Tumgik
ik1kittyzip · 2 months
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sonhei que tinha o cabelo longo e que você me namorava. não posso deixar de imaginar e torcer que seja um futuro nosso se misturando com o passado que sou agora, tentando me alertar que vai tudo se acertar. que eventualmente você vai dar uma chance pra gente, mesmo que seja uma esperança infantil.
você é tão compreensiva que me machuca. você me viu chorar, me viu ficar desesperada com a possibilidade de te dizer o quanto gosto de você e ainda assim, com toda calma do mundo, me beijou, abraçou, secou minhas lágrimas. me tocou com cuidado. me deixou pensar. me chamou de amor. esse sentimento que eu implorava que sumisse só cresceu.
escuto sua voz nos meus sonhos, grito alto, choro bastante e saio correndo da sua casa com você no meu pé, pedindo desculpa, me dando beijos entre as lágrimas e dizendo que meus sentimentos não são demais. algo que eu nunca faria, não sei se ia conseguir virar as costas pra ti desse jeito.
choro tanto, penso tanto, imploro tanto pra algo me tirar isso ou pra fazer você sentir o mínimo de algo romântico por mim mesmo que eu saiba que não é justo com você. mesmo assim, tenho vontade de sumir só pra ver se você me procura, só pra ver se você não sente nada mesmo.
sinto um ciúmes nojento dentro de mim, me vingo falando com pessoas questionáveis mesmo que eu saiba que você não se importa e ainda fala com garotas mais bonitas do que eu. eu sei que você me disse que não é minha culpa, mas não posso deixar de pensar que se eu fosse mais magra, bonita, estável, de alguma forma, você se apaixonaria por mim. eu queria tanto ser tua. queria tanto acordar com um sentimento de sonhei com você.
eu posso implorar o quanto eu quiser e não vai mudar, posso apelar pra todo tipo de filosofia e pseudo ciência, mas nada vai mudar o que você sente por mim. eu sei que não sou e nunca vou ser nada, mas em meus sonhos onde tenho o cabelo longo você me beija com tanto carinho e cuidado que desejo não acordar nunca mais.
quero ficar presa dentro desse sonho, quero ver teus olhos desviando dos meus bem de pertinho, quero analisar tua pele, beijar teu rosto de novo, sentir meu corpo ficar dormente com a tua atenção e chorar só pra você limpar minhas lágrimas com carinho.
tenho pensado em me punir com pessoas que só querem me usar pra parar de me sentir assim. tenho pensado muito em coisas que tenho pra te escrever, contar. me sinto impulsiva e arrependida. tenho vontade de nunca ter te conhecido e tenho vontade de nunca mais sair do teu lado, ao mesmo tempo.
se eu me olhar no espelho demais, quase consigo ver meu sonho se tornando realidade. acho que vou deixar o cabelo crescer.
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ik1kittyzip · 3 months
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vou te contar meus desastres esperando que um milagre saia da tua boca. alguma coisa que me explique a razão disso tudo, o motivo das coisas acontecerem do jeito que acontecem.
espero que você me cure de uma doença que não sei viver sem, de uma podridão que me faz ser outra pessoa, quem eu realmente sou? essa pessoa doente é quem eu realmente sempre fui?
você me perdoa pelas palavras ruins, pelas mentiras que te conto e pelas acusações infundadas que te jogo porque sabe que eu sou doente, machucada. você me perdoa porque pensa que eu não sou uma pessoa ruim de verdade. mas, e se depois que você me curar, você ver que eu realmente sempre fui assim, ruim? você ainda ia me fazer promessas de permanência? ainda ia dizer que me ama? ia sentir falta de mim como me disse que sentiu hoje?
você sente falta mesmo, mesmo? porque eu sinto muita. sonho que você me abandona, sonho que você me toca, sonho que você me adora de verdade, sonho que você ama até minha parte doente. tenho medo de você achar pessoas melhores que eu, tenho uma vontade egoísta de te privar de alguém além de mim e eu sei que ninguém merece uma vida miserável e solitária que nem a minha. mas queria você só pra mim, te prender dentro de uma gaiola no meu coração. quero você minha. e também não quero, não quero me apegar em alguém que certamente ia achar a chave da gaiola que eu escondi com tanto cuidado.
