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excentricidadebanal · 4 months ago
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Artur Timóteo da Costa, O dia seguinte, 1913
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excentricidadebanal · 11 months ago
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Parallaxis de Vicente de Mello
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Fotolivros dentro de um fotolivro �� a proposta do paulistano Vicente de Mello ao reunir 14 séries de suas fotografias, apresentadas desde 1992, em uma única publicação.  Parallaxis ( Cosac Naify, 2014) é uma obra múltipla onde o fot��grafo incorpora diferentes posturas diante da imagem, bem como distintas apresentações.
Vicente de Mello traz para seu escopo imagético o rompimento das limitações mais tradicionais, daí o título onde “parallaxis” não é somente o deslocamento na posição aparente de um objeto, visto ao longo de duas linhas diferentes da visão, mas também o significado da própria técnica fotográfica, pois o termo também se refere as diferenças no que o fotógrafo enxerga e o que realmente é captado pela câmera fotográfica.
Tal deslocamento na obra de Vicente de Mello é mais ontológico, visivelmente embutido em sua praxis, para usarmos um sufixo pertinente e próximo. É o que nota o francês Jean-Luc Monterosso, diretor da Maison Européenne de la Photographie, em sua apresentação, alertando para as suas interseções, nas suas referências ao cinema, literatura e música.
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Monterosso alerta para os efeitos da associação de outras diferentes formas de arte: “surgem rupturas na escala e nos enquadramentos, descentralizações e sobretudo uma descontextualização do objeto”. Ele busca na herança das vanguardas dos anos 1930 e 1950, Bauhaus, Geraldo de Barros ou José Oiticica, suas referências mais claras.
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A série “Galáctica” é bem representativa do que podemos pensar sobre tais deslocamentos, ou  talvez pensarmos sobre aparências (outro termo para o desvio de parallaxis), fragmentos de luminárias, ou luzes em movimento,  que se tornam abstrações galácticas, levando em seus nomes referências astronômicas. Aqui, “luminária” também traz seu significado como corpo celeste com luz própria.
“Orquestra de Trombones” é uma enorme instalação fotográfica, cartemas de uma imagem do instrumento musical, que fazem a transição entre os astros da primeira e a série “Sete Dias” onde tudo começa com o Big Bang e termina no Death Valley. O papel muda de configuração para o tipo “biblia” (bible white 60g)  bem como as imagens ora são reproduções, ora fusões em half tone, sem dúvida outra sutil alusão literária do autor.
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Na série “noite americana” a pequena torre Eiffel no centro da escuridão nos leva ao filme homônimo de François Truffaut, de 1973. As imagens correm a liturgia cinematográfica com a presença da protagonista e de outras pontuações, mais herméticas como “Camera work” (uma imagem de Nova Iorque, uma referência a Alfred Stieglitz e sua publicação que circulou entre 1903 e 1917 )  e outras diretas como a imagem da sala de cinema.
Uma sucessão de cromos reproduzidos em sua escala 1:1 compõem a série “Slidetrip” uma viagem afetiva não somente pela existência do autor mas pela própria fotografia, um percurso por diferentes laboratórios, filmes e momentos, vestígios de uma vida “analógica”. A ideia das releituras permanece em “L’ Aprés” onde Vicente de Mello revela suas afinidades com Ingmar Bergman, Pierre Verger, Richard Long, Joseph Kosinski, entre outros, arte e cinema conectados.
As homenagens continuam em “Brasília utopia lírica” desta vez à obra de Niemeyer onde o fotógrafo realça a geometria do arquiteto, ou a poética gráfica de Athos Bulcão, ao mesmo tempo que ironiza alguns detalhes, como aqueles cubos do Teatro Nacional Cláudio Santoro, um simulacro da “cidade perfeita”.
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Na linha arquitetural, “Pli Selon Pli” traz uma mistura ao estilo modernista em mais uma instalação reproduzida para a publicação, que antecede a série “Contre-jour” uma das maiores, onde as referências estão no dia a dia do fotógrafo na peculiar visão do contra-luz.
