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Educa Brasil
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O Blog EDUCA BRASIL nasceu de um grupo de pessoas inquietas que tem paixão por educação. A nossa missão é trazer novidades, levantar problemas e possíveis soluções das diferentes áreas da educação.
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edubr · 12 years ago
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O design da sala de aula e dos móveis interfere na aprendizagem dos alunos.
Pesquisa realizada na Universidade de Salford, em Manchester, pelo escritório Nightingale Associates, ao longo do ano letivo 2011-2012, afirma que o progresso do estudante pode ser 25% maior ou menor dependendo do espaço de aprendizagem.
O resultado do trabalho diagnosticou que a forma como a sala de aula é desenhada impacta no desenvolvimento do aluno.
Felizmente esta pesquisa comprova o que muitos educadores já têm afirmado a longo tempo. No entanto, nos últimos cinco anos as instituições de educação tem investido em computadores e atualmente tabletes como recursos inovadores em educação para contribuir com a aprendizagem dos alunos.
Sem dúvida faz parte do desafio do século 21 a necessidade das pessoas, assim como, das escolas acompanharem a evolução tecnonóliga. No entanto, ter e utilizar a tecnologia por si só, não representa inovação em educação.
Inovação em educação é construída a partir da composição de vários fatores. Inicialmente um dos passos fundamentais da instituição de educação é ressignificar seu projeto político pedagógico. Esse deve ser amparado pela concepção de aprendizagem que permita uma relação saudável entre educadores e estudantes, onde todos sejam aprendizes e educadores. Assim como o foco do planejamento das aulas seja a prendizagem de seus alunos e não o ensino. Decorrente dessa abordagem a necessidade de acompanhar a aprendizagem do aluno para que ele e o educador tenham conhecimento de sua evolução, seus interesses e necessidade.
A partir da concepção de educação definida, o segundo passo é a definição da estrutura física do ambiente escolar, seu layout. Após essa posição, é fundamental a escolha dos móveis e das tecnologias adequadas para atender as necessidades pedagógicas descritas no Projeto Político Pedagógico da instituição.
Para concluir este processo é importante definir o perfil dos docentes que trabalharão nesta instituição, assim como contratá-los, quando necessário, além de capacitá-los.
Esses fatores e este processo parecem simples, e é, porém nem sempre ocorrem desta forma. Muitas escolas mantém sua estrutura convencional e tentam adaptar o ambiente, assim como as salas de aula a uma proposta educacional nova. O que ocorre é uma confusão e uma incoerência entre o que é escrito, falado e realizado. Na grande maioria das vezes mantêm-se as classes e cadeiras enfileiradas, com móveis pesados e em alguns casos são incluidas classes redondas para facilitar o trabalho em equipe. Além de incluir mais computadores e tecnologias com a intenção de inovar na educação e facilitar a aprendizagem dos alunos.
Esse é um grande equívoco. No entanto, temos uma ótima oportunidade para realizarmos à tão esperada mudança educacional.
Chegou a hora do “Penso”, como costumo dizer. Pensar quem é esta instituição, o que deseja, e quais mudanças necessárias devem ser realizadas. As Escolas e Universidades devem abrir as portas para o inesperado, para dúvida, para confiança, para descoberta, para a criatividade, para o empreendedorismo, para fluidez, para mudança, para o movimento, para fala, para escuta, para ir e vir, para experiência para tudo que tenha sentido e significado no processo de aprendizagem.
Ao encontro dessa abordagem, encontra-se o resultado da pesquisa da Universidade de Salford, assim como o projeto Aula Aberta http://eiclik.com.br/, também a escola do Rio de Janeiro que foi inaugurada e não tem salas,  turmas nem séries e um novo modelo de escola com salas diferentes. 
 E tantas outras pesquisas que podem fazer a diferença na vida das pessoas e no seu processo de aprendizagem em busca da Felicidade.
Você e sua escola já pararam para pensar?
Aproveitem as boas brisas das pesquisas existentes assim como dos projetos já implementados para dar mais este passo.
