A ARTE DE QUANDO PROCURO ME ENCONTRAREis um encontro comigo: minha -tímida- coletânea de predileções e autoexpressão criativa, aqui, compartilhada.
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Perguntemos a um agricultor se tudo brota o tempo todo e ele nos falará de entressafra, praga, geada, sol tórrido, semeadura, perda inteira de colheita, etc.
Mas, nós queremos só dar certo o tempo todo, só a colheita, só colher coisas boas... Perder um amor? Perder um emprego? Perder a saúde? Ser traído? Não passar no concurso? A resposta é uma só: não! Mas por que?
Porque nós sofremos de ESPECIALISMO! Tudo pode acontecer ao outro. A nós? Não... é um chororô! Um tal de “eu não mereço isso..”, “ por que comigo?”, “o que eu fiz a Deus?”... NADA! NADINHA! VOCÊ SÓ É HUMANO COMO TODOS! SOMENTE ISSO! Humano!
Se tivesse entendido que podia passar por qualquer coisa que é do humano, talvez tivesse tratado com mais cuidado do seu emprego, do seu amor,da sua saúde, etc.
Tem mais: não adianta querer tudo de novo, porque se não aprender isso perderá tudo outra vez! Ou alguém já viu um agricultor depois de plantar, largar sua plantação, e em seguida colher algo que preste?
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Somos FECHADOS POR DENTRO ? Ou somos FECHADOS POR FORA?
Se fechados por dentro,temos a chave de nossa Alma,somos “nossa casinha”! Temos a chave de nossos desejos.
Algumas pessoas “receberemos no portão de nossa Alma”, outras entrarão em “nossas salas”, e outras então poderão ir até “nossos jardins”!
Abriremos nossas bocas para dizermos de nossos pensamentos, tão somente.
Mas, se somos fechados por fora, do outro teremos medo, a chave de nossos desejos estará nas mãos de outros! Arrombarão os portões de nossas Almas, roubarão nossas línguas, somente faremos eco aos pensamentos deles.
Que não percamos nossas Chaves!
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A Vida não é como uma gangorra. Não é botar o Outro para baixo, para poder ficar “em alta”. A Vida é como um balanço.
Vamos lá atrás para- por vezes- podermos dar um impulso forte para frente e para cima!
Muitas vezes, contamos com o Outro para nos ajudar nesse impulso...
De outras vezes, somos nós que o empurramos...
E assim, em algum momento todos estaremos lá atrás e em alguns outros momentos lá na frente e lá em cima...
Porém, observem que na Vida -como se fosse um-balanço , mesmo lá atrás estaremos lá em cima, pois para dar o impulso ...só subindo!
Estar para cima não tem a ver com estar para trás.
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Para podermos CRESCER , há um quesito imprescindível : ESQUECER!!
Precisamos esquecer do que nos fizeram de ruim, do que fizemos também a outros.
Precisamos esquecer também do Bem que nos fizeram, pois Bem só precisa de gratidão e não de lembranças/promissórias.
Precisamos esquecer de quem gostaríamos de ter sido e atualizarmos quem somos, como quem troca as fotos de um porta retrato imaginário.
Precisamos esquecer do que esperávamos do outro e procurarmos viver do melhor que o outro pode ser.
Precisamos esquecer das dores e mágoas, porque elas se deram num coração muito menor do que o coração que , hoje, precisa ter crescido junto com nossas experiências.
Precisamos esquecer de quem fomos, para podermos caber em Quem somos e para podermos continuar crescendo em direção ao que pretendemos vir a ser!
Esquecer não é retirar da memória... Esquecer é deixar de lembrar!
Lembrança é um recorte na memória.
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Hoje, pela primeira vez eu chamei B. de MEU AMOR. Foi tão espontâneo que nos espantamos simultaneamente, mas depois o sorriso dele foi se alargando até encostar no meu.
Nunca voltei mais cedo para casa por causa de B., mas hoje eu tive muita vontade de encompridar o nosso tempo juntos: sempre tão descontinuado pela crueldade de um despertador que nos desabraça na hora mais delicada do nosso chamego.
B. nunca foi insistente ou invasivo. B. não quer namorar a poeta, B. me trata como musa e aprecia o que escrevo, ele quer namorar o ser humano inteiro. Ele me olha como pessoa: e nisto percebe todas as minhas fragilidades e as palavras que o meu silêncio mastigou. Conhece minha mandíbula trincada de raiva, minhas infantilidades, o meu ego atuando, e um jeito independente demais que, ele sabe, é pura autodefesa.
B. me desmorona com sua maturidade de chegar junto, de bancar a história, de saber calar quando me altero e de ser assertivo quando se sabe inofensivo. B. não discute, vai embora e volta para me dar tempo de reavaliar minha impetuosidade e de autoanalisar minhas palavras cuspidas. Ele volta quando o meu abraço é sincero, imaculado.
Mas ele faz isso apenas porque nos continuamos sem subtrações. Somos tão lúdicos juntos e o que nos agregamos com a especialidade de cada um é ímpar. Nossa troca é justa, é pura, é deliciosamente nossa. Nosso “estar junto” é um bem-estar único.
Hoje, pela primeira vez, eu chamei B. de MEU AMOR. E, nós sabemos, foi isso que ele se tornou.
Marla de Queiroz
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As minhas entregas são definitivas no agora para sempre hoje. Não me importa o seu medo, teus motivos, tuas fugas. Eu me entorno no que faço, viro a coisa inteira, não tomo a atitude, me torno a própria. Eu não escolhi a minha intensidade, ela veio com muita personalidade e uma quase autonomia. Não pretendo o gozo, busco o Nirvana. Sou flexível ou radical por uma questão de experiência. Eu sobrevivo às frustrações e me responsabilizo pelas minhas desistências. A minha adaptabilidade foi conquistada através de uma profunda reflexão, o que não quer dizer que eu aja por conveniência se não estiver em consonância com a minha essência. Pode parecer arrogância: tantas coisas se parecem com o que não são. Não abrevio minhas emoções, não interrompo meus desejos, sou objetiva nas minhas querências. Não banalizo minhas angústias e sofro como qualquer ser humano por questões tão corriqueiras como rejeição e todas estas coisas que nos fazem olhar para a vida, por um instante, com certo cansaço e desânimo. Mas corro os riscos e banco a minha história, pois a escrevo e reescrevo quantas vezes for preciso.
Por isso, antes de me julgar, faça as pazes contigo.
Marla de Queiroz
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