Em “quantas asas tem um pixel”, também extensa,  mais uma vez voltamos a relação imagem tradicional versus digital, reforçada pelos títulos que guiam o leitor por um percurso irônico, pelas homenagens, pelos simulacros, pelo cinema e pela  própria fotografia, desaguando em “Silent City” onde acontece um respiro, a abdicação a tantas referências, que nos levam a seguinte “Strobo” uma sequência cromática apenas impressa como retícula, uma alusão ao instante fugaz do flash fotográfico.
Vicente de Mello promove um jogo com o leitor ao inserir tantas referências, uma certa provocação - que traz uma edição impecável coordenada por Charles Cosac e Miguel Del Castillo, reforçada pelo design de Maria Carolina Sampaio e os 3 tipos de papel utilizados,  pois as imagens aparentemente banais ganham relevo especial, como a série “Opere” imagens em negativo cujos títulos remetem a óperas famosas provocando no leitor a busca pelas associações.
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“Lapidus” é uma pequena série abstrata que nos leva a terminar o livro como se estivéssemos observando as alterações nos grãos de “haletos de prata” da película fotográfica. Uma provocação não somente semântica com o título, mas realmente  ontológica no estágio do debate fotográfico contemporâneo.
Poderíamos pensar na necessidade de um"leitor- modelo", nos moldes do italiano Umberto  Eco, ou simplesmente nos contentarmos com a estese que as suas belas imagens provocam. Como diz Monterosso, “Para Vicente de Mello, a fotografia não é apenas uma superfície sensível à luz, mas uma reflexão a cerca da forma, e é através dessa busca constante que ele nos encanta e seduz.”
texto © juan esteves imagens © vicente de mello
Lançado em São Paulo, no dia 18, o próximo  lançamento será em Brasília, dia 21 de novembro, sexta feira, as 19:30 na Fnac Shopping Brasília, piso 1.
O evento contará com um bate-papo entre Vicente de Mello e o fotógrafo Kazuo Okubo.
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excentricidadebanal · 1 year ago
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O "Novo Colonial" na arquitetura brasileira pós-modernista
Existe, entre mentes criativas, a tendência de rejeitar o espaço em que foi criado, como um ato de progresso e rebeldia diante do já estabelecido. É um sentimento natural e necessário para o desenvolvimento, mas dessa vez eu gostaria de negar esse espírito e homenagear aquele meio tão nostálgico em que cresci. Recentemente tenho buscado aprofundar e caçar de qualquer lugar referências sobre essa arquitetura que é, ainda, tão subestimada como genérica e comercial, julgada com toda a hostilidade contra o comum e pós-moderno.
Um dos "estilos de condomínio", que divide espaço com a prática mais comum de adaptação das casas de subúrbio americanas, o “Novo Colonial”, diferente dos seus vizinhos, serviu como meio de sobrevivência de sensibilidades modernistas diante de um apagamento generalizado de qualquer estética nacional na arte e arquitetura nos anos 1970-1990. Seu uso da madeira, da mescla entre a estrutura corbusiana já madura com as técnicas tradicionais brasileiras e sua preocupação - pelo menos inicial - com a sustentabilidade carregam o ar libertador do Regionalismo Crítico, embora contradizendo seus princípios teóricos pela massificação do estilo e com a tragédia urbana e social que virou o seu berço com Zanine Caldas, a Barra da Tijuca.
Mesmo com essas problemáticas envolvendo o estilo, que, aliás, dizem mais sobre as condições em que foi criado do que sobre características inerentes à ele, o “Novo Colonial” - cujo nome não condiz com sua essência - carrega a suavidade do bem-viver em suas varandas, no conforto do balanço de uma rede, nas paredes cobertas de vidro que iluminam naturalmente o chão de madeira e camufla, em sua sutil estrutura, nos poucos pedaços da incrível mata atlântica que nos resta. Cria, em sua síntese de passado e presente, um sentimento de brasilidade desenvolvida, confortável em sua identidade e consciente de sua história.
