exprescivismo

[exprescivismo]

São Paulo 

11 de setembro de 2017.

1- Etimologia: ‘expres’ vem da palavra expressão, que deriva do latim “expressione”; 'civ’ derivado do latim “cives”, que pode ser traduzido como “homem que vive na cidade"; “ismo”, sufixo de origem grega que exprime a ideia de fenômeno linguístico, significa tendência, teoria, etc.

2- O manifesto exprescivista apoia qualquer tipo de expressão artística de rua, promovendo através da arte urbana uma maior liberdade de pensamento e manifestação individual, sendo contra a limitação de ideias imposta às pessoas, que faz com que a criatividade e espontaneidade artística e sentimental não sejam valorizadas e cultivadas, corroendo os pensamentos contemporâneos

3- Fazendo da arte objeto tanto de criação quanto de admiração do povo, o exprescivismo defende a arte como valor essencialmente acessível a todos, opondo-se à criação e manutenção de elites intelectuais nas quais as formas de arte se prendam e não estejam disponíveis para todas as pessoas interessadas

4- Dessa forma, importante deixar claro que por se basear na livre manifestação, não há regras pre-estabelecidas, essencial apenas que todos possam ter acesso às demonstrações artísticas e que sejam realizadas com esse intuito popular, expostas na rua, ou seja, em meios públicos

5- A rua é o palco. espaço livre onde todas as pessoas de qualquer etnia, grupo social, origem, faixa etária, sem discriminações, têm liberdade de apresentar e criar a forma de arte que desejar, dessa forma, esse manifesto admira todas as formas de inteligência

6- Sendo evidente que o exprescivismo valoriza todas as maneiras de expressar arte, é essencial que essa sempre respeite os limites individuais do outro, ou seja, a arte como maneira de unir as pessoas e não as excluindo ou oprimindo, sempre respeitando o outro

7- A criação desse manifesto é de extrema importância para a valorização da arte livre de rua, do povo, visando em sua essência o apoio a essa tendência artística

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Trecho do vídeo "Metrópolis: O grafite de Zezão" produzido pela Tv Cultura.

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ENTREVISTA

Entrevistadora: Há quanto tempo você grafita?

Vinicius Caps: Comecei há 16 anos por conta do Hip Hop, pra mim, tem muita relação entre os dois.

Entrevistadora: Você acha fácil achar lugares onde você possa grafitar?

Vinicius Caps: Para mim, como eu tenho uma certa visão da rua já, acaba sendo mais fácil, mas para a maioria das pessoas não é. Uma pessoa que ta iniciando se ela não tiver uma certa visão da rua, do ambiente vai se dar mal, porque pode pintar em um lugar inadequado e ter problema com a polícia ou com moradores. Não é todo mundo que curte grafite, né.

Entrevistadora: E você trabalha com isso? Consegue ganhar dinheiro?

Vinicius Caps: Ah sim, vendo camisetas, tem uma galera que contrata pra fazer algum grafite.

Fabio Polesi (outro artista): Grafite é um outro tipo de arte. Não tem glamour, muito menos segurança. É uma batalha.

Entrevistadora: Você acha que as pessoas respeitam os grafites? Como é essa relação?

Vinicius Caps: As que frequentam aqui (Beco do Batman) respeitam. Mas não é todo mundo que gosta né? Tem pessoas que acham a gente meio marginalizado. Vai de cada pessoa. Tem gente que não entende. Uns entendem, outros não fazem a mínima questão de entender. Outros já não gostam de nada mesmo. Isso tem uma variação de pessoa pra pessoa. Se vocês estão aqui, é porque se interessam, né. O Beco do Batman virou um ponto turístico e uma referência da cidade. Mas esse lugar aqui não era nada antes. A gente pintava aqui porque era um lugar bem “podrera”, que não passava ninguém.

Entrevistadora: Tem algum trabalho seu por aqui?

Vinicius Caps: Tenho vários aqui, sim. Tenho um no beco e outros espalhados aqui perto.

Entrevistadora: Só uma última pergunta, o que você acha deles terem tirado os grafites lá da 23?

Vinicius Caps: Ah, tem a parte ruim, que eles apagaram o maior painel que existia na América Latina e isso é meio ruim pra cidade, né? Porque era um patrimônio da cidade e isso apagou. Mas, ao mesmo tempo, é isso. A gente que pinta na rua, sabe que a coisa se renova, não houve uma renovação nesse âmbito por parte do prefeito mas... Pra mim, não ofendeu em nada, não fiquei chateado de apagarem meu trabalho porque eu pinto já sabendo que será apagado uma hora, não vai durar pra sempre. Aí muda a administração da cidade e o prefeito pode não querer mais, só acho que poderia ter consultado melhor a sociedade se gostariam ou não. Porque, como eu disse, tem pessoas que gostam e pessoas que não gostam. Então, acho que tem que ser respeitado o direito de todos, não só o meu que gosto, faço, pinto. Só podia ser mais democrático mesmo. Mas não me ofende não ele ter apagado, a cidade é grande e não vai faltar lugar pra pintar.

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Onde tudo é palco Nós, que por lá andamos, Fazemos parte do espetáculo Pintamos o cenário Do mais lindo teatro Dançamos entre as molduras Sem limites, do espaço livre Ecoamos o canto mais lindo Da cidade que não tem canto Porque ninguém fica de fora Dessa peça musical Somos instrumentos Somos pincéis Somos sprays Somos tudo Onde não tem lugar pra arte Porque todo lugar, é lugar de arte.

Théo Azevedo

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Fazer graffiti é a absolutamente maneira mais honesta de ser um artista. Não é preciso dinheiro para fazê-lo, não é preciso educação para entendê-los.

Autor desconhecido