Tumgik
heiderslair · 7 months
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one who knows you
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heiderslair · 1 year
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Casablanca
Gentleman’s Essentials
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heiderslair · 2 years
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Quando tive minha última crise de ansiedade, eu não conseguia fazer nada. Fiquei deitado na cama da casa da minha mãe, em Divinópolis tentando não pensar. Eu normalmente sou muito bom em não pensar, mas não era possível. Meus pensamentos não eram meus para controlar, eles decidiam me assombrar. Um pássaro ruim havia pousado sobre minha alma, feito seu ninho no meu peito, e chocava um ovo pesado dentro de mim. Eu carregava este ovo para onde fosse. Não conseguia juntar forças para resolver nada.
E, sem conseguir resolver, eu não conseguia encarar o presente. Me sobrou o futuro, então passei a pensar no que faria não para resolver a questão, mas após tê-la resolvido. Jogar Mario Galaxy 2 no Wii ou assistir ao primeiro anime de GeGeGe no Kitaro, de 1968, na TV de tubo. Divinópolis é sempre uma viagem ao passado, então lá eu me apego mais ao passado. Eu poderia me divertir, poderia aproveitar o que não aproveitei antes, poderia viver.
Foi esta última parte que me rendeu uma epifania. Eu me toquei que eu estava vivendo. Que aquilo, aquela ansiedade, aquela preocupação, fazia parte de tudo, de quem eu era, da situação que eu estava inserido, das minhas escolhas. Que pensar apenas nos momentos “de fora” como sendo minha vida era um erro. Eu sou eu quando trabalho 16 horas em um dia tanto quanto sou eu quanto, após tanto trabalho, fecho os olhos ardidos de encarar telas por tanto tempo e só consigo juntar forças para me lembrar de histórias. Sou eu quando passo o dia todo a ler ou ouvir música.
A crise de ansiedade não passou, mas o pensamento me trouxe um pouco de paz. O ovo trincou, mas não porque um pássado floresceu e rasgou meu peito, mas porque o ovo gourou. O líquido pútrede e viscoso ainda estava lá dentro, a feder minha existência, mas aquela vida de morte não tinha mais forças.
A crise só passou quando encarei de frente a questão, que foi incrivelmente simples de resolver. Ela não era um grande problema, a abstração criada na minha mente que era. O pior que poderia acontecer era muito melhor do que o sofrimento que ela me trouxe. E a epifania me mostrou as grades das minhas prisões.
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heiderslair · 2 years
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(antes de dormir um texto desenrolou-se na minha frente, completo e elegante. não podia escrevê-lo naquele momento. acordei e agora tenho que buscar pequenos retalhos do que ele era, e remendá-los com fios que caíram no chão)
o instagram é um currículo de uma vida que não existe. parece que todo mundo lá está numa eterna entrevista de emprego, fingindo ser o que não é e escondendo o que é.
o twitter permite interações demais, proximidade demais. pessoas que adoro lá ficam, às vezes, insuportáveis. ou, melhor dizendo, continuam sendo pessoas que adoro, mas o twitter mostra elas sob uma luz insuportável.
o facebook não é uma coisa só, é uma eterna bagunça desagradável, apodrecida. a grande queda já passou, e há até algumas coisas florescendo no meio de toda merda jogada lá, mas o facebook não soube aceitar sua morte.
eu usei muito o facebook. escrevia textos por lá, interagia, conheci pessoas maravilhosas. meus chats com algumas pessoas tem centenas de milhares de linhas de textos. tenho dó de apagá-los, mas nunca os lerei de novo: eles são uma sombra de algo sólido que não existe mais. nisso tudo, nesta mistura de chats privados e perfis públicos, de vida pessoal e vida privada, os perfis de lá dizem pouco sobre quem nós somos.
já o tumblr é este amontoado de memórias, de recordações, de mementos. a gente vai mobilhando este gabinete de curiosidades, deixa algumas páginas do nosso diário jogadas pela casa, e convida os outros a explorar. dá para ver os quadros e posters na parede, os brinquedos e videogames, as artes rabiscadas, as citações jogadas. antes até dava para ver um pouco da putaria.
explorar tumblrs é um trabalho de arqueologia e paleontologia. vamos pegando os pedaços de cerâmica e refazendo vasos, vamos pegando os pequenos ossos e refazendo grandes feras do passado. e isso acabou se tornando algo único do tumblr, este amontoado púdico de textos e imagens abandonado pela internet.