Novo Colonial Expressão de uma tendência historicista nascente, misturada ao apreço dos arquitetos modernistas ligados ao IPHAN pela poética colonial, e também à busca de novidades formais das novas classes médias urbanas, este maneirismo desenvolveu-se nos anos 1970, liderado por Lúcio Costa e José Zanini Caldas. O primeiro seria autor de algumas casas para o poeta Thiago de Mello nas proximidades de Manaus. A tendência, utilizada sobretudo em edifícios de pequeno porte, tem alguns trabalhos canônicos, como as casas já citadas, na qual o arquiteto fundia o método corbusiano, sobretudo no seu desenvolvimento tardio, em suas casas da Índia, com as práticas construtivas do setecentos brasileiro, e teve grande aceitação de público a partir das casas de Zanini na Joatinga e Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, no início dos anos 1970.
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excentricidadebanal · 1 year ago
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a experiência de UNILABOR
"A UNILABOR nos é, então, apresentada como ensaio de um mundo novo, baseado em homens livres cooperantes. Nesse mundo novo, arte e indústria se mesclariam, diluindo as fronteiras entre as etapas de projeto e produção, entre os afazeres do artista e do técnico. Uma grande comunidade irmanada, a Comunidade do Cristo Operário, localizada no bairro do Ipiranga, na cidade de São Paulo, conseguiu realizar essas utopias, fundindo os ideais de economia e humanismo e do concretismo. A fábrica, no final dos anos 50 e início dos 60, passa de 100 trabalhadores, ali chamados de companheiros. Mas, depois, vem a crise econômica, a desestabilização do grupo, e assim, o fim da experiência, deforma curiosamente simultânea ao fim da democracia brasileira."
Como tantos projetos libertadores do período pré-ditadura empresarial-militar, a comunidade criada em torno da cooperativa UNILABOR serve de exemplo de organização política a partir da arte que nós brasileiros tragicamente perdemos a prática nos últimos 20 anos.
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excentricidadebanal · 1 year ago
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MODOS DE HABITAR
Bimodal: El concepto de bimodalidad en la arquitectura se puede aplicar de manera innovadora al utilizar elementos de la fachada que sirvan también como tendederos de ropa. Este enfoque busca maximizar, no solo en el diálogo que se establece entre la casa y la ciudad, sino en la funcionalidad del espacio arquitectónico, integrando usos prácticos con el diseño estético.
Un ejemplo de ello: cuando decides “aprovechar mejor el espacio interior” cerrando el patio original de tu casa ☹️.
Fotografía: Aíro Ernann
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excentricidadebanal · 1 year ago
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Trago acima um texto sobre um projeto que gosto muito e ainda pretendo escrever sobre.
Quando falamos do design modernista, tendemos sempre a focar na Bauhaus e esquecemos toda a importância artística e simbólica da Vkhutemas. A ideia de "mundo novo" da arte de vanguarda só era capaz de sair do papel na construção da primeira sociedade socialista.
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C o l e c t i v a
NARCOMFIN
Por: Moises Ginsburg
Unión Soviética
1930
Al comienzo de la Unión Soviética, el problema de un nuevo tipo de vivienda apareció frente a los arquitectos. Se suponía que la gente del comunismo se liberaría de muchos aspectos del modo de vida conocido. La respuesta se encontró en el tipo de edificios de COMUNNA. Uno de los ejemplos más llamativos es el edificio NARCOMFIN.
El tipo de casas Comunna se estructura en torno a la idea del colectivismo, por lo que se replantearon tantas cosas de esa cantidad de vidas humanas. Por eso el edificio NARCOMFIN contiene muchos detalles que solo pueden existir en estos tipos de casa.
Los pisos son bastante pequeños. Eso se debe a la idea de que el espacio personal debe minimizarse y el piso en sí es, de hecho, un lugar para descansar y dormir únicamente.
La segunda cosa es que, como habrás notado, las escaleras dentro de los pisos. Eso se debe a la configuración única de la visualización vertical de los bloques-pisos.
Un corredor tiene entradas en dos pisos diferentes, por lo que los pisos van por debajo del corredor de arriba y abajo.
Los interiores se complican por la estructura debido a los pisos de varios niveles.
La influencia de la Bauhaus tocó este edificio de muchas maneras. Uno de ellos son los colores: la piel de un cuerpo arquitectónico. M. Ginsburg gestionó pisos cubiertos con cálidos colores pastel que se suponía que debían calmar y calmar a los habitantes de esta casa.
