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Das profundezas do céu
(Tema livre)
Na minha primeira leitura do desfecho nenhuma interpretação veio à minha cabeça, nada, literalmente nada, não conseguiria nem mesmo explicar objetivamente o que havia acontecido. Mas decidi fragmentar os últimos parágrafos em partes e analisar cada um deles e suas respectivas ideias. Tentei analisar o sentido do título do livro, “Sombra de Reis Barbudos” e cheguei ao seguinte raciocínio:
Se há sombras é porque alguém está por cima, entre a luz do sol e o chão. Isso poderia significar alguém voando, por isso, sua sombra seria aparente no chão. Se são reis barbudos, são mais de uma pessoa, então não poderia ser alguém imponente como em uma ditadura, onde há um líder. Na cena do próprio livro é descrito como que são cidadãos e pessoas comuns, não lideres ou reis. Reis são aqueles que comandam as coisas, de seu povo, suas ações, etc. As pessoas livres comandam sua vida, isto é, decidem o que querem fazer na hora que querem fazer, o que querem pensar e o que querem imaginar sobre. Então teria alguma relação entre a sombra das pessoas comuns voando alto e o fato delas poderem comandar algo, serem reis do seu próprio destino?
Refleti sobre isso e cheguei a uma hipótese:
Visando o voo como uma alucinação e um remédio para essa ditadura, inferi que possivelmente pessoas livre, reis e rainhas delas mesmas, de certa forma “voam” com sua imaginação. Essas pessoas podem viajar o mundo com a imaginação, escalar a montanha mais alta ou até ir a lua. Basta ter imaginação. Mas a imaginação era restringida pela Companhia, diretamente e indiretamente. Diretamente haviam regras, que não se podia, por exemplo, olhar para o céu, ou seja, imaginar o horizonte. E indiretamente os próprios muros cinzas e tristes desestimulavam uma reflexão e imaginação. Portanto a Companhia comandava as pessoas que não tinham o direito de governar seu próprio “ser” e sua “existência”.
Devido a isso, o título do livro estaria relacionado com um desfecho onde as pessoas seriam livre e donas delas mesmas. Estaria longe de se consolidar, sim de fato, mas a partir da própria oportunidade de se imaginar voando, tudo era possível e alcançável, pois nada segura a imaginação, nem mesmo a Companhia.
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Das profundezas do céu
(Tema fixo)
A utopia, ou seja, uma visão de um mundo perfeito, pode ser introduzida no contexto final do livro SRB e também pode corroborar para uma eventual interpretação final do livro.
Primeiramente, é necessário reconhecer e analisar a simbologias por trás do desfecho do livro. No último capítulo, Lu se depara frequentemente com pessoas voando alto lá no céu, e esse voo acaba se tornando um atrativo que foi posteriormente banido pela Companhia. Entretanto, é apresentado por meio de uma personagem misteriosa, um professor, que as pessoas não estavam de fato voando, mas sim alucinadas buscando por uma liberdade. Isso nos mostra evidentemente que o voo dos habitantes estaria relacionado com um remédio, evidenciado também pelo professor, que todos estariam consumindo para poder sair daquele lugar repleto de opressões e regras. Essa alucinação de um mundo perfeito, o céu onde não há as regras da Companhia, estaria então possivelmente simbolizando o começo do fim de um período de repressões, dado que mesmo com a restrição de não poder mais voar e observar o céu, as pessoas resistiram, continuaram caminhando em direção a utopia. Mesmo que a cada dia a Companhia afastava o lugar físico da utopia por meio das exigências, repressões e regras, os habitantes estavam resistindo, estavam vivenciando uma fuga psicológica desse sistema repressivo e um dia chegariam ao mundo ideal. Além dessa interpretação, é notável também a ideia do sonho, “ sonhar é o primeiro passo para começar a agir”, que encaixa perfeitamente com o desfecho: as pessoas estariam, por meio das alucinações, sonhando para um dia conseguirem sair dali e construir uma sociedade livre e sem as ordens da Companhia. Devido a isso, o desfecho de Sombra de Reis Barbudos, por José J. Veiga estaria assim relacionado a uma conquista de um mundo ideal: uma utopia.
