elkermit
elkermit
tristezopédia
154 posts
autoanálise, pensamentos, vontades, lembranças
Don't wanna be here? Send us removal request.
elkermit · 3 days ago
Text
tentando reparar nas emoções que rondam meu coração e minha mente durante o dia
0 notes
elkermit · 10 days ago
Text
tenho muita curiosidade, sobre as coisas, sobre as pessoas, mas também sei o quanto eu fico apático quando sou dominado pelo meu espírito do desinteresse. coisas que terei que elaborar com calma aqui, mas morro de medo do meu isolamento e egoísmo tirarem de mim essa vontade de conhecer o mundo.
0 notes
elkermit · 3 months ago
Text
por aqui às vezes sinto saudade de ver o céu. pensar e ver as nuvens, imaginar e recriar suas formas, fazendo associações aleatórias como sempre fui de fazer. é que acho que me acostumei rapidamente a não olhar pra cima, talvez seja por causa das ruas movimentadas de carros e motos passageiras em alta velocidade dispostas a furar todos os sinais possíveis das redondezas da afonso pena, decidi que não quero morrer por agora, e nesse bairro tenho outros desafios pra impedir essa tragedia. talvez o meu não ver esteja mais relacionado a pequenez das brechas nada apetitosas dos concretos que tapam qualquer vista. tem muito prédio, prédio pra caralho, e árvores, e árvores básicas que parecem não refrescar as ruas, mas criam sombras charmosas e uma escuridão quase sólida. não é como se eu não tivesse a possibilidade de ver alguma parte do céu, tem uma rua aqui que até dá pra ver o cristo, mas se eu precisasse olhar para o alto com mais frequência e quisesse encontrar essa imensidão, precisaria andar bem mais, não seriam as ruas do meu cotidiano. ah, e não é como se eu não testasse caminhos diferentes, sempre tento, só que é difícil encontrar como sair deles, se você entrar numa rua errada, já era, mesmo com esses contratempos que consomem às vezes tempo demais, me permito conhecer novos espaço nesse espaço não tão novo. então assim meus olhos encontram as portarias e as paredes com mais facilidade, reparo em cada lote, retângulo, cor, estrutura, seus ferros e câmeras, seus andares com e sem varandas, suas janelas e muros, consigo decorar o endereço de algumas casas bem elegantes e específicas. não me identifico com as pessoas e estilos que me perpassam, quase sempre classifico todos como feios e bregas, mas gosto da vitalidade que percebo em suas existências pelas praças e ruas, trazendo uma presença que talvez não se encontre em outros diversos lugares da zona norte carioca, eles vivem aqui e amam estar aqui, até às vinte e três horas, é claro. sinto como se estivesse realizando a velha vontade de morar em são paulo, mas um pedaço de são paulo que pertence tanto ao rio que se confunde, tão longe e perto do acesso às praias, cinza e pesada ao mesmo tempo que está rodeada de montanhas, que de tão próximas me fazem pensar que estamos ainda mais perto do céu, o que justificaria o calor diferenciado que passamos aqui. o vento que não venta, um sol quase unipresente, rodeada de bares e escolas e em velhos costumes e heranças coloniais que me dão vontade de pesquisar a história desse bairro. como pode, por exemplo, ter uma cachoeira tão perto e ninguém falar disso no dia-a-dia? quase como se estivéssemos em uma realidade paralela, vivemos nossas rotinas dentro de nossos quartos e edifícios e daqui pro centro, pulando de vagão a vagão do metrô ou tentando chamar um uber, talvez mais caro que qualquer um que passe pela avenida brasil. tampouco lembro das estrelas, mas talvez tenha mais a ver com a época do ano, ou sei lá, poderiam elas estar sumindo aos poucos? sinto que quando eu era crianças existiam muitas mais por aí, iluminando e iluminando e talvez só isso mesmo. a lua, agora, descobri que consigo ver às vezes do canto da janela do meu quarto. eu me permiti um sorriso porque não esperava que após começar a escrever sobre o que penso morando na tijuca, inclusive, um texto interrompido e apagado no meu trajeto no ônibus por motivos de sinal fraco do meu 4g que impediu de salvar minhas adições e correções, iria ser presenteado com essa bonita visão, esbarrado na minha cadeira verde quebrada, olhando pra cima e sabendo que ela está ali, sim, não é minha lua preferida, é uma lua cheia mas que brilha tanto que me faz acredita que está ali retribuindo minha vontade de reencontrá-la através do meu mirar.