Desde la constitución del edificio no se han realizado trabajos de reparación. Así que a principios de la década de 2000 estaba en pésimas condiciones.
Pero en el 2019 finalmente se terminaron las obras de reconstrucción y ahora vuelve a brillar el monumento del costructivismo.
Vía: aurrea
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excentricidadebanal · 2 years ago
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Art & Language.  incident in a museum
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excentricidadebanal · 2 years ago
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A tempestade
Chove muito. As guerras crescem, e o que chega até nós é a chuva.
O mundo parece viver nesses últimos anos o que não vivia há trinta. Voltamos a história. Os valores, ou não-valores, que guiaram a sociedade fracassaram gloriosamente na sua tentativa de parar a roda dialética da história: a alternativa está clara, e é preciso tomar lado.
O mundo que herdamos não é tão claro quanto o de cem anos atrás. A modernidade que temos é contraditória, abatida, tardia, mas não dá mais pra negá-la ou fingir tê-la superado. O que vemos é a volta de questões não resolvidas na primeira modernidade, dominadas pelo reacionarismo, mas sem tempo de postergá-las: é anticolonialismo ou extermínio na Palestina, é ruptura ou fome no Brasil. É a questão do socialismo ou barbárie voltando ao palco internacional.
O marxismo precisa tomar as rédeas da história novamente. O desenvolvimento socialista chinês é um sinal positivo, mas não contribui em nada se não for direcionado pelas esquerdas nacionais, que repetem os mesmos erros que permitiram sua derrota por Bolsonaro, Macri e tantos outros. Ignoram a necessidade de revolta, confortáveis com enxugar o gelo sacrificando a vida da classe trabalhadora, anestesiadas pelos mecanismos religiosos e midiáticos que a “conciliação” permitiu e cada vez mais exploradas. Se não tomarmos conta, o fundamentalismo religioso é capaz de varrer nosso país.
É preciso examinar os nossos erros passados: o foco acadêmico, o eurocentrismo, a incapacidade de conversar com as camadas mais exploradas da sociedade. Tudo deve ser levado em conta e há de entrar na cabeça de todo intelectual e militante brasileiro que precisamos dar certo. Estamos condenados ao moderno desde o princípio, e se perdermos o tempo da mudança mais uma vez as condições só hão de piorar.
Por enquanto o que nos chega é a chuva, a destruição, genocídio, superexploração, tudo tão embaçado. É nossa tarefa canalizar essas águas para o dia de céu aberto.
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excentricidadebanal · 2 years ago
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Diário de tradução
Tomei vergonha na cara e assumi a missão de traduzir um livro para o arquivo marxista, é algo que queria fazer a um tempo e finalmente estou fazendo - mas que trabalho complexo!
Essa complexidade de traduzir de um idioma pra outro um texto, mantendo seu conteúdo e com clareza pra alguém com dificuldade na escrita como eu vem se mostrado um desafio, cansativo mas imensamente satisfatório a cada capítulo concluído.
O texto que decidi traduzir foi "On Architecture" (Sobre a Arquitetura) de Kim Jong Il, o que torna esse trabalho secreto pros meus amigos e familiares, até mesmo os marxistas, por enquanto. Particularmente, sempre me fascinou a arquitetura socialista e é admirável o quanto a Coréia Popular se dedica na criação artística, desde o seu brasão da foice e martelo com um pincel no meio - sempre que posso reivindico esse símbolo - até o Estúdio Mansudae, que é o maior estúdio de arte no mundo, como que isso ainda é tão pouco conhecido pelos criativos de esquerda?!! Tenho planos de depois de traduzir esse livro fazer uma pesquisa mais afundo sobre as políticas artísticas do país.
