Tumgik
franespace · 4 years
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mhcrny​:
        desde o dia da morte do pai, as visitas ao seu túmulo eram regulares. Kris tinha todo o cuidado de limpar a lápide de mármore e trocar as flores semanalmente; nessas visitas, tomava seu tempo para pensar, vez ou outra conversar com o pai, por mais que não acreditasse que “ele estaria o ouvindo e observando seus passos”, como lhe diziam por aí. 
        no entanto, era de madrugada, e já havia feito sua visita naquela semana. desde que deixou tudo que construiu por todos aqueles anos para trás, a paz que anos atrás acreditava que alcançaria após a morte de seu tio, nunca esteve tão longe de ser alcançada. os dias eram barulhentos e as noites duas vezes mais; era impossível relaxar, e sequer sabia como. Hainsworth sempre dizia a si mesmo que o motivo daquelas olheiras era o excesso de café, o tédio, a solidão, ou qualquer outra desculpa que conseguisse inventar no momento.
        no fim, independente do que dissesse a si mesmo, ele sabia que o motivo daquelas olheiras só tinha um nome: Nicholas.
        aquela era só mais uma madrugada no cemitério em meio à varias outras. naquela, em específico, Kris trazia consigo uma garrafa de vinho, já pela metade, e um maço de cigarros, agora chegando ao fim. o álcool e nicotina sequer o deixavam tonto àquela medida, apenas mais frustrado ainda pela sobriedade. — se ‘cê estivesse vivo… — murmurou, agachado em frente à lápide do pai falecido, virando um gole do vinho. — ‘cê iria me esmurrar até eu deixar de ser esse fracasso que eu sou agora — riu consigo mesmo, o sorriso melancólico durando apenas um segundo, para então buscar mais um cigarro em seu bolso.
        mas o que o impediu foi o som dos galhos se quebrando, passos. franziu o cenho, levantando-se lentamente à procura de quem emitia o som e arrependendo-se imediatamente.
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        sentiu seu coração falhar, como se tivesse esquecido de como bater, e seus pulmões jogarem todo o ar para fora, como esquecessem de seu propósito. era mais dolorido que diversos tiros, mas Kris impediu-se de demonstrar qualquer “sinal de fraqueza”. em silêncio, os olhos desceram e subiram pela silhueta tão bem reconhecida, parando enfim nos olhos escuros e vazios da razão das suas noites mal dormidas e dias ruins. — achei que tivesse mandado não voltar — afirmou, com a discreta melancolia presente tanto na voz, quanto nos olhos. finalmente se permitia recuperar todo o ar num suspiro pesado, deixando a garrafa sobre a lápide do pai para catar o cigarro que antes buscava. — o que você ‘tá fazendo aqui? — indagou, enfim acendendo o tabaco. do contrário de como deveria soar, não havia nenhum resquício de raiva em sua voz.
a expressão neutra lentamente se transforma em uma de divertimento, um sorriso fechado se desenhando nos lábios grossos. ele não estava esperando uma recepção calorosa, após tudo que fizera e a maneira como desaparecera — conhecia Kris bem o suficiente para não alimentar esse tipo de tolice. ainda assim, ele esperava algo mais raivoso, e não simplesmente... melancólico. não deixou de reparar na garrafa de vinho e no cheiro opressor de tabaco. conseguia sentir o cansaço emanando da voz do antigo parceiro.
inconscientemente, ele toca o próprio peito, onde o nome se encontrava. parando pra pensar, era irônico como tudo que ele jamais teve a perder se encontrava, no momento, no mesmíssimo lugar. não, não que ele teve a perder. que ele perdeu.