0 notes
elkermit · 4 months ago
Text
simplesmente não posso confiar em que não fala o que tá sentindo ou não tenta lidar com o que tá acontecendo
0 notes
elkermit · 4 months ago
Text
eu não sei, é uma sensação desesperadora de correspondência excessiva, como se eu não pudesse faltar, como se eu não pudesse escolher por mim, como se existisse sempre uma dependência egoísta e unilateral, que não pende pra mim. eu que tenho que ceder, eu que tenho que pensar, eu que não posso falhar e dever e agora vejo que é por isso que não ter pagado meu cartão de crédito nos últimos meses foi tão libertador, pela primeira vez posso não ligar e não ter a quem temer, nada a perder, nada a ganhar. ter que dar explicações e argumentar porque é o que esperam de mim mas saber que meu falar não é uma moeda de troca. tento entender, tento perguntar, mas quais foram as vezes que realmente buscaram me comunicar o que tanto peço? por que tenho que insistir e pedir? por que não é simplesmente genuíno? por que não posso saber mas tenho que me certificar de que todos estejam sempre atentos e atualizados e me ouvindo quando eu só acredito que tudo tá tão estampado na minha cara que bastaria me perceber ou se interessar, não acusar. e aí nesse final, me surge um medo de estar sendo hipócrita, de estar fazendo a mesma coisa que agora venho criticar, de não me auto-reconhecer nesses erros. seria possível que sou tão louco assim? que me vitimizo e não tenho essa sensibilidade e de que talvez tudo seja uma resposta a minha maneira péssima maneira de agir?
0 notes
elkermit · 4 months ago
Text
pensando um milhão de pensamentos.
primeiro deles: a terapia tem me feito reforçar esse meu momento onde preciso entender o que quero e estar firmado no meu agora, nos meus sentimentos atuais porque senão vou surtar inventando e pensando questões que já passaram ou que não tenho controle. não vou estar vivendo o presente.
segundo: como o as relações que mantenho estão me acrescentando?
tô com preguiça, então volto depois e elaboro essas questões, mas respeitar meu corpo e meu processo têm sido decisões importantes e que quero que estejam na construção do meu Eu de 2025.
0 notes
elkermit · 5 months ago
Text
me mudei pra tijuca e precisamos marcar o quanto isso é MUITO IMPORTANTE
0 notes
elkermit · 6 months ago
Text
falei pra minha psicóloga pela primeira vez que tenho questões com comida, vamos aguardar o desenrolar disso
0 notes
elkermit · 6 months ago
Text
ai, viver é caro, né? é uma questão que tem me assustado todos os dias. ter voltado pra terapia foi sem dúvidas umas das melhores decisões que tomei, pois realmente colapsei depois do término e todas essas novidades de morar sozinho, lidar com a greve estudantil e tentar uma rotina diferente, mas não sei até quando vou poder pagar as consultas. me sinto um pouco ridículo por já pagar um valor abaixo do que minha querida psicóloga, Luciana, cobraria. lembro que durante a pandemia eu também pagava menos que o habitual e inventava que ela não gostava de me atender. ficava constantemente achando que era o paciente chato, que ela fazia caridade, que odiava nossas sessões e não à toa a forma ríspida que ela encerrava as sessões às vezes me fazia acreditar mais nisso. um cenário completamente fora da realidade, mas que colaborou pra eu desistir naquela época além de me sentir muito desconectado com a dinâmica remota e não ter silêncio e privacidade na casa da minha família para poder me abrir e falar tudo que precisava. esse ano, após uma das minhas grandes crises, resolvi procurar ajuda dela por lembrar que o consultório ficava em botafogo e que seria de fácil acesso pra mim. cacei o número dela no google, a partir de um extrato de pagamento, em que redescobri o sobrenome dela que é tão difícil de escrever e pronunciar.
