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Ontem, dia 26 de Outubro tivemos a estreia do novo treinador do Internacional, Zé Ricardo, que por sua vez, trouxe novidades ao Internacional, são elas: A mudança na filosofia, à formação, os jogadores, a objetividade ofensiva, a marcação alta, a defesa em bloco, o avanço das linhas defensivas e a limitação do poder ofensivo do Edenilson.
A novidade que, sem sombra de duvidas, mais agradou (a maior) parte da torcida do Internacional, foi a postura ofensiva fora de casa, ou seja, a mudança drástica de filosofia. O Internacional ainda precisa se reinventar, amadurecer em pontos cruciais, mas já há indícios positivos para uma mudança positiva. Óbvio, que ocorreram falhas, quando se muda demais, com tão pouco tempo de serviço, vai ficando erros a serem corrigidos, é natural, como em qualquer trabalho ou função nova que se vá fazer, mas temos que destacar os pontos positivos e dar tempo para o Zé Ricardo corrigir os pontos negativos.
O Internacional foi a campo em um 4-2-3-1, por ora, chegou a jogar no 4-3-3 (ofensivo), mas com a entrada do Bruno Silva, no lugar do Welington Silva, passou para um 4-3-3 (defensivo), nas três formações ficaram lacunas, no começo (4-2-3-1), havia um abismo no meio campo, onde ficava o Lindoso/Edenilson e o ataque, isto, se dava quando o Internacional perdia a bola pós um ataque, em vez de avançar o Edenilson para dar o primeiro bote e tentar retardar o contra ataque em velocidade, eles ficavam juntos em uma linha defensiva, é algo a ser corrigido, mas levou preocupações, foram oito contra-ataques do Bahia, sendo que seis, ocorreram passes errados (dos jogadores do Bahia), com isto, ocorria a recuperação do Internacional, se não errassem tanto, teríamos problemas maiores. O 4-3-3 ofensivo, foi à correção deste problema, aliás, foi assim, que saiu o terceiro gol, avançou os ponteiros, retardou o Neilton, avançou o Edenilson e o deixou entre o Lindoso e o Neilton, com isto, avançou a primeira linha do meio campo, foi por conta desta mudança tática, em um ataque do Bahia, que o Edenilson roubou a bola e passou para o Guerrero fazer o gol. O 4-3-3 defensivo, foi à formação que mais se assemelhou as antigas filosofias, mas antes de qualquer coisa, quero deixar de forma explícita, que a entrada de um volante (na verdade, meia de ligação) não recua o time, o que recua o time, é a forma que o treinador exige sua participação e/ou função em campo, se jogar com três volantes e avançar as linhas, para eles jogarem acima da linha do meio de campo, como jogava o Barcelona de Guardiola, por exemplo, você terá um time ofensivo, mesmo que, jogue com três homens no meio campo, outro bom exemplo, foi o Bayern de Munique, equipe também treinada por Guardiola, jogava no mesmo esquema, com um primeiro volante e dois meias de ligação, com capacidade defensiva e ofensiva, era uma equipe muito ofensiva e tinha como formação, os três “volantes”. Como já falado antes, esta formação teve equívocos também, o principal, foi à bagunça que trouxe a equipe, que vinha marcando em bloco, dois jogadores em cima de um, a equipe se atrapalhou, se perdeu, deixou o Juninho (autor do segundo gol do Bahia) livre dentro da área, com isto, ele aproveitou a chance e fez o gol, faltou o apoio do Lindoso ou do Edenilson, eles que deviam acompanhar o jogador que vinha de trás, mas não feito, acabamos sofrendo o gol, o erro foi deles, pois como se trata de marcar em bloco, não se define quem marca quem, por exemplo, não é o X que vai marcar o Y, mas sim, quem vai marcar no primeiro quadrado do campo, ali, seria o segundo ou terceiro (depende da visão do treinador e o que foi passado no vestiário) quadrado do campo de defesa, que deveria ser preenchido, ou pelos dois “volantes”, ou por um dos zagueiros e por um volante, óbvio, que isto é uma correção a ser feita com o tempo, o preenchimento de lacuna vai ocorrer ao natural.
O que muitos se perguntavam foi o motivo pelo qual jogou Guilherme Parede e Neilton, bom, isto é uma opção tática, onde se prega a velocidade dos jogadores de lado e a característica de segurar o jogo que tem o Neilton. O Neilton começou jogando para dar velocidade aquele setor, criar a partir do meio e segurar a bola quando preciso (para evitar dar o contra-ataque ao Bahia, sendo que, o contra-ataque é a principal arma do Bahia), pois ele tinha que tentar sair da marcação do Gregore, que é o jogador que mais desarma no campeonato brasileiro, e, na minha opinião, é o melhor primeiro volante do campeonato, discreto, preciso e certeiro, é aquele volante sorrateiro, que decide na marcação e por vezes, na armação de jogadas (por tanto que deu a assistência para o Arthur marcar o primeiro gol deles), a escolha por Neilton e não por Nico ou Sarrafiore, se deu por conta disto, o jogo precisava de um jogador mais leve, que saísse desta marcação serrada e ainda assim, pudesse armar, foi uma escolha certa, o Neilton fez uma boa movimentação no primeiro tempo, não conseguiu criar o esperado, mas fez bons passes longos, mostrou que ainda lhe falta ritmo de jogo, infelizmente, cansou, não voltou a jogar o mesmo que jogou no primeiro tempo e foi substituído, depois desta substituição, que ficou claro o porque do Neilton, Sarrafiore entrou bem marcado, não conseguiu aparecer e nem criar, com a saída do Neilton, perdemos a característica que nos fez ter um bom volume de jogo no primeiro tempo. Já a escolha por Guilherme Parede e não por Willian Potkker, foi além do tempo que o Potkker podia jogar, foi a leveza que o Parede trás ao ataque, falta-lhe qualidade técnica, mas não falta-lhe vontade querer mais, tentou buscar o jogo, foi travado por si mesmo, pela falta de qualidade, mas impôs um ritmo mais rápido, que nos permitiu fazer uma marcação alta.