a lembrança da promessa o fizera rir — um riso soprado, sem muita graça. ele havia, de fato, prometido que não voltaria ( apesar de que, a esse ponto, imaginou que sua palavra já não valia mais de nada ). e, no fim das contas, não era realmente por Kris que Nicholas estava ali.  ‘ não se preocupe, eu não voltei. ’  estava apenas de passagem, e sua estadia não seria mais prolongada que o estritamente necessário. nunca havia julgado necessário revisitar o próprio passado — mas, após deixar um rastro de destruição atrás de si, olhar para o que havia a frente se tornava difícil. impossível, quase. o sangue já não cobria somente suas mãos, estava coberto dele. vermelho era tudo que via.
a pergunta que lhe é dirigida o tira da própria cabeça, e ele olha nos olhos tão similares aos próprios.  ‘ o que normalmente se faz em cemitérios, ’  ele vira o rosto na direção dos túmulos dos pais.  ‘ visitando quem já partiu. ’  ele responde, como se fosse o óbvio, visto que o próprio estava agachado em frente a um túmulo. era tudo menos óbvio, todavia. ambos os mafiosos nunca expressaram dores relacionadas ao passado — estava tudo muito bem enterrado. talvez fosse a hora de arregaçar as mangas e cavar.
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‘ eu só tenho mais uma parada a fazer. ’  o próximo ponto de parada teria sido a casa de infância, se não houvesse sido tão inesperadamente interrompido.  ‘ e depois, te asseguro que nunca mais me verá. ’
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franespace · 4 years
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171222 | wake me up + hands up
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franespace · 4 years
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eu passei tanto tempo sem motivação e/ou ideia pra uns plot mais elaborado que esqueci como eu escrevia bem as vezes
que refrescante
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franespace · 4 years
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já faziam anos que Nicholas não visitava aquele lugar.
ele evitava qualquer coisa que pudesse lhe lembrar daquela noite fatídica, de sua vida passada, como o diabo evitava a cruz. ao que ele observava o nome dos pais gravados em lápides lado a lado, os dedos se colocaram debaixo da gargantilha que vestia, tocando a cicatriz em seu pescoço, que fora o ferimento responsável por tirar-lhe a vida. a memória do sangue quente escorrendo pelo peito, a falta de ar, a consciência lentamente lhe esvaindo de uma vez por todas — o fez estremecer. 
Nicholas se convence que o tremor fora pela brisa fria da noite. ele ri.
com uma última olhada para os túmulos e um suspiro pesado, ele veste novamente o capuz, determinado a ir embora. não havia mais nada para si naquela cidade, apenas cadáveres e corações quebrados. as mãos se escondem dentro dos bolsos do casaco, e as pernas o direcionam até o portão de entrada do cemitério. normalmente, seria mais cauteloso, visto que toda a sua existência era baseada em viver nas sombras — estava em plena madrugada, no entanto, e julgou que não seria extremamente necessário.
nunca poderia imaginar o quão enganado ele estaria, pois, ali no meio do cemitério, havia uma figura agachada em frente a um túmulo. uma figura que ele conhecia até bem demais. Nicholas para, camuflado na escuridão, a respiração tornando-se mais silenciosa. os passos pesados, barulhentos no cascalho, contudo, provavelmente já tinham entregue sua presença. 
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ele o observa, e simplesmente espera que o antigo parceiro reconheça sua presença.
&&. closed starter w// @mhcrny​.
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franespace · 4 years
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o espírito da limpeza tá tão forte que além de apagar 99% dos meus drafts eu apaguei uma linha inteira de muses.
se vc tinha algum turno comigo aqui sinto muito
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franespace · 4 years
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chen: não ‘tá nem respondendo turno pq no momento se encontra completamente incapaz also chen: continua criando muses on the side
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franespace · 4 years
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peaky blinders → thomas shelby & Alfie Solomons looking at each other (because they do that a lot) | 2.2
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franespace · 4 years
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Handa-san aka Hannibal
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franespace · 4 years
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- Fury. Terrible engine of rage. You are the machine that- 
- Are we to waste our time on ceremony, or are we to fight?!
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franespace · 4 years
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pandxraboxx‌:
                                             @franespace​​​ wants some conflicts!!                                                            jesse & pietro.
