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"Desapegar-se de si mesmo"

   A derme O exoesqueleto é uma estrutura rígida que recobre o corpo dos humanos artrópodes, conferindo proteção aos seus órgãos internos e suporte à musculatura. Ao longo do seu ciclo de vida, periodicamente, essa carapaça é abandonada para possibilitar o crescimento do animal e ser renovada. Esse processo recebe o nome de muda, ou ecdise.   Além de um significativo aspecto do processo de crescimento, a ecdise representa, ainda, a capacidade de alguns ecdisiozoários mudarem de forma – as metamorfoses –, para se adaptar a novos ambientes. O processo, todavia, representa também uma fase delicada para o animal, pois expõe o seu interior sensível à hostilidade do meio ambiente, sendo assim um período de adaptação e vulnerabilidade.     A natureza nos lembra, com a ecdise, que crescer implica em deixar pra trás. É como uma impressão 3d de quem se era em um determinado instante no tempo. É um marco para dizer que a partir daquele momento não podemos mais continuar sendo os mesmos.     Não temos exoesqueleto, mas estamos constantemente nos desfazendo de velhas carcaças – ou nos apegando a elas mesmo quando já está bem apertado lá dentro. Os artistas bem o sabem. É impossível fazer arte sem, periodicamente, destruir e reconstruir os próprios limites – de suas obras, do seu estilo, de seu propósito, do seu ego. Os 5 artistas aqui reunidos – Hamal, Furmiga, Auro, Camila e Eduardo – são jovens recém saídos de suas cascas, vulneráveis e corajosos ao se desnudarem sem medo de se expor, e fazem você questionar os limites entre arte e artista, vida e perfomance. Alguns se relacionam mais com o tema pela forma de trabalhar, outros pela forma como metamorfoseiam suas personas periodicamente, mas todos pelo modo de vivenciar o fazer artístico.

Ecdise é exposição e festa e acontece no dia 24 de fevereiro às 23h. Realização: Pop Briseiro www.facebook.com/popbriseiro www.instagram.com/popbriseiro

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“Forma Exposta”

Escultura em arame e orgânicos (70cm x 20cm x 20cm) Auro Aura - Fevereiro de 2018 A obra é construída a partir da materialidade do arame, dos secos e sobre como suas formas dialogam com as formas do corpo da artista. Aura usa das possibilidades desses materias para moldar polidimensonalmente uma das faces da sua existência. Com uma forma esguia e vazada aparentando toda a fragilidade do organismo exibido.

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Auro Aura

Aura entende a vida como o constante processo de criação. Enxerga sua existência como uma ressignificação constante. Usa de toda forma possível pra trazer à matéria às sensações e informações que atravessam seu corpo. Entende e usa seu corpo como sua obra de arte.

instagram.com/aoruaura

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“13”

Acrílica sobre tela (1m x 1m)

cmlrgr

- Fevereiro de 2018

A obra é uma releitura do Arcano 13 do Tarô, também conhecido como “a carta sem nome” ou “A morte” e representa a transformação profunda e os fechamentos de ciclo. Justifica-se através da simbologia do encontro no lugar ermo; com ela, a figura da morte (sic) que, cercada pelos quatro elementos, assiste e guia as rupturas e transmutações materiais.

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Camila Regueira

cmlrgr (Camila Regueira, Recife, 17 de maio de 1991) é praticante das artes visuais, com ênfase em pintura e desenho. Exerce a práxis artística e experimental diariamente desde maio de 2017. Começou pelo estudo empírico estilo fauvista e seguiu contornando os desdobramentos neoimpressionistas, adicionando a influência da pop art (e algumas demais estéticas pós-modernas) ao conteúdo de imaginário emocional próprio. facebook.com/camila.regueira instagram.com/cmlrgr camilaregueira.myportfolio.com

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“Composição I” ou “Colagem Intérmina I”

Colagem de papéis e abraçadeiras de nylon sobre compensado de madeira. (1,10m x 80cm) Eduardo Nóbrega - Fevereiro de 2018

A obra se apresenta através de uma multi colagem manual com formas e influências orgânicas, presas a um vasto infinito. Sem direção certa, é um trecho do que realmente é representado, estando indefinidos os seus limites e multiplicidades de recortes.

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Eduardo Nóbrega

   Eduardo Nóbrega, 26, designer e artista gráfico visual. De 2015 pra cá, experimenta de diferentes linguagens em projetos de artes gráficas. Partindo da abstração na colagem manual, o processo criativo do artista se faz presente num encaixe de peças e cores chapadas, e também em recortes que ao longo da construção, vão adquirindo novos significados.  instagram.com/eedduuarddo cargocollective.com/eduardo_nobrega

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“Dance”

Pastel seco sobre metal (40cm x 40cm) The Furmiga - Fevereiro, 2018

A obra ‘Dance’ representa a introspecção muitas vezes sentida no ambiente da pista de dança, com suas cores, formas e sons.

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The Furmiga

‘The Furmiga’ é o nome artístico adotado pelo artista pernambucano Gabriel Souza, quando percebeu os caminhos seguiria com sua arte. Influenciado primeiramente por Basquiat, encontra na busca por ressignificar sua identidade negra, uma forma de se expressar e construir novas possibilidades a partir de seus traços, incluindo em uma estética poluída, experiências com o caos urbano, afetos e principalmente novas possibilidades de corpos, espaços e identidades negras. thefurmi.ga be.net/thefurmiga instagram.com/furmig facebook.com/thefurmigart

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“Carcaça”

Instalação (1,55m x 95cm) Hamal

-

fevereiro de 2018

A obra Carcaça é sobre as experiências, seja ela qual for, que adquirimos durante essa existência.

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Hamal

   Multiartista negro e cabense com base em Recife, produz em vários meios e técnicas incluindo instalações, happening, performance, escultura e vídeo-arte. Tendo inspiração no afrofuturismo e nas vivências pretas e periféricas, onde não apenas apresente a favela, mas que beneficie a quem nela habita.    Tem trabalhos intitulados como: ''arterrorismo'', onde produz objetos e acessórios como vestuário, ecobags e colagens a partir adversos materiais; ''instalações deformáticas'', onde produz performances com instalação de objetos como plástico e metal em seu próprio corpo; e performances como ''tem arte na favela'' que retrata as vivências do povo preto perante uma sociedade estruturalmente branca e racista.

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