foi muito acolhedor ter chegado no consultório, ver que ela ainda lembrava de mim e sabia algumas coisas essenciais sobre minha vida, essa primeira conversa fez com que eu me sentisse ainda mais confortável. eu precisava de um lugar aconchegante, que tivesse sofá, já que é o móvel que mais sinto falta desde que vim morar na urca, e acima de tudo, um lugar seguro com quem eu pudesse conversar e falar meus pensamentos sem me preocupar com as consequências de externalizá-los. completei quatro vezes desde que recomecei e vejo diferenças: estou mais reflexivo, mais calmo, mais coerente. vejo que a maioria das minhas preocupações envolvem dinheiro, medo de não ter como me sustentar, futuro na faculdade e possível profissão. não recomecei na terapia com questões de autoestima, acho que pelo contrário, tava bem seguro das coisas que gosto e do que sou, apesar de precisar também refletir sobre meu namoro, sobre minha relação com Beto, desabafar sobre nossas incertezas também e tentar entender o que eu estava sentindo. tem sido muito bom, de uma maneira que jamais eu podia imaginar. é legal ouvir as coisas que falo e perceber que eu estou super exagerando, ou ganhar a noção de outras concepções que carrego quando opino sobre qualquer situação para ela, no geral, é ótimo receber feedbacks. um desses que me marcou foi quando ela disse que me achava bastante coerente, quando me fez rir ao insinuar que eu voltaria a namorar na semana seguinte, fez perceber que sou inteligente e que não estou perdido ou estagnado, que estou tentando fazer planos possíveis com minhas atuais condições, me incentiva a continuar na faculdade e com certeza quer me ajudar a criar uma rotina que seja benéfica para minha produção. estamos sempre rindo e ela realmente traz perspectivas que tenho gostado.
estamos criando intimidade aos poucos, mas ainda não consegui contar minhas questões com comida e principalmente minha questão com remédios, as três overdoses, não consigo aprofundar assuntos relacionados ao uso de drogas. fico muitas vezes com vergonha e tenho medo do que ela pode achar de mim. sei que é bobeira, afinal independente do julgamento que vier, quando ela me aconselhou a parar com vape, por exemplo, sei que são coisas que fazem mal mesmo e talvez fosse errado ela omitir sugestões contrárias a essa prática. por muitas vezes tenha essa impressão que estamos conversando coisas que não possuem soluções ou que são óbvias, como o motivo do meu diálogo com minha família ser difícil por eles não estarem inseridos nos mesmos ambientes que eu e não serem meu público alvo.
como escrevi ali em cima, não sei até quando vou poder pagar as sessões. combinamos de diminuir o valor por um tempo, pois decidi me mudar, meu aluguel vai ser um pouco mais caro, meu tio que tem pagado e isso já me incomoda bastante, estou sobrevivendo com pouco dinheiro e terei que comprar uma cama, lençóis e coisinhas pra casa mesmo. não queria parar com a terapia agora, sinto que realmente tô mais tranquilo e melhor, mas tenho esse medo de ficar sem dinheiro pra coisas essenciais como comida. uma das coisas que quero modificar no meu cotidiano é justamente meu investimento de tempo e dinheiro em alimentação, mas se eu não tiver grana talvez eu continue com os velhos hábitos de me saciar com biscoito ou salgado. enfim, acho que terei que escolher viver um dia de cada vez, torcer pra surgir novas oportunidades de ganhar dinheiro e aproveitar cada sessão como se fosse a última, pensar no momento e fazer o melhor que posso com as ferramentas que tenho.
0 notes
elkermit · 7 months ago
Text
penso muito no quanto rejeito minha família desde que minha psicóloga me fez perceber isso. não queria que fosse assim, e simplesmente não sei como começou. perceber minhas questões nesses últimos meses tem sido complicado exatamente por isso: me sinto ingrato por pessoas que fazem tudo por mim, que até me sustentam ultimamente. desde quando comecei a viver sozinho, e a beber e usar drogas, a entender que gosto muito dessa vida boêmia, que isso faz parte da minha rotina, que é algo que adquiri e me vejo mantendo, não consigo entender o contato com meus familiares permanecendo ao longo do tempo. lembro que desde adolescente não imaginava ninguém me visitando, conhecendo meus amigos, e depois que comecei a viver uma vida rio x baixada fluminense isso intensificou de uma forma tão bizarra. e se cumpriu. minha família não me conhece, não sabe quase nada sobre mim e isso vai me atormentar pra sempre. tento ser tão sincero e companheiro com pessoas que conheci sem ter ligação alguma de passado ou sangue, mas pra minha mãe, minha avó, meu avô, meu tioavô, vivo mentindo, omitindo, mantendo o silêncio, logo eu que não calo a boca. tem sido assim, tá sendo assim e vai ser assim.