Aquela não era a primeira, e tampouco seria a última vez que estava visualizando um anjo, mesmo que para ele fossem todos iguais e não houvesse qualquer diferença aos seus olhos. O demônio já estava acostumado ao destratamento vindo da espécie, e não seria para ele uma novidade se aquele encontro se seguisse de tal maneira. ❝ Não querendo ser rude, mas já sendo. O que um da sua espécie faz por aqui? Essa região é somente de demônios. ❞ Ou não teria ele medo de causar um novo conflito? Não que Pietro tivesse algum problema com isso, na verdade, ele até queria, contudo, era curioso ver um anjo por lá.
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o serafim ri, incrédulo, surpreso. ele não esperava toda aquela hostilidade de cara --- afinal, ele havia sido deveras educado até o presente momento. ele encara o outro, dando de ombros, claramente despreocupado.  ‘ ora, pelo que eu saiba, eu ainda estou no meu pleno direito de ir e vir, não? ’  o deboche talvez tenha saído um pouco mais forte do que pretendia, e, considerando a tensão se formando ao redor dos dois, esse não tivesse sido o tom mais apropriado para o momento. francamente, Jesse não se interessava em iniciar um conflito ali, agora --- não tinha nada para ganhar nisso, afinal.  ‘ pelos céus, não tenho nada a ver com vocês demônios. a existência de vocês não é da minha conta. ’
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franespace · 4 years
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trabalhar como um secretário para Medusa significava que, a maior parte do tempo, seus dias eram repetitivos e relativamente parados. Bernard não tinha a necessidade de ter um terminal físico, portanto, toda informação que lhe era passada era automaticamente processada e arquivada. ele organizava documentos, atividades para serem repassadas, deveres individuais de cada empregado do setor em que estava presente. era um trabalho monótono, mas que não incomodava o androide. não que muita coisa o incomodasse.
hoje, no entanto, fora informado que um mercenário havia sido contratado pra realizar um trabalho secundário. havia ficado encarregado de repassar as informações do contrato ao referido --- portanto, Bernard aguardava no seu canto usual. não havia muitos folders abertos para poder focar na tarefa mais importante do momento, escaneando devidamente os requerimentos e cláusulas do trabalho, por mais que não fosse exatamente necessário.
ao que ouviu o nome ser chamado por um dos diversos cientistas de seu andar, os olhos castanhos se ergueram do chão para fitar o tal mercenário. quase que de imediato, um pequeno sorriso se forma na expressão do AI, mas tão rapidamente quanto, ele o desfaz --- a consciência de que tinha que manter aparências naquele lugar ainda era sua prioridade número um. ele se dirige ao homem, tendo que olhar sutilmente para baixo para poder fitar seu rosto.
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‘ senhor Constantine. ’  ele o cumprimenta, a voz completamente desprovida de emoção. sua expressão, igualmente. o androide gesticula para a parede mais distante do enorme andar.  ‘ se puder me seguir, por favor. ’
closed starter w/ @mhcrny​.
