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Journalism on Digital Plataforms
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fullcamerastelevisioneggs · 5 years ago
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As Redes Sociais como palanque eleitoral
Com o avanço das Fake News, às eleições se tornam um assunto de discussão de como a tecnologia pode ajudar e também quais seriam suas consequências.
Caroline Fernandes e Mariana Chaves
No ano de 2020, o uso das redes sociais para impulsionar campanhas eleitorais foram cada vez mais utilizadas, com a redução do horário político na TV aberta, muitos partidos ficaram de fora, e usam da internet como uma forma de divulgar suas propostas e atrair eleitores.
Um dos exemplos de quem soube explorar as redes sociais para atrair eleitores foi o candidato a prefeitura de São Paulo pelo PSOL, Guilherme Boulos. Com baixa verba para campanha eleitoral e apenas 17 segundos no horário eleitoral obrigatório de TV e rádio, Boulos abusou das redes sociais para se popularizar e arrecadar mais votos.
Boulos explorou em todas as redes uma campanha que tinha como objetivo fazer as pessoas conhecerem verdadeiramente o candidato, com uma linguagem despojada e com humor, propícia para os meios digitais.
#CaféComBoulos, memes, lives e entrevistas, foi o suficiente para Boulos conseguir mobilizar a juventude que ocupa a maior faixa etária de consumidores das redes sociais. Boulos investiu no diálogo e se mostrou muito acessível aos eleitores, concedeu entrevistas para canais variados voltados para população mais jovens, como o rap, falando (96 mil inscritos) Podpah (594 mil inscritos) e o No Flow (1,79 milhões de inscritos) além de participar de uma live onde jogava Among Us com o youtuber Felipe Neto (40,7 milhões de inscritos).
Boulos foi o candidato com mais popularidade e engajamento nas redes sociais durante toda a eleição, segundo o ranking feito pela consultoria quaest a pedido do jornal Folha de São Paulo e foi o mais aceito entre os mais jovens, segundo o Datafolha (25 de novembro) Boulos tinha a maioria dos votos da população entre 16 e 44 anos.
A campanha do Boulos demonstra nova forma de fazer política, com a força dos meios digitais é cada vez mais necessário pensar em uma campanha voltada para as redes, com bastante transparência e diálogos com linguagem adequada para cada plataforma, atingindo assim, cada vez mais pessoas.
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Imagem reprodução: Twitter @GuilhermeBoulos. Jogo criado pela equipe do candidato na campanha para o segundo turno #VamosVirarOJogo  Boulos Radical... no skate!
Fake News
Com a facilidade que as tecnologias trouxeram, atualmente é muito prático compartilhar informações nas redes sociais, com apenas um smartphone qualquer pessoa pode ser uma criadora de conteúdo, deixando de ser exclusivo dos veículos tradicionais de mídia. A consequência dessa liberdade é que abriu margem para a criação de notícias falsas, sem nenhuma ética e apuração profissional, mentiras são compartilhadas de má fé com intuito de prejudicar algo ou alguém.
Nas últimas eleições tivemos uma enxurrada de fake News sendo disseminadas pelas redes sociais, principalmente através de grupos no WhatsApp, prejudicando as campanhas eleitorais e mexendo com a opinião pública. Com atual polarização que estamos passando no país, as notícias falsas servem como o estopim para discussões e ataques pessoais para enfraquecer candidaturas populares.
O Jornalismo tradicional já vem a alguns anos criando plataformas para desmentir e tentar frear as notícias falsas que são espalhadas na internet, como a Agência Lupa, Aos Fatos, Fato ou Fake do portal G1, Uol Confere entre outras. Elas têm como objetivo apurar as informações e repassar a informação correta à população.
Neste ano, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na tentativa de acabar com o grande número de notícias falsas nas eleições municipais, criou uma parceria com nove agências jornalísticas de checagem, todas as respostas foram postadas na página “Fato ou boato” no site da justiça eleitoral. Para o cientista político e professor da Faculdade de Comunicação Social da Uerj Fábio Vasconcellos, o sistema do TSE ainda é novo, mas importante: “Não sei dizer se é ou não eficiente. Mas é importante que a Justiça Eleitoral esteja mais atenta ao fenômeno.”
O Twitter vem sendo bastante usado nos últimos anos para discutir política, um canal aberto entre os candidatos (e já eleitos) com a população. O ex-presidente Trump e o presidente Bolsonaro como exemplo, usam seu perfil como plataforma oficial de pronunciamento.