0 notes
elkermit · 7 months ago
Text
apesar da urca ser um dos bairros mais bolsonaristas da zona sul do rio, se não for o mais, tenho notado uma particularidade muito gostosa em viver aqui: as pessoas são muito simpáticas e estão sempre sorrindo. é bem natural alguém passar andando ou correndo e reparar no outro, dizer um bom dia, por exemplo, eu acabo de dividir o caminho com um cara feliz, andando de bike, que me desejou essa positividade. tem algo realmente mágico em viver aqui, algo além da bela vista pra baía de guanabara, cristo redentor, pedra da gávea e outras montanhas.
quando me mudei e perguntei pra Manu como era viver na urca e ela me respondeu que era uma vontade de não deixar aquilo ser cotidiano, se sentir maravilhada por estar ali todo dia como se fosse o primeiro. talvez uma visão muito idealizada da vida por ela ser de outro estado, um encantamento talvez inalcançável para qualquer carioca. mas desde esse dia eu fico tentando encontrar maneiras de não me acostumar, de realmente sentir toda essa especialidade nesse meu tempo aqui.
nos primeiros dias, logo me lembrei das vezes que estive por aqui com minha mãe quando eu era pré adolescente. minha mãe gostava de vir na praia vermelha porque meu irmão era pequeno e é uma das praias mais calmas do rio. nessa época eu queria cursar jornalismo na UFRJ, então sabia que o campus da zona sul era bem próximo da tal praia e que morar por esses lados facilitaria meu trajeto. lembro que via as casas, admirava, tinha realmente vontade de morar aqui e cheguei até a ligar para saber o valor do aluguel de uma que estava com placa de aluga-se. 1400 reais. era bem mais que um salário mínimo da época. então eu começava a criar planos rasos do que eu precisava fazer para estar ali, trabalhar e estudar, supor valores que eu teria que ganhar pra me manter ali, se moraria com alguém ou não, fazendo pesquisas bastante superficiais baseadas em nenhuma fonte, não tinha sequer noção de preço de comida em mercado. o que eu sabia é que concretizar isso estaria longe, um pouco longe, não achava difícil mas provavelmente minhas imaginações dessa possível realidade eram forjadas, não tinham rosto, não tinham cores, eu nem pensava em como era aquela casa por dentro, não possuía informações mais detalhadas, e se eu sabia de algo a mais, desculpa, não me recordo. ok, talvez isso tenha mais a ver com meu problema de não conseguir fantasiar, mas eu só via aquela casa, as janelas e a placa, nada além disso. outra ligação com esse bairro é meu superficial interesse na novela A Gata Comeu, que foi gravada aqui e que além da mureta, também explorava as fachadas do Cassino da Urca/TV Tupi e do restaurante Garota da Urca, que funciona até hoje. essa novela me marca porque era uma das preferidas da minha avó e como reprisou diversas vezes, sei que assisti com ela, muitas vezes deitado em sua cama e adorava a abertura. mais recentemente o canal Viva também reprisou e eu acompanhei por alguns capítulos. recuperar essas memórias me fazia pensar novamente no quanto sinto que minhas experiências estão conectadas, que elas fazem sentidos, e que vir morar aqui de modo tão súbito poderia ser sintomas de um destino ou de realizações espirituais. eu queria, desejei e concretizei, agora sendo outra pessoa, vivendo uma fase diferente e alocado num espaço que também não era como eu esperava, mas que tem me servido e me proporcionado outras maneiras de ser quem sou e me agregado com novas rotinas, contextos e pessoas.
