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Hoje, o mundo pareceu mais pesado. E por mais que eu tente continuar, há um lugar vazio em mim que só se acalma quando penso em você. Não é uma ausência barulhenta. É um silêncio... desses que ecoam em cada canto da alma.
Eu não quero te cobrar, nem pedir que volte. Hoje, só quero te escrever. Como quem escreve pra acalmar a si mesmo, como quem fala baixinho só pra manter viva uma lembrança boa.
Queria poder descansar meu rosto no seu peito, fechar os olhos e respirar fundo aquele cheiro sutil do seu amaciante, misturado ao que era só seu. Era meu abrigo. Apertar você com força, forte o bastante pra ouvir os estalos que seus ossos faziam quando eu te envolvia num abraço sem medida. Era meu jeito de dizer que ali eu me sentia seguro.
Sinto falta do nervoso bom que dava ao segurar sua mão pela primeira vez em cada reencontro. Da sua palma suada, da minha ansiedade indo embora aos poucos quando eu começava a desenhar círculos com os dedos no seu dorso. Eu lia as linhas da sua mão como quem procura futuro nos olhos de alguém. Sabia que era só superstição, mas gostava de imaginar uma vida com você, como se os detalhes já estivessem traçados ali, no segredo das suas mãos.
Hoje, os fantasmas do passado bateram na porta de novo. Vieram assombrar os capítulos que se encerraram, dos recomeços que ainda não tenho coragem de viver. Eu sinto medo. Medo de tudo o que é novo, de não dar conta, de não ser suficiente. E nessas horas, tudo o que eu queria era te ter por perto. Ouvir da sua voz calma aquele "vai ficar tudo bem" que só você sabia dizer do jeito certo, com a entonação que fazia o coração desacelerar. Como eu queria sua presença pra me lembrar que eu sou capaz, mesmo quando tudo parece frágil demais dentro de mim.
Hoje, eu queria tocar seu rosto, lentamente, como quem decora. Passar meus dedos pelas suas sobrancelhas, repousar na ponta do seu nariz, apertar seu queixo de leve e sorrir do seu jeito bobo de reagir. Queria ser seu abrigo agora, ser colo, ser calma. Te envolver com os braços, ser sua conchinha maior e sussurrar no seu ouvido que está tudo bem. Que seus medos, por maiores que pareçam, são só sombras passageiras. Eu cuidaria de você como quem cuida de um jardim: com paciência, com presença, com afeto.
Hoje, eu faria isso. E amanhã voltaria no tempo para não deixar nunca de fazer.
Você ainda vive em mim, mesmo que a gente tenha se perdido pelo caminho. Não te escrevo com mágoa, te escrevo com ternura. Às vezes o amor não morre, ele só muda de canto. E o meu ainda canta baixinho aqui dentro, esperando a hora de se calar ou de ser ouvido de novo.
Com carinho, sempre, Dudu
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Ainda não consegui assimilar que o tempo passou. É estranho, como se minha alma tivesse se distraído por um instante, e quando voltou a olhar em volta, a vida já tinha caminhado tanto, me sinto, às vezes, o mesmo jovem de dez anos atrás, com o mesmo olhar curioso, o mesmo coração que acredita no amor, ainda que com mais cicatrizes.
O que mudou não foi quem sou, mas os pesos que agora carrego, traumas que não me quebraram, me moldaram, medos que não me paralisam, me tornaram mais atento, mais forte. Aprendi a reconhecer a sombra sem deixar que ela apague a luz em mim.
O mundo anda estranho… anda frio, anda seco de afeto, às vezes me pergunto se estou me tornando parte disso, se a frieza do mundo está tocando meus ombros também. Não sei se sou o homem que deveria ser, mas sei que estou no caminho.
E se o caminho é longo e incerto, ainda assim eu o escolheria de novo, cada dor, cada tropeço, cada amor perdido tudo valeu, porque cada um deles me ensinou algo sagrado: que viver, mesmo que doa, é melhor do que passar pela vida anestesiado e eu não vim ao mundo para ser menos do que inteiro.
