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“Eu não odeio você. Muito pelo contrário, eu amo você. Eu amei você, e te garanto que nunca disse isso em vão. Só que agora há essa grande diferença: o apreço que eu sentia por você, o carinho, a vontade de te ver, se foram quando senti seu descaso por mim. Vim falar sobre aquilo que li por aí e nunca achei que pudesse ser possível de acontecer: Eu amo você, mas eu não gosto mais de você. Agora eu não tenho certeza se pode haver desgraça maior nessa vida; estar condenada à viver com um sentimento no peito e simplesmente não conseguir mais deixá-lo florescer. É impossível explicar pra você como é sentir tanto, te amar muito e ao mesmo tempo não querer você por perto, sim, eu não te quero mais por perto. Eu odeio suas manias, odeio a forma como você se faz de alegre o tempo todo, odeio o teu sorriso, odeio a forma como você me faz me sentir uma chata, por que você é legal demais não é? Simpático demais, amoroso demais… ah por favor, eu te amo mas não vou mais cair no seu jogo. Na verdade, eu odeio o fato de você está me tratando como um dos seus jogos, sendo que você e eu sabemos que eu não sou, como você não é para mim. Toda a história que construímos, tudo o que sentimos e ainda estamos sentindo muitas vezes é o reflexo do quanto tudo foi verdadeiro e ainda é. Então não tente mascarar a sua dor querendo mostrar para o mundo que você é foda, porque isso não te faz foda, te faz fraco! Talvez eu tenha escolhido me distanciar agora de você, exatamente por isso, por querer ser alguém que você não é e isso é difícil de se ver, me machuca. Então sim, eu escolhi te manter distante de mim por escolher a mim em primeiro lugar! Eu me coloco em primeiro dessa vez, porque todas as outras vezes eu sempre escolhi você. Encolhia minhas mágoas para não te afetar, diminuía meu sentir por tudo para caber mais de você em mim. Eu me escolho, porque você nunca vai me curar, você é a ferida ainda não cicatrizada que carrego em meu peito, é a mancha de vinho na minha blusa branca favorita. É como se sempre onde há muito de mim, estará um pouco de você e, isso não é de uma forma romântica, é um estrago. Onde quer que eu vá, estará marcado no meu caminho esse sentimento, essa agonia de carregar um amor que já não se pode mais amar.”

— Escrito por Juliana, Letícia B., Marcela e Bea em Julietário.

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