eu usei muito o facebook. escrevia textos por lá, interagia, conheci pessoas maravilhosas. meus chats tem literalmente centenas de linhas de textos. eu nunca os lerei: a emoção não está mais lá, eles são uma sombra de algo sólido que não existe mais. os perfis de lá dizem pouco sobre quem nós somos.
há uma solidão urbana presente no tumblr. a solidão de olhar de um apartamento alto para a rua. ver os carros passando, os pequenos pontos que são as pessoas se deslocando apressados, cada um tão real e vivo e cheio de sentimentos como nós, mas indiferentes. o tumblr é entrar nos apartamentos de quem saiu para trabalhar. fazemos os tumblrs para nós, mais que para os outros. a não ser que alguém puxe a tomada o tumblr nunca irá morrer, pois nunca precisou estar vivo.
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heiderslair · 2 years
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How will the world end?
it’s genuinely not something i think too much about. there are people to love and dishes to do in the meantime.
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heiderslair · 2 years
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"Once Pearl had wanted death but since she had come back to the island she realized that death was a hopeless resolution at best. The soul separated from the body at last, yet still retaining memories and having hungers. That's the way she saw it. Yes. And what would be the use of it—to be dead yet still to have the hungers—the different hungers for love."
—Joy Williams, from The Changeling
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heiderslair · 2 years
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uns tempos atrás eu estava repensando o uso de letras maiúsculas. acho mais elegante escrever sem começar as frases com elas. além disso, porque fazemos isso, mesmo? uma continuação simplória, uma informação boba, isso merece maiúscula? merece algum destaque? faça-me o favor. a frase tem que merecer.
o mesmo vale para nomes. não vejo porque escrever deus com maiúscula. Neil Gaiman merece nome e sobrenome em maiúscula. mas quem é neymar para mim? ou joe biden? algumas pessoas tem nomes que não merecem começar com uma letra maiúscula, mas apelidos que são tão únicos e íntimos que merecem. merecem talvez até duas letras maiúsculas de uma vez, talvez três (que mais que isso é exagero).
além disso, quem define que só algumas palavras podem começar com maiúscula? normalmente eu vejo flores caídas quando ando pela rua, mas ontem vi uma Flor toda delicada, em tons de roxo que pareciam vir do centro e ir cansando (talvez pelo frio?) conforme iam rumo a borda das pétalas. a trouxe para casa. ela já estava caída, então não a privei de nutrição. eu a privei do sol, mas fiz com que ela iluminasse uma sala com sua presença. uma troca justa para mim, espero que para a Flor também. ela também ilumina este texto.
agora a pouco, lendo um livro, me toquei que as pontuações também imploram para ser livres. a exclamação - ah!, a exclamação, tão exagerada e tão pouco usada porque não parece sincera - pode vir onde quiser. a interrogação, idem. todos merecem a liberdade que a vírgula tem. claro que a vírgula sofre, coitada. desde que falaram que ela representa uma pausa para respirar ela tem sido vítima de escritores que começaram a fumar aos três anos de idade, que tem asmariniteesinusite, que acham,que a gente,lê,como toma, café bem quente,de golinho,em golinho.
as vírgulas sofrem também com que tem fôlego de mergulhador olímpico que consegue ir a grandes profundidades com o ar preso em um peito de aço e que sequer dão tempo para os outros falarem enquanto conversam e que conseguem chegar ao final secreto de galopeira.
bem, não podemos julgar os usos pelo que há de ruim. há quem maltrate os sinais de pontuação, mas há quem faz muito bom uso deles. julgar o todo pelo ruim faz com que a gente não veja o bom.
não terminarei este texto com um ponto final e sim com uma vírgula, porque? bem, para provar meu ponto! e meu ponto é que só precisamos de ponto onde precisamos de ponto, e não onde a gramática manda. para deixar aquele gostinho de carta, que termina com uma vírgula antes da assinatura, não para causar surpresa (sempre sabemos de quem é a carta, o nome vem no envelope) mas para que prestemos atenção no nome de quem gastou tempo para escrever pra gente.
deixo vocês todos com o fôlego preso.
até (espero) logo,
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heiderslair · 2 years
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A última vez que escrevi um texto aqui pra valer foi quatro anos atrás.