Hoje, aos 34, abraço tudo o que fui e tudo o que não consegui ser, desejo, de olhos fechados e alma aberta, que os próximos anos não levem de mim a ternura.
Que o homem que estou me tornando não se esqueça do menino que acreditava em finais felizes e que, apesar de tudo, que o amor ainda me encontre ou que eu reencontre o amor dentro de mim. Porque se a vida é esse sopro, eu quero soprar com ela, com coragem, poesia e verdade.
E que a criança que fui, sonhadora, leve, cheia de esperança, continue me acompanhando, mesmo quando eu estiver velho, porque é nela que reside minha fé na vida. É ela que me lembra por que vale a pena continuar.
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Eu sonhei contigo, bateu saudade e resolvi escrever...
Saudade é uma palavra que aprendi a carregar com você, uma saudade que não dói, mas que ainda pulsa, como se o eco da sua presença vivesse dentro de mim, mesmo sem forma, sem nome, sem corpo.
Nos distanciamos e eu sinto muito a sinto sua falta, falta do jeito como você fazia o tempo parecer mais leve, falta do sorriso que trazia consigo, de uma calma que eu não sabia que precisava, falta da leveza com que você vivia a vida, como se a gravidade fosse opcional.
Você apareceu como quem chega sem aviso, como uma estrela cadente na noite mais linda, com uma luz que me fez parar pra olhar e ficar hipnotizado. Eu, que já havia aprendido a caminhar por estradas solitárias, senti sua presença como um sopro de ar fresco, como se fosse possível respirar de novo, de uma forma mais cheia de vida.
Você não foi, de fato, uma parte permanente da minha jornada, mas foi essencial enquanto esteve aqui, foi o pedaço de céu que me fez olhar pro alto e me lembrar do que é ser livre, de como se sente o coração quando se permite sentir com a intensidade de quem não teme o agora.
E a saudade que ficou, é mais do que a ausência, é a lembrança de tudo o que você me trouxe, sem prometer nada em troca. Você me fez ver a beleza no simples, me fez entender o que é querer alguém sem pedir que essa pessoa mude.
Você me deu um toque de leveza que, mesmo sem querer, ficou. E enquanto você segue o seu caminho, eu sigo o meu. A saudade que sinto por você não é como uma ferida aberta, mas uma cicatriz bonita, visível, sim, mas que me lembra do que foi bom.
Me lembra do brilho que você trouxe, da energia que você deixou e em algum lugar dentro de mim, sei que essa luz que você foi nunca vai se apagar. Você, que foi estrela cadente no meu céu, ainda é, de alguma forma, a luz que ilumina parte de mim, que me faz seguir acreditando que o amor, em sua forma mais pura, não precisa de permanência, só de verdade.
E aqui, na saudade que você deixou, sigo caminhando e sigo lembrando que, por mais que a estrada seja solitária, havia algo de muito verdadeiro no que foi vivido e isso, ninguém tira de mim.
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Se você sentir que é pra você… então é.
Tem noites em que o silêncio fala mais alto que todas as palavras e é nesse silêncio que você me visita sem saber. Surge como lembrança boa, como aquela saudade que não dói… mas aperta.
Penso em você todos os dias, não como quem se prende ao passado, mas como quem ainda guarda uma janela aberta pro destino voltar, como quem ainda acredita que certos sentimentos nascem uma vez só… e vivem pra sempre.
Tem algo seu em mim que nunca partiu, um gesto, um riso, um instante, algo que ficou e que insiste em florescer mesmo sem cuidados, mesmo sem presença.
Se por acaso você sentir um arrepio inesperado, um pensamento meu invadindo o seu ou uma vontade de voltar pra algum lugar que nunca teve nome, entenda: é o meu coração chamando o seu.
