Seu pai perdeu o chão,
a paixão,
o amor de vida.
Foram 40 anos juntos,
e simplesmente acabou.
Não existem maneiras de se preparar para isso.
Flutiva perdeu sua mãe,
seu porto seguro,
a pessoa que lhe fazia sorrir.
Foram 29 anos juntos,
e simplesmente acabou.
Não existem maneiras de se preparar para isso.
Flutiva também perdeu sua arara,
sua cúmplice, ombro, e amor;
sua música que lhe inspirava poesia.
Foram 8 anos juntos,
e simplesmente acabou.
Existiam jeitos e existem maneiras,
porque ambos estão vivos,
mas se separaram por projetos.
Será que discussões corriqueiras,
e tantos blá blá blás subjetivos,
deveriam ser suficientes para não viver sob o mesmo teto?
Flutiva chora,
perdeu a mãe,
que lá do seu descanso celeste,
já está sem sua nora.
Um quinto do tempo que seus pais passaram juntos,
ele passou com sua arara,
que coisa,
será que tamanha ferida, sara?
Não sei,
Flutiva que sempre foi majoritariamente saci,
agora tem que buscar forças de Iara.
Por que mãe?
Eu queria mais 25 anos contigo.
Pensava que ainda tínhamos metade da vida para vivermos juntos.
Como isso foi acontecer?
Por que mãe?
Por quê?
Em um piscar de olhos, o meu chão se desmorona.
Todos os planos parecem desnecessários.
Sei que tenho que subir, sair da masmorra.
Mas vou precisar de tempo e pensamentos arbitrários.
Mãe eu te amo - mas que ontem, menos do que amanhã.
Mãe, você sempre será minha anciã - meu muiraquitã.
A luta contínua para deixar o mundo um lugar melhor;
A grande capacidade de escutar, mas não passivamente - a grande chave para empatia;
As maças raspadinhas, gemadas, vitaminas, pipocas, e as divisões de chocolate para nos alegrar;
As incontáveis noites que me fez dormir e ajudou-me a enfrentar meus medos quando criança;
O apoio e suporte constante quando as coisas não iam muito bem na escola;
Os abraços que me acalmavam e me faziam pertercer no mundo;
A doação plena e linda que víamos na nossas mãe preparando aula nas tardes e aos domingos. Aquele cheirinho de mimeógrafo;
A facilidade de conversar com desconhecidos e fazer com que eles se sentissem confortáveis;
As gargalhadas enquanto nos dava banho de mangueira;
A despedida no aeroporto antes de começar meu doutoradoo, quando dormimos todos juntos esperando o voo. Naquele dia o tempo parou;
A paciência para brincar com crianças;
O espírito de ser uma eterna criança, se mantendo jovem e sorridente;
O entendimento que muita gente tem sofrimento diferente e temos que respeitá-los porque são legítimos;
Nunca assumir que uma pessoa mais velha é necessariamente mais sábia só pela idade;
Mas ao mesmo tempo, nos ensinou a respeitar os mais velhos.
Nos ensinou que os netos são um tesouro e os tratou com muito amor;
Desde criança, nos ensinou a reciclar, não jogar lixo na rua, e respeitar o planeta. Foi muita inspiração para a carreira em que atuo hoje;
Nos incentivou a sentir prazer nas coisas simples da vida;
Brincar, sorrir e fazer bagunça - sempre soube ser criança, mesmo adulta;
As conversas profundas enquanto esperávamos ônibus;
A capacidade de nos defender com unhas e dentes como uma leoa. Leoa essa que cantava gosto muito de você leãozinho para meu pai.
Aí como era incrível te ver regando as plantas cantante e alegre.
Os sorrisos enquanto lambuzávamo-nos em sorvete;
A capacidade de escrever extremamente bem;
A transparência, honestidade, e sinceridade;
A capacidade de dedicar muito, mas muito tempo de sua vida para alegrar o próximo;
A constante lembraça de que podemos melhorar, sempre;
Os nossos cafés da tarde para colocar o papo eme dia;
O amar a arte e como é importante usa-la para nos expressar;
O grande desejo de deixar os convidados confortáveis (às vezes até demais haha);
A determinação, resiliência, e resistência para vencer, diariamente, a sua depressão;
As suas compras semanais e os "presentinhos" e "chocolates" que vinham para nos alegrar;
A paixão incondicional por suas plantas;
A vontade de ajudar;
O abrir das janelas e vezianas para respirarmos o ar fresco;
O fato de não super valorizar ou desvalorizar pessoas com diplomas;
A humildade e carinho;
As conversas quase que diárias com nossos anjos da guarda;
Os nossos filmes juntos;
O dia que me disse orgulhosa que amou a sessão de cinema que organizamos no teatro municipal da cidade;
A capacidade de perdoar e seguir;
A capacidade que ela tinha de consolar as pessoas. Era surreal!