espero ansiosamente por ti, por teu abraço e pelo teu cheiro. espero ansiosamente pelos dias que chego em casa com a boca dormente de tanto te beijar. chego em casa às sete e de manhã cedo ainda sinto um toque fantasma do seus lábios nos meus, como se eu tivesse algum tipo de abstinência absoluta de você. uma nicotina que me tira do fundo do poço e me faz voltar de hora em hora.
meus lábios te conhecem, as sílabas do teu nome correm pela laringe e rebatem na minha língua como se fossem uma oração divina, sinônimo de amor. sinônimo de tua. sinônimo de clichê e emoção. sinônimo de meio dia. sinônimo de seis da tarde. anseio por um fim de semana que não chega nunca. anseio por um inevitável fim que você me prometeu dezenas de vezes que não vai chegar. não consigo te olhar sem imaginar eu implorando pra você ficar como um cachorro abandonado no acostamento de uma avenida movimentada.
sou patética perto de você. sou patética por querer o impossível. sou patética por olhar horas iguais e desejar coisas que eu nunca te contaria — nem pra ninguém. meus desejos mais profundos pra horas e gatos tricolores são só meus, de mais ninguém, mesmo que eu queira que sejam teus também.
não sei me controlar, não sei me saciar com pouco. preciso do melhor, preciso estar no limite da minha sanidade pra me sentir eu. preciso deitar na sua cama e ouvir sua respiração alta no meu ouvido porque você fica com seu rosto enterrado no meu pescoço. preciso ouvir sua voz no fundo das minhas dissociações e pensar o quanto eu quero que você me machuque.
eu preciso que você me machuque, eu preciso ser punida por ser assim. por me comportar assim. eu preciso que você me arranque os cabelos. preciso que você me dê socos e me chute e dê tapas. preciso que você me faça sangrar porque eu não mereço que você seja boa comigo. eu preciso que você desconte teus pensamentos ruins em mim. preciso que você me olhe com raiva e sinta vontade de me expulsar da sua vida. quero sentir o sangue quente cair pelo meu rosto como se fosse sua boca me enchendo de beijos. quero ser machucada toda hora. quero ser normal toda hora. quero ser doente toda hora porque tem um sentimento constante que você só fica porque eu sou doente. você não mentiria pra mim desse jeito, né?
eu preciso dessa confirmação, e preciso de um motivo. preciso que o nosso fim chegue pro meu fim chegar. conto as horas pras nossas horas acabarem com uma dor profunda dentro de mim. queria horas eternas contigo.
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ik1kittyzip · 3 months
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tenho sonhos onde deito no teu peito e escuto seu coração bater por mim.
são sonhos tão secretos que acordo querendo esquecer, mas eles são tão claros que lembro de cada segredo que você me contou lá. se eu pensar bastante, consigo até lembrar quantas batidas eu ouvi.
os dias passam e passam e passam e esse sonho me corroe. tu-dum, tu-dum, tu-dum. escuto bem alto nos meus ouvidos, como se tivesse sido real, como se você realmente olhasse pra mim e seu coração traísse seu dono me contando um segredo tão bem contado que eu não posso deixar de esconder de mim mesma.
profundamente, quero você secretamente. um segredo meu guardado na minha pupila dilatada olhando a sua em êxtase. você não me quer. você sente dó. olho por minutos esperando encontrar respostas por trás de teus olhos. imploro pra virar um ser microscópico por um tempinho pra tentar entrar em sua mente e desembaralhar seus pensamentos.
procuro respostas em diagramas, tarô, música, sinais incompreensíveis do universo em borboletas amarelas que você sequer nota. eu noto tudo. eu vejo tudo com uma grande desconfiança. você vai embora e eu vou ficar estagnada pra sempre nesse sonho que você sequer considera que eu tenho.
ainda escuto com clareza seus batimentos imaginários como senti quando deitei em teu peito. você estava nervosa ou seu coração bate rápido desse jeito? quero pensar que era por mim, mas eu sei que não é.
sinto sua mentira de longe e seu distanciamento de perto. sinto sua vergonha de mim mais próxima ainda. vejo você me escondendo, me ignorando, mentindo que não vai mudar comigo. todo mundo sempre muda e você não é a primeira a mentir sobre isso. você fez promessas falsas que sabe que não vai cumprir, que não vale a pena cumprir. eu não vou te perdoar quando meu medo se concretizar.