Autora: Fabiane Franciscone - Co-fundadora da Eiclik, diretora e apaixonada por educação.
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edubr · 12 years ago
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A HORA DA GERAÇÃO EMPREENDEDORA
Já se foi o tempo das grandes indústrias que monopolizam o mercado e das pessoas que buscam  uma carreira dentro de uma grande companhia, que mesmo sabendo do risco que correm de serem substituídas ou demitidas antes dos 50 anos, acreditam que esta é a melhor saída. Foi-se o tempo onde nesta relação, à empresa era o ator principal.
  Uma nova era foi desencadeada, gerando mudanças radicais; criando, reinventando e destruindo indústrias. Uma nova era onde o grande valor está na colaboração e na generosidade! Onde seus pensamentos e ideias, valem mais do que seu diploma. O que estamos experimentando hoje é radical. A era da indústria com seus gritos mortais abre espaço para a era das pessoas conectadas e que compartilham.
  Vamos ter que entender que as escolas como estão estruturadas hoje, não servem mais para atender os desejos, os anseios e os sonhos de nossos jovens hoje. Ainda vivenciamos escolas hierárquicas, do século XIX e alunos do século XXI. Até quando vamos insistir com aulas cronometradas e espaços concretos? Colocamos nossos jovens em uma mesma latinha achando que todos são iguais e, que todos têm os mesmos pensamentos, desejos e sonhos. Errado! Devemos explorar o potencial de cada um. Porque pensar que o aluno que não tira boas notas é “burrinho”? Porque achar que os “bagunceiros” não vão dar certo na vida? Que só os bons alunos, os comportados é que vão dar certo? Velhos pensamentos e paradigmas que a sociedade nos colocou e que precisamos mudar urgentemente.
  Acredito que o papel do professor de hoje é inspirar, explorar e desvendar cada aluno. Mais do que despejar toneladas de conteúdos e, ao final do trimestre, ver o quanto ele está “apto” a prosseguir, precisamos professores que despertem o espírito empreendedor de cada aluno. Precisamos ensiná-los a encarar desafios, a testá-los a assumirem riscos, a enxergarem oportunidades. Engaje-os em suas aulas, não faça com que sejam meros coadjuvantes no processo de sua própria aprendizagem.
  Faça, erre, tente, falhe, lute. Mas, por favor, não jogue fora, se acomodando, a extraordinária oportunidade de ter ensinado seus alunos a serem pessoas melhores no futuro. Pessoas que mudem que tenham impacto positivo nesta sociedade caótica em que vivemos. Sim, é possível fazer uma educação mais empreendedora! Todo homem é um milagre e traz em si uma revolução. É mais do que sexo ou dinheiro. Fomos criados para construir pirâmides e versos, descobrir continentes e mundos, caminhando sempre com um saco de interrogações numa mão e uma caixa de possibilidades na outra. Tão importante quanto inventar-se é reinventar-se. Eu era gordo, fiquei magro. Era criativo, virei empreendedor. Era gaúcho, virei também carioca, paulista, global. Mas o mundo só vai querer ouvir você se você falar alguma coisa para ele. O que você tem a dizer para o mundo? Ou, melhor, o que você tem a dizer para seus alunos?
Autor: Fernando Dulinski - Empresário e Co-fundador da empresa MAKAHA e NEXP
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edubr · 12 years ago
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Acessibilidade e Educação
Cada vez mais o ser humano vive em ambientes artificialmente edificados, nos quais inclui-se sua moradia, seu trabalho, o transporte que utiliza e, inclusive, seu lazer.
                   Este ambiente deveria ser amplamente acessível, de tal modo que pudesse ser utilizado com segurança e eficácia pelo maior número possível de pessoas, sejam deficientes ou não. Este conceito implica que se deve ampliar o termo "estándar", utilizado no desenho em geral, utilizando o conceito de maneira que dentro dele tenham lugar a diversidade de pessoas que habitam ou utilizam um determinado entorno.