A grande professora que educou gerações no Jardim Beatriz;
Os dias que íamos juntos fazer compra porque eu não podia parecer um jogado haha;
As ligações enquanto eu estava longe para seguir sendo o meu porto seguro;
Aquele sorriso maravilhoso enquanto estávamos com toda a família unida nas viagens quase anuais ao mar; A que sorriso ...
As caminhadas na feirinha de Ubatuba que ela tanto amava;
Os pães de queijo quando não queríamos cozinhar;
A busca por conhecimentos e curiosidade sempre ativa para sempre melhorar;
A indicação do livro: "A insustentável leveza do ser" e a apredizagem de que "tem que ser assim";
E junto com meu pai, me passou a fé. Fé essa que está sendo fundamental hoje. A fé de que ela combateu o bom combate e hoje descansa ao lado de Deus.
Obrigado por tudo mãe!
Queria lembrar algumas das grandes falas - que me ajudam muito na vida e talvez os ajudará também ... como esquecer delas:
- um minuto de bobeira, a vida inteira para se arrepender;
- Te criei para voar filho, você você sempre pode voltar para o seu ninho;
- Nunca se esqueça de respeitar as mulheres. Ame e respeite sua companheira;
- Filho - não é pra comer e nadar imediatamente. Vai dar uma volta.
- Filho - arrume sua cama, porque assim já começamos o dia organizados;
- Respeite o próximo - sempre!
- Seja gentil
- Ela sabia sempre quando perguntar: "Filho, você está bem?" Como se já soubesse que eu não estava.
- Filho, não segure suas emoções. Homem também chora.
- Filho - ame sua família. Nós sempre seremos o seu refúgio.
- Filho - escute oas que são mais quietos. Às vezes tudo o que eles precisam é alguém em quem confiar.
- Se alguém quiser brigar ou te fazer mal, oferece-lhes seu sorriso. O seu sorriso pode parar guerras.
Essas são só algumas das poucas coisas que essa mulher fez e me ensinou. Além de mãe, ela foi amiga, mentora, e uma guerreira para nós. Me sinto a pessoa mais sortuda do mundo por ter tido alguém como ela ao meu lado. Ela me fez sentir-me radiante e brilhante como o sol. Acredito que mutios dos que estão aqui presentes, também sentiram o lampejo de vida irradiado por ela.
Eu não conheci um avô e uma avó, todavia meus pais sempre os mantiveram vivos em lembranças e memórias. Infelizmente meus filhos não irão te conhecer fisicamente, mas tenha certeza que saberão tudo sobre você.
Essa é a imagem que tenho de Maria Helena. Minha mãe Lena, foi e continuará sendo uma mulher que amou.
Hoje o céu está em festa.
Com carinho.
Do seu filho,
que estará sempre com você,
Flutiva.
A ciência em sua torre de marfim,
esqueceu de me avisar,
do desfecho desiludido,
e do desmoronamento emocional próximo ao fim.
Dos meus dedos ela escorrega.
E agora me volta a vontade de flutivar,
vontade essa que,
adormecida,
só mostrou replapsos quando escutava Emicida.
Dos meus dedos ela escorrega.
Sigo desesperado,
sem esperanças, agoniado ...
Aqui ela não está feliz, e meu papel
é apoiá-la entusiasmado
Dos meus dedos ela escorrega.
Mas a grande verdade é,
que quem escorregou de meus dedos,
foi eu mesmo,
quando descobri,
que a ciência para salvar o mundo,
é financiada pelo mesmo interesse que o destrói.
Dos nossos dedos escorregamos.
Nessa busca por significado,
fo até feio.