seus batimentos flutuam, as vezes são baixinhos e mal consigo escutar. às vezes eu sinto eles quando você me aperta no nosso abraço. cada batida é como um choque pelo meu tórax, se espalha até as pontas dos dedos e chega no hipotálamo, me liberando uma endorfina que procuro a vida toda. uma calmaria em meio meu cérebro podre e doente. quero ficar assim pra sempre, sentir teus batimentos pra sempre. sentir você me apertando até quebrar as costelas, perfurar meus órgãos com os ossos e me transformar num novo ser humano.
quero ser nova pra sempre. quero ser sua pra sempre. quero me desintegrar e fazer parte de você de alguma forma. quero você ou quero ser você? quero você ou quero provar pra mim mesma que eu posso ser amada, cuidada?
olho seus olhos por mais uns minutos e vejo seu futuro sem mim. vou ser esquecida, vou ser casada com uma pessoa imaginária e você vai estar sendo melhor. não confio em você. não sou pra você e você provavelmente não é pra mim.
te chamo de amor e imagino que você entende isso como um segredo que estou te contando. um segredo que não tenho coragem de falar em voz alta. um eu te amo não dito. um eu te amo que eu nem sei se é verdadeiro.
nessas tardes onde eu chego cedo e saio tarde, dá pra fingir que a gente é algo de verdade. quero chorar e ser confortada por você de novo. quero me sentir sua por um momento de novo. quero sua mão no meu pescoço me enforcando até eu sentir todo ar finalmente ir embora e eu morrer sendo de alguém. quero ser de alguém. quero ser sua. quero que minhas preces sejam ouvidas. quero que deus me dê esse único desejo, eu não rezo, eu nunca pedi nada em vinte anos, eu quero ser de alguém. quero ser sua. quero que minhas simpatias sejam atendidas. quero ser sua. quero que todos os santos que aceitem desejos me concedam esse. quero ser sua.
quero ser sua por mais algumas tardes até você finalmente quebrar sua promessa. quero ser sua por mais alguns batimentos. quero ser sua em mais alguns sonhos.
deus, por favor.
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ik1kittyzip · 4 months
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não existo até que você me veja.
gosto de pensar que você não existe também. mas o ato de pensar em você não é o mesmo que te ver claramente, com todas as linhas e rachuras de um rascunho feito numa capa de caderno? o que é considerado ver, de verdade? você me vê como eu te vejo? você se vê como eu te vejo? todas as interpretações e verdades universais não se aplicam quando minha pupila encontra tua silhueta contra o sol.
só existe você, e se só existe você, não existe nenhuma decepção forte o suficiente pra me abalar de sentir que: poxa, gosto muito de ti.
o solipsismo diz que só existe uma mente pensante. todo o resto, tudo que vejo e toco. flores e borboletas se procurando num dia de outono. o sol entrando pela janela e tocando minha pele. um cachorro perdido se encontrando com seu dono. você chegando bem perto de mim com sua respiração se misturando com a minha. tudo isso são apenas fruto da minha imaginação. é uma filosofia triste e solitária, acho que nem em meus sonhos mais profundos eu iria planejar algo tão bem planejado quanto eu e você, vendo filmes num dia frio e nublado.
e se só eu existo, não acho que ia conseguir imaginar dias tão solitários e desgastantes. procuro sua presença em lugares secretos, minto pra mim dizendo que não te procuro, minto pra você que não me chateia mais sua recaída da minha vida e no fim da noite, de manhã bem cedinho, se eu ficar quietinha o suficiente pra ouvir um passarinho solitário cantando, você se faz presente. o peito quase dói. viro de um lado pro outro e no fim sonho que dançamos juntos e eu te digo que nem sei dançar. você ri e ri e acha um ritmo bom entre nós. acordo chorando e implorando pra você sumir de vez.
essa é a pior parte. esse vai e vem como se eu não importasse. como se meus sentimentos fossem só uma parte que não faz parte mim. eu só existo por você. pra você. um bloco de madeira perdido em meio bonecas e carrinhos. sou o alicerce. uma coadjuvante da sua e da minha vida.
no meu quarto, lá perto das nove da manhã, o sol bate na minha cama se eu abrir as cortinas. e daí eu consigo entender como os povos antigos veneravam o sol, como não venerar algo que esquenta tua pele num dia frio, como se fosse um amante, um pai, uma mãe? como não venerar algo que te vê numa areia movediça interna e ainda assim reaparece no dia seguinte para, outra vez, te tocar com cuidado te dizendo que poxa, eu ainda gosto muito de ti.