Não quero respostas, não peço promessas, só deixo aqui esse sussurro: Se ainda existir um lugar pra mim no teu mundo, me encontra. Nem que seja no tempo certo, nem que seja no silêncio de um olhar.
Com todo o meu amor e que o eco da minha saudade te encontre, te abrace e te chame de volta. ❤️
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Oi,
O tempo passou, eu sei. A vida andou, e você também. Mas tem dias — muitos, na verdade — em que ainda sinto tudo como se fosse ontem. O som da sua risada, as conversas até tarde, os silêncios que não precisavam de explicação. Foram bons anos, e em algum lugar no meio disso, sem pedir permissão, meu coração decidiu te amar.
Nunca te culpei por não ter sentido o mesmo. A gente não escolhe de quem gosta, né? Eu só… fiquei. Fiquei com o sentimento, com a lembrança, com esse vazio estranho que sua ausência deixou. Porque desde que você seguiu, desde que nossos caminhos se desencontraram, o mundo perdeu um pouco da cor que você trazia sem nem perceber.
Tem dias que são mais cinzas. Dias em que a saudade aperta tanto que quase consigo te ver de novo. Seu jeito debochado, seu perfume, suas teorias sobre a vida, seu jeito de me ouvir como se o que eu dizia tivesse mesmo importância. É louco como sua presença ainda mora aqui, mesmo depois de tanto tempo sem te ver.
O que sinto por você nunca foi leve. Foi bonito, sim, mas também doído. Um amor que nasceu na amizade, cresceu no silêncio e ficou — mesmo depois de tudo. Fiquei preso entre a esperança de te ter de volta e a realidade que me lembra todos os dias que você já seguiu. Que a vida, pra você, tomou outro rumo.
Mas se tem uma coisa que ainda me sustenta, é lembrar daqueles pequenos momentos em que éramos só nós dois. Aqueles instantes em que eu esquecia o mundo só de te ouvir falar.
Hoje, escrevo mais pra mim do que pra você. Pra aliviar esse peso de sentir tanto e guardar tudo. Pra dizer, de algum jeito, que te amar — mesmo sem resposta — me transformou. E que, mesmo longe, mesmo em silêncio, você ainda é uma das partes mais bonitas da minha história.
s2
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Carta ao viajante das águas.
Há laços que não conhecem o tempo. Permanecem, silenciosos, como a brisa que move as folhas à noite ou como as estrelas que se espelham nas águas calmas.
E há lembranças que, mesmo quando a mente se esquece, o coração reconhece.
Em algum ponto antigo da existência, dois caminhos se cruzaram sob um céu salpicado de luz. Um trazia consigo o conhecimento da terra, o outro, o mistério das águas. Um ensinava a permanecer, o outro, a partir. E ali, ao lado de um lago que hoje talvez nem exista mais, promessas foram feitas não em voz alta, mas na linguagem que só as almas entendem.
O tempo, caprichoso, separou esses destinos e os lançou em novas vidas, novos rostos, outras terras. Mas a saudade atravessou os séculos, embutida em sonhos estranhos, em lembranças que não pertencem a esta era, em nomes que surgem sem motivo e em olhos que fazem o coração se deter por um instante a mais.
Há admiração por aquela força antiga. Por quem navegava sem mapa, desafiando os limites impostos pelas margens. Por quem não temia os abismos e, ainda assim, encontrava tempo para sentar-se à beira da água e ouvir as histórias do céu.
Resta o desejo profundo de reencontrar aquele instante, de sentir novamente o eco das promessas antigas. De resgatar o que foi e, quem sabe, permitir que exista outra vez.
Nem que seja em sonho. Nem que seja no silêncio.
E se, por acaso, alguém escutar essas palavras, que saiba: nem todas as saudades são desta vida. Algumas carregam a poeira das eras e o perfume das flores que já não existem mais. Mas que, em algum lugar, ainda esperam florescer.
Sob as estrelas antigas, Elan-Dur .
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