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Cavalos na chuva
(Tema fixo)
Para mim a simbologia da presença dos cavalos no armazém do pai de Lucas vai muito além da própria presença deles no local. Eu interpretei a cena como se aquilo fosse um sinal, o cavalo para muitos povos é um símbolo de poder, força, liberdade e pureza, por isso, na minha visão do livro, considerando o futuro próximo do pai de Lucas, as fezes seriam um sinal. Como se as fezes fossem aquilo que não é puro e por isso foram eliminados desse símbolo de pureza, os cavalos, em cima de uma nova proposta do pai para sua vida, o armazém, trazendo assim uma relação entre as fezes, símbolo de falta de pureza, e o futuro péssimo e ruim, considerando sua saída da Companhia.
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Cavalos na chuva
(Tema livre)
“Eu estava perdendo meu pai justamente quando começava a ganha-lo”
-José J. Veiga, Página 115, Sombras de Reis Barbudos
O trecho da página 115 me chocou, realmente Lucas estava prestes a perder seu pai bem quando ele havia ganhado ele. Finalmente seu pai tinha deixado a Companhia, mudado de vida e assim poderia agora dedicar mais tempo ao armazém junto a seu filho. Mal sabia ele que seu pai seria preso pela própria Companhia que libertou-o
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O sonho de Lucas
(Tema fixo)
Na minha concepção do livro, o sonho positivo e com expectativas boas para o tio Baltazar foi desenvolvido baseado em suas concepções anteriores. A imagem de Baltazar para Lucas, mesmo que como um homem doente, se baseava em seus feitos magníficos, sua aparência inquestionável e sua fortuna infinita e isso, consequentemente, afetou a projeção do sono dele. O sonho prolongava essas ideias, onde tio Baltazar enganou a todos e ascendeu mais ainda economicamente e socialmente. Entretanto, mais a frente, é explícito que essa projeção não foi verdadeira, Baltazar estava cada vez pior e irreconhecível, quebrando assim as expectativas boas de Lucas para sempre.
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Reflexão mágico Uzk
(Tema fixo)
A introdução das ações do mágico na ditadura apresentada, teve por trás de tudo uma intenção, que se relaciona com seu sumiço e seu esquecimento no fim. Primeiramente, em uma ditadura há a censura de formas de expressão seja ela verbal ou não, ou seja, isso significa que mágicas e truques entram nessa categoria como lúdicas e portanto deveriam ser censuradas. Entretanto, Lucas deixa claro que houve uma interferência da Companhia nessa forma de expressão para que pudesse acontecer o show, por isso, pode-se inferir que alguns critérios foram estabelecidos. Possivelmente, a intenção da Companhia de tornar o convívio cada vez mais difícil (impondo constantes regras e proibições) pode ter uma relação com esse show de mágica, já que considerando a censura estabelecida e os critérios impostos pela mesma, os truques entram como uma forma de distrair/manipular as pessoas de algo maior que poderia estar por vir. Consequentemente, o sumiço de Uzk faria sentido nessa hipótese, dado que após a intenção principal teria de ocorrer uma varredura para não deixar indícios e vestígios,
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“Pausa para um mágico”
(Tema livre)
No momento em que li as diversas maravilhas que o grande mágico Uzk poderia fazer, me veio a ideia de como ele poderia fazer aquilo. É fato de que tudo é possível em um livro, em uma narrativa, mas aquilo foi um tanto inesperado em meio a um livro que até então utilizava de linguagem objetiva e tratava de um tem tão obscuro: a ditadura. Entretanto, parei alguns minutos para refletir e consolidei que na verdade a imagem do mágico não seria introduzida aleatoriamente, de forma lúdica, mas sim como uma alegoria. Uma alegoria sobre o controle da atenção das pessoas, controle sobre as próprias ações dos indivíduos, que poderiam fazer tudo aquilo que o controlador bem entendesse, um “prato cheio” para a Companhia. Felizmente neste caso a atenção e o controle estavam relacionados com uma atividade recreativa, mas ainda me veio a possível ideia de uma intenção por traz dessas marionetes humanas, possivelmente pertencentes a um ditador.
