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elisdosanjos · 10 years
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Lei do silêncio
Desde que a Copa do mundo começou, o clube em frente a minha casa  hospeda um grupo de muitos Argentinos (depois do número 10 resolvi parar de contar, mas nem precisariam muitos, 2 deles já fazem barulho suficiente). Na frente do que eles chamam de "alojamento", uma bandeira que diz: " Las Malvinas son Argentinas. Prohibido olvidar."
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Trailers Argentinos parados na Orla do Leme - RJ.
Para quem não sabe da "guerra", as Ilhas Malvinas ou Falkland (para os ingleses) correspondem hoje a um território britânico localizado próximo a costa da Argentina, que reivindica soberania sobre a região. Guerra de vozes e silêncios.
Voltando a Lei do Silêncio: desde que chegaram, a partir das 23 horas, os nossos novos vizinhos começam o batuque argentino. No, no tengo nada contra el ritmo argentino. Tengo todo contra el sonido en nuestro oído hasta las 5:30 de la mañana, cuando para nosotros no es día festivo, ni vacaciones. Tenemos todos que trabajar a las 7:00 del día siguiente. Además: eu quero dormir, e tenho direito ao silêncio!
Não bastassem as bombas "cabeça de nego" que são jogadas durante o dia, detonando a paz da região, os nossos ouvidos e o da minha avó de 83 anos e fazendo meus filhotes de poodle babarem de medo, temos que curtir durante toda a Copa Nights Argentinas, sem nem sequer estar em Buenos Aires. Lei do silêncio, quem se importa?
Por falar em silêncio, esta é mesmo uma palavra complicada de se entender, principalmente sobre quando e quanto usar.
É Copa, por que fazer barulho, se não o de buzinas festivas? Que palhaçada é essa de protesto em plena Copa, se ficamos em silêncio até agora. Pois então, continuemos nesse estado de inércia. Afinal, o silêncio não foi feito para ser quebrado!
Os Argentinos quebram meu silêncio todas as noites durante a Copa. O méxico lança o silêncio Argentino ao quebrar o silêncio dos cabrones: "Messi! Messi! Méssicuuuuuu!!!"
Aproveitando os dias de "folga", pelo menos as várias horas de jogo do Brasil nesse mês de junho, resolvi quebrar o silêncio das minhas caixas guardadas e me livrar de boa parte dessas antiguidades da minha vida, para dar espaço a novos sons. No meio de tanta falação, uma delas me gritou. Encontrei uma prova de religião da minha irmã, na 7ª ou 8ª série (atuais 8º e 9º anos). Estudávamos num colégio católico. O conteúdo da prova: questão 1 - fale de sua mãe, questão 2 - fale de seu pai. A questão 1 vinha acompanhada de uma linda dissertação, cheia de belas palavras e trocas de emoção, amor e elogio, do tamanho do coração de mãe. A segunda questão dizia mais ou menos assim: " Não gosto de falar do meu pai. Ele não valoriza a família dele, não cuida da gente. .... Eu não gosto dele, e não quero falar mais nada." Ponto. E silêncio. Silêncio por parte da minha irmã, que durante anos guardou essa dor, silêncio maior e inexplicável de uma professora que vê uma redação como essa e continua calada. 
Às vezes é melhor silenciar, porque a continuidade pode gerar um barulho estridente. Encontrei nesse blog uma forma de calar o silêncio, e soltá-lo também. Deveria haver uma fórmula de pode não pode prevalecer o silêncio, bem simples de entender e cantar como um funk. Minha irmã hoje canta outra redação, e o Fuleco calou-se, a Argentina ainda espera inibir o silêncio de muitos brasileiros; eu, vou ficar em silêncio, porque o jogo vai começar. 
A Lei do Silêncio é nossa. Prohibido olvidar.
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elisdosanjos · 10 years
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Ricardo Leite, Design e Valor.
Nas últimas duas semanas tive aulas no MBA sobre o capítulo de Identidade Visual, na grande jornada do Branding. Aliás, esse é um bom tema para um post: Identidade Visual não é Branding, é apenas uma parte do processo de Branding.
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Turma MBA em Branding Innovation | Rio Branco
A frente, Ricardo Leite, sócio fundador da Crama, que mesmo com uma agência grande e super reconhecida; assim como a maioria dos amantes da profissão, está mais preocupado em fazer um bom projeto do que ganhar dinheiro.
Com o perdão da palavra: aula FODA.
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Ricardo Leite e suas poses
Além de conhecermos de perto a Crama e toda a história por trás do caso Rio 450 anos, onde a empresa ganhou o concurso e nos brindou com uma marca super interativa, – veja o case completo aqui e crie sua marca aqui - Ricardo Leite, é sobretudo uma pessoa preocupada em passar conhecimento, aberto a todos os diálogos e dúvidas que você tiver e de longe o professor que mais abriu o jogo até hoje.
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  A minha versão da marca Rio 450
Quando falo sobre abrir o jogo estou falando de valores (em espécie). Não me lembro de um designer, professor ou agência que tenha feito isso, exposto claramente quanto custa um projeto. E puxa! Se tivéssemos todos um Ricardo Leite desde o início da faculdade, saberíamos bem quanto cobrar, porque cresceríamos entendendo quanto se cobra por aí, independente de saber calcular ou não o seu valor hora (o que é muito importante também).
Existe todo um misticismo do “Não posso contar quanto cobrei pelo projeto” ou “Não posso dizer quem pagou por esse projeto” inclusive entre colegas que se formam com a gente, e que logo após a universidade, fazem valer bem o ditado: amigos amigos, negócios a parte, em todos os seus sentidos. Tomar um chopp e comentar sobre valores pode fazer até a galera se engasgar.