É claro que nem tudo que eu tenha lido e traduzido foram as mil maravilhas, mas nada que me espantou. O livro começa fazendo uma história do surgimento e função de classes da arquitetura, brilhantemente. Kim Jong Il é honesto na necessidade de um estado proletário interferindo na criação arquitetônica contra maneirismos burgueses, algo que seria utópico de mim discordar, mas é quando o culto à figura do líder aparece que fico com um pé atrás. No segundo capítulo, fica evidente essa centralização do poder no líder - o próprio autor do texto na época, mas escrito de maneira surpreendentemente impessoal - quando é escrito sobre sua genialidade e a lealdade que os arquitetos devem ter aos seus planos arquitetônicos. Tenho dúvidas sobre o quando desse culto foi aumentado pela tradução inglesa, a qual me baseio na tradução, já que não falo coreano e não achei a versão original na internet.
Pelas imagens que tive acesso, a arquitetura Juche (o socialismo coreano) é um tanto conservadora, mas essa também é uma questão do meu gosto influenciado pela arquitetura contemporânea burguesa. Ainda não cheguei nos capítulos de discussão estética, mas no geral a minha visão do livro é positiva! É muito positivo ler sobre a construção de uma arquitetura para a classe trabalhadora, que é o meu objetivo final no meu trabalho, sendo realizada no mundo nesse exato momento, com seus desafios e particularidades. Traduzir esse e outros textos (planejo até criar uma seção nova no arquivo marxista só para textos sobre arquitetura e urbanismo) vai ser muito importante pra esquerda brasileira, acredito eu. A arte contemporânea foi tão presa pela classe dominante e parece impossível ver uma luz no fim do túnel, com o reacionarismo difundido no povo, e abrir um debate para como outros países conseguiram atingir uma cultura socialista, fora do ocidente é extremamente importante, e espero que esse texto ajude.
Vou atualizando aqui o que eu penso ao longo da tradução.
Obrigada por ler, se alguém leu.
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excentricidadebanal · 2 years ago
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I'm not used to writing on here, but in the last few weeks there has been a figure I can't stop thinking about and not that many people know: Flávio de Carvalho (1899-1973). He was not only one of the pioneers of modernist architecture and painting in Brazil, but also designed the first Brazilian fashion show in 1951 and is regarded as the first performance and multimedia artist in the country. His most notable work is Experiência n° 3 from 1956 also known as "New Look", where he proposed an unisex garment specific for Brazilian weather and scandalized the public by wearing an early form of miniskirt on the streets of São Paulo.
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excentricidadebanal · 2 years ago
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Hélio Oiticica: a elevação da forma concreta
Escrito em 02/09/2023
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Já faz alguns dias que a obra de Hélio Oiticica não me sai da cabeça, mesmo que já conhecia e admirava seu trabalho, nunca tinha parado pra pensar no que via, seus diferentes períodos me pareciam incoerentes. Mas ao revisitar sua arte minha visão mudou completamente: a experimentação com a forma em seus trabalhos nos anos 60 é, não só, um resultado lógico da ideia neoconcreta, mas a solução ideal no dilema modernista das funções da arte e da arquitetura.
O neoconcretismo, da onde surge as primeiras obras de Hélio (Metaesquemas), retomava no pós-guerra e inaugurava no Brasil a experimentação abstrata das vanguardas do início do século, tanto no Concretismo pioneiro de Van Doesburg, quanto no Suprematismo russo, ambos movimentos que, ao investigar as formas no espaço, propunham a ruptura com o plano da imagem de um jeito ou de outro, com seus avanços para a arquitetura e escultura. Esse movimento à tridimensionalidade teve um avanço significativo com os brasileiros (como por exemplo os Bichos da Lygia Clark), mas foi nas obras posteriores de Hélio Oiticica onde as ideias concretas atingiram sua mais alta complexidade, ao interferir no espaço real e envolver o espectador na sua forma. Para caracterizar o que digo, vou focar em duas séries que eu acho simbolizam essa transformação: os Penetráveis e os Parangolés.
Começando com os Penetráveis, as cores e formas presentes no seu trabalho em guache são transportadas para a escala humana, possibilitando literalmente a penetração do espectador nas ideias concretistas. Essas estruturas, ao encararem a proporção arquitetônica, questionam sua função e concluem a longa tentativa vanguardista de construção do espaço abstrato, resultando em construções puramente contemplativa. A obra Tropicália (1967) se apresenta como o ápice das ideias desenvolvidas na série: ao colocar suas caixas neoconcretas sobre a areia e o cascalho em forma de barracos, dialogam com a arquitetura das favelas, tocando sambas e convidando o espectador à experiência marginal.
