esbravejadora

[esbravejadora]

beijo no elevador

Depois daquele domingo não paramos de nos falar, você me falou de você, eu falei de mim, falamos de nós. Queríamos mais. Uma semana depois, marcamos de nos ver, era uma terça-feira, nos encontramos no shopping ao lado da faculdade. Conversamos sobre muita coisa. O tempo voou e eu precisa ir embora, mas juro que não queria, ficaria ali uma noite toda te olhando. Pegamos o elevador e ao fechar da porta era só nós dois e o nosso primeiro beijo. Ainda não consigo nomear a sensação, o mundo parou por alguns segundos. A gente se encaixou perfeitamente e eu queria mais de você, mais do teu cheiro, do teu beijo, do teu toque, do teu sorriso, mais da gente. Mais uma vez, torci para que não fosse a última vez.

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Domingo de trilha

Era apenas um dia de aventura, uma trilha muito esperada, seria um momento de reencontro comigo mesma, com a minha solidão. Te vejo de longe dentro do carro, me aproximo, confirmo o destino, partimos. Sentei em um lugar que era ponto cego, fui observando a paisagem, ouvindo os diálogos (inclusive os seus), pensando em como seria subir àquela serra. Chegamos. Na subida, em meio à obstáculos te percebi perto, observando, solicito. Nos separamos, te observava de longe, meio isolado. Me questionei se sentia também a mesma solidão. Chegamos no topo. Uma vista linda, um lugar espiritualizado, sagrado. Aproveitei a vista, fiz um pedido, que nem lembro qual foi. Mas foi na descida que nos aproximamos. Acabei me machucando na trilha, você foi gentil e colocou remédio no machucado. Em outro momento, me estendeu a mão, era uma área perigosa. E já no final, seguimos um longo trajeto conversando sobre amenidades da vida. Bom, já era final da tarde, tínhamos chegado na minha cidade destino, para você ainda havia alguns quilômetros pela frente. Decidi ficar na minha padaria preferida, me despedi sem olhar para trás, mas torcendo para que falasse comigo ou para que, por acaso, voltasse por lá. Sentei lá, perto da janela, esperando você apareceu. E você apareceu. Sorri e fiquei meu desnorteada, acredito que você também, não te convidei para sentar, você parecia estar com pressa, nos despedimos de novo. Fiquei te olhando ir embora, sentindo uma vontade de conversar mais, de saber mais de você. Te dei 'tchau' pela janela e torci para que não tivesse sido a última vez.