O nosso sexo, acinzentado
e só sobrou a estabilidade,
que,
com a efemeridade de nossas vidas,
é uma falsa criação,
que nos faz entregar nosso tempo, energia, e idade.
Dos nossos dedos escorregamos.
E agora,
nos resta encontrar-nos com nossos dedos
Para aí lembrar,
que podemos nos segurar onde conseguirmos
E por que não,
ao usar o magnésio da reconstrução,
você possa, novamente,
Segurar a minha mão?
Valeu a pena?
Não sei meu amigo.
Melhor gastar tudo com seu amor em Viena.
O meu amor escorregou,
por entre meus dedos,
enquanto aqui,
me iludi.
Minha ganância me estragou,
comi pão seco holandês e vivi um de meus piores medos.
Basta Fariseu,
essa mentira morre aqui,
um brinde a pureza dos dias de Plebeu.
Depois de uma longa viagem,
chegar a Colombia e comer arepitas e Boronía,
já me fizeram sentir em casa.
Como pode a Colombia,
ter tanta energia vibrante e harmoniosa?
Visitar meus amigos Juli e Lucy trouxe-me um sopro biotina.
Meus amigos vivem muito próximos de seus vizinhos,
parece até a série "friends", compartilhando diariamente sua rotina.
As portas não ficam trancadas, é como uma sintonia repentina.
Logo no primeiro dia, me senti parte da casa.
Fui ao aniversário de Dianis,
uma grande hospedeira junto com um grupo de belos colombianos
No segundo dia, fomos ao museu do ouro em Santa Marta,
onde vimos detalhadamente a importância de Bolivar,
para a indenpendência de muitos países latino-americanos.
Bolívar tinha o sonho da Gran Colombia,
sonho esse que acabou sendo minado,
mas ainda assim, liberou 5 países dos espanhóis que não sabiam o que eram tucanos.
Bolívar ainda contou com muita ajuda de haitianos,
que se movimentaram pelas américas,
sonhando em abolir a escravidão em muitos países.
Lutas contra a escravidão que começaram em 1791 no Haiti,
foram fundamentais para as revoltas por independência na América do Sul ...
Os oprimidos, juntos, ressoam silenciosas expertises.
No museu, vimos o quão importante eram os morcegos no período Tairona.
Onde habilidades como a visibilidade noturna,
e ver o mundo de cabeça para baixo, ou seja, com outra perspectiva, eram qualidades admiradas pelos chefes tribais.
Que espetáculo é Santa Marta!!!
Um lugar onde o passado e o presente ressoam juntos,
e o sucos de lulo com laranja se tornam paraísos verbais.
Na manhã seguinte, madrugamos em Inca Inca,
onde mergulhamos com as sereias e corais
que vista maravilhosa, um canto para meus ancestrais.
Em nosso quarto dia, mergulhamos com cilindros,
e os corais meus amigos, que poesia.
Finalmente, realizei o sonho de mergulhar no mar do Caribe.
Inspirados, saímos para bailar um perreo colombiano,
e meu irmão vou te contar,
na Holanda se sobrevive, na Colombia se vive!
O dia seguinte foi de recuperação,
piscininha, caldo anti-ressaca,
amigos, risadas e aquela ressucitação.
Depois de jogar mario kart chapados,
acordei reluzente, para visitar o parque Tayrona.
E ual, essa história preciso lhe contar.
Aquele parque era meditação pura,
tinha macacos saltando felizes,
e praias que nos fazia transbordar.
No mato,
sou mata,
sou Brasil,
ou Bolívar.
Na Colombia,
sou San Juan,
Don Juan,
sorrindo na mesa do bar.
Depois de um belo dia entre Arrecifes e Cabo de San Juan,
voltei para uma partida de boliche com os friends
Juli, Lucy, Dianis, Rocio, Ivancho, Linis, Juan, Fachi, Mutis, Rocio, y Juan Pa - uma energia singular
Que incrível foi passar esses dias com eles,
como un hilo hecho de penca,
senti que já fazia parte da pedra angular.
Respeito máximo aos Kogui e Arhuacos,
e toda a riqueza alimentar de um país,
que tem cayeye, granadilla, zapote, graviola, e cozinha milenar.
Juli, mi hermano
muchas gracias por presentarme a tu familia de vida.
tus canciones vallenatas son un espectáculo familiar!!!
03.10.2023
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