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franespace · 4 years
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pandxraboxx‌:
@franespace​ disse: “ let me do this for you. please. ” (william @ henrik)
O metamorfo engoliu a seco, fechando os olhos por um momento, com certa força. ❝ Eu posso fazer isso… ❞ Ele sussurrou, não sabia se mais para si mesmo ou se para o mais velho. Com sua perna aberta daquela forma, aquele terrível corte profundo provindo da mordida de um lobo quando estava em sua forma de raposa, agora Henrik precisava tratar. E não ousaria deixar alguma pessoa chegar perto de sua pele. ❝ Eu consigo… eu consigo. ❞ Mas o menino jamais fora forte para ferimentos, ele era fraco demais em seus tempos humanos, antes do demônio. E um pequeno machucado já o fazia desmaiar. Uma mordida tão profunda como aquela…
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céus, fazia um bom tempo que William não ficava nervoso daquele jeito. não havia nada que ele pudesse fazer para tratar daquela ferida --- se ela fosse em si, ela apenas se cauterizaria imediatamente, o que ele não podia exatamente reproduzir em outras pessoas sem causar dor extrema --, e Henrik não ajudava a própria situação, por se recusar a deixar o elemental tocá-lo. o homem se aproxima do menor, ficando agachado ao seu lado, mas se certificando de não o tocar, por mais que quisesse o fazer, para não trazê-lo ainda mais estresse.  ‘ ei. ei. olhos aqui. ’  ele gesticula em direção aos próprios olhos azulados. se o outro ficasse encarando a ferida por muito mais tempo, sua inquietude apenas pioraria.  ‘ você precisa me deixar te ajudar, Henrik. o que eu posso fazer? ’
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franespace · 4 years
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mhcrny‌:
          respirou fundo assim que o homem o respondeu, fazendo uma careta pensativa novamente. mais uma vez, ele não sabia o que dizer. como resumir todos os seus onze anos de problemas com o mundo oculto em poucas palavras? afinal, que tipo de ajuda estava procurando?
          agora o homem se encontrava retirando o esmalte preto das unhas com os dentes, pensativo, de sobrancelhas e nariz franzidos, parecendo até estar exigindo demasiadamente de seu cérebro, enquanto dava pequenos passos para trás, até bater contra um dos bancos, sentando-se ali por alguns segundos, erguendo o rosto confuso em direção à mão estendida para si, soltando um baixo “an?”, e só então se pondo a voltar para a realidade, levantando-se novamente rapidamente. — ah-! é- dien. dien d’amour — apresentou-se, cumprimentando-o desastradamente. — foi mal, é que… eu não sei bem por onde começar… tipo- é muita coisa acontecendo e- — interrompeu-se, olhando em volta, como se checasse se tinha alguém além dos dois por ali. — não sei como falar isso sem parecer um completo maluco — bufou para si mesmo.
Winter apenas sorri, mantendo a expressão simpática, acolhedora. não iria comentar no jeito desastrado do rapaz --- era óbvio que ele estava em um certo conflito interno, e o padre não queria envergonhá-lo. após o cumprimento, ele juntou as mãos em frente ao corpo, a postura sempre correta.  ‘ d’amour. é um belo sobrenome. ’  francês. interessante. se perguntava como ele chegou a ouvir sobre sua igreja; ele não costumava receber visitantes de fora, afinal. as pessoas estavam se tornando terrivelmente descrentes. consequências da modernidade.
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ele solta um breve riso, soprado, com o comentário do rapaz.  ‘ você não acreditaria nas bizarrices que eu já escutei durante meu tempo como padre, Dien. ’  claro, não era permitido compartilhá-las, mas quis deixar claro que dificilmente o que ele tivesse a dizer iria surpreendê-lo. o exorcista indica, com a mão aberta, uma porta no canto esquerdo na pequena igreja.  ‘ se lhe for preferível, há o confessionário. ’  para algumas pessoas, ele aprendeu, falar sobre assuntos pessoais sem olhar diretamente para alguém tornava a situação mais fácil.  ‘ se não, podemos continuar aqui. fique à vontade. não irei julgá-lo. ’
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franespace · 4 years
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ginnosaya‌:
     ⤷   closed starter   ,,   from here.     @franespace​   〙
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“  I thought you were already asleep.  ”
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‘ ...couldn’t sleep. ’  is all he says. Jamie ain’t exactly one to share his burdens with anyone --- though, perhaps, he should. he didn’t want to tell her his nights were constantly plagued with nightmares.  ‘ what you doing? the bed was cold, y’know? ’
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franespace · 4 years
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He’s not himself. He may never be himself again.
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franespace · 4 years
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Appreciation of the handsome Tom Hardy
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franespace · 4 years
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eu não sei se vcs perceberam, mas o chen meio que gosta de foder com a gente
tipo ‘tava parando pra notar
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