Já os Parangolés dialogam ainda mais profundamente com a realidade, fazendo o espectador incorporar a obra de arte, vestindo e levando-a aos caminhos que deseja. Similar à Tropicália, os Parangolés são híbridos da cultura popular que o artista tinha entrado em contato desde que passou a frequentar a Mangueira com sua formação vanguardista, e ao mostrar as contradições desses dois mundos, como no episódio onde é barrado de entrar no MAM com a escola de samba na abertura da Opinião 65, propõe uma antropofagia artística com protagonismo finalmente popular.
Até o momento, o caminho de Hélio Oiticica me parece o ideal nas duas questões: o balanço da arte/arquitetura e no desenvolvimento de um intelectualismo nacional-popular, sem medo de ser expulso das instituições e servir unicamente ao povo.
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excentricidadebanal · 2 years ago
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Uma conversa proibida
Escrito em 21/04/2023
Essa semana, o presidente Lula voltou de sua viagem à China e Emirados Árabes, recuperando nossa soberania diplomática perdida no pós-2016 e desafiando a hegemonia global do dólar com o anúncio da comercialização com a China em yuan. Esse movimento, que já pôs Washington em alerta, marca os primeiros passos de um momento histórico onde seremos finalmente capazes de nos relacionar com o mundo sem o intermédio das potências ocidentais.
Já que não sei de economia ou geopolítica para comentar o assunto, vou falar sobre o que me cabe que é a arte. As culturas “orientais” tiveram um papel talvez não tão óbvio à olho nu, porém inquestionável na formação da identidade cultural brasileira. Na arquitetura, nossas janelas com gelosias, muxarabis e azulejos trazidos no processo de colonização se adaptaram às nossas terras de modo quase imperceptível e se tornaram motivos nacionais no modernismo, porém quase sempre atribuídos aos portugueses.
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Casa Kugayama, Kazuo Shinohara, 1954 / Grande Hotel de Ouro Preto, Oscar Niemeyer, 1938.
Nossos colonizadores ibéricos já não se encaixavam perfeitamente na homogênea ideia de “cultura ocidental”: havia há pouco acabado a era de dominação árabe, e suas construções, costumes e caravelas permaneceriam nos reinos de Portugal e Espanha. A verdade é que ao atravessarem os trópicos, as tradições do norte africano eram muito mais compatíveis com o nosso ambiente que os ideais europeus, e mesmo sendo continuamente censurados, permanecem a nos servir muito melhor.
Há muito o que nos aproxime desses povos, desde o clima às condições históricas, nossas virtudes e nossa pobreza compartilhada para o enriquecimento de uma mesma parcela minúscula do globo. O nosso diálogo que por muito tempo limitado pelo o que era trazido da Europa é finalmente capaz de existir por si só, de forma soberana e bilateral.
É aberto assim um novo leque de exploração das fronteiras culturais. Um exemplo do qual sou admiradora é a obra de Adriana Varejão, sua exploração pós-colonialista da nossa relação com a China por meio dos azulejos e nanquim é na minha opinião uma das mais interessantes narrativas nas artes plásticas contemporânea.
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“Passagens de Macau à Vila Rica”, Adriana Varejão, 1992.
Acredito como Darcy que somos um povo novo e, mais do que qualquer outra civilização no mundo, a identidade brasileira está no início de seu processo de formação, e essa há de se relacionar com outros povos para desses adaptar, ainda assim seguindo nosso próprio caminho. Nosso futuro me parece positivo, mas somente pela ação é que poderemos alcançá-lo.
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excentricidadebanal · 2 years ago
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O caminho necessário para a arte na era da inteligência artificial
Escrito em 30/04/2023
O tópico da inteligência artificial pouco me importava até pouco tempo, quando, de forma contrária em relação ao meu meio, me encontro positiva ao seu desenvolvimento como uma oportunidade de repensar o significado da produção artística futura.