passei por um momento de solidão, de ansiedade e crises após essa onda da novidade acabar. nervoso por dinheiro, impaciente porque não estava acostumado a ouvir meus pensamentos em volume alto e agora era exatamente tudo o que eu tinha, com medo do futuro e tentando entender meu presente e todas as perdas. por mais que eu fizesse atividades diferentes em horários diferentes, não era mais suficiente, e não à toa pensei em voltar pros braços da minha família muitas vezes. não voltei e aparentemente deus me quer por aqui, sei lá até quando, mas cá estou até hoje e tudo cooperou para isso. durante esse quadro ruim, em muitos momentos fiquei infeliz ao ver tanta gente na mureta, bebendo, rindo, se divertindo enquanto eu era apenas um figurante na paisagem. era tanta gente, tantos grupos, casais. pensava o quanto estava longe de ter mais de dois amigos pra chamar para fazer algo parecido, como aquelas cenas eram irreproduzíveis para o meu personagem nesse tempo. e não conseguia esquecer a certeza de que eu seria outra pessoa e estaria aproveitando o bairro verdadeiramente, uma experiência mais leve e ainda mais boêmia se eu tivesse tido o privilégio de me mudar uns anos antes. a certeza de que ter ou não ter dinheiro não mudaria aquele cenário, pois eu não estaria como eles de jeito nenhum porque meu problema era a solidão. então aceitei que não sou como a Manu, não consegui não acostumar, não vivia plenamente a urca e tampouco me encontrava em êxtase com o que via, afinal, muitas vezes já cheguei em casa sem sorrir, sem olhar para os lados, quase esquecendo a paisagem, não andava saltitando, tive dias que sequer saia do quarto, e já havia entendido que em questão de entretenimento esse bairro não tinha quase nada para oferecer. é tão residencial que não existem muitos estabelecimentos e os poucos que funcionam fecham, com sorte, às 23h, e o terrível preço da cerveja e do cigarro, sempre de três a cinco reais a mais que em botafogo. sempre fui mais fã de concretos e prédios a árvores e mar, então era natural que eu me desligasse do privilégio imagético. assumi que estar na urca significava apenas duas coisas: a localização perto de botafogo e longe da casa da minha família.
essa questão não voltou a permear meus pensamentos até ontem, quando percebi o quanto eu tava errado em sustentar essa ideia de que não tenho aproveitado minha moradia. o simples ato de comprar uma coca cola, um kit kat e comer andando, minhas caminhas pela mureta, as vezes que andei de bike de dia ou de noite… tive tantas conversas na mureta, já tive trocas tao lindas com tantas pessoas, já chorei, já entrei em desespero, ligações que só me sinto seguro em fazer sentado lá ou andando pela calçada, minhas caminhadas pela trilha claudinho coutinho, os momentos de romance e lágrimas que vivi com meu ex, os momentos excitante e quase sexuais com ele também, minha amizade com a luana e com a marcella que também provém de momentos ali, as pessoas que marquei de encontrar e conhecer, as coisas que já ouvi de quem não sei o nome, as cervejas que tomei, os cigarros que fumei, os pensamentos que tive, as rezas, as orações, os dias que tentei decorar o nome dos barcos, saindo de casa cedo ou chegando em casa de madrugada, são tantas histórias e momentos em tão pouco tempo, ou seja, eu vivo a urca, sim. do meu jeito eu a absorvo. aprendi a ficar sozinho graças a essa oportunidade de morar aqui. essa semana tive tempo e chance de ir numas das ruas que eu nunca havia entrado e imaginava ser bem menor e sem saída: descobri q ela roda o bairro todo e termina na área militar, que costumo chamar de final da urca, e de fato não há nada depois, como uma ilha, a beirada da terra talvez (rindo). vi tantas casas diferentes e passar por essa experiência sozinho também diz o quanto é agradável poder sentir tudo isso e me sentir seguro, e tem a ver com esse habitat. na minha fase boa ou na minha fase ruim, eu faço escolhas diárias diferentes e talvez esse seja meu modo de não acostumar (com a vida)
0 notes
elkermit · 8 months ago
Text
pra pensar nessa frase aqui
quanto mais velho a gente fica mais a gente sente falta de quem conhecia a gente quando a gente era criança
0 notes
elkermit · 8 months ago
Text
fui com a luana beber em botafogo e acabei esbarrando com o beto no bar calma. foi tão inesperado que nem fiquei nervoso, abracei ele rapidamente e disse “Oi”, ainda processando o encontro. amanhã vai fazer uma semana que tive um rolê com ele, uma semana que tivemos um dia incrível juntos e não só transamos como também dormimos juntos. esse final de semana de casal me fez enxergar um lado inseguro do Roberto que eu jamais havia notado, me fez acreditar no nosso amor, na nossa química e ver o quanto eu sou apaixonado por ele. mas confesso que não sei bem explicar o que senti hoje quando o vi. assim que chegamos no bar, demos de cara com o Regis, que é um menino que tem mantido contato com ele desde o nosso término e eu sei que além de ser um parceiro de festa provavelmente é alguém que ele se envolve regularmente. me incomodou saber que eles estavam no mesmo espaço, compartilhando as mesmas pessoas e assuntos. me incomoda não saber, e é um incomodo que vai além do ciúme, porque sinto que esse cara não tem nada a ver com o que conheço do Beto, além de achar ele muito feio e sem graça. fico agora pensando que tipo de relação eles têm, se o Beto tá apaixonado ou apenas vivendo, saindo de casa e aproveitando oportunidades, e inevitavelmente fico me comparando, pensando se existe algum tipo de hierarquia, questionando se ainda há amor. conversamos alguns dias depois da transa e ele disse que tava sendo difícil lidar com essa nova fase da gente separado-ficando, mas que ele estava gostando do que estava sentindo. enfim, apenas não sei o que sentir, mas sei que não tenho o que fazer, não tenho atitudes pra tomar, devo apenas esperar como já tenho feito em todas as áreas da minha vida.