eu queria ser o sol que tu venera. uma deusa misteriosa que você não compreende, que reza esperando por respostas maiores e eu apenas te respondo com um sorriso sereno e um pouco dos meus raios solares. ilumino teu dia e queimo tua pele ao mesmo tempo. te machuco e te amo. te amo como se fosse uma divindade que ama sua criação. quero ser a deusa que você imagina olhando num pavio de vela. quero que veja meu corpo se formando nas chamas e pense: ela é tudo que eu desejei nessa vida.
mas eu não sou. não sou nem o sol, nem uma divindade, não ilumino teu dia nem queimo tua pele. não sou tua. não sou nada além de uma nuvem passageira num céu bem azul. até apago o sol as vezes, você até esquece dele, mas quando vejo o teu sol é muito mais forte que eu e eu sumo. viro nada.
se eu não sou nada, você também não existe de acordo com o solipsismo. e isso me conforta. saber que você não é nada me conforta. de certo modo, teorizar que você é parte da minha imaginação me chateia menos. me machuca menos. talvez você esteja sumindo porque aos poucos eu tô te esquecendo.
em duas semanas, sinto que têm meses que não nos vemos. queria mentir dizendo que nem lembro mais o tom dos teus olhos, ou o tom da sua pele, ou o formato dos teus lábios. mas eu lembro, lembro de tudo que você sequer lembra de mim. ninguém me ama mais do que eu me amo, mesmo que eu queira que você tenha o mínimo de sentimento por mim.
você não sentiu nada? nada mesmo? em nenhum momento você sentiu algo além de prazer? nem uma faísca de paixão? nem uma pontada diferente no peito? nada, só tesão? se eu me iludir muito, me sinto lisonjeada. sempre fui usada criminalmente, nunca por alguém que realmente tivesse minha idade, os mesmos gostos, que me visse de forma erótica sem ser por pena. se eu me iludir mais um pouco, me sinto feliz por ter sido usada como fetiche. penso em me matar esse pensamento passa na minha cabeça. queria explorar seus sentimentos mais secretos. andar pela sua mente como quem anda na areia da praia, e quando as ondas quebrarem, iam apagar toda minha presença. você nem ia saber.
certos sentimentos eu imploro que você sinta também. sou esperançosa, tenho certeza que um dia a gente vai ler isso uma do lado da outra e dar risada. tantas coisas já me confirmaram que vou ser tua que nem fico triste vendo você, eu te espero. te espero e te espero e te espero até você perceber que você é destinada a estar do meu lado. eu sei disso, eu sei.
faço parte de ti. e de certo modo, você faz parte de mim também. mesmo que você tenha sumido, sinto que tem um grande abismo que você deixou pra trás. um buraco no meu peito com o formato do teu perfil — daquela vez que você deitou no meu peito, você lembra? eu lembro bem. muito bem. tá marcado, bem aqui. como se minha pinta de nascença fosse um presságio marcando esse lugar específico do meu peito pra você, um guia de como me ouvir por completo.
será que você entendeu o que o ritmo do meu coração quis dizer e por isso que foi embora?
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ik1kittyzip · 4 months
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te procuro em lugares que nem existem.
nem quero procurar, não é meu foco, mas tua inicial, tua música favorita, as letras do teu nome se voltam pra minha visão periférica e quando eu vejo, te vejo! te vejo de madrugada, no teto, quando tudo está bem escuro. tento montar teu rosto bagunçado como se estivesse num eterno efeito tetris, os olhos são assim, teus cachos tem esse caimento, teu nariz tem aquele formato.
quando estou bem, feliz, animada, escrevo coisas bonitas sobre ti. penso no banho tudo que queria te falar, lavo o cabelo imaginando teu rosto. me toco, não no sentido sexual da coisa, no sentido de realmente me tocar, sentir minha pele, e as vezes imagino que é o teu toque. não quero isso. mas de certo modo, desejo sim ser cuidada por você. é um desejo que sussurro baixinho pra deuses, nas orelhinhas de gatinhos de rua e pra peixinhos solitários em aquários faça ela me querer, faça ela me tocar, faz ela me amar?
queria que você lesse isso tudo, até os textos que te desejo mal. quando estou bem, me arrependo de te desejar o pior. me arrependo de desejar que você morra, que piore, que só pense em mim. não me arrependo de querer que você me veja morta, esse desejo sempre vai ser constante, não sei o motivo.