O debate público acerca das novas tecnologias de criação de imagens é um tanto pessimista, com um consenso geral de que a inteligência artificial trará o “fim da arte”. Qualquer um que já estudou pelo menos um pouco de história da arte percebe essa declaração como um exagero repetido cada vez que surge uma nova tecnologia: o quão diferente foi o advento da fotografia sendo capaz de retratar a natureza como a pintura realista do século XIX?
A IA aparece num momento onde a ideia de contemporânea de arte está no caminho da obsolescência. O nosso mundo está sobressaturado de imagens: a sociedade de consumo do pós-guerra cultivou mecanismos de reprodução em massa de imagens e a possibilidade de sua criação jamais pensadas antes, pela propaganda, televisão e de modo exponencial com as redes sociais. O fato de que agora, somente pela incomensurável quantidade de informação na nuvem, um robô consegue criar novas imagens por conta própria mostra que não é mais essa a finalidade da criação artística.
Embora queremos negar isso dentro do meio, sejamos sinceros em admitir que as artes plásticas contemporâneas já são vistas pela sociedade em geral como irrelevantes, sem qualquer influência no mundo real e tendo como única utilidade prática a lavagem de dinheiro. A cultura de massas tornou a arte como horizonte estético de uma sociedade obsoleta e desde então há essa incerteza no que se deve fazer com ela, como engajar uma população em imagens presas a uma parede de museu, não importa o quão necessária seja a mensagem, quando essa população vive bombardeada por estimulação pictórica em seu dia-a-dia.
O caminho que enxergo para a arte é político. Não diretamente pela agitprop, mas por um caminho de cada vez mais similaridade à arquitetura, que é por sua natureza em igual parte imposta pela criatividade individual e condicionada pelo em torno. O cérebro digital pode ser capaz de tomar o espaço do “gênio artístico” (o conceito já vem sendo problematizado nos últimos anos, porém com pouca mudança efetiva), mas não consegue captar a noção de coletividade do indivíduo, que precisa tanto ser resgatada, não só para a vida do meio, mas para como um caminho à superação do capitalismo tardio.
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excentricidadebanal · 2 years ago
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O efeito de El Lissitzky
Minha relação com a série Proun
Escrito em 14/04/2023
            O artista constrói um novo mundo com seu pincel. Este símbolo não é uma forma reconhecível de algo que já está acabado, já feito, já existente no mundo – é um símbolo do novo mundo, que está sendo construído e que existe por meio das pessoas. El Lissitzky
Não há outro jeito de começar esse blog senão com o meu artista preferido: El Lissitzky. Objeto de minha admiração constante no meu tumblr oficial , o universo criado em seus quadros é o que me faz querer seguir no caminho da arte, e reproduzir aquela sensação é o meu objetivo final na arquitetura.
Desde que entrei em contato com sua obra eu não consigo separar meu entendimento do que é arte da minha experiência com a série Proun. O universo geométrico criado nos quadros, mesmo com as limitações da tela e com a simplicidade das figuras, obriga o expectador a expandi-lo na mente e mesmo ao desviar a vista suas formas acompanham a realidade.
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Proun 4 B, 1920
Os quadros feitos nos anos de 1919 a 1927, culminando no Prounenraum (Quarto Proun) de 1923 são distintos do movimento suprematista o qual Lissitzky fazia parte: o efeito espacial já presente na obra de Malevich tem seu efeito aprofundado pela tridimensionalidade. A atemporalidade da série é facilitada por não parecem com nada feito em seu período, sem contar com a técnica, cujo o fato de ter sido feitas manualmente surpreende em nossa época de arte digital.
Suas obras tem o efeito de fetiche sobre o espectador de todas as épocas: o modo de sua produção, seu contexto e autor são pouco relevantes para sua admiração. Creio que esse conceito seja ainda mais valioso do que nunca na contemporaneidade.
Por fim, El Lissitzky me fascina pela capacidade que teve de trabalhar suas ideias em diversas escalas, desde a mais experimental esquematização/pintura da Proun aos seus famosos cartazes de AGITPROP (“Vença os Brancos com a Cunha Vermelha” é sem dúvidas sua obra mais conhecida). Sua obra se estende por vários campos e sua influência em seu período é subestimada até hoje, espero que com esse blog possa dar mais luz a esse grande artista.
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