0 notes
elkermit · 8 months ago
Text
comecei a ir na igreja católica aqui da urca faz umas semanas e estou achando uma experiência bastante interessante. pra ser mais exato, ontem foi a terceira missa que compareci. gosto da forma como o padre fala coisas simples de uma forma tão poética, tão bonita, tão cheia de significados por trás. tenho ido toda segunda-feira, então as missas são mais curtas e são meio que dedicadas aos mortos, pelo que a Beatruxa me disse. de fato faz sentido porque no final ele sempre cita pessoas que estão enfermas ou que morreram naquela semana. gosto da quantidade de gente idosa que tenho visto: de aproximadamente trinta pessoas, sou o mais jovem, então me destaco ao mesmo tempo que sou super irrelevante. gosto do silêncio que encontro lá, gosto de poder conversar com o universo sem aquele barulho que ouvia na igreja batista, quase como um espetáculo, uma poluição às vezes visual além de sonora. na igreja católica tenho conseguido me desligar mais facilmente das orações do padre, principalmente quando ele usa a palavra “pecado”, que não acredito que exista, por exemplo, e foco em expressar as coisas que meu coração sente, fazer meus próprios pedidos e agradecimentos independente do que ele esteja dizendo no fundo. não tenho interesse nenhum em aprender os códigos, as respostas que devemos dar quando ele recita alguma coisa, mas amo rezar o “pai nosso”. ao mesmo tempo que me incomoda toda essa robotização de sentar e levantar, e alguns diálogos que fazem tudo parecer ainda mais teatral, tenho sentido uma imensa paz. talvez porque sempre tive essa louca inclinação em querer ser católico? sim, talvez. e tudo bem, né? sei que se trata de um novo momento onde direciono minha rotina pra onde eu percebo que quero verdadeiramente, minhas vida no geral, por mais que o controle a mim não pertença. quero me ocupar com isso? simplesmente vou e faço. não à toa tenho passado mais tempo em silêncio e saindo sozinho com mais frequência, obviamente desde que a Xamanista Tarot aconselhou que nós leoninos buscássemos proteção espiritual. confesso que tudo isso de voltar a pisar num teto conceitualmente sagrado tem a grande magia e ironia de me sentir a fleabag durante a segunda temporada, com toda a temática religiosa se opondo aos comportamentos e reflexões da própria personagem. talvez seja uma fase onde volto a me identificar com ela de uma forma mais madura, ou talvez de uma forma idêntica a qual sempre me identifiquei mas com a sensação de que estou em outro momento da vida. sei que vou continuar frequentando sempre que eu conseguir chegar antes do fim. OBS: objetivo - descobrir o nome do padre.
0 notes
elkermit · 9 months ago
Text
pensando em sentimentos que deixaram de fazer parte da minha rotina desde que eu comecei a morar com o beto, como a dinâmica mudou, como não tenho mais as brigas de convivência com minha família. deixei de gastar tempo com as bobeiras do cotidiano, lidar com o mau humor dos outros, os gritos desnecessários e ganhar o silêncio, a tranquilidade de fazer as coisas no meu tempo e ter tempo pra fazer o que eu quiser, mesmo que eu não use esse tempo de forma capitalistamente produtiva. por outro lado, o silêncio também abre espaço pras minhas próprias questões. é mais tempo comigo mesmo descobrindo como funciono e como não funciono, é mais tempo livre pra ter noias e deixar a ansiedade vencer. não sei o que realmente tiro de bom nisso, mas conheço minha mente e sei o quanto sou bom em criar novos problemas.
0 notes
elkermit · 9 months ago
Text
o tempo não vai curar nada se você continuar não expondo o que você pensa
0 notes
elkermit · 9 months ago
Text
o que será que vou conversar com minha psicóloga amanhã?
0 notes