me pego me comparando com gente que nem conheço, desejo mal pra pessoas que nunca me fizeram nada além de te tirar de mim. mas será que tiraram mesmo se você nunca foi minha? acho que se você lesse isso agora, ia achar tosco, mas é verdade. sinto uma posse por você como sinto por todo mundo que eu sinto uma conexão maior do que posso controlar. é pior quando não é mútuo, me machuca mais, me deixa mais doente, fraca, esperando pelo dia do meu suicídio. me deixa desconfiada, atenta pra qualquer passo em falso.
você é a melhor e a pior. consigo até ouvir você me perguntando por que isso tudo? e eu ia dizer que não sei. eu nunca sei. me sinto pequena perto de você, burra, aquele tipo de criança que não sabe a hora de parar. sempre senti muito, muito, até não sentir nada. e depois, você vira tudo que eu vejo, tudo que eu penso, até que vira a escória do ser humano. uma pessoa falsa e burra e manipuladora e nojenta. e quero tua morte. me arrrependo e quero a minha. depois a tua de novo. no fim, me contento com a minha. acabo chorando sozinha e me pergunto por que isso tudo?
daí fico pensando na última vez que me senti assim, te contei tudo sobre isso. comparo os textos que escrevia pra uma outra pessoa e vejo que a única coisa que mudou foi a idade. sempre me senti assim, sempre desejei o pior pra quem me magoa e sempre me arrependi depois. me pergunto se você iria se arrepender de se envolver comigo se lesse tudo que te desejo, tudo de ruim que sinto. nunca te deixei claro o quão ruim posso ser, como a mágoa ataca tudo de bom em mim até apodrecer tudo.
hoje já não sinto ódio por você, sinto um tédio indescritível, um estresse em saber que nada vai dar certo. ontem senti muito ódio, pensei em formas de fazer você se sentir mal, de se arrepender. amanhã não sei, queria acordar e ver que não sei quem é você. queria acordar e não saber sobre quem eu escrevi na noite passada.
quero que você me esqueça também, quero recomeçar. sem saber de nada, sem ter esse sentimento de minha dentro do meu peito. não sou tua, você não é minha. queria que fosse, às vezes. até imploro. e daí passa e eu penso que sou doente demais pra você, imploro mais um pouco até achar que você vai pensar em mim. daí me acho boba e escrevo mais um pouco. você ocupa mais espaço do que imagina.
mas não é tanto quanto antes, aos poucos você vai sumindo de mim. não te vejo mais em sonhos, não penso em te mandar vídeos que iam te fazer rir, não penso que qualquer cabelo claro e cacheado é o teu. quase nem lembro do teu cheiro, o meu perfume se alastrou pela jaqueta não entregue então você meio que sumiu do meu quarto, aparece só ás vezes, quando acho que vou morrer de tanto chorar. não morro e você some.
mas tudo bem, também. uma hora você some de vez, por mais que eu não queira. por mais que eu torça pra um dia você ler isso do meu lado e dizer olha, como você era doida! por que não me contou? só pra eu responder você sabe como eu sou.
será que sabe?
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ik1kittyzip · 4 months
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cinco
de
outubro.
dois mil e quatro.
ano de nada interessante além da coincidência cósmica de eu nascer no mesmo dia que você. cinco de outubro. meus números favoritos, cinco e dez. você sequer sabe disso?
sempre fui egocêntrica, desde a infância, com meu número da sorte ser cinco. por que? eu nasci. tem alguma sorte maior? é coisa de artista, centrar sua vida no seu nascimento e sua morte. egocêntrica ao ponto de pensar ser única. desquerida o suficiente pra achar que por dividirmos essa data seríamos destinadas à algo maior e melhor. quero o melhor. quero ser a melhor.
quero ser a única em todos os sentidos possíveis, a única a ser cuidada, tocada, atendida, amada, fotografada. a única que não fala. a única. quero que você olhe nos olhos de outras e pense que eu sou a única que vale a pena. quero que olhe pro calendário e esqueça de você.
esquece de você? não esquece de mim. esquece que nasceu em outubro. esquece do número cinco. esquece do ano que o kanye lançou aquele álbum que eu não me importo em lembrar. esquece de tudo. olhe pra data e veja meu rosto, olhe pros números cinco, dez e dois mil e quatro e pense em mim. só em mim.