                   Hoje, sem muita diferença dos séculos passados, seguimos edificando nossos espaços para um ser humano padrão, ignorando dimensionamentos e exigências diferenciadas - seguimos construindo nossas cidades “como se não existissem os surdos, os idosos que, com a idade caminham devagar e com dificuldade,los cegos, as pessoas com muletas, as crianças...”
                   Mas as barreiras existem e alcança a todos – a diferença é que  e algumas delas são parcialmente solucionadas, às vezes, eliminadas para alcançar todas as pessoas (como subir ao 20º piso de um edifício sem o auxílio de um elevador?). Outras barreiras são ignoradas pois dirigem-se a uma parcela deste universo. Mas não há como negar que se corredores amplos, corrimãos duplos nas escadas, pisos antiderrapantes são necessidades para as pessoas com deficiência, as crianças e os idosos, facilitam a vida de todas as pessoas.
                   Portanto, falar de acessibilidade não significa pensar “somente” nas necessidades das pessoas com deficiência,  e nas necessidades dos idosos. Ao contrário, falar em acessibilidade é projetar de forma inclusiva pensando em qualidade de vida para toda a população.
                   Identificar barreiras e eliminá-las é um processo longo que passa por várias etapas, destacando-se entre elas a capacitação e a sensibilização dos profissionais que lidam com público, o sentido de eliminar preconceitos, criando uma nova consciência que valorize e integre o o ser humano por suas capacidades e que não o menospreze por suas deficiências.
                   O panorama descrito aparece no ambiente escolar da maioria dos estabelecimentos escolares do Brasil.
                                               Vencidas as barreiras administrativas, em teoria, todo o aluno aprovado e regularmente matriculado estará livre para freqüentar as aulas numa escola da rede pública ou privada. Porém, muitos alunos seguirão enfrentando barreiras para prosseguir nos seus estudos mesmo que, atualmente, a inclusão faça parte de todas as propostas educacionais democráticas que objetivem favorecer e estimular a participação de todos na vida em sociedade.
                   O desenvolvimento desse processo transformador que propõe a educação inclusiva passa por várias e diferenciadas etapas, todas tão importantes quanto os resultados finais a serem alcançados:
§  o treinamento de professores e funcionários para enfrentar os novos desafios que se apresentarem,
§  o desenvolvimento e utilização de técnicas, materiais e equipamentos apropriados para um novo tipo de ensino,
§  a adequação dos espaços físicos das instalações escolares para possibilitar a livre circulação de todos pela eliminação das barreiras ambientais existentes.
                   Paralelamente a todas essas etapas, não pode ser esquecida a sensibilização/conscientização da comunidade escolar – professores, funcionários, alunos e pais – no sentido de evitar desigualdades, eliminar preconceitos, criar uma nova consciência  que valorize e integre o ser humano por suas capacidades e que não o exclua por suas deficiências.          Sem nenhuma dúvida, será entre um grupo majoritário de alunos ditos “normais” que as crianças com deficiência passarão a maior parte do tempo de seu horário escolar e onde realizarão a maior parte de suas interações, inclusive no que diz respeito à possibilidade de estabelecer relações sociais.
                   Dessa forma, a intervenção na escola com vistas à inclusão deve não somente realizar um trabalho importante no sentido de trazer os alunos com deficiência à essa realidade mas deve, ao mesmo tempo, intervir na formação de seus companheiros de classe como recurso imprescindível para uma educação integrada. O desconhecimento e a falta de informação por parte dos alunos ditos “normais” – e, certamente, de toda a comunidade escolar – das sensações, limitações e dificuldades vividas pelas crianças com deficiência leva, muitas vezes, à superproteção ou, ao contrário, ao rechaço dessas crianças no grupo majoritário dificultando e, muitas vezes, impedindo que os altos objetivos da educação inclusiva sejam alcançados.
