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Maximilian jamais soubera precisar o que exatamente tornava @semprevencia tão encantadora aos seus olhos. Talvez fosse a excentricidade de seus gostos e forma de se vestir, ou a espontaneidade de quem não parecia se importar com as opiniões alheias, ou simplesmente a maneira como todo seu semblante parecia reluzir quando um sorriso tomava os lábios avermelhados. Fato era que Lorenz era incapaz de desviar o olhar sempre que em sua presença. E naquela caçada não fora diferente. "Espero que esteja se saindo melhor do que eu nesse jogo, Lucia." Disse de maneira carinhosa, usando do segundo nome da espanhola tal qual fazia desde que ela havia lhe contado pela primeira vez. Combinava com ela, o herdeiro afirmara. "Porque eu descobri que não sou muito bom em encontrar joias."

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O reluzir do metal chamou-lhe atenção, um que teria sido imperceptível não estivesse o sol exatamente acima do príncipe. E o sorriso que curvou seus lábios se devia não apenas por ter cumprido o desafio mas, principalmente, por poder colocar fim àquilo tudo. Poderia não saber ao certo a que o bilhete se referira com 'o mundo deixará vocês em paz', mas sabia que queria chegar logo àquela parte. Lorenz apenas não considerara a possibilidade de encontrar não um, mas dois medalhões na mesma posição. Estava prestes a jogar um deles, aleatoriamente, de volta no lago, quando se deparou com @malvndrew. "Bom, acho que é seu dia de sorte, Drew." Anunciou ao erguer as duas joias que tinha em mãos.

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Lorenz não tinha plena certeza de que acreditava em toda aquela caçada - possivelmente porque as máscaras de veado não haviam lhe passado muita credibilidade. Ainda assim, viu-se seguindo as regras do jogo, tal qual todos os outros dias de sua vida. História da sua vida, ele poderia dizer se fizesse o tipo ranzinza. Porém, não era do seu feitio. O príncipe já havia subido em árvores e adentrado lagos, quando deparou-se com a irmã ensanguentada. No mesmo instante, seu corpo acendeu-se em alerta, correndo na direção de @emannalise com a preocupação e cuidado que lhe eram característicos. "Anna, o que aconteceu?" Indagou ao passar o braço ao redor do corpo feminino. "Eu não deveria tê-la deixado sozinha."

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O Quiosque do Chá da Cinza, w/ @karvdag

Era difícil imaginar que uma bebida cujo nome era 'chá da cinza' pudesse ser saborosa, no entanto, a curiosidade de Lorenz jamais o permitiria chegar a conclusões precipitadas. Fora essa a razão de, aproveitando-se do fim da manhã livre, ele ter optado por um passeio em um local menos tumultuado - região essa que aparentava ter poucas câmeras, ou assim ele esperava. "Sanem? De novo? Já faz o que? Dez anos e você continua falando dessa mulher." Disse em meio a uma risada, tão logo escutou os relatos do turco a respeito de um vislumbre da jovem falecida. "E agora no formato de assombrações. Achei que tinha superado esse assunto, não sei se aguento se voltar a choramingar como antes." Havia um quê de zombaria em seu tom, típico de uma amizade de longa data. "Receio que o estresse de um possível casamento esteja afetando suas faculdades mentais, Karadag. Talvez devesse aproveitar esse momento para ir até a enfermaria, certamente eles terão algo para ajudar. Apenas esse chá não será o suficiente."

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Corredores w/@vaicatalatinha

"Lina." O vocativo carinhoso desenrolou-se de seus lábios em um ronronar, evidenciando seu deleite com o apelido que lhe era exclusivo. Havia algo de particularmente prazeroso em deter aquele tipo de privilégio, como se, assim, dividissem algo que os demais não poderiam possuir ou mesmo fazer parte. E para alguém que tivera cada um de seus passos documentados, um segredo poderia mostrar-se uma raridade bem zelada. "Não imaginei que encontraria a herdeira da Espanha tão longe de seus aposentos em um horário tardio. Devo presumir se tratar de influência de suas irmãs? Não teria María finalmente a arrastado para o mal caminho, teria?" O tom jocoso empregado era um destinado a poucos. "Apesar de que, se bem as conheço, o mais provável é que o silêncio dela tenha despertado seu sexto sentido. E você não hesitaria em proteger nenhuma delas, não importa as consequências." Era algo que tinham em comum, sendo esse apenas um dos inúmeros motivos que haviam fomentado aquela amizade. "E então? Cheguei perto?"

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A sinceridade do comentário alheio soou-lhe revigorante, tão essencial quanto uma garrafa de água fresca em meio ao deserto escaldante - uma comparação que, segundo o príncipe, descrevia perfeitamente a estadia na Althara. Ao contrário da jovem, no entanto, Lorenz preferia manter as próprias opiniões para si - mesmo que seu riso contido deixasse evidente uma apreciação inesperada pela autenticidade feminina. "Certamente não. Afinal, não seria de bom tom que nosso povo nos enxergasse no papel de palhaços, não?" A ironia impressa no tom da morena não podia ser distinguido nas palavras do príncipe. Esta mostrava-se de maneira mais sutil, praticamente imperceptível ao olhar das câmeras, reluzindo em um lampejo discreto nas íris esverdeadas. "De toda maneira, posso assegurar que vossa alteza não perderia a graciosidade nem mesmo se obrigada a usar sapatos desproporcionais e um nariz avermelhado."

Depois de todo o drama envolvendo seus noivados, Ágata gostaria muito de dizer que não tinha mais nada a perder; porém, seu país ainda era pequeno, insignificante, e enfrentava inúmeras ameaças de anexação por parte dos vizinhos mais poderosos. Por isso, a princesa andorrana precisava ser feminina, delicada e simpática. Havia tentado mais de uma vez; contudo, seu temperamento sensível era difícil de controlar até para ela mesma. E, por causa dele, agora estava ali: presa naquela ilha cercada por câmeras. Já havia desistido de se esconder, mas, pelo visto, esse não era o caso do príncipe à sua frente. "Ainda está ao vivo, alteza." Deu de ombros com um sorrisinho, por mais que os olhos faiscassem. Se as câmeras fossem um incentivo para encontrarem logo um noivo e saírem dali o mais rápido possível, estava funcionando. "Mas está tudo bem. Não estamos em um circo." O comentário era carregado de ironia, visto que era exatamente isso que Ortiz pensava.

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A tensão que enrijecia seus músculos dissipou-se, ainda que minimamente, tão logo se viu protegido pelas espessas portas. Certo, talvez fosse um tanto patético que um homem de sua estatura precisasse fugir se ausentar da presença de alguns jornalistas curiosos - mas quando se havia crescido rodeado de câmeras, qualquer momento de sossego era bem visto. Ou ao menos, esse fora seu pensamento inicial. Contudo, mesmo com o olhar sobre a maçaneta, não tardou mais do que um segundo para que o príncipe se desse conta de que não era esse o caso. Afinal, ao se tratar da turca, Lorenz havia descoberto que se podia enxergar com mais do que apenas os olhos. E Bahar era uma força incapaz de se ignorar - não importava quanto buscasse fazê-lo. O príncipe endireitou a postura, tal qual fazia sempre que na presença da morena, voltando-se para ela apenas para ser arrebatado pela certeza de que os meses de preparação de nada haviam servido para aquele encontro. Para encarar aqueles mesmos olhos que, em um futuro distinto, teriam reluzido com doçura ao ser puxada para seus braços - de onde jamais deveria ter saído. Para observar a curvas dos lábios cujas juras de amor ainda ecoavam como uma promessa do que poderia ter vivido em outra vida. "Esquivar-me de profissionais que tem por responsabilidade detalhar ao público tudo o que desejam saber a respeito da coroa? Eu não poderia fazer isso." Não havia zombaria em seu tom que, acompanhado pelo sorriso gentil, certamente transmitia a imagem de inocência que ele buscava. "Ouvi dizer que algumas dessas plantas possuem propriedades analgésicas, ideais para fortes dores de cabeça. Achei que valia a visita. Entender melhor quais as condições favoráveis para aflorarem e, quem sabe assim, importar algumas delas para Liechtenstein." Explicou, ainda que o interesse pelas referidas flores estivesse há muito esquecido. "Devo presumir que este também é seu interesse? Imagino que o Karadag esteja a procura de algo assim para Anatólia?"

Ela já estava lá quando ele entrou — meio agachada junto a uma trepadeira de folhas negras, registrando em silêncio o tempo de abertura de suas flores. Era para ser apenas mais um ponto de observação entre tantos, uma tarefa discreta. Até ouvir a porta se abrir com um baque apressado. E então… ele. Lorenz. Não uma lembrança. Não uma projeção tardia de noites mal dormidas. Lorenz, em carne, ossos e aquela expressão de leve exaustão tão familiar. Ele não mudou tanto quanto esperava — ou talvez tenha mudado nos detalhes que doem mais: o modo como seus olhos ainda varriam o ambiente buscando segurança, mesmo entre orquídeas e magia. O modo como a presença dele ainda preenchia tudo. Como se o salão tivesse sido esculpido para amplificar sua existência, e não a das flores. Ela congelou. Por instinto, recuou um passo entre os arbustos. Mas não o suficiente. Ele a viu. Claro que viu. E por um segundo — breve, covarde — ela pensou em fingir que era outra pessoa. Mas Bahar nunca foi boa em fingir ausência. E, francamente, aquilo já havia se arrastado demais. Ela se endireitou com lentidão. Alisou a barra do vestido com os dedos — um gesto automático, inútil — e ergueu os olhos na direção dele. O nome dele quase subiu por sua garganta, mas travou ali. Entre o peito e o orgulho. Em vez disso, falou com a voz precisa, firme… só um pouco mais baixa do que o habitual. ❛ Se isso for sua tentativa de fugir dos jornalistas, posso garantir que as plantas daqui são mais venenosas que eles. ❜ Ela deveria ter dito algo mais leve. Ter sorrido. Ter fingido que o tempo não tinha marcas. Mas tudo nela era alerta, disfar��ado em compostura. Os olhos escuros o estudaram como quem observa um frasco com conteúdo instável — algo precioso demais para ser deixado cair, perigoso demais para ser mantido por perto. E então, mais baixo, quase sem querer. ❛ Não esperava te ver aqui, Alteza. ❜

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Salão das Sementes, 15:07.

Aquele era, sem sombra de dúvidas, o momento do dia mais detestado pelo príncipe. Afinal, não bastasse as câmeras constantemente o seguindo - algo que, infelizmente, era mais presente em sua realidade do que ele gostaria - ainda teria que responder às perguntas de um dos jornalistas. E, pela sua experiência, elas eram sempre as piores possíveis. Entre sorrisos e desculpas de que precisaria encontrar o irmão, Lorenz se afastou do grupo ávido pela próxima manchete sensacionalista e adentrou a primeira porta que encontrou. Àquela altura, adentrar a sala de sua própria execução seria menos ruim do que permanecer cercado dos microfones.

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Já era esperado que MAXIMILIAN LORENZ VON LIECHTENSTEIN viesse para a Ilha de Treatan, afinal, ele é um PRÍNCIPE vindo do REINO DE LIECHTENSTEIN. Não que seja elegante perguntar, mas sei que ele já conta com seus TRINTA ANOS, e não esconde a fama de RESERVADO, mas é sabido que seu lado ZELOSO compensa. Se não tivesse sangue azul, eu diria que é um descendente direto de DANIEL SHARMAN, porque não poderiam ser mais idênticos!

❛ ៹ — HEADCANONS

O nascimento dos gêmeos Lorenz e Ludowig foi celebrado com festejos que duraram mais de duas semanas, contando com a presença não apenas do seu povo, mas também dos milhares de turistas atraídos pelo anúncio da família real. Banquetes, bailes, aparições da torre mais alta do castelo, os bebês logo tornaram-se a atração mais popular do reino. E, diante de uma oportunidade como aquela, os monarcas passaram a se aproveitar da presença da mídia. Assim, o aniversário dos garotinhos foi transformado em um evento nacional, cuja lista de convidados renomados apenas crescia ano após ano.

Não é de se estranhar, então, que Maximilian não consiga se recordar de um momento de sua vida que não tenha sido documentado - sua primeira prova de recuperação em matemática, o primeiro beijo, a primeira vitória no campeonato de basquete, o primeiro coração partido. Todos os detalhes, mesmo os inventados, ocupavam as páginas de fofocas, acompanhadas de dezenas de cliques dos gêmeos. E para alguém reservado como Lorenz, aquele viria a se tornar seu pesadelo pessoal.

Era em uma pequena propriedade de campo de sua família que o rapaz encontrava alguma paz. Sem qualquer presença nas redes sociais, ele desfrutava do silêncio encontrado em meio à natureza - um pequeno oasis em meio a seu reino. A medida que os anos avançavam, as expectativas para que se tornasse uma figura midiática forte levaram-no ao acordo com o gêmeo que lhe renderia a liberdade que tanto esperava: a de ser o segundo na linha de sucessão.

❛ ៹ — EXTRAS

Trezentos e vinte e sete segundos segundos: foi o que lhe separou de seu irmão, garantindo-lhe a coroa que ele viria a repudiar. Não que Lorenz temesse a responsabilidade - muito pelo contrário, encontrava um apreço singular na possibilidade de gerar algum impacto. Seu problema era com a atenção constante da mídia, uma que parecia apreciada pelo gêmeo. De traços idênticos, não era incomum que trocassem de identidade ocasionalmente - algo que passou a se tornar mais frequente a medida em que Max se desgastava com as constantes interações com repórteres. Até que, mais recentemente, chegaram ao acordo perfeito: a troca de posições que livraria o mais velho de um destino que desprezava.

❛ ៹ — PODERES 

Materialização de desenhos: Através de seus traços, é capaz de dar a vida a objetos inanimados, estes sendo mais duradouros quão maior for sua concentração e a precisão dos detalhes. Mais recentemente descobriu que, por meio de desenhos de cenas, é capaz de influenciar também acontecimentos, aumentando a probabilidade de ocorrerem.