Tumgik
estruttura · 4 years
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🏹 | Corvos .
Agosto, 2020.
“Ora, tempo de corvos. Bichanos famintos por atenção; famintos por tropeço; famintos por especulações. Corvos que beijam corações partidos, alimentam-se das fraquezas dos corrompidos pela ilusão.
A cidade está assolada pelo mortal – respira, respira, respira. Acerta alguns, mas só assassina outros. Máscaras escondendo máscaras. Corvos esperam pela humilhação. Que mar de personagens nesse espetáculo! Somos naturalmente levados à esta peça. Os românticos, vão romantizar. Os galanteadores, vão galantear. Os sonhadores, vão sonhar. Os desapegados, vão desapegar. Os ludibriados, vão ser ludibriados.
Triste dor batendo nos corações brilhantes, embora necessitam ser como a lua, sangram tanto quanto as águas do oceano. Existe esse tal futuro de paz? Oh, cheguem lá, queridos. Veremos a realidade escorrendo através das telas. Os corvos amam túmulos dos emocionados.
Gracejos falsos, tola sociedade que engole o momentâneo sem mastigar. Sem uma boa digestão, cospe tudo pra fora. Os corvos poderiam gargalhar. Quem está sentado na cadeira da inocência?
Diga, sim. Os corvos.
Meros corvos, negros como o céu solitário.
Corvos temidos, ninguém mexe com eles.
Corvos bicando cicatrizes.
Corvos, simplesmente, corvos.”
...
📸 Rodrigo Sousa
✍️ Luana Da Silva
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