substitua tudo. reforme seu cérebro. ao ponto de doer. quero que a falta da minha presença te machuque. quero que você abra sua cabeça, veja aquela nojeira cair pelos teus olhos e só note eu no reflexo do sangue. só eu. mais nada. neurônios substituídos por pequenas eu's, trabalhando duro pra piorar seu estado mental. que seu lobo frontal seja substituído pelos meus olhos. o parietal pelo meu toque. o temporal pelo tom da minha voz chamando teu nome, que fique desbalanceada quando minha vibração sonora não é captada.
quero você tonta sem mim. quero você enjoada, sem conseguir andar, sem conseguir pensar. quero entrar como um parasita pelo teu sangue e me fixar dentro da tua cabeça. te machucar de verdade. quero que você endoide. quero ver você piorar e piorar e piorar. quero suas doses de remédios altas. quero você internada. ser a maior praga da sua vida, que você tenha pavor de uma data que você sequer lembra.
eu sou ruim por querer isso? eu queria te contar como achava que somos destinadas, queria te contar como nunca vou esquecer de você por causa dessa data. queria te perguntar se você nunca vai esquecer de mim. não consigo não te desejar o pior. não consigo não te desejar o melhor.
meu egoísmo e egocentrismo andam juntos, tenho que ser a sua atenção focada. quero você me analisando num microscópio e me desejando como uma deusa. quero e quero e quero.
não quero nada de ti, no fundo. quero muito de mim, pra mim. sou ruim, sou feia por dentro e fora. seu novo experimento é mais calma, querida, amada. com certeza é. sou aquele ratinho que foi descartado nos testes. dá vontade de morrer de vontade, me rasgar em inteira na sua frente pra você me dar a atenção que eu quero. andar pra minha morte pra sua atenção voltar aqui, bem pra mim. bem de pertinho.
eu quero tudo e não dou nada. ela é melhor e melhor e melhor e melhor e melhor. um ratinho bonito, olhos vermelhinhos e pelo branquinho. mais inteligente. mais amado pelo cientista. nascido numa data só dele. uma personalidade cósmica única.
tão única que minha morte passa despercebida, não te faz lembrar de mim. se eu morrer, você vai lembrar do meu aniversário? suas ações vão te assombrar eternamente nessa data ruim que compartilhamos?
sua atenção vai se voltar pra mim?
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ik1kittyzip · 4 months
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"O FIM ESTÁ PRÓXIMO!"
em letra caixa alta. gritado. choroso. eu sei que o fim está próximo, eu espero pelo grande dia que tudo iria acabar com um anseio falso. uma vontade que isso durasse pra sempre. eu sempre soube. sempre vi através do teu fantasma. o gato branco me disse:
"você vai se machucar."
eu sei. eu sei. eu sabia. sempre soube. a porta estava bem trancada. três chaves, cinco fechaduras. selada com cola de madeira. parafusada. a casa conta com um isolamento acústico dos pés a cabeça. ninguém entra, ninguem sai.
e daí, três palmas. lá depois muro, longe da cerca, que vem antes do arame farpado. a gente conversa por uma fresta tão escondida que eu nunca vi motivo pra selar. vejo só teus olhos, só ouço tua voz. só conheço você. o gato preto anuncia:
"o fim está próximo."
eu sei. eu sei. teu corpo passa pelas barreiras que eu fiz. uma, duas, três. pule o muro, quebre a cerca, se arranhe no arame farpado. você vai tentar bater na porta? vale a pena? vale a pena?
"vale sim."
a gente conversa. a gente ri. teu calor faz a cola de madeira derreter. uma ou duas fechaduras são destrancadas. você sabia que eu adoro a palavra 'costeira'? mais uma fechadura. eu também amo esse cantor. outra. a gente nasceu no mesmo dia. a parede se racha. o gato laranja se espreguiça, me avisa:
"o fim está próximo."
eu sei. eu sei. você sabia que meu filme favorito de infância é lilo e stitch? um parafuso. eu amo frances ha. mais uma chave se perde. adoro sua voz. adoro seus olhos. mais um pouco, e o isolamento acústico cai. adoro seu cabelo. adoro teu corpo. só mais um pouco. o gato cinza arrepia-se dos pés a cabeça. solta pólvora. as pupilas dilatadas, as orelhinhas pra trás, um miado alto em alerta!
