Tumgik
haresdp · 3 months
Text
Há que se prestar atenção aos detalhes - eles escondem grandes segredos.
1 note · View note
haresdp · 7 months
Text
Celebrar os bons momentos - e não se perder nos maus.
0 notes
haresdp · 11 months
Text
O complicado de ter a memória como refúgio,
seja para fugir para o passado ou sonhar com o futuro,
é que ela não é muito confiável.
Veja bem, o presente é até bastante agradável. Mas ele, sozinho, não basta.
O desejo por algo a mais, distante e familiar, me empurra para dentro de mim mesmo.
O lado bom, se posso dizer, é que por ser minha, e somente minha, eu posso lembrar das coisas como quiser.
A memória é, acima de tudo, uma tela branca para criarmos o passado da maneira que melhor nos servir.
0 notes
haresdp · 1 year
Text
Eu sou dragão...
A música diz que eu sou livre para voar.
Longe.
Mas o peso de ser parece me prender ao chão.
Eu quero gritar.
e correr sem parar.
Sem parar.
Meu destino está longe.
Longe.
Longe que não consigo ver.
Me sinto cansado.
Há algo de belo na melancolia.
Mas ainda prefiro a leveza de ser livre.
E conseguir voar para longe.
Longe.
1 note · View note
haresdp · 1 year
Text
Ciclos
O clima em São Paulo nunca fez muito sentido.
As estações se confundem em um só dia.
O caos da cidade refletido no seu próprio tempo.
Ou seria o contrário?
Quando me mudei, passei a experimentar as estações de forma distinta.
Outono, inverno, primavera e verão.
A transformação entre um mês e outro.
A ansiedade pelo sol.
O (des)conforto do frio.
A liberdade da chuva.
Me acalmei quando entendi que a gente também precisa viver nossas estações.
Há momento de florescer, como na primavera.
E momentos de se guardar, como no inverno.
É preciso respeitar os nossos próprios ciclos,
para que o caos não impere em nossa morada.
1 note · View note
haresdp · 1 year
Text
Uma vez eu li que o sono não é acumulativo.
As horas perdidas foram perdidas para sempre.
E as consequências são indiferentes as horas de sono a mais que a gente durma na noite seguinte.
Me pergunto se os vazios são assim.
Inegociáveis.
Uma vez que abre um buraco dentro da gente, não há remediação.
Não se tapa, nem se disfarça.
A gente apenas aprende a conviver com ele.
E de vazio em vazio, como noite mal dormida atrás de outra,
Passamos um café pra ver se ajuda.
Quem sabe, o afeto seja o feitiço que não nos deixa cair em nossos próprios abismos.
1 note · View note
haresdp · 1 year
Text
Achados & perdidos
Sempre achei a expressão "achados & perdidos" fora de ordem.
O ordem dos fatores me deixava confuso, apesar de achar o conceito bastante civilizado.
Um lugar onde pessoas poderiam deixar objetos perdidos que encontraram em algum canto.
E onde pessoas tristes com a perca de algo importante reencontrariam um pedaço de si.
E ainda, no meu caso específico, um local que já me salvou inúmeras vezes em que esqueci o uniforme de educação física da escola.
Depois de quanto tempo é aceitável pegar para si um objeto abandonado, uma memória sem dono?
Das muitas coisas que perdi ao atravessar o oceano, uma foi essa eterna indignação com o nome de um lugar tão especial.
Que cheira a armário de nossos avós.
Aqui, encontrei a paz que nem sabia que precisava:
em caso de perca, procure o "perdidos & achados" mais próximo.
1 note · View note
haresdp · 1 year
Text
Quantas dúvidas podem habitar uma pessoa,
até ela perder o seu senso de certeza?
De ser?
Ultimamente, sinto que perdi meu rumo.
Que preciso me reinventar.
Me entender.
Duvidar para poder crer em mim mesmo.
Sinto que perdi a fé.
A dúvida abre espaço pra possibilidade.
Mas quando encaro o vazio, fico com medo do que pode acontecer.
Você já sonhou estando acordado?