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youtube
https://www.youtube.com/watch?v=bNLm2jMFrZY
Resignação
(Tema fixo)
Eu quero é botar meu bloco na rua é uma música de 1973, na qual Sérgio Sampaio expõe os seus sentimentos de angústia perante a ditadura militar. Assustado, este sujeito fala em nome do brasileiro comum, mostrando a insatisfação geral e o terror constante. O conceito de resignação se encaixa nesse sentido, resignar-se frente a ações repressivas de uma ditadura militar é exatamente a intenção dos ditadores, que assim podem oprimir o povo sem serem desafiados ou contrariados. Portanto, a música nesse caso se encaixou como uma forma de expressar os pensamentos dos privados de liberdades, o povo brasileiro.
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Audio
(Tema fixo)
“O jeito era soltá-los quanto antes, alguns já nem comiam! Cada um de nós levou os seus para lugares altos foras da cidade, lá tiramos as chapinhas que eles tinham nas pernas”
O trecho me lembrou muito da música especialmente do título, “Run to the hills” que retrata um cenário onde os protagonistas, nativos dos EUA, tem de correr para as montanhas ameaçados pelos estrangeiros. Neste caso, os urubus seriam os nativos da região e foram expulsos pelos estrangeiros, a Companhia. Na música há um trecho “Corram para as colinas, corram por suas vidas” que simbolizaria os urubus como eu lírico literalmente correndo para não serem mortos pelos fiscais.
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Muros muros muros
(Tema livre)
“Aos poucos meu pai foi ganhando um respeito como nem tio Baltazar alcançou em seus grandes dias logo após a inauguração, quando as pessoas se atropelavam para receber um comprimento dele na rua. Mas havia uma diferença: com meu pai não era aquele respeito espontâneo e desinteressado de quem quer apenas homenagear alguém por alguma coisa já feita”
Achei incrível pensar que a imagem do tio Baltazar no início considerada negativa e exagerada, passou para uma imagem de referência mesmo sem sua presença. Assim como a imagem do pai, que antes era normal e de certa forma melhor que a de Baltazar, mas acabou se tornando negativa e cobiçada por aqueles que buscam seus interesses a frente de tudo.
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Muros muros muros
(Tema fixo)
Trecho 1
“Com meu pai não era aquele respeito espontâneo e desinteressado de quem quer apenas homenagear alguém por alguma coisa já feita; era bajulação de quem tem medo de ser prejudicado em algum direito; como fiscal meu pai podia prejudicar ou beneficiar, os fiscais trabalhavam com carta branca e não podiam ser contestados”
Trecho 2
“Nossa casa passou a ser procurada por bandos de mulheres chorosas com crianças nos braços, chegavam e ficavam amontoadas aí em frente esperando meu pai entrar ou sair. As crianças sujinhas e remelentas choravam o tempo todo, apanhavam, choravam mais. [...] Perguntei a meu pai o que era que elas queriam [...] -Querem que eu faça o impossível. Por que não aconselharam os maridos a andarem na linha? Agora aguentem.”
Análise
Tanto o trecho um quanto o trecho dois apontam a nova visão da cidade sob o pai de Lu. Anteriormente, ele exercia um papel quase invisível na companhia, não era reconhecido ao andar nas ruas. Entretanto, ao assumir sua posição de fiscal, iniciou-se um movimento para bajula-lo com o intuito de retirar algum proveito da situação. Esse proveito inicialmente se baseava um medo de ser prejudicado, ou seja, a cidade reconhecia o possível potencial do pai de Lu, mas como parte não fora afetada ainda esses benefícios existiam somente como uma garantia. Após isso, no trecho dois, a comunicação com o pai não se torna baseada em interesses e benefícios mas em justiça, mais posteriormente no capítulo as mulheres recusam a ajuda dos suprimentos oferecidos pela mão de Lu e reiteram que aquilo tinha somente justiça como objetivo.
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A partida
“As pessoas falam muito de felicidade, se atropelam para serem felizes, mas pouco se interessam pela felicidade dos outros. É um erro, porque a felicidade de um beneficia a todos, quando mais não seja pela beleza do espetáculo.”
