Ô nega Você não vê que é nesses teus cachos Que meus dedos se enrolam E eu me prendo sem vontade de soltar? Então não os mude Alisando-os mata os cachos E mata-me um pouco também Teu cabelo não é ruim Ruim é te ter tão perto E perder aquilo que te faz minha nega
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eu sou poeta
mulher
negra
lésbica
eu sou poeta
dessas que vê flores no asfalto
fala de amor
e anda na chuva querendo mesmo se molhar
eu sou poeta
universitária
feminista
que briga com o mundo
racista
capitalista
machista
eu sou poeta
sim
poeta
mas não tem poesia que embeleze essa realidade genocida do Brasil
pátria amada, mãe gentil (dos brancos)
os negros ela aborta
e quando nasce
ela segrega
não leva pra escola
bate e nega (tudo)
eu sou poeta
de quinta
que observa a vida na esquina
que cola com o gueto
que não tem medo
que não foge da luta
eu sou poeta
e já cansei
não existe amor em SP ( e nem no resto do Brasil)
CARALHO!
Castro Alves é atual
Pedro Alvares Cabral usa terno
e vocês ai com medo de ir pro inferno
ACORDEM!
já estamos nele.
Aryelle Almeida.
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