Esse ambiente da rede vem sendo contaminado com mais uma forma de disseminar notícias falsas, usando a tecnologia da inteligência artificial, são criados bots (robôs que administram contas falsas) para postar mensagens pré-definidas de forma excessiva a favor ou contra determinado político. Eles respondem e começam discussões que envolvam palavras na qual ele foi programado. Fazem isso repetidas vezes, conseguindo que determinados assuntos cheguem nos assuntos mais comentados da rede, parando assim, em outras plataformas.
Para tentar diminuir os tweets de conteúdo falso na rede a plataforma fez algumas mudanças recentemente, como criar um aviso quando algum perfil com grande número de seguidores poste algo que seja entendido pelas diretrizes da rede como falso e um lembrete de na hora que o usuário for compartilhar uma reportagem, aparece um questionamento para não repassar apenas a notícia depois de ter lido só a manchete.
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Reprodução: Twitter
A tecnologia no pleito americano
Embora os Estados Unidos tenha um sistema eleitoral completamente diferente do Brasil, os meios tecnológicos e principalmente as redes sociais são fortes na disputa, a Politics 2.0 é um termo utilizado para campanhas que são feitas em sites e redes sociais. Uma das campanhas mais conhecidas a usar as Politics, foi o então candidato à presidência dos Estados Unidos Barack Obama,que em 2008 usou a internet para divulgar sua campanha. Obama usou principalmente o Twitter e o Facebook para engajar seus eleitores a votar, o vídeo Yes, We Can, em que transformou um dos discursos de Obama em música e foi interpretada por vários artistas que apoiavam o candidato.
Em 2016, o Governo Americano e o Google desenvolveram um mecanismo de pesquisa que facilita o voto dos americanos. O serviço disponibiliza a legislação eleitoral de cada estado, as regras específicas e orientações. O Google informou que é um serviço público e apartidário.
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Já em 2020, a disputa para a Casa Branca entre Joe Biden e Donald Trump, foi datada por acusações do candidato Republicano, algumas postagens do atual presidente foram sinalizadas pelo Twitter por ‘conteúdo fraudulento’. Trump também acusou o Facebook e o Twitter de bloquear o compartilhamento de uma notícia do The York Post que criticava Joe Biden. Embora as redes sociais tenham consertado o erro, para os apoiadores de Donald Trump, esse bloqueio foi uma evidência que as redes sociais não são totalmente imparciais.
Durante a apuração, Trump acusa várias vezes o sistema eleitoral americano de fraude, pedindo a paralisação da contagem e até mesmo se declarando vitorioso na disputa mesmo estando numericamente atrás de Joe Biden.
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Reprodução: Twitter
Essa contestação do atual presidente fez aumentar a incidência de Fake News, algumas sendo divulgadas por Trump e sua equipe de campanha, que questionaram a integridade da votação sem levantar provas concretas. Os apoiadores do candidato republicano alegam que houveram votos de pessoas mortos sendo contabilizados e uma falha no software do computador que computava os votos, eles dizem que os votos que eram para ir pra Trump foram para Joe Biden, os supostos casos aconteceram no estado do Michigan, que é considerado um estado decisivo nas disputas presidenciais. A BBC fez a checagem de ambas as informações que foram consideradas falsas.
O Brasil também esteve presente na disseminação de Fake News sobre as eleições americanas, a plataforma Bot Sentinel, que monitora atividades de robôs no twitter, alertou que mais de 10 mil contas brasileiras estavam disseminando notícias falsas sobre as eleições americanas, em entrevista ao portal G1, o criador da plataforma, Christopher Bouzy, classificou a atividade como ‘bizarra’: "O curioso e bizarro é que não estão tentando esconder seu país de origem. A maioria dos atores estrangeiros que estão disseminando desinformação tenta se disfarçar como alguém dos Estados Unidos. Mas esses [brasileiros] estão fazendo isso à vista de todos".
O presidente Jair Bolsonaro que é aliado de Trump, afirma que houve fraude nas eleições americanas, ele afirma que há ‘fontes’ que comprovam que a eleição nos Estados Unidos foi roubada, apesar de nunca ter apresentado nenhuma evidência de fraude. A maioria dos estados americanos já certificou a vitória de Joe Biden, Trump já recorreu à Suprema Corte a reversão dos resultados, mas perdeu em estados como Arizona, Ge��rgia, Michigan e Nevada.
Para o professor Fábio Vasconcellos, quando o candidato é derrotado, ele acaba criando especulações e acaba alegando fraude: “Todo derrotado precisa encontrar respostas para a derrota. Sem provas, ficam apenas especulações dos derrotados. Talvez isso ocorra porque a derrota tenha ocorrido por algo mais simples: os eleitores votaram para mudar.”
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