Me surpreendi com a frase de Lu, não estava esperando uma reflexão dessas vinda de um garoto que não consegui distinguir direito o que estava ocorrendo na Companhia. O indivíduo aprende muito com os país e neste caso não identifiquei nenhum indício dessa reflexão vinda de alguém, mas dele mesmo.
Por causa disso, escolhi a imagem acima, que para mim, representa uma felicidade interior, que não se espalha no ambiente devastado e escuro que a personagem está e contagia o próprio indivíduo.
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Tempos depois soubemos que o palacete, os móveis, as bebidas finas, os carros restantes e tudo mais estavam sendo vendidos por procuração. De meus tios não tivemos notícias por muito tempo.
José J. Veiga, Página 40, Sombras de Reis Barbudos
(Tema livre)
No trecho, senti uma grande quebra de expectativa por parte de Lu, que começou achando o tio Baltazar estranho, se aproximou dele e no fim de tudo, acabou se decepcionando com tudo aquilo que Baltazar havia feito. Como se o palacete, os móveis, as bebidas finas e os carros restantes fossem a única coisa que caracterizassem o tio e sem estes, não seria ninguém.
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Um homem correndo
“Felipe me ensinou a manejar a máquina fotográfica para eu tirar retrato dele encostado em parede velha, em esquina de sobrados, no portal de pedra da igreja, nadando no rio, pescando.” [...] “Na hora da despedida na encruzilhada Felipe tirou a máquina de retrato do ombro dele e pendurou no meu, eu fiquei sem reação, querendo não aceitar, ele disse que não precisava dela porque ia ganhar um aparelho de filmar, coisa ímpar e refinada, já tinha até escolhido o modelo num catálogo.”
O trecho acima, me tocou, relembrei de um tio muito distante meu que havia me presenteado com uma câmera fotográfica, simples, mas diferente de tudo que eu havia mexido. Tinha 5, mal sabia amarrar meus cadarços sozinho e ele já queria que eu mexesse em uma máquina complexa. Começamos com um botão, que fazia “click” e capturava o momento. Progredimos para um vidro que girava e deixava as coisas mais perto. No final do mês já conseguia ate nomear os componentes: “aquele é o obturador! Não mamãe aquela é a lente e o sensor!” Eu comecei a ver o mundo com outros olhos, mais artístico, meus olhos viraram de fato uma câmera fotográfica, “tudo podia virar foto só bastava chamar o Inácio”. Chegou meu aniversário, várias tecnologias revolucionárias, quero dizer, brinquedos coloridos e diferentes. Não passava em minha cabeça que meu tio poderia me dar uma câmera, tanta responsabilidade para um garotinho e se desse seria uma velha que deveria ter sobrado da coleção dele. O último presente foi uma caixa pequena e meu olhar infantil já se decepcionou “poxa, que brinquedo ruim esse...”. Para a minha surpresa, lá estava minha companhia dos próximos dias, meses, até anos. Uma nova câmera fotográfica, fazia tudo que todas faziam, filmava, fotografava no escuro e fazia mais mil e uma maravilhas. Nunca vou esquecer de um presente tão fora do padrão...
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“A fábrica progredia muito na frente dos planos, todo mundo estava contente e endeusava o fundador. Dar uma volta com o tio Baltazar era como andar na companhia de um deus ou de um santo, as pessoas só faltavam ajoelhar quando passávamos.”
José J. Veiga, página 33, Sombras de Reis Barbudos
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Lu via Baltazar de duas maneiras, opostas, mas que se intercambiavam de acordo com os feitos. Quando visto nas fotos, um homem rico, elegante e agradável, mas quando veio sozinho sem um braço com cabelo ralo, nojo e vergonha passavam pela cabeça do garoto. Mas tudo esse sentimento ruim se deixou levar quando ele ganhou um relógio, um presente que encantou-o.
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“Preciso disso? O que a escola me ensinou, as noites viradas para entregar meus trabalhos sobre o Egito antigo, vai agregar meu futuro ou eu serei um mero microscópio observando tanta frustação?”
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