O ponto crucial, que mais chamou minha atenção, foi à objetividade ofensiva, o Inter construiu isto de duas formas, pela armação a partir dos lados de campo e pelos chuveirinhos que vinham do meio para área, eram passes rápidos e precisos, com uma equipe mais leve, consegue-se fazer isto, agora, se a equipe fosse mais pesada, iria atrapalhar esta forma de jogo, caso jogasse o D’alessandro, por exemplo, iríamos perder esta imposição com velocidade, ganharíamos em qualidade técnica, mas nos faltaria a velocidade para imposição. Por exemplo, este tipo de armação foi usada por muitas vezes, pelo Santos, na era Neymar, mas também, no mesmo Santos, na era Lucas Lima, na primeira menção, tinham um ataque com Neymar, Paulo Henrique Ganso, Robinho e Zé Love/André, onde as construções eram feitas pelas imposições do meio campo e das pontas, com velocidade e criação, neste esquema, Paulo Henrique Ganso não prejudicava a imposição veloz da equipe, pois a bola chegava nele para se ter um fim e não um começo, as jogadas não começavam a partir do Paulo Henrique Ganso, elas terminavam a partir do seu ultimo passe. Já na era Lucas Lima, era algo diferente do já visto no futebol brasileiro, aquela equipe tinha um trio de meio campo que flutuava entre si, o ataque era composto por Marquinhos Gabriel/Robinho, Lucas Lima, Gêuvanio/Gabigol e Ricardo Oliveira.
Um dos pontos mais significantes da mudança do Internacional, veio pela marcação alta, com os pontas indo aos laterais e não esperando os laterais virem atacar. O Inter se postou a frente da linha do meio de campo, avançou os laterais e marcava de forma ofensiva, em um WM, onde os laterais tiravam os espaços do meio campo e os pontas da linha defensiva do Bahia, deixando o armador “descansando” em um zona de conforto entre as marcações, estilo muito usada no final da década de 30, quando o Húngaro, Izidor Kurschner, treinou o Flamengo.
Durante o jogo, estava falando com um amigo sobre a nova função desempenhada pelo Edenilson e pelo Rodrigo Lindoso, os jogadores não podem mais subir com tanta facilidade, antes, eles tinham que armar a partir da linha defensiva, hoje, eles defendem. O Edenilson, que tinha por sua principal função a infiltração, hoje, tem a marcação e a armação dos contra-ataques, ele é o jogador que deve criar os contra-ataques, com roubadas de bolas e saídas em velocidade, assim como ocorreu no terceiro gol, onde ele rouba a bola no meio campo e serve Paolo Guerrero, que por sua vez, marca um lindo gol, esta formação limita o poder ofensivo que o Edenilson tem por característica, mas aumenta a responsabilidade do armador criar uma jogada, por ora, podemos dizer que o Edenilson não é mais responsabilidade pela armação, ele é o tipo de jogador que vai se limitar, mas caso não se limite, vai sobrecarregar Rodrigo Lindoso, que agora, depende do Edenilson para marcar no meio campo, antes, Lindoso era o jogador da sobra no meio campo, agora, ele da o bote, mas sem a velocidade necessária, também será limitado, ele já fez um jogo abaixo contra o Bahia, se seguir como primeiro a avançar para dar bote, vai seguir sofrendo, como ocorreu no Botafogo em 2018, talvez, a solução para não se perder dois, dos principais jogadores do elenco, é na saída de bola, recuar o Lindoso para fazer uma linha de três com os zagueiros e avançar os laterais para formar outra linha de três com o Edenilson, estilo muito comum na Europa, nas seleções e no futebol argentino, o River Plate, por exemplo, quando quer jogar de forma ofensiva, recua Enzo Peres e avança Montiel e Casco (lateral direito e lateral esquerdo, respectivamente), assim, terá a velocidade dos laterais no ataque e a qualidade de saída de bola do primeiro volante, podendo dar mais velocidade ao setor de meio campo e qualidade ao setor de defesa, podendo apostar nos toques rápidos e curtos ou nas bolas longas e objetivas, que por vezes, deu certo no Inter, anteriormente com Victor Cuesta, agora, tendo Bruno Fucks e podendo ter também, Rodrigo Lindoso neste auxilio.
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