Não estou falando de divulgar na página da sua empresa: Identidade R$2.000,00; logo: R$200,00 (tem para todo gosto!) ou qualquer coisa do tipo, até porque cada projeto requer uma dedicação diferente, um processo único, uma pesquisa exclusiva. Estou falando de valor. A não ser que a pessoa não tenha realmente condições, ninguém troca um médico querido e de confiança, cujo valor da consulta é R$300,00, por outro, do qual nunca se ouviu falar, porque a consulta dele é R$50,00. Assim temos que antes, nós, designers, construir o valor do nosso trabalho (nesse caso, não em espécie). O valor do Design não está em quanto se cobra, mas em quanto se dá. 
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Eu e o mestre Ricardo Leite
Elis Anjos, da Criamia.
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elisdosanjos · 10 years
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E que não caibam palavras no intervalo de um abraço.
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elisdosanjos · 10 years
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Copy, are you right? Sobre plágio e prepotência.
Nada se cria, tudo se copia.
A bem da verdade, temos visto uma série de projetos considerados cópias e que são realmente cópias “cuspidas e descaradas” de projetos de colegas, designers, agências, artistas, que tem o trabalho de estudar e desenvolver algo extremamente conceituado, bonito e relevante.
Mas cuidado, nem tudo é copia. Num mundo globalizado, onde o acesso a informação é cada vez maior, alguns criativos tendem a achar que todos tem a obrigação de ver tudo, a todo momento e de todo o mundo. Então, lança-se uma marca no Brasil, e vem alguém do interior de uma cidadezinha do outro lado do mundo, de uma outra área de atuação, sem conexão com a internet, reclamar de plágio. É mesmo plágio?
Sim, o plágio é uma realidade. A pesquisa deve ser feita e muito bem feita. Também por isso, caros clientes, um bom projeto de Branding demora tanto tempo para ficar na sua boa e completa forma final. Mas vamos ao que me levou a escrever o post de hoje: o que não é plágio.
No início do ano lançamos uma marca na Criamia para uma revista conceituada no mercado, e fomos acusados de plágio por uma pessoa que ao invés de vir primeiramente tentar conversar com a equipe que desenvolveu a ideia, foi diretamente ao nosso cliente, de maneira maldosa, tentar deturpar nossa imagem. Uma lástima. Deixou para fazer isso exatamente no lançamento da marca. #prepotencia
Tenho um grande amigo que diz, "saquinhos de pedra, se você carrega, só quem sente o peso é você."
Hoje, duas grandes agências que admiro muito postaram histórias bem parecidas, uma com um final também #prepotencia e outra #elegancia. Isso me fez parar e escrever.
Primeiro, a Isabela Rodrigues, uma ex-chefe querida, atual dona de uma agência super conceituada e com um trabalho muito “hermoso” (em todas os idiomas), que já foi várias vezes plagiada, foi acusada de plagiar a palavra “ xodó”. Faz-me rir.
Vide (o plágio).
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Eu cheguei a procurar onde estava o plágio da acusação. Para espanto de todos, fazia referência ao texto colocado na publicação do projeto: "Nosso mais novo xodó". Enfim, a agência que acusou de plágio tão abertamente o Sweet Branding Studio, teve seus 15 minutos de fama. E antes, deveria pagar direitos autorais também ao Luiz Gonzaga. #prepotencia
Mais tarde, uns queridos da LifeBrand, do Espírito Santo, postam uma nota dizendo que não vão processar a agência nem a empresa dos Correios, por terem feito uma marca, nesse caso sim, muito igual a desenvolvida pela LifeBrand em 2013 para uma Distribuidora (e postada no mesmo ano). Isso porque, como eles mesmo disseram: seta, todo mundo usa. #elegancia
Veja aqui o projeto completo da LifeBrand.
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Veja a Nota sobre o caso da Life Brand aqui.
Há alguns anos um cliente meu veio contar que começaram a copiar o produto dele no camelô e perguntou o que fazer. O que fazer além de vibrar? Esse cara é tão bom, que querem cópias mais baratas do seus produtos, porque todo mundo quer ter. Mas a dica é, registre, o que for preciso e possível: INPI está aí para isso.
Quando eu era estudante, cansei de olhar projetos lindos e pensar: “putz, copiou a minha ideia!” Mas na minha humilde posição de estudante, também pensava: "porque eles precisariam copiar uma ideia se possuem tantos projetos maravilhosos?"
Uma vez, em uma TED Talk, Rafael Clemente, fundador da Elogroup, usou sábias palavras ao dizer que para “crescer na vida”, todo mundo precisava ser um pouco Prepotente. Mas que essa Prepotência tem que ser Saudável.
Quando buscamos prepotência no dicionário encontramos:
1.“Poder superior” 2. “Abuso do poder ou da autoridade.”
Certamente Rafael fazia referência ao poder superior, a energia que nos faz acreditar que podemos, com nosso próprio esforço e dedicação, chegar lá.
Sem essa de usar o item 2 do significado da palavra prepotência. Sem plágio galera.
E mais humildade por favor.
Elis Anjos, da Criamia.
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elisdosanjos · 10 years
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Um dia você descobre que arte é coisa de pele. 
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elisdosanjos · 10 years
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Quantos milhões foram gastos na nova marca do Correio?
E qual será a forma de entrega que o brasileiro na foto escolherá: PAC ou SEDEX?
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