0 notes
haresdp · 1 year
Text
Quando era pequeno, ajudava meu pai a preparar o almoço.
Minha tarefa era simples, mas levada muito a sério:
lavar os grãos de arroz.
Em uma bacia designada para a função, eu encharcava o arroz com água corrente, e depois com a mão habilmente banhava os inúmeros grãos na água acumulada.
Meticuloso, observava atento a cada grão imperfeito, possíveis bichinhos ou mesmo pedrinhas ou outras impurezas.
Aprendi com meu pai a colocar afeto e cuidado na comida, temperos até hoje imprescindíveis na boa gastronomia.
Até hoje lavo o arroz antes de cozinhar, apesar das embalagens me dizerem que não é necessário.
Em parte por hábito. E cuidado.
E em parte porquê amo a textura do arroz molhado.
0 notes
haresdp · 1 year
Text
Deixo a janela aberta durante a noite para o ar gelado entrar.
E os sons dos bêbados passando pela rua,
que me lembram que a vida é feita para ser vivida.
A música abafada de algum bar no final da rua.
O ruído da tv do vizinho que assiste o jornal da madrugada.
Na noite, a vida se torna mais intensa sem as distrações do dia.
Ontem vi a lua cheia refletida no vidro da janela,
iluminando segredos que guardava dentro de mim.
Do alto do meu quarto, me sentia um observador.
Atento ao que acontecia embaixo.
Agora olho para cima, a espera de novas respostas.
Tenho certeza que a lua falou comigo pela minha janela aberta,
que como espelho inverteu a ordem das coisas.
0 notes
haresdp · 1 year
Text
Eu gosto de pendurar bocejos
como quem pendura roupas lavadas ao sol.
Entre o esquecido e o não sabido,
como anjo caído transbordei do céu.
E desaguei em cima de novos sons:
Palavras novas são como pepitas de ouro,
que brilham na lama do rio.
0 notes
haresdp · 1 year
Text
Conquistar a mim próprio como alguém que aproveita o domingo para fazer uma grande faxina em casa.
As paredes não se mexem, mas a tralha muda de lado.
Tiro pó do rodapé que não vejo há meses.
Ouço a voz de um cantor familiar.
É domingo, faz sol e o vizinho chora.
A cebola logo vai ser refogada.
1 note · View note
haresdp · 1 year
Text
Acredito no medo de ser si próprio,
do mesmo jeito que acredito no papai noel.
Não é que eu ache que não tem nada de assustador em assumir quem se é.
Mas todo final de ano, acredito em um milagroso presente por ter me portado bem:
que abrirei os olhos e terei coragem de ser eu mesmo.
Sem medos.
1 note · View note
haresdp · 1 year
Text
As palavras que escrevo fazem parte de mim,
como a minha língua faz da minha identidade.
Eu sou o que eu sei falar.
O que não sei, invento.
1 note · View note
haresdp · 1 year
Text
Tive medo de ser eu mesmo.
Acho que é normal.
A ideia de falhar nos paralisa, mas tememos ainda mais o acerto.
É um sentimento de culpa.
Ninguém gosta de um mau ganhador.
O mau perdedor a gente até perdoa, afinal ele perdeu.
Tenho medo de vencer os meus limites, e sem saber,
abrir as asas demasiado perto do sol.
Não há perdão para quem se afogou no próprio destino.
1 note · View note
haresdp · 1 year
Text
Entre o céu e a terra, guardo uma fome capaz de devorar mundos inteiros.
O vazio que você deixou dentro mim é maior que qualquer amor que já senti.
Entre a dor e a existência, escolho o gripo que sacia os meus desejos: eu sou o suficiente!
Aprendi tarde que mastigar devagar ajuda a saciar a fome.
1 note · View note
haresdp · 1 year
Text
Eu não sei bem quem eu sou.
Algo incompleto, mas que existe.
Fico pensando nos cães que perderam lutas.
E nos gatos abandonados nos becos.
Há amor para todas as criaturas,
até mesmo as que não estão inteiras.
1 note · View note