"o fim está próximo."
ah. sim. está. a porta abre. é você! sim. sou eu. o que acha? te adoro. eu também. vou ficar triste quando acabar. não vai acabar. não vai acabar. o gatinho frajola morde sua calça em tom de brincadeira. viaja comigo? não dá. então vai pro mesmo lugar que eu? bem que eu queria. eu gosto de você. gosto de você. eu gosto.
"o fim está próximo."
não está. você me mente. você me toca. você observa com cuidado meu lar. eu te conto histórias secretas. eu tento por você. você é interessante. tenho tanto pra te perguntar. eu tenho medo. você não tem? não tenho. o que você ganha com isso? não ganho. não mente. não mente pra mim, não. não minto. jura? juro.
"o fim está próximo."
não. não está. você deita comigo na mesma cama. me abre com um bisturi, espera órgãos e é recepcionada com borboletas e flores e um jardim. um jardim mal cuidado, borboletas daquelas bruxas, pretas. erva-daninhas se espalhando em meio as tulipas. você ainda acha bonita? acho sim. ainda continuo a mesma? sim. você me beija. ainda continua.
"o fim está próximo."
é a tua voz. só tua. tua. como assim?
"o fim está próximo."
olhos maníacos focam nos teus. tua pupila se mistura com a tua íris azulada. seu rosto se torna irreconhecível, não vejo nada, apenas uma maré alta. veio a ressaca. não respiro. não sinto. teu rosto se torna nada. não te vejo. encaro o teto. cansada. derrotada. valeu a pena? não. não sou nada? não.
vejo outra dentro do emaranhado do teu cérebro. uma versão melhor de mim. um cabelo mais bonito, mais poética, mais experiente, mais magra, menos doente, mais feliz, mais talentosa. uma versão melhorada minha. ela é melhor que eu? é sim. é mesmo? sim. é. que pena. eu gostava tanto de você. é uma pena. aham, é mesmo. é. aham.
"o fim estava próximo."
o gato branco come meus órgãos com delicadeza, como se fosse um sachê premiado. eu sei. eu sei. eu sei.
"você sabia."
eu sabia. o fim chegou.
alguem bate na porta e—
"ela morreu."
sim. o fim chegou.
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ik1kittyzip · 4 months
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dentro de mim tem uma melancolia intermitente. uma vontade profunda de me machucar até ver sangue escorrer.
tem um corte profundo dentro de mim que não pode ser selado, uma vontade sofrida de ter uma atenção, um carinho, uma mão leve que passe a linha na agulha e feche minha pele, que deixe ela nova. sem cicatriz e sem resquícios de que existiu.
uma mão leve que me deixaria nova, intocada. pele branca e macia, eu ia observar no espelho com cautela procurando o erro que deveria estar lá. e quando eu notar que a tua delicadeza fez um trabalho tão lindo eu ia pegar uma faca de cozinha e abrir de novo e de novo e de novo, só pra ver você cuidar de mim uma, duas, três vezes mais. quero ser cuidada. quero que me olhem com carinho.
quanto mais eu me esfaqueio, mais você cansa. você também tem um machucado profundo. não tenho e nunca tive um talento com costura. meu cuidado ia ser feio. os pontos iam ficar desiguais, uma sepse ia se alastrar em teu corpo e quando tu morresse eu ia me sentir culpada com um corte cheio de pus e sangue. um necromante ia aparecer e te tratar melhor do que eu te tratei, ia cuidar do teu espírito e olhar pro teu cadáver com calma.
você vai ter tanta raiva de mim. tanta, tanta. ia me assombrar por séculos e eu ia sentir tua presença pulsando nos meus machucados necrosados que nunca se curaram desde tua morte. o machucado vai ser carcomido por insetos e larvas e eu vou ficar sozinha dentro de um caixão, sem ninguém pra me velar e sem ninguém pra lembrar.
queria tanto teu carinho que te matei. o cheiro da tua jaqueta infestou minhas roupas com a tua presença, você está nos meus sonhos como um parasita a procura de uma vítima pra controlar. tu me controla mais que imagina. minhas emoções dependem de ti, sou dependente do teu toque.
quero apodrecer nos teus braços, virar uma poça de carne derretida pelo teu beijo ácido que você nem tem noção do poder. preciso de ti e do teu cheiro. preciso me matar pra parar de sentir isso. preciso me machucar, quero teu carinho mais puro e afastar isso de mim porque no fim eu só vou ser pior do que você imagina. você tem dó de mim, não tem? você se arrepende, né? eu queria dizer que não me arrependo, mas tenho certeza que você se arrepende tanto quanto eu.
quero uma lápide bonita e delicada, nada do que fui quando viva. quero o mesmo necromante me tirando a vida pra te trazer de volta. quero ser morta pelo teu ódio. quero ser odiada. quero ser amada. quero ser tua. quero ficar sozinha contigo.
quero meu sangue escorrendo com o teu.