Bem, vamos lá.
Eu preciso de rever muitas coisas na minha vida. Deixar de ser semente e virar tronco, galho, fruto.
Eu já tenho o que é preciso. Já tenho há tempos. O caminho é sempre longo, mas os pés já estão cansados de caminhar por não terem parado em nenhum lugar. A estrada não pode ser o único fim.
O que a vida quer de nós é coragem. O resto, é fácil de correr atrás. A coragem de largar, de dizer não, de se focar, de abandonar o que é nocivo, é a coragem da vida vivida, não da vida empurrada. Eu vejo a falta desta coragem na minha alimentação, no meu gasto de tempo, no meu uso de redes sociais que estão mais para ferir a mente que para adubar.
Mas e a coragem?
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heiderslair · 2 years
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tem alguém por aqui?
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heiderslair · 3 years
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Jeremy Mann
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heiderslair · 4 years
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Illustrations by Katsuya Terada for THE SECRET OF MANA (1993).
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heiderslair · 4 years
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Folktale illustrations by Russian artist, Nikolai Kochergin (1897-1974).
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heiderslair · 7 years
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Meu filho todos os dias aprende muitas coisas com a escola. Quando surgiram buracos nas folhas das minhas roseiras lhe mostrei e falei que eram de uma lagarta. Ele me mostrou um desenho que havia feito de uma: verde, cheia de pontinhas amarelas, com olhos esbugalhados e um sorriso enorme. Procuramos por dois dias a lagarta. Eu pensava em matá-la, para manter as roseiras. Pragas se espalham fácil. Não a achamos. No terceiro dia, encostado em um muro, ele viu um casulo cinza, pequeno. Ele não brilhava, não mexia, só estava lá. Meu filho todos os dias conversava com ele. Eu entreouvia uma coisa ou outra. Ele falava sobre a aula com argila. Sobre o tênis novo. Explicava sobre morcegos e a diferença de frutas e legumes. Ele estava na escola quando o casulo se abriu, mas eu estava por perto, estendendo roupas. Eu havia passado a olhar o casulo com carinho. E de lá saiu uma borboleta tímida, com as asas molhadas e amarrotadas. Ela se espreguiçou ao sol, uma pincelada de amarelo contra o muro ainda mais cinza, e depois de vários minutos resolveu voar por aí. Quando meu filho chegou e viu o casulo aberto ele saiu correndo pra me contar, um sorrido no rosto e os braços mexendo aforidos, tentando acompanhar sua empolgação. Ele não se importava de não ter visto, estava feliz com o que havia acontecido. Meu filho todos os dias aprende muitas coisas com a escola. E todos os dias aprendo muitas coisas com meu filho.
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heiderslair · 7 years
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heiderslair · 7 years
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Cada baseado um beijo Em fatos irreais
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heiderslair · 8 years
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Tive um sonho estranho hoje. Com pessoas que perdi. 2017 tem tido destas coisas.
Hoje eu descobri, meio que sem querer, que um flog que eu seguia foi deletado. Eu tenho todas as fotos salvas - todas menos uma que foi apagada antes que eu pudesse salvá-la - e vou revelá-las e deixá-las guardadas no meu quarto. Não sei se os arquivos digitais originais existem, é provável. Mas eu não os tenho. A revelação fará com que elas existam até que as traças e o tempo faça seu caminho.
Eu tenho problema em perder pessoas, mas tenho mais problema em perder memórias. Eu consigo perder uma pessoa, se eu sei que não havia outro jeito. Ou que ela será mais feliz assim.
Mas toda vez que perco memórias dói. Significa que eu não tenho nem ao menos as lembranças do que tive.
Me sinto como uma boneca matriosca. Quando olho pra dentro há apenas vazio e eus cada vez menores. Há um, bem no fundo, maciço. Que não quebra. Eu não consigo vê-lo, ainda. Quando conseguir é porque estou pequeno o bastante. Já terei perdido muito, até parte do vazio. Serei menos eu, ou talvez mais eu. Não sei ao certo. A estrada é desnecessariamente longa, e os passos demasiadamente curtos.
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heiderslair · 8 years
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Muito obrigado por tudo.
Desculpe-me por qualquer coisa.
Te amo.
Descanse em paz.
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