                   Cada escola se inclui numa cidade e seus serviços. No entanto, mesmo quando a edificação é acessível, há dificuldades em se chegar a ela. O entorno urbanístico costuma apresentar barreiras e não há transporte público acessível adequado. Observam-se iniciativas desarticuladas e falta de comunicação entre as Secretarias de governo, que se refletem em perda de tempo, verba e qualidade referentes à implantação da acessibilidade.
                   Ressaltamos a importância da implantação de uma política integrada para acessibilidade, promovendo interface entre os setores do Governo Federal, Estadual e Municipal e seus departamentos, permeando as diversas áreas como urbanismo, edificações, transportes e tecnologia, buscando realizar ações complementares. O transporte público acessível aparece como questão premente e complexa devido aos investimentos necessários e infra estrutura precária atual.  
                   Para isso, propõe-se o desenvolvimento de um “Programa de Acessibilidade Escolar” para as escolas da rede pública estadual a ser construído em conjunto pelas instâncias coordenadoras da Secretaria da Educação, pelas  instituições de atenção e reabilitação de deficientes e pela comunidade de cada escola.
                   Esse programa teria como objetivos:
1.    educar para a tolerância e para o respeito às diferenças;
2.    modificar idéias preconcebidas, muitas vezes incorretas;
3.    fomentar atitudes positivas de colaboração, de cooperação e de participação;
4.      criar situações que levem cada um dos alunos a conhecer-se e a conhecer o outro, aprendendo melhor as informações provenientes dos sentidos e as características diferenciadas do corpo humano;
5.    propiciar ao conjunto de alunos e demais integrantes da comunidade escolar o conhecimento das necessidades e dificuldades vividas pelos alunos com deficiência para que as relações se estabeleçam com atitudes solidárias e tratamento adequado, construindo coletivamente as decisões de eliminar barreiras – inclusive físicas – da estrutura da rede escolar;
6.    despertar para a necessidade da descoberta de formas criativas de superação das dificuldades.
            Em cada eixo aqui levantado, mais e mais aspectos poderiam ser apontados. Entretanto, optamos por finalizar aqui o presente artigo, na esperança de que pelo menos estes já suscitem reflexão suficiente relativa ao papel da educação          dentro de uma perspectiva de inclusão. Afinal, considerando a própria definição de inclusão com a qual trabalhamos, nenhum artigo dará conta de todos os aspectos que geram exclusões: porque inclusão, é processo; processos são construídos e não dados aprioristicamente; como tal, são, portanto, infindáveis. Neste sentido, não há um ideal de inclusão ao qual se chegar, mas pelo qual lutar. Sempre. Cabe à educação  o levante, pelo menos no tocante a esses três eixos, da sociedade brasileira em direção à promoção de culturas, políticas e práticas cada vez mais inclusivas.
Autor: Rosalia Holzschuh Fresteiro - Arquiteta e apaixonada por educação e acessiblidade.
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edubr · 12 years ago
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Educar é...
Chegar a um consenso a cerca do tema educação não é tarefa fácil.
Quando paramos para pensar no assunto, percebemos o quanto é vasto o campo de estudo nessa área, quantas possíveis falas podemos usar para atender o objetivo de explicar e conceituar o termo.
Nem sempre conceituar uma palavra nos permite a sua real compreensão. Os questionamentos sempre ficam em suspenso. As diferentes visões estão em constante debate.
Mesmo assim, o desafio foi lançado e aqui estou na tentativa de vencê-lo.
“O que é educação?”
A partir deste questionamento tentarei expor as minhas ideias a cerca deste tema, tão amplamente discutido por diferentes autores ao longo dos anos.
Vários são os caminhos para chegarmos a uma resposta satisfatória. Várias são as formas  de respondermos a esse questionamento.
Todos são amplos e complexos. Todos os caminhos se encontram na tentativa de entendermos a educação e a prática educativa.
A educação pode ser entendida de muitas maneiras. Ela é sinônimo de instrução e de ensino. Também de polidez e de cortesia.
Este texto tratará do assunto a partir dos dois primeiros significados. Ambos serão ampliados e problematizados, uma vez que ensinar é uma tarefa bastante complexa.
