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felipekurka · 3 months
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Segundo Rancière, as imagens de arte não são o reflexo das coisas, mas operações sobre o visível, destinadas a construir modelos de visibilidade inéditos.
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felipekurka · 3 months
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Teatro comercial & independente
O teatro comercial não é revolucionário, não muda a forma das pessoas pensarem, se mudasse a forma delas pensarem, elas não iriam. As pessoas não querem que você diga [...] que talvez você esteja errado, que a vida pode ser diferente. O teatro independente sim [...] porque te faz querer, ou ver, que a vida possa ser de outra maneira. E se você aceita isso, se essa flecha te acerta, acredito que algo se modifica em você. Não tem tanto a ver com o tema. Do que vamos falar? Que o poder é mau? Que os governos nos usam e nos assassinam? Todo mundo que vai ao teatro, vai ver esse tipo de obra, sabe disso. Mas há algo mais profundo, mais precioso, que a vida pode ser assim, mas que a vida no teatro pode ser de outra maneira. Quando eu consigo isso, quando sinto que encontrei uma verdade que estava nos rondando, praticamente na nossa cara, mas não podíamos ver, eu digo: Ah! Eureka! Isso para mim é revolucionário.
Daniel Veronese
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felipekurka · 3 months
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Aquilo que chamamos de imagem é um elemento num dispositivo que cria certo senso de realidade, certo senso comum. Um “senso comum” é, acima de tudo, uma comunidade de dados sensíveis: coisas cuja visibilidade considera-se partilhável por todos, modos de percepção dessas coisas e significados também partilháveis que lhes são conferidos. É também uma forma de convívio que liga indivíduos ou grupos com base nessa comunidade primeira entre palavras e coisas. O sistema de informação é um “senso comum” desse tipo: um dispositivo espaço-temporal dentro do qual palavras e formas visíveis são reunidas em dados comuns, em maneiras comuns de perceber, de ser afetado e de dar sentido.
Jacques Rancière
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felipekurka · 3 months
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Gloria Fuertes
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felipekurka · 4 months
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Por algum tempo, a Crítica acompanha a Obra, depois a Crítica se desvanece e são os leitores que a acompanham. A viagem pode ser comprida ou curta. Depois os leitores morrem um a um, e a Obra segue sozinha, muito embora outra Crítica e outros Leitores pouco a pouco se ajustem à sua singradura. Depois a Crítica morre outra vez, os Leitores morrem outra vez, e sobre esse rastro de ossos a Obra segue sua viagem rumo à solidão. Aproximar-se dela, navegar em sua esteira é um sinal inequívoco de morte segura, mas outra Crítica e outros Leitores dela se aproximam, incansáveis e implacáveis, e o tempo e a velocidade os devoram. Finalmente a Obra viaja irremediavelmente sozinha na imensidão. E um dia a Obra morre, como morrem todas as coisas, como se extinguirá o Sol e a Terra, o Sistema Solar e a Galáxia, e a mais recôndita memória dos homens. Tudo que começa como comédia acaba como tragédia.
Bolaño
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felipekurka · 5 months
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A civilização grega, ao mesmo tempo que assumia uma primeira ruptura entre imagem visual e alfabeto fonético, inventava outro objeto híbrido em que analogia e código se completam: o mapa geográfico. Num mapa encontramos ao mesmo tempo signos codificados e signos analógicos, escrita alfabética e algarismos, mas também escalas (que são uma forma de analogia), cursos de água azuis e sinuosos, curvas de níveis, florestas verdes como as verdadeiras, e estradas, vermelhas porque são nacionais e amarelas porque são municipais. O grau de importância de uma cidade é proporcional ao volume dos pontos, última metamorfose da analogia, e as ruínas são assinaladas por três pontos separados, primeira aparição de um código.
Michel Melot (2015, p. 26)
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felipekurka · 5 months
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Manco ou amputado, teu corpo, perdido da graça, é ainda mais profundamente corpo. Cego, surdo, burro, teu corpo, perdido de visão, da audição, da inteligência, teu corpo é ainda mais corpo, agora. E debaixo da terra é corpo. E quando for cinza e poeira é corpo. Mais corpo, mais corpo ainda. Azul, canção, silêncio, rugido, palavra sem significação. Teu corpo é a juba de um leão adormecido. Um brilhante incrustado no dente. A carne incrustada na carne. Espasmo, intestino, sangramento e palavra. Isso tudo é teu corpo agora, maior e mais corpo ainda.
Nuno Ramos
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felipekurka · 7 months
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Neste país de bárbaros, disse ele, esse caminho não é de rosas. Neste país de donos de fazendas, disse, a literatura é uma raridade e não há mérito em saber ler.
