Text
VIAGENS NO TEMPO PODIAM SER PERIGOSAS, mas Dorothée não tivera isso em mente quando decidiu pegar a velha bicicleta que continuava conservada na garagem dos pais e pedalar por todo o caminho até o passado. Desde a chegada na cidade natal, ela achava que um dos propósitos para sua visita era retornar aos lugares onde guardava boas memórias. Ela podia jurar que uma vez que pusesse os pés naqueles solos sagrados, como um caleidoscópio de lembranças, tudo voltaria, então ela saberia o que fazer para sair daquele buraco que era o bloqueio criativo. Se Lanveur fora outrora cenário de tudo o que manchava os papéis de seus diários e poucos livros publicados, aquilo podia funcionar mais uma vez.
Por isso, ela pedalou até a reserva que fazia vizinhança a vinícola local. Era pra onde costumava fugir, no auge da adolescência, para escalar as árvores e ler um romance quando sozinha; mas ela gostava mesmo era quando tinha companhia. As árvores dali guardavam seus segredos, seus choros e risadas. Guardava a intimidade de um primeiro beijo roubado e a primeira rachadura de corações e tudo isso de rostos que já começavam a sumir em sua mente. Os amigos que a muito não via.
De qualquer forma, o primeiro passo era subir uma árvore, como nos velhos tempos. Mas como ela não pode desconfiar que depois de anos na cidade grande, aquilo podia se tornar difícil? O máximo que Dora conseguiu foi se pendurar num galho, perder a força dos braços e cair sentada no chão, derrotada e envergonhada. Refletiu sobre como aquilo fazia sentido com o seu estado de espírito e achou que podia rir sozinha da própria desgraça, até ouvir um galho pisado denunciar a presença de alguém. Ela não se alarmou, apenas olhou em volta. “ Isso não é tão ruim quanto possa parecer... eu vou ficar bem! ” resmungou pro vento.
#( * ) 𝘤𝘩𝘢𝘱𝘵𝘦𝘳 𝘪. : narrative.#( vou deixar esse starter aberto aqui ! )#( por favor - fique a vontade pra dar uma olhada nas listas de conexões da dora pra tornar isso mais dinâmico se quiser )#( e perdão pelo tamanho ; eu peco pelo excesso as vezes... )#lanveur:starter
2 notes
·
View notes
Text
DOROTHÉE ESTAVA ACOSTUMAVA COM FILAS, normalmente ela as detestava. mas havia algo de muito prazeroso em estar numa fila para comprar no seu antigo café favorito. faziam poucos dias desde que desembarcara em lanveur e durante aquela sua viagem no tempo, os lugares pareciam guardar risadas sopradas com o vento e em cada esquina ela pensava ver a silhueta da menininha magricela e hiperativa que um dia fora, correndo pra todo lado, observando de tudo um pouco.
ainda era dez da manhã quando ela saiu da casa dos pais e dirigiu com a velha caminhonete do sr. brossard até a rua movimentada. o café era uma atração desde sempre, mas, ela não pode deixar de notar como parecia ainda mais popular com o tempo. se enfiou na fila e a passos de tartaruga, aguardou sua vez. um trio de garotas universitárias tagarelando sobre a festa do último fim de semana era a última barreira até um copo de bebida quente, com muita espuma e creme de avelã — ainda era o favorito da francesa. o trio disparou pro balcão de pedidos e ela parou, abordada de repente por um rosto desconhecido, e bem gato.
o homem, que se apresentou como louis, lhe pedia o favor de unir os pedidos. ela bateu os olhos e sorriu, concordando em prestar o favor. “ eu tenho uma barrinha de chocolate e uma fruta aqui na bolsa se for te ajudar, meu pai sempre diz que precisamos andar com uma para emergências! ” ela pontuou, antes de abrir a bolsa e tirar de lá o chocolate e uma banana. “ e ao invés do dinheiro, pode me devolver o favor de outra maneira... você sabe onde fica a biblioteca da cidade? ”
A fila para o café estava muito extensa, sempre que ia para a biblioteca, por ser cedo, sempre passava no café para comprar o seu copo de café expresso avelã e uma porção de croissant, mas naquela manhã não teve tempo e precisou seguir direto para a biblioteca. Uma reunião rápida e as dez lembrou que não tinha comido nada, mas era um horário mais movimentado, a calcular que os alunos da universidade acabavam indo para lá. Louis precisou ser corajoso, foi até a fila e perguntou de um por um se alguém poderia comprar para ele o café junto com a porção para a viagem, até ofereceu dinheiro para isso, então muse aceitou a proposta. “Oh, obrigado! Eu realmente não tenho como ficar na fila e estou passando mal de fome”
9 notes
·
View notes
Photo

𝑖𝑡 𝑎𝑙𝑤𝑎𝑦𝑠 𝑙𝑒𝑎𝑑𝑠 𝑡𝑜 𝑦𝑜𝑢 𝑎𝑛𝑑 𝑚𝑦 𝘩𝑜𝑚𝑒𝑡𝑜𝑤𝑛 ; meet dora brossard.
informações básicas.
nome. dorothée celine brossard • aka. dora • aniversário. 10 de dezembro • pronomes. ela/dela • gênero. mulher-cis • nacionalidade. francesa • sexualidade. bissexual • altura. 168.9cm • cor dos olhos. avelã • cor do cabelo. loiro • porte físico. magra.
personalidade.
um fato interessante sobre a dorothée: ela é adaptável. com sua alma de camaleão, dora sempre soube vestir bem as cores que lhe cercam. versatilidade; ela não é do tipo que se intimida com o diferente. ela tem uma personalidade calorosa, amigável e bastante aberta — sua mãe costumava chamá-la de atirada, quando na realidade ela só gostava de estar em contato com os outros. para os americanos que conheceu, ela tinha uma bússola moral muito forte e uma elegância louvável, uma típica francesa. para os franceses, ela havia se tornado muito extrovertida e meio inquieta, como quem tem pressa de viver, algo meio americano demais.
aparência.
fosse na europa ou na américa do norte, dorothée era um colírio para os olhos. tinha aquela estética de garota estrangeira curiosamente agradável demais para ser real. ela se movia como uma bailarina e falava com tanta paciência que parecia disposta a hipnotizar com a fala. muito do que tinha em fisionomia se devia ao lado materno da família. os traços eram bem pontuados, mas a composição deles era curiosa. o nariz era meio largo, mas não largo o bastante pra ficar em evidência, como os olhos muito graúdos em tom de avelã ou a boca pequena muito desenhada. pele clara, facilmente ruborizada quando muito exposta ao sol. uma postura muito correta, como a de uma supermodelo, mesmo sendo apenas natural para ela, agir com tanta graça e disciplina.
resumo.
dora nasceu e cresceu em lanveur e ao contrário do que se espera de uma pessoa ambiciosa fruto de uma cidade pequena, ela não tinha um desejo esmagador de sair correndo de lá. ela cresceu numa família simples e que orgulhosamente dizia que ela seria a mudança; ela era a criança que diferia de todos os outros humildes brossard.
filha de uma professora de inglês e um cozinheiro brilhante que nunca ousou sonhar em mais do que a padaria local, ela cresceu num lar cheio de amor e simplicidade. dora sempre se permitiu viver como se sua vida fosse fragmentos de livros que adorava devorar. ela vivia a beira das emoções. vivia inspirada e devaneando sobre versos, clímax e não se contentava com coisas muito normais e sem emoção. talvez foi esse o principal impulso para ela ter aceitado ir estudar noutro continente, sozinha.
estudou literatura numa universidade americana, conseguiu emplacar dois livros que se tornaram ótimos em vendas e a colocou sobre os olhos de interesse do mercado literário e estruturou a própria vida na américa, com amigos, um romance, um bom relacionamento com uma editora que esperava ansiosamente pelo próximo lançamento.
se não fosse um bloqueio criativo e a súbita vontade de voltar para casa…
dora retornou a lanveur depois de meia década longe. motivada a extrair daquele pedaço de terra que amava uma boa história, mesmo que retornar significasse cavar buracos e pisar em terrenos delicados que havia deixado para trás.
clique aqui para ver a lista de conexões desejadas da dora !
2 notes
·
View notes