Conforme Gadotti, “a educação é essencialmente ato.”
Portanto, educar é agir. Para que possamos realmente educar precisamos colocar em prática várias ideias e conceitos discutidos em outros momentos e  por outras pessoas.
Para que possamos colocar esses conceitos em prática, precisamos nos apropriar deles, dar significado às informações recebidas, relacioná-las com o nosso mundo, para então, termos condições de atuar como educadores no sentido aqui exposto.
A relação educação e escola é recente na história da humanidade. Ela começa a ser reforçada no final do século XVII e início do século XVIII.
Conforme texto de Ariés,
“entre os séculos XVI e XVII, os escolares eram vistos como soldados, criados, mendigos, escória e até mesmo vagabundos. Os educadores lutaram para transformar essa visão e desenvolveram a noção de que a criança bem educada era a que frequentava a escola. Era na escola que seriam desenvolvidos a disciplina e os conteúdos necessários para uma ‘boa educação’.”
 Essas ideias fundamentam a visão que temos a cerca da educação a partir dos séculos XIX e XX. Muitos ainda entendemos como dever continuar desenvolvendo os conteúdos e conhecimentos que foram esquematizados historicamente nas nossas escolas.
 È sabido que devemos ir além dos conteúdos, mas acredito que trabalharmos sobre essas descobertas realizadas ao longo dos anos é papel fundamental da educação escolar. Atualizá-los, problematizá-los, relacioná-los com o mundo e com a realidade local também é de fundamental importância.
Desenvolver conteúdos específicos não é trabalhar empobrecidamente, como muitos educadores parecem compreender. As habilidades e competências, tão aclamadas nos dias atuais, só tem sentido se forem relacionadas aos conteúdos das diferentes áreas do conhecimento.
Segundo Paulo Freire, “devemos entender que o conhecimento dos conteúdos nos auxilia na nossa intervenção no mundo”.
 A escola que temos hoje está organizada por disciplinas. Mudar esse formato será parte de algo muito maior: da mudança da escola enquanto instituição.
Assim como outras instituições, a escola está em crise e passa por um processo de desgaste. Nós, professores, vivenciamos esses conflitos, nos desgastamos e discutimos muito para tentarmos nos adaptar a algumas mudanças já estabelecidas.  Somos resistentes à mudança pela mudança. Queremos encontrar e dar sentido às transformações as quais estamos vivenciando, e porque não dizer, proporcionando.
Não vem de hoje a intenção de se neutralizar a educação e o ensino. Nos formamos professores a partir dessa ideologia.
Após diferentes leituras e vivências podemos posicionar-nos contrários a esse pensamento dominante. Problematizar o ato educativo é uma prática contemporânea necessária.
O educador atual precisa, conforme texto de Gadotti,
“... identificar educar com conscientizar, com decifrar o mundo, algo que é dificultado pela ideologia... acreditar que (educar) é ir além das aparências”.
                Paulo Freire complementa essa ideia em seu livro Pedagogia da Autonomia, escrevendo que “educar pressupõe um conjunto de ideais e objetivos que apontam um determinado modelo de ser humano. Por isso toda educação é política”.
                Para Gadotti,
“... não podemos reduzir a educação às suas ligações com o sistema... O ato educativo guarda algo original que não pode ser destruído nem reduzido pela ideologia... A educação pode escapar a ideologia...Sempre fica um espaço livre que o educador  deve alargar em busca da libertação.”
                As relações de poder que existem dentro da escola irão reproduzir as ideologias dominantes ou apontarão novas possibilidades, dependendo de quem está trabalhando com a educação.
                E aí entra o papel fundamental do educador e de sua visão a cerca da educação.
“O que se coloca à educadora ou ao educador democrático, consciente da impossibilidade da neutralidade da educação, é forjar em si um saber especial, que jamais deve abandonar, saber que motiva sua luta:  se a educação não pode tudo, alguma coisa fundamental a educação pode. Se a educação não é a chave das transformações sociais, não é também simplesmente reprodutora da ideologia dominante.”  (Paulo Freire)
                O educador que trabalha em escolas públicas de periferia, quase que inconscientemente, acredita no poder de transformação da educação. Estamos ali com esse intuito. Sabemos que faremos a diferença, ao menos para parte daquela população.
                Através do contato com diferentes autores, esse inconsciente começa a tornar-se consciência. Começamos a lutar por aqueles indivíduos usando diferentes ferramentas.
                Cada grupo de professores lança mão das suas armas. Alguns usarão a amorosidade, outros a tolerância, a humildade, o gosto pela alegria e pela vida. Um grupo se concentra na ideia de que esse conjunto de virtudes, apontados por Paulo Freire, só farão diferença na vida dos alunos se vierem recheados dos conteúdos, os quais serão fundamentais para que esses possam construir a sua visão de mundo, e nele intervir.
                Faço parte do grupo que defende as “virtudes freirianas” associadas ao desenvolvimento dos conteúdos.
                Tenho noção de que a educação não está apenas na escola. Ela está presente em vários segmentos da vida social.
A aprendizagem não formal acontece em quase todos os momentos da nossa vida e nos diferentes espaços que ocupamos na sociedade.
                Por isso acredito na escola e na educação escolar como fundamentais para ampliarmos a visão de mundo dos nossos alunos. Esse é o meio pelo qual podemos questionar o senso-comum e elaborar questionamentos em relação às aprendizagens não escolares.
                Não estou dizendo que estas aprendizagens são inferiores. Por muitas vezes são ricas e complexas. Muitas pessoas aprendem muito sem nunca ter frequentado a escola. Tudo está ligado à educação, à instrução, às diferentes aprendizagens ao longo da vida. Portanto, “educar é tudo...”.
 Acredito ser fundamental propor que pensemos sobre este jargão que nos diz que “educar é tudo...” - ainda me recordo, assim como muitos de nós,  da melodia dessa campanha.
                 Muitas vezes, o que aprendemos fora da escola vem com uma carga ideológica fortíssima. Aprendemos os preconceitos raciais, religiosos e econômicos, aprendemos sobre a “natureza” das diferenças socioeconômicas, entre outros tantos exemplos.
É na escola que podemos, e devemos, fazer uma nova leitura dessas aprendizagens não escolares. E é a partir dos conteúdos que podemos fazer as pontes para desconstruirmos algumas verdades pré-estabelecidas sócio historicamente, e que, quase sempre, são verdades relativas.
Complementando a frase divulgada um tempo atrás por diferentes meios de comunicação de massa, “educar é tudo pra melhorar o mundo que a gente tem”.
Então, vamos usar a educação a favor das transformações em busca de melhorar o mundo que se tem.
Para isso, vamos permitir que nossos alunos  deem sentido ao mundo através do conhecimento formal e de uma visão crítica e democrática a cerca da(s) realidade(s). Vamos permitir que eles sejam capazes de identificar quais virtudes serão necessárias para que o mundo se torne um lugar melhor para se viver. Que eles tenham condições reais de “construir suas pontes”, ligando os conteúdos desenvolvidos com a realidade. Que seus conhecimentos não formais sejam ampliados através do contato, possível a partir da educação escolar, com diferentes mundos, diferentes contextos históricos e sociais.
                Desta forma estaremos, enquanto educadores, contribuindo para uma possível intervenção no mundo. Estaremos permitindo a libertação dos cidadãos – nossos alunos-  em relação a ideologia dominante.
Mas esta é apenas uma visão, uma das maneiras de responder ao questionamento e ao desafio propostos no início do texto.
A busca constante de uma resposta esclarecedora sobre educação é atual porque é sempre inconclusa, momentânea, relativa, parcial... porém, nunca é neutra. Assim como a própria educação.
Autora: Tatiana Wasum professora do IEE São Jeronimo.
Referências Bibliográficas:
ARIÉS, Philippe. História Social da criança e da família. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários á prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
GADOTTI, Moacir. Educação e Poder: Introdução à Pedagogia do Conflito – Filosofia, ideologia e educação. (não consegui completar por falta de informação).
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edubr · 12 years ago
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A escola e suas possibilidades
ESCOLA ATUAL
Atualmente a escola esta se modernizando em passos lentos comparando com a sociedade e aos alunos que estão cada vez mais interativos e estimulados pela internet, música, tv e games, ou seja, todo o conteúdo que está ligado com a diversão; Diferente dos conteúdos atuais que estão sendo disponibilizados pelas escolas. 
O FUTURO DA ESCOLA
A internet em especial é a porta para o conhecimento, pois não há limites para desenvolver as potencialidades do aluno. Logo o aluno precisa saber buscar esse conhecimento, ter um propósito e uma motivação para apreender e ajudar a sociedade no futuro com soluções inovadoras. Para isso o professor deve mudar sua postura de transmissor para inspirador, onde ele deixa de passar o conhecimento e começa a mostrar o quanto é interessante essa matéria dando desafios e guiando o aluno para encontrar as respostas.
Existem metodologias que ajudam os professores a desenvolver os alunos como: D3NA, onde o professor engaja a matéria através da Diversão, Diálogo, Desafio, Narrativa e Aventura e a metodologia Design For Change que ajuda o aluno a criar competências de colaboração, liderança e criatividade através dos processos Sentir, Imaginar, Fazer e Compartilhar. Existem estudos que mostram que uma vez inserida atividade física misturada com a aprendizagem o aluno associa o conhecimento com a experiência de vida, minimizando a necessidade de decorar.
INICIATIVAS NO BRASIL 
Apesar das escolas estarem investindo comprando computadores, tablets e internet, não estão dando a devida atenção para os conteúdos digitais e diferentes metodologias de ensino. Fazendo uma analogia, seria a mesma coisa que comprar um carro sem gasolina. Existem muitas pessoas que perceberam essa necessidade e criaram conteúdos digitais como vídeos, músicas e games para ajudar na educação, porem as escolas não tem acesso a essas novidades não as inserindo dentro das escolas.
Uma start-up chamada Eiclik tem uma plataforma de código aberto para chamar desenvolvedores a criar uma educação colaborativa a distância e um espaço físico inspirador para professores e alunos interagirem. Outra start-up chamada imersa.me, nasceu com a finalidade de ajudar as escolas a engajar o professor com o aluno através de uma plataforma educativa que fará uma ponte com desenvolvedores de vídeos, músicas, podcast, games, livro digital e visualizadores 3D e tem implementadas metodologias de aprendizagem para auxiliar o professor criar aulas mais inspiradoras.
CONCLUSÃO
Para melhorar a educação é necessária a cooperação entre a escola, professor, aluno e os denominados de criativos, criadores de soluções, para juntos melhorar a qualidade de ensino do Brasil e formar cidadãos mais críticos, colaborativos, proativos que façam a diferença para a sociedade o país e o mundo.
Autor: Julio Contreras - Co-fundador da empresa Drecon, co-fundador do projeto imersa.me e apaixonado por tecnologia e educação.  
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edubr · 12 years ago
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Educa Brasil
O Blog EDUCA BRASIL nasceu de um grupo de pessoas inquietas que tem paixão por educação. A nossa missão é trazer novidades, levantar problemas e possíveis soluções das diferentes áreas da educação.
Hoje temos pessoas de diferentes pontos de vistas, experiências para criar um conteúdo único para o leitor.
Desejo uma boa leitura e seja bem vindo a este espaço!
FABIANE FRANCISCONE - Coluna plataformas abertas e educação a distância.
FERNANDO DULINSKI - Coluna educação empreendedora.
GISELE FERANANDES - Coluna educação nas escolas e tecnologia na educação.
JULIO CONTRERAS - Coluna inovações na educação.
ROSALIA HOLZSCHUH FRESTEIRO - Coluna acessibilidade.
TATIANA WASUM - Coluna dia a dia da sala de aula.
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