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ik1kittyzip · 4 months
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queria te ligar e dizer que sonhei contigo.
em algum lugar perdido do meu cérebro, tem uma reportagem dizendo que sonhos são realidades paralelas à nossa; tudo que a gente sonha, é uma outra vida. se realmente for, saber que ainda somos um algo em outra realidade é só um saber cruel.
eu vivo pedindo pra deuses e seres que eu não sei se existem para me colocarem em outra vida, qualquer que seja, uma vida que você não exista, que minha melhor amiga não exista, meus pais, minhas gatas, minha casa, eu. eu quero outra vida, não quero saber que ela realmente existe. não sinto a mínima felicidade em saber que outra eu tem o que eu quero, meu egoísmo me corroe e eu tenho vontade de acabar com tudo que ela constriu, acabar com a vida que eu sempre quis.
e no sonho, aquela eu que não sou — mas também sou — escuta sua voz diária, aquela eu você continua chamando pra sair, aquela eu ainda te beija e não chora ao pensar no seu rosto. não consigo deixar de tentar alertar ela que o pior estar por vir, tenho vontade de gritar e espernear até ela saber o que tu fez comigo, que ela não confie, mesmo que nessa realidade você seja outra pessoa, alguém melhor, mas eu te quero na minha vida também, por que por ela você fica e por mim não?
tenho vontade de sumir, tenho vontade de assumir a realidade dela. quero te machucar e ser pior do que você foi pra mim. quero refazer meus passos com cuidado, observar as entrelinhas de tua fala, encontrar arestas que não foram tão bem planejadas, investigar teu quarto como se fosse uma cena de um crime hediondo e ser pior. quero acabar com tudo. quero rasgar meu corpo na sua frente até ficar uma poça de entranha e sangue e tudo que tem de ruim em mim.
quero que você veja o quão ruim eu sou, o quão nojenta sou. quero que veja como meu cérebro é corroído por uma coisa ruim que você de outra realidade tocou, mas nunca chegou a ver de verdade. quero que veja como meu sangue escorre no colchão da tua cama e fixa minha presença nela, que eu não seja só mais uma que você achou que era uma boa ideia. quero gravar as iniciais do meu nome nas paredes do teu hipocampo da forma menos poética possível, quero que faça sua cabeça doer. quero me manter na sua mente bem escondida e aparecer nas piores horas. quero que você olhe no espelho e lembre de mim, quero que sinta nojo do que sente, quero você desesperada tentando limpar uma presença que não existe.
quero ver você chorar mais do que chorei por ti.
quero ver você surtar como eu, quero que saiba que me abri completamente do pior jeito pra você. quero estragar sua vida, ser pior do que todos teus traumas foram. você viu, não viu? aquele dia você viu. quero acabar com sua sanidade e me reconstruir depois. e te beijar e abraçar e ficar horas falando contigo mas com o conhecimento que você nunca vai esquecer do que viu aberto em sua cama. que minha presença será constante em sua vida, contra sua vontade.
e depois de tudo isso, eu ia embora. ia sobrar só o outro eu, e você ia ter raiva. ia querer me matar, ia querer me machucar, ia querer me enganar. e no fim, você ia mandar ela embora da sua casa sozinha, ela ia chorar e chorar e chorar e chorar até não aguentar mais, e a vida boa que a outra eu tinha ia se desmontar.
por que ela e não eu? ela não sofreu o que eu sofri? ela é mais bonita? ela merece sua presença mais do que eu?
ela não é eu no fim? o que a gente tem de tão diferente?
nessa realidade tão, tão boa, tua memória ia ser manchada com um sangue e um ódio podre desconhecido, um gostar tão maldito que você ia ficar com medo e assustada. um olhar tão eufórico por saber que!
finalmente, a vida que eu queria.
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