bastante apaixonado por rock e motocicletas. Eun herdou a moto de seu pai quando ele faleceu há cerca de três anos. Depois de um tempo ele vendeu a moto e comprou a atual, que ainda está customizando para que fique de seu gosto. A mãe não gosta muito da ideia de o filho estar sozinho na cidade e por isso apoiou a entrada dele no motoclube, porém o que ela não sabe é que Eddie, como é conhecido em Seul, também anda se envolvendo com cocaína e outras drogas. 
O jovem esconde com muita força sua luta para aceitar a morte do pai, fingindo mal se lembrar do acontecimento. Fora isso ele é um garoto aparentemente alegre, divertido, ambicioso e que quer crescer na vida.
Ele faz parte de uma banda que faz covers de bandas de hard rock famosas, como Van Halen, Mötley Crue e Whitesnake, cantando e tocando guitarra. Ele se sustenta com o dinheiro das apresentações e com bicos que faz por aí em estabelecimentos da cidade, consertando fogões e outros equipamentos industriais.
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eddies0ng-blog · 4 years
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eddie’s tag dump!
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