Roberto Bolaño in Noturno do Chile
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felipekurka · 8 months
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Ulrica
Não incorri no erro de perguntar se gostava de mim. Compreendi que não era o primeiro e que não seria o último. Essa aventura, para mim talvez a última, seria uma de muitas para aquela resplandecente e resoluta discípula de Ibsen. Prosseguimos de mãos dadas. _ Tudo isto é como um sonho disse eu e eu nunca sonho. Como aquele rei replicou Ulrica que não sonhou até que um feiticeiro o fez dormir numa pocilga. Acrescentou em seguida: Ouça bem . Um pássaro está prestes a cantar. Pouco depois ouvimos o canto. Nestas terras disse acreditam que quem está para morrer pode prever o futuro. E estou para morrer _ disse ela.
[….]
Ao subir ao andar de cima, notei que as paredes estavam empapeladas à maneira de William Morris, num vermelho muito profundo, com frutos e pássaros entrelaçados. Ulrica entrou primeiro. O aposento escuro era baixo, com um teto de duas águas. A esperada cama duplicava-se vagamente num cristal, e o mogno polido me lembrou o espelho da Escritura. Ulrica já se despira. Chamou-me por meu verdadeiro nome, Javier. Senti que a neve aumentava. Já não restavam móveis nem espelhos. Não havia espada alguma entre nós. Como a areia, escoava o tempo. Secular na sombra, o amor fluiu e possuí a imagem de Ulrica pela primeira e última vez.
Borges
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felipekurka · 8 months
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A lo largo del tiempo, nuestra memoria va formando una biblioteca dispar, hecha de libros, o de páginas, cuya lectura fue una dicha para nosotros y que nos gustaría compartir. Los textos de esa íntima biblioteca no son forzosamente famosos. La razón es clara. Los profesores, que son quienes dispensan la fama, se interesan menos en la belleza que a los vaivenes y en las fechas de la literatura y en el prolijo análisis de libros que se han escrito para ese análisis, no para el goce del lector. 
La serie que prologo y que ya entreveo quiere dar ese goce. No elegiré los títulos en función de mis hábitos literarios, de una determinada tradición, de una determinada escuela, de tal país o de tal época. "Que otros se jacten de los libros que les ha sido dado escribir; yo me jacto de aquellos que me fue dado leer", dije alguna vez. No sé si soy un buen escritor; creo ser un excelente lector o, en todo caso, un sensible y agradecido lector. Deseo que esta biblioteca sea tan diversa como la no saciada curiosidad que me ha inducido, y sigue induciéndome, a la exploración de tantos lenguajes y de tantas literaturas. Sé que la novela no es menos artificial que la alegoría o la ópera, pero incluiré novelas porque también ellas entraron en mi vida. Esta serie de libros heterogéneos es, lo repito, una biblioteca de preferencias. 
María Kodama y yo hemos errado por el globo de la tierra y del agua. Hemos llegado a Texas y al Japón, a Ginebra, a Tebas, y, ahora, para juntar los textos que fueron esenciales para nosotros, recorreremos las galerías y los palacios de la memoria, como San Agustín escribió. 
Un libro es una cosa entre las cosas, un volumen perdido entre los volúmenes que pueblan el indiferente universo, hasta que da con su lector, con el hombre destinado a sus símbolos. Ocurre entonces la emoción singular llamada belleza, ese misterio hermoso que no descifran ni la psicología ni la retórica. "La rosa es sin porqué", dijo Ángelus Silesius; siglos después, Whistler declararía "El arte sucede". 
Ojalá seas el lector que este libro aguardaba.
J.L.B. in Biblioteca Personal (1985/1988)
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felipekurka · 9 months
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“É difícil perder-se. É tão difícil que provavelmente arrumarei depressa um modo de me achar, mesmo que achar-me seja de novo a mentira de que vivo.”
Clarice Lispector, A Paixão Segundo G. H.
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felipekurka · 11 months
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Bjork & Matthew Barney
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felipekurka · 11 months
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Gnanca na busia (“Nem sequer uma mentira”), de Clelia Marchi.
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felipekurka · 11 months
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Desvarío laborioso y empobrecedor el de componer vastos libros; el de explayar en quinientas páginas una idea cuya perfecta exposición oral cabe en pocos minutos. Mejor procedimiento es simular que esos libros ya existen y ofrecer un resumen, un comentario.
- Borges in El jardín de senderos que se bifurcan
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felipekurka · 11 months
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Borges fue Borges porque se negó a las grandes poéticas del fin del siglo y de las vanguardias (se negó al modernismo, al simbolismo, al surrealismo). Sin duda, leyó todo. Pero un escritor no es todo lo que lee. Un gran escritor es, más bien, todo que rechaza de lo que lee.
- Beatriz Sarlo
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felipekurka · 1 year
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felipekurka · 1 year
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“Escribo para conocerme, porque soy solitario. Escribir es un vicio. No escribo jamás para que se lea después. Escribo para mí. Necesito escribir para conocerme. Me miro en lo que escribo. Cuando me pongo a escribir cuentos pienso que alguien los va a leer, pero me lo saco de la cabeza, porque quiero ser libre.”
- Alejandro Urdapilleta
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