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Uma pessoa me perguntou sobre você essa semana, queria saber se você estava bem, por onde andava.
No começo eu também queria saber se você, queria saber os motivos, como você chegou nessa decisão, porque você continuava dizendo que me amava e ainda assim foi capaz de me quebrar aos pedaços.
Nada disso me importa mais.
As perguntas que ficaram indagam tudo sobre mim.
“Como pude amar alguém a ponto de desmanchar quando a pessoa te abandona?”
“Por que não fui embora no primeiro sinal?”
Te culpo por me jurar um amor sem senti-lo enquanto eu também não fui capaz de me amar.
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Não posso dizer
Eu nunca ousei contar a ninguém exatamente como as coisas aconteceram, como você me tratou, do seu olhar enquanto as coisas acabavam, em como a última coisa que você me disse foi que estava cansado e que precisava de um banho.
Fico apenas na superfície, digo que não funcionou, que queríamos coisas diferentes.
Não me permito dizer que minha vida parou, que perdi dois meses de aula, que estou vazia, que não consigo sentir mais nada, de que agora quem está entediada sou eu, comigo mesma, com a vida, com os outros.
E que nada mais me surpreende, que as coisas não me frustram como frustariam antes, e não me alegram como fariam antes, que não consigo mais falar com Deus e que perdi minha fé, que Histologia deixou de ser interessante, que a possibilidade da construção de uma família não me encanta mais.
Digo que estou bem, que foi melhor dessa maneira. Omito que são 14:31 e eu ainda estou na cama, que emagreci 6kg, que sonho com você todos os dias, e que por isso venho evitando dormir, não digo que não importa onde eu vá e o que faça que o peito não desaperta nunca, nem menciono as vezes que chorei no metrô, não falo da minha torcida para cada segundo passar depressa e muito menos que agora entendo toda produção poética frustrada sobre o amor.
Não tenho coragem de contar nada disso.
Você me diz que espera que eu fique bem, mas como digo que depois da gente eu só sei ficar bem com você?
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Eu sonho com você todos os dias.
Mesmo quando nós não professamos amor um ao outro, mesmo quando você agora possa pertencer a um novo alguém, mesmo quando eu deveria te esquecer, prosseguir, você continua aqui, em mim.
Como pode você me partir em inúmeros pedaços e ainda assim continuar em cada um deles?
Como pode você nunca ter me amado mas ter provocado em mim um amor que agora me sufoca?
Eu queria te apagar de mim, da memória e do coração, mas também queria que você tivesse ficado, me escolhido, mas também queria que nós nunca tivéssemos nos conhecido, mas também queria que você tivesse verdadeiramente me amado.
Bem que eu te disse, que mesmo você não merecendo meu coração seria para sempre seu.
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Jesi
se eu falasse que eu nunca tinha pensado que as coisas terminariam assim seria mentira, mas ainda assim, apesar das inúmeras palavras da língua portuguesa, é impossível descrever o choque, a frustação, a tristeza e todo esse mix de emoções
eu esperava, bem no fundo, que tudo daria certo de alguma maneira
você sempre foi doce, menos consigo mesma, você não conseguia se enxergar como merecedora de nada de bom
eu não consigo deixar de acreditar que nós sempre estaremos fadados a algumas coisas, aos nossos maiores medos e pesadelos, e que, por vezes e senão todas, enfrentar tais coisas aniquilam a gente
talvez tenha sido isto, você evitou a si mesma enquanto podia, até não poder mais
independentemente dos motivos, eu só queria que fosse diferente
que você tivesse encontrado mais motivos para ficar
que as coisas não fossem tão pesadas, tão complicadas
e talvez este é o meu fardo: querer muito e nunca conseguir
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frustração
minha psicóloga me perguntou o motivo da minha preguiça em relação aos outros
o porquê de tudo parecer tão entediante
eu não soube responder
mas acho que é mais como um cansaço de saber que as relações acabam
de não saber lidar com a indiferença
de que o outro não é mais o mesmo
de que a saudade acaba comigo
e que eu não consigo superar
parece mais fácil não criar laços no final das contas
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2+2 ás vezes não somam 4
Eu sempre gostei de reduzir tudo da vida aos números, de a planificar numa tabela do Excel, de planejar as horas, os minutos e as tarefas, de ter um plano de ação com todos os passos possíveis pros meus objetivos.
Ai você descobre que a vida não obedece expressões matemáticas, que você pode fazer tudo como o planejado e ainda não passar no vestibular, que você pode estudar inglês, economizar dinheiro e mesmo assim ainda não conseguir a documentação necessária para viajar, ou de repente uma pandemia impede os seus planos.
Cadê as estatísticas prevendo que você não passa na prova por 7 questões, que o parente vai falecer, que seu computador vai quebrar? Cadê os dados que dizem que você não vai saber o que fazer, que vai morrer de saudades, que talvez nem tenha conserto no fim das contas?
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