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“Ele tinha milhões de defeitos, mais sua melhor qualidade, era ama-la do jeito que ela queria.”

— Manhattan, 1931.

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A ultima vez que eu estive aqui, foi em 18/12/2021, pelo visto o fim do ano sempre meche comigo de alguma forma.

O tumblr sempre vai ser um lugar seguro, o tipo se lugar que você pode reaparecer depois de 3 anos e colocar todo o caos em perspectiva.

Hoje acho que posso dizer que eu cresci, que eu amadureci, o meu eu de 3 anos atras não acreditaria na quantidade de coisas que aconteceu. O meu eu de hoje sofre por achar que o pouco que aconteceu não teve nenhum significado.

Eu não me sinto mais tão sozinho, e apesar de estar escrevendo aqui por não ter ninguém pra conversar, sei que essa é uma situação momentânea, e que apenas nessa fração de tempo, as pessoas com que se colocariam nessa posição não estão disponíveis.

Estou mal faz algum tempo, não exatamente o motivo, mas consigo fazer uma lista bem extensa:

- Percebi que a parte mais feliz da minha vida é o trabalho, mais especificamente os dias presenciais;

- Percebi que meu atual relacionamento ruiu de vez e que eu não posso fazer mais nada a respeito para mudar essa situação;

- Percebi que eu posso sim fazer varias coisas a respeito, mas talvez eu não queira;

- Percebi que eu sou muito diferente da minha família e estar fisicamente próximo a eles me faz mal;

- Percebi que eu sou exatamente igual a toda a minha família e que por isso eu preciso me distanciar pra não perceber isso;

- Percebi alguns cabelos brancos em lugares que eu não esperava ver tão cedo;

- Percebi algumas dores em lugares que eu não esperava sentir tão cedo;

- Percebi que eu posso sim fazer mal para as pessoas que amo, se o que estiver em jogo for a minha felicidade.

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No auge dos meus 25 anos eu só estive em uma unidade de confraternização de fim de ano, e obviamente era de um trabalho que eu não gostava, com pessoas que eu não gostava e eu ganhei um relógio falsificado no amigo secreto e tive intoxicação alimentar comendo espetinho de carne que me rendeu um belo atestado.

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A maior prova da insignificância de um ser é a solidão, uma vez que as relações são baseadas na troca, na necessidade de algo que somente o outro pode te proporcionar.

Ser sozinho é o grito em alto e bom tom de que o que você tem oferecer não é necessário e bem quisto pelo outro.

A maior prova disso é a necessidade que as pessoas solitárias (eu) tem de preencher suas vidas com o outro. Uma vez que a sua existência é tão pequena, tão não suficiente para si própria, que a busca contínua e incessante por um outro alguém se torna habitual - mas não menos exaustiva.

A internet esfrega a cada clique o lifestyle da pessoa com amigos na minha cara, quem tem um amigo tem tudo, já diria Emicida, mas vivemos em uma sociedade onde ter tudo não é suficiente, é preciso ter mais que tudo, muito mais.

As festas, as viagens, os almoços no meio da semana, as manhãs de ressaca, nada disso é possível quando você se sente doente, quando só a sua vontade não basta para tornar tudo isso possível.

Um brinde aos que podem contar suas